Assembleia Estadual será em Palhoça

TODA a categoria é convidada a participar do evento em 3 de agosto

O coletivo de Sindicatos da Intercel se reúne todos os anos no primeiro semestre para construir a agenda e o planejamento da Campanha Data-Base na Celesc. Para 2024, a Pré-Pauta de Reivindicações elenca como prioridades a manutenção da Celesc Pública, a a garantia de emprego, a manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho com avanços, a recomposição do número de dirigentes liberados e a isonomia de direitos. A agenda de 2024 está sendo colocada em prática: nessa semana estão sendo realizadas as Assembleias Regionais de avaliação da Pré-Pauta e, para a semana de 22 a 26 de julho, será promovida a Caravana da Intercel, que nada mais é que uma força-tarefa para percorrer o maior número de postos de trabalho e dialogar com a categoria sobre as dificuldades que serão encontradas na campanha salarial e convidar celesquianos e celesquianas para a Assembleia Estadual.

Nesse ano, a Assembleia Estadual será realizada no Ginásio Palhoção, na cidade de Palhoça, na Grande Florianópolis, no dia 3 de agosto. TODA a categoria é convidada a participar. Nesse evento serão votadas as propostas de modificação ou inclusão de cláusulas trazidas nas Assembleias Regionais. Como pode haver divergência de valores ou até mesmo de redação nas propostas trazidas nas Assembleias Regionais, é na Assembleia Estadual que a Pauta de Reivindicações será votada e unificada. É importante que a categoria participe da Assembleia Estadual, pois uma proposta trazida na Assembleia Regional pode não ser aprovada pela maioria dos trabalhadores na Assembleia Estadual. 

O evento, que iniciará às 9h da manhã e encerrará com o almoço festivo, é gratuito a celesquianos e celesquianas de todo o estado e bancado com o dinheiro das pessoas filiadas aos Sindicatos da Intercel. 

Todos os anos os sindicatos das diferentes regiões do estado alugam ônibus ou vans para trazer a categoria ao encontro. É importante que você esteja atento/a à lista de inscrição para o transporte junto ao sindicato da sua região.

A Assembleia tradicionalmente inicia com uma breve manifestação de parlamentares presentes (todos os deputados e deputadas estaduais estão sendo convidados, independente de partido ou posição ideológica). Em seguida, são lidas e votadas todas as propostas trazidas das Assembleias Regionais. Ao final, é realizada a confraternização entre todos os presentes. Participe e defenda as suas propostas na Assembleia Estadual.

Projeto de Lei 042/2023 segue na Comissão de Previdência da Câmara

É fundamental que a categoria continue dialogando com deputados/as federais e cobrando posicionamento favorável ao Projeto

O direito dos/as eletricitários/ as que atuam em área de risco à aposentadoria especial foi retirado na Reforma da Previdência de 2019. O jornal Linha Viva teve conhecimento que tem circulado nas redes sociais e em grupos de telemensagens, notícia que, lamentavelmente, não corresponde à verdade, falando da aprovação da aposentadoria para eletricitários/as aos 55 anos. Essa notícia é uma “fake news” e não reflete a situação da categoria eletricitária.  

Tramita, na Câmara dos Deputados, o PL 042/2023, já aprovado na Comissão de Trabalho – CTRAB, com um texto que, agora atende os trabalhadores sujeitos ao agente nocivo eletricidade, corrigindo, em parte, o desmonte ocorrido em 2019 com a Emenda Constitucional 103, que deixou esses trabalhadores fora da Aposentadoria Especial.

O texto está hoje na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, sob relatoria do deputado Pastor Eurico (PL/PE), onde será analisado e precisará passar por outras comissões (Finanças e Constituição e Justiça), pelo Plenário e, ao final, se aprovado, ser sancionado pela Presidência da República.

Ontem, 3 de julho, foi realizada uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados e a categoria eletricitária foi representada pelo companheiro Esteliano Neto, representante do ramo Urbanitário na CUT Nacional e pelo companheiro Elvio Vargas, Secretário Geral da Confederação Nacional dos Urbanitários.

Paralelamente à tramitação na Câmara, o Grupo de Trabalho da Aposentadoria Especial – da qual representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários fazem parte – realizará reuniões com o Presidente e integrantes da Comissão de Previdência, visando construir os apoios necessários para a aprovação do projeto.

Cabe a cada trabalhador e trabalhadora da categoria eletricitária atuar junto a parlamentares de sua região, para que aprovem o PL com a redação proposta, visando corrigir uma injustiça histórica aos trabalhadores do Setor Elétrico que estão expostos ao risco de choque elétrico.

