DÉCADA DE 2010

De 2010 a 2020, o Sinergia viveu um período de intensas batalhas permeadas de muitas atividades culturais, novos projetos e solidariedade. Em 2011, foram comemorados 50 anos de lutas e conquistas, além de 21 anos de ação cultural. Ao longo dessa década, mais precisamente em 2014, O Sinergia completou 20 anos do projeto “Meia Hora”, que leva arte e cultura para dentro dos locais de trabalho. Em 2015 foi feita uma pesquisa cultural com a categoria e lançada mais uma a Oficina de fotografia no Sindicato. Neste mesmo ano, era conquistada a clausula no acordo coletivo da Celesc que garantiu a implantação do programa da REDE VIDA VIVA que viabilizou um grande e importante dialogo com os trabalhadores sobre vida, saúde e trabalho, gerando ações concretas que promoveram muitas mudanças nos locais de trabalho. Assim, o Sinergia seguiu caminhando e fortalecendo ainda mais a relação com a categoria e com a sociedade.

A década foi marcada por muitos momentos de truculência e mudanças políticas no país. Ocorreu o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que colocou em xeque a democracia. Ela foi impedida de governar e assumiu o vice, Michel Temer. Os projetos de privatizações e a retirada de direitos conquistados pela classe trabalhadora ao longo da história foram retomados com voracidade. Na Eletrosul, houve mudanças na política de operação, incorporação à CGTEE, mudanças no Estatuto, venda dos ativos, truculência da empresa, sucateamento da Eletrobrás… Na Celesc, o ataque foi através da mudança de Estatuto, ataques à diretoria da Celos eleita, golpe na diretoria Comercial com a cassação do mandato do Diretor eleito pelos trabalhadores, nova eleição para Diretor Comercial, entrada da PREVI/Angra no Conselho de Administração e venda de ações para a EDP. Além disso, a Celesc seguiu com sua tentativa de centralização/otimização dos CODs com o COs sem nenhuma segurança. O sindicato reagiu e, junto ao MPT, conseguiu refutar. Mas seguiu com a política de desmonte, sucateando as subestações e o atendimento à população, ainda tendo o Centro de treinamento da Celesc, o CEFA, vendido.

Os trabalhadores da Celesc, juntamente com a Intercel e o conselheiro eleito pelos trabalhadores, lutaram para manter a concessão pública e, depois de muita dedicação, conquistam a assinatura do contrato com ANEEL por mais 30 anos!

Tudo isso foi acompanhado de ataques às conquistas dos trabalhadores ao longo de décadas, através de grandes combates. Com isso tudo acontecendo, o Sinergia rearticulou as lutas e participou ativamente das campanhas contra a privatização e a retirada de direitos. Com as ameaças à Eletrobrás, estouraram greves na Eletrosul. Voltaram também as propostas de privatização da Celesc e reacendeu-se a necessidade de novas batalhas no Estado. O pós-golpe se caracterizara por ataques mais duros contra os trabalhadores, visando principalmente a retirada de direitos.

A luta ao lado do MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens, se intensificou com a campanha “Energia não é mercadoria”, visando informar e conscientizar a população sobre o tema. O golpe de 2016 desembocou na eleição de Jair Bolsonaro em 2018, o que altera de maneira radical a vida dos trabalhadores com as reformas trabalhista e previdenciária. Disposto a acabar com todas as conquistas dos trabalhadores, o governo Bolsonaro vai destruindo tudo. No campo, na floresta, nas comunidades indígenas, nas cidades, a vida se desintegra. Reformas são aprovadas, direitos se esfumaçam e, finalmente, depois de tantas lutas, a privatização da Eletrobras é aprovada no Congresso e pode ser entregue ao setor privado, processo que está sendo judicializado até os dias de hoje. A pandemia, que se manifesta em 2020, deixa tudo ainda mais sombrio, uma vez que o governo aposta na morte, deixando a população abandonada à própria sorte.

Ainda assim, ao começar a nova década, em 2021, as mobilizações voltam a acontecer, os trabalhadores se reorganizam e se preparam para novas lutas. Como é a classe trabalhadora a única que produz riqueza, sabe-se que nada está perdido. Quando os trabalhadores se levantam, eles mudam o mundo e as leis. Revivendo essa história e refletindo sobre o momento atual, o Sinergia, ao completar 60 anos de existência, tem a certeza de continuar caminhando com os eletricitários e atuando em defesa da classe trabalhadora. Se constrói a cada ano de sua existência como direção de uma categoria que se determina e se faz na luta, que aprende com seus acertos e desacertos, que conhece seus direitos e luta por eles.

É um sindicato que não se alienou no mundo do trabalho, que se abriu para cidade, para as mais diversas lutas sociais, que se reinventou, foi além de sua função negocial, compreendendo o trabalhador como um ser integral que se aliou aos trabalhadores latinoamericanos, que se compreendeu parte de uma classe que se organiza em todo o planeta e que não haverá saída aos trabalhadores sem romper as barreiras do corporativismo.


A categoria dos Eletricitários é forte e desempenha um papel fundamental na construção desse outro mundo possível. Por isso o Sinergia está sempre unido na luta com todas as categorias de trabalhadores. O combate será grande, mas com companheirismo e solidariedade de classe vamos construindo esse sonho e tornando-o realidade!


Somos maioria e vamos seguir caminhando, reinventando resistências, transformando o áspero cotidiano e fazendo brotar do “impossível chão” um mundo onde possamos ser livres e felizes!


É tempo de solidariedade, de estender a mão, criar laços, fortalecer o coletivo e seguir reinventando auroras!


Viva o Sinergia! 60 anos de luta e companheirismo.
Força coletiva construindo futuros!!