Primeira rodada de negociação frustrante

ELETROBRAS TENTA “TERCEIRIZAR” NEGOCIAÇÃO E RETIRAR DIREITOS

Às vésperas da primeira rodada de negociação do ACT, trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras estavam na expectativa do que viria. Após encerrar o mês de março nas mídias de forma positiva, arrematando quatro linhas no leilão de transmissão em 28 de março – fruto do conhecimento de alto nível dos técnicos que se formaram na história da empresa – a categoria esperava que o reconhecimento de seu trabalho se refletisse na mesa de negociação.
A Pauta de Reivindicação foi enviada para a empresa em 29 de fevereiro, procurando antecipar ao máximo o início das negociações e garantir um ACT que respeitasse a qualidade do quadro técnico altamente especializado da Eletrobras. A expectativa era que o discurso de que “somos um time”, estivesse presente na mesa de negociação, um “time” onde todos têm seus direitos reconhecidos e sua dignidade preservada.
Esperávamos que o clima de redução de custos que tem sido o mantra da gestão da Eletrobras seja a redução de custos em serviços, que cresceu 14% no último período, ou na folha de pagamento dos administradores, que cresceu 37%. Enquanto isso, a folha de pessoal teve uma redução de 33%, muito devido à redução do quadro, fazendo com que trabalhadores e trabalhadoras que hoje estão na empresa aumentem exponencialmente sua produtividade para garantir a manutenção do Sistema Elétrico Nacional. Em muitos casos, levando até ao adoecimento.
Esperamos que a gestão da Eletrobras reconheça, no curso da negociação desse ACT, a importância da categoria, tal qual reconhece sua própria importância. A expectativa era que, nessa primeira rodada, a empresa apresentasse a prorrogação dos ACTs e termos vigentes para que se tenha uma negociação de fato. Ainda, esperamos que todo e qualquer processo de negociação se guie não apenas pela igualdade, mas que considere o conceito de equidade, haja vista a diversidade existente entre as partes.
A primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho da Eletrobras foi realizada na tarde dessa terça-feira, dia 2. De acordo com dirigentes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) presentes na reunião, “a Eletrobras faltou com respeito às pessoas trabalhadoras, terceirizando a negociação coletiva e apresentando uma proposta de retirada de direitos e benefícios”. Além disso, informaram que “o CNE apresentou suas premissas para a negociação, que passam pela isonomia de direitos entre a categoria e a garantia de condições dignas de trabalho”.

Essas eram as informações dos negociadores da Intersul até o fechamento desta edição. É importante que a categoria permaneça atenta aos boletins dos sindicatos e do CNE. Só com a atuação coletiva será possível garantir os empregos e direitos.

Conselheiro Paulo Horn faz percorrida anual de prestação de contas

Até o final de abril, Paulo visitará todas as Agências Regionais e Administração Central da Celesc

O representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc, Paulo Horn, iniciou em março mais uma percorrida anual de prestação de contas de seu mandato. A percorrida nesse ano iniciou pela Regional de Mafra e já passou por Itajaí, Criciúma, Tubarão, Lages e Rio do Sul. Hoje, dia 4, Paulo visita a Regional de Blumenau. Na semana que vem, o Conselheiro visita as Regionais de São Miguel do Oeste (segunda-feira), Chapecó (terça-feira), Concórdia (quarta-feira) e Joaçaba (quinta-feira). 

É fundamental que a categoria se empenhe em participar dos encontros com o Conselheiro e faça os questionamentos e apontamentos que considerar importantes. Afinal de contas, Paulo é a voz da categoria no Conselho de Administração da empresa.