Hoje não há parlamentares de Santa Catarina como titulares na Comissão de Previdência. As deputadas federais de Santa Catarina Ana Paula Lima (PT) e Julia Zanatta (PL) são suplentes na Comissão de Previdência. Contudo, é necessário que a categoria siga dialogando com parlamentares próximos para que façam pressão sobre os membros das Comissões por onde o PL está tramitando e, para que, quando o projeto for levado para outras Comissões, os deputados catarinenses estejam atentos e votem a favor da proposta.

FUNDACENTRO EMITE NOTA TÉCNICA FAVORÁVEL À APOSENTADORIA ESPECIAL

A Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO – ligada ao Ministério do Trabalho e Emprego, emitiu uma Nota Técnica bastante positiva, em abril de 2024, analisando a concessão de aposentadoria especial aos segurados do Regime Geral da Previdência Social para os trabalhadores do SEP – Sistema Elétrico de Potência.

A conclusão do órgão foi a seguinte:

“5.1. Inquestionável a necessidade de se regulamentar os critérios que se referem ao benefício da aposentadoria especial, precipuamente de forma que atenda princípios técnicos, éticos, morais, e que seja exequível sob a ótica de não se onerar demasiadamente o estado.

5.2. Entretanto, também é inquestionável a necessidade de se preservar a integridade física e saúde dos trabalhadores que realizam atividades em condições especiais durante sua vida laboral, buscando o benefício da aposentadoria em condições dignas, em condições física e mental de forma que seja possivel efetivamente usufruir do referido e justo benefício;

5.3. Ressalta-se que a concessão da aposentadoria especial a esses profissionais não irá gerar custos extras ao Estado, uma vez que as empresas empregadoras dessa mão-de-obra já contribuem de forma diferenciada para a previdência social, através do Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT), com alíquotas extras que variam de 6% a 12%.

5.4. Nesses termos, considerando os fundamentos constantes nesta Nota Técnica, sugere-se a revisão dos critérios propostos no PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR PLP nº 245/2019 que regulamenta a aplicação do inciso II do & 1 do artigo 201 da Constituição Federal, que dispõem sobre a concessão de aposentadoria especial aos segurados do Regime Geral da Previdência Social para os trabalhadores do SEP – Sistema Elétrico de Potência.

5.5. Ressalta-se que nesta Nota Técnica não se busca defi nir “como devem ser os requisitos “da referida PLP 245/2019, mas sim a necessidade de se reavaliar os critérios nela definidos, definindo-se critérios específicos para a categoria de trabalhadores que realizam atividades em condições especiais no SEP – Sistema Eletrico de Potência, ‘sob pena de se causar agravo a saúde desses trabalhadores de forma irreparável’”.

De acordo com a dirigente do Sinergia e da Intersul, Cecy Marimon, o parecer técnico favorável ao tema pela FUNDACENTRO, “já é um dos resultados de nossa articulação na defesa da aposentadoria especial do eletricitário”. 

Está sobrando dinheiro na Celesc?

Na quarta-feira da semana passada, dia 26, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina inseriu na pauta de votação do plenário, sem que constasse previamente na pauta do dia, um ofício de alteração do Estatuto da Celesc, que virou projeto de decreto legislativo. O objetivo da mudança do Estatuto era permitir à Assembleia de Acionistas a criação de uma nova Diretoria na empresa: a Diretoria Jurídica.

A tramitação do projeto na Assembleia Legislativa não era uma novidade para celesquianos e celesquianas. O Representante dos Empregados no Conselho de Administração da empresa, Paulo Horn, já havia noticiado o fato em seu Boletim do Conselheiro e dialogado com a categoria sobre o assunto nas suas percorridas de prestação de contas, no início de 2024. A novidade, que pegou até mesmo parlamentares de surpresa, foi a inclusão da votação do projeto na ordem do dia 26 de junho, já que o projeto não estava pautado para ser votado naquele dia. Muitos deputados que, historicamente, são parceiros das lutas de celesquianas e celesquianos, não estavam presentes no plenário no momento da votação e havia uma maioria governista – aliados de Jorginho Mello.

Votaram contrários ao projeto que permite ao Conselho criar uma nova Diretoria na empresa apenas os deputados Neodi Saretta (PT), Repórter Sérgio Guimarães (UNIÃO), Fabiano da Luz (PT) e Marcos José de Abreu, o Marquito (PSOL). Fabiano da Luz e Marquito, inclusive, fizeram falas questionando o projeto: “é muito estranha essa mudança no Estatuto da Celesc no momento em que a Celesc está carente de contratar funcionários, de repor servidores, não há uma discussão com a categoria sobre melhorar os aspectos