Representantes sindicais de base são eleitos pela categoria

Eleição foi realizada em 25 de março. Posse está prevista para 27 de maio

Na segunda-feira da semana passada, 25 de março, o Sinergia promoveu a eleição para Representantes Sindicais de base de sua área de atuação (Grande Florianópolis). Foram eleitos para a função dezesseis trabalhadores em diferentes postos de trabalho da Cerej, Celesc e CGT Eletrosul. A missão das pessoas eleitas é representar o Sinergia em seu local de trabalho, ouvir demandas da categoria, encaminhá-las à direção do sindicato, participar das reuniões da direção do Sinergia, de rodadas de negociação e ajudar a manter a categoria bem informada e mobilizada sobre as lutas. A posse está prevista para o dia 27 de maio e o mandato será de dois anos.

De acordo com o Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, o balanço final do pleito foi bastante positivo: “não houve qualquer intercorrência durante o processo de votação, todos os trabalhadores conseguiram votar sem problemas e ainda tivemos um saldo bastante positivo, com a filiação de doze novos trabalhadores ao Sinergia somente no dia da votação”.

Confira a seguir os nomes dos eleitos:
CGT Eletrosul Sede: Fábio Cabrera, Thiago Matos
Correa, Lucas Melrose, Márcia Mara de Lara Feldmann,
Diego Luís Tedesco Dandolini e José Ricardo
Tavares
Cerej Sede Biguaçu: Ricardo Scheidt e Ricardo Nemesio
Luz
Cerej Nova Trento: Jackson Jacinto Mistura
Celesc SPOM Serra: André Farias Ferreira
Celesc COAT Biguaçu: Lariessa Natagla Garbossa
Celesc Palhoça: Djan Marcel Mendes da Silva
Celesc Loja São José: Maycon Andrigo Santiago
Celesc Loja Florianópolis: Marcus Vinicius Martins
Celesc Administração Central: Cristina da Silva
Pedro, Irani Dias Júnior, Maria Aparecida Martins e
Marcos Antônio dos Santos

O Sinergia agradece a todas as pessoas que colocaram
seu nome à disposição do pleito e parabeniza
a categoria pela ampla participação no processo eleitoral.

Até quando esperar?

Governo Jorginho repete a postura do Governo Moisés ao não abrir diálogo com as entidades sindicais

Em 2022, vivíamos a expectativa do processo eleitoral e seus impactos para a Celesc. Com dez candidatos na disputa ao Governo do Estado, os sindicatos da Intercel, em conjunto com o Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Paulo Guilherme Horn, procuraram todos os candidatos para que eles firmassem compromisso com a manutenção da Celesc Pública. Dos dez, apenas dois não assinaram: Carlos Moisés, então Governador do Estado, e Odair Tramontin, candidato de um partido abertamente defensor da privatização. 

A recusa de Moisés em assinar a carta compromisso era retrato de sua postura ao longo do mandato. O Governador nunca se manifestou em defesa da Celesc Pública e chegou a publicar em redes sociais que apenas aguardava o momento certo para privatizar a empresa. Durante os quatro anos, Moisés se negou a conversar com a representação dos trabalhadores. Em dois momentos chegou a receber as entidades sindicais, já no fim de seu mandato, apenas por conveniência política de um governo fragilizado por dois processos de impeachment, mas sempre atestando que cumpria um papel protocolar e não estava aberto a nenhum diálogo. 

Durante a campanha eleitoral, Jorginho Mello se colocou como defensor da Celesc. Falou à imprensa que reduziria o percentual de lucro a ser distribuído aos acionistas para que esse dinheiro fosse investido na rede. Procurou os sindicatos para participar do Congresso dos Empregados, onde discursou contra a privatização. Novamente, procurou a representação dos trabalhadores para assinar a carta em defesa da Celesc Pública, sendo o segundo a firmar o compromisso. Falou aquilo que todo celesquiano queria ouvir. 

Jorginho Mello foi eleito e, logo na sequência, a Intercel encaminhou correspondência solicitando uma reunião para debater a Celesc Pública. A reunião não aconteceu. Ao longo do ano, outras correspondências foram encaminhadas, com solicitações de audiências para debater assuntos dos celesquianos, além de situações temerárias da nova Administração da Celesc, que tem caminhado, inclusive, contra o discurso do Governador. Novamente, não houve resposta. 

De candidato que buscava a representação dos trabalhadores, passamos a um Governador que até o momento não aceitou receber as entidades sindicais. A Intercel formalizou, novamente, correspondência ao Governo. Já estamos no segundo ano deste mandato. Moisés, ficou quatro anos sem abrir diálogo. E com Jorginho? Até quando esperar?

EletroDIGNIDADE, já!

CAMPANHA DATA-BASE DA ELETROBRAS COBRA RESPEITO E VALORIZAÇÃO AO TRABALHADOR E À TRABALHADORA

A campanha de negociação do ACT 2024-2026 começou com a aprovação e entrega da Pauta de Reivindicações da categoria eletricitária. A primeira reunião de negociação está agendada para o dia 2 de abril em Brasília. 

A Eletrobras, desde o governo Temer – com a gestão Wilson Pinto Junior -, e, especialmente após a privatização, vem organizando um processo de desmonte da empresa e dos direitos das pessoas trabalhadoras. A Intersul não tem dúvida que nesse ACT a categoria enfrentará mais uma vez a impiedosa mão do mercado sobre os trabalhadores e as trabalhadoras. 

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) está se preparando para defender em mesa os direitos e benefícios historicamente garantidos aos eletricitários, contando com o apoio e a disposição da categoria. Fique ligado/a, atenda às chamadas dos sindicatos. Precisamos estar unidos e fortes! Eletrodignidade já! 

CGT Eletrosul: Como está a nossa força para o ACT? 

Os sindicatos que compõem a Intersul têm realizado diálogos com as pessoas da sua base de atuação para fortalecerem as entidades em preparação para o Acordo Coletivo de Trabalho 2024- 2026. Nos últimos dois meses, houve grande adesão de filiações, mostrando interesse e disposição de luta pelos direitos e a dignidade da categoria. Somente na base de atuação do Sinergia, foram pelo menos quarenta novas filiações nesse período. É preciso que esse movimento continue e mais empregados se engajem, seja se filiando aos sindicatos ou participando das lutas em defesa do ACT! 

Sinergia: Eleição para representante de base será em 25 de março

Podem votar eletricitários/as lotados na Grande Florianópolis

A eleição para representante sindical de base na Grande Florianópolis será realizada na segunda-feira, 25 de março. Para votar, o/a empregado/a sindicalizado/a terá cinco opções de urnas para depositar o voto. Confira abaixo os horários e locais das urnas:

Urnas fixas (7h30min às 16h30min): 

1ª Urna: hall edifício/Sede da CGT ELETROSUL (Pantanal); 

2ª Urna: hall edifício/Sede da Celesc (Itacorubi)

Urna fixa/itinerante: 

3ª. Urna: Loja Celesc Florianópolis, 8h às 8h30min; 

Sede Sinergia (R. Lacerda Coutinho, 149, Florianópolis), 8h30min às 11h; 

Loja Celesc São José, 12h30min às 13h; 

Loja Celesc Florianópolis, 13h30min às 13h45min; 

Sede Sinergia, 14h às 16h30min;

As urnas itinerantes farão o seguinte percurso:

4ª Urna: Sede CEREJ Biguaçu, 8h às 9h; 

Loja Celesc Biguaçu, 9h às 9h30min; 

Loja Celesc Gov. Celso Ramos, 10h às 10h30; 

Cerej Nova Trento/Aguti, 13h às 13h30min

5ª Urna: Almoxarifado Central/ Loja Celesc Palhoça, 8h15min às 8h45min; 

Celesc Angelina, 10h às 10h30min; 

Celesc Rancho Queimado, das 10h45 às 11h15min; 

Celesc Alfredo Wagner, 13h às 13h30min; 

Almoxarifado Central/Loja Celesc Palhoça, 15h30min às 16h

Intersul participa de seminário de Previdência Complementar no Setor Elétrico

Evento ocorre hoje e amanhã em Brasília

Hoje e amanhã está sendo realizado em Brasília o seminário “Os Desafios da Previdência Complementar no Setor Elétrico”, promovido pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, em parceria com a Confederação Nacional dos Urbanitários. 

Na oportunidade, os Coletivos discutirão os encaminhamentos a serem tomados, a partir do anúncio da Eletrobras de criação de uma nova fundação de previdência complementar, que irá incorporar todos os planos de previdência dos empregados da CGT Eletrosul, ativos e assistidos, atualmente pertencentes à Fundação Elos. 

Os dirigentes sindicais Cecy Marimon e Tiago Vergara, do Sinergia, e Graciano Iribarrem Farias, da ARS, representarão a Intersul no evento.

Sinergia no ato pró COMCAP

Representantes do Sinergia participaram do ato de apoio aos servidores de Florianópolis e trabalhadores da Comcap na manhã de ontem, dia 17. A categoria está em greve há alguns dias por conta da falta de avanços na negociação do Acordo Coletivo e de todo o processo de terceirização e consequente precarização dos serviços no município – processo parecido ao que ocorre em determinadas empresas do ramo eletricitário na Grande Florianópolis.

Sintrasem

Florianópolis

#sintrasem

EDITAL DE CONVOCAÇÃO | ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA:

A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região – SINERGIA, na forma de suas atribuições legais e estatutárias, CONVOCAM os empregados da área operacional da CELESC Distribuição S.A da base territorial dos respectivos Sindicatos, associados e não associados para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, no dia 15/03/2024 (sexta feira), no Pátio da Agencia Regional Florianópolis, sito na Av. Governador Ivo Silveira, 2389 – Capoeiras – ARFLO, às 7h:30, em primeira convocação, com o número regulamentar de presentes, e às 8h:00, em segunda e última convocação, com qualquer número de presentes, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte:

ORDEM DO DIA:

1. Avaliação e deliberação para ajuizar ação trabalhista coletiva sobre hora extra reduzida no Turno de revezamento.
2. Encaminhamentos.

Florianópolis, 13 de março de 2024.

Jean Pierre K. Fernandes
Diretor do Sinergia

Mariana Franco e o feminismo transinclusivo

Nascida em Jaraguá do Sul, Mariana é formada em Serviço Social e estudante do Mestrado em Serviço Social da UFSC

Em 28 de fevereiro o Sinergia assinou a Carta de Apoio ao Feminismo Transinclusivo, pois entende que o feminismo precisa ser uma luta de todes nós. Em 4 de março, o Sinergia realizou formação em letramento de gênero, aberto à comunidade, ministrado por Alê Mujica, médique e psicanalista. 

Como o tema do dia Internacional da Mulher (8/03) em Florianópolis será “TRANSformando luto em lutas”, o Sinergia convidou a assistente social Mariana Franco para falar sobre o tema de sua coluna do 8M no Portal Catarinas e outros aspectos que envolvem a perspectiva de gênero na sociedade. 

No dia 27 de fevereiro, o Portal Catarinas publicou um texto escrito por Mariana. Na publicação, a assistente social destaca a importância de promover o feminismo interseccional no 8M, e convoca todes à inclusão e à diversidade no ato. 

Acompanhe a seguir a entrevista: 

LV: Em relação à sua coluna de 27 de fevereiro no Portal Catarinas, sobre a importância de um feminismo transinclusivo no 8 de março, de que forma você apresentaria essa pauta às pessoas totalmente imersas na cultura misógina, patriarcal e binária?

Mariana: Sempre acredito no diálogo, na conversa, na sororidade de expor situações cotidianas para as pessoas. Realizo isso como uma forma de educação popular, principalmente em pautas sobre gênero, nas quais as pessoas possuem dificuldades de compreensão. Eu acredito no movimento feminista como de fato transformador na sociedade e principalmente um movimento atento às manifestações plurais existentes na sociedade. É um movimento voltado para a luta emancipacionista, na denúncia do capitalismo. Apresentar para as pessoas algumas questões é extremamente difícil, mas estamos evoluindo muito na conscientização da sociedade sobre o direito de ter direitos.

LV: De que formas podemos combater a ideologia de gênero que existe – a heteronormativa cisgênera? 

Mariana: A heterossexualidade é compulsoria desde o nascimento assim como a cisgeneridade. Dentro do próprio movimento LGBTQIAPN existem pessoas heterossexuais (ex: mulheres trans que se relacionam com homens cis ou trans). A grande preocupação da compulsoriedade das sexualidades é das identidades e o respeito ao indivíduo na sua formação, onde a pessoa não apresenta o conjunto de regras impostas pela sociedade e ocasiona a homofobia, a transfobia, a lgbtfobia em um todo. A partir do momento que pensarmos uma sociedade sem obrigatoriedade de rótulos, conseguimos pensar em uma sociedade com respeito e igualdade. Não tem como falarmos em uma sociedade sem discriminação entre homens e mulheres se não falarmos da imposição do binário de gênero, assim como de sexualidades. Essas questões refletem nas diferenças salariais, nas questões de violência e assédio. O patriarcado se beneficia do binarismo, e de outros mecanismos, para continuar perpetuando suas ações contra o ser mulher na sociedade. Obviamente que quem critica ou pensa em enfrentar essas questões acaba recebendo as punições, não é à toa que hoje na história brasileira se tem o maior número de projetos de leis anti-trans no Congresso Nacional.

LV: O slogan do 8M Florianópolis será “TRANSformando luto em lutas”, em alusão ao luto pela violência feminicida. Você acha que, de certa forma, o ódio da sociedade sobre mulheres trans e travestis é “em dobro” em relação à mulheres cis? (visto que sofrem pela misoginia e pela identidade de gênero)

Mariana: A violência de gênero para com mulheres trans e travestis é relacionada à recusa do privilégio de se ter nascido homem. A violência com homens trans e transmasculinos é a necessidade de reafirmação da identidade dominante, totalmente relacionada ao falocentrismo. Pessoas trans e travestis são violentadas e acusadas diariamente de agredir ou enfraquecer os alicerces da sociedade, baseando-se principalmente na família, e não podemos esquecer que a família é a base e continuidade do patriarcado. Acredito que você ser mulher na sociedade, independente da cor, raça, identidade, sexualidade, classe, pessoa com deferência ou não, é estar a mercê da sociedade das violências que são culturais na sociedade. Obviamente que você ser trans e receber o preconceito de uma outra mulher é mais dolorido.

LV: Na bibliografia dos cursos de universidades como a UFSC são raras as referências de autoras cisgenero, e de não cis são ainda mais raras. Como trazer a discussão ao senso comum, se nem na academia as mulheres são levadas em consideração (quando comparado aos homens brancos cisgêneros)? 

Mariana:  A produção acadêmica e científica produzida por pessoas trans e travestis está aumentando anualmente conforme a presença de corpos trans frequentam a universidade. Essas/esses pesquisadores colocam em discussão tudo aquilo que já foi produzido sobre nós por pessoas cis, e agora, apresentam a necessidade revisão dessas teorias e estudos. Deixamos de ser corpos interlocutores do saber para corpos produtores do saber, e existe muita dificuldade na academia porque a cisgeneridade não quer ser questionada (ainda mais na academia).

LV: O que você diria sobre a importância de um feminismo interseccional que defenda a pauta anticapitalista, antirracista e transinclusiva? 

Mariana: Bell Hooks já disse que o feminismo é para todo mundo. A conscientização de uma sociedade com equidade e com respeito às lutas, no combate do fascismo, na luta contra o capitalismo e o neoliberalismo, são questões que em transversalidade nos faz cidadãs ou não de direitos. A partir do momento que compreendermos o que é nossa classe, compreendemos o que é nossa luta. Acredito que uma luta não pode ser por etapas de conquistas de direitos, mas sim universais

LV: Algum último recado/convite para o 8M?

Mariana: Participar do evento é construir uma sociedade com direitos para as mulheres e, principalmente, denunciar ao Estado sua omissão na defesa do direito de ser mulher com direitos, principalmente o direito à vida no Brasil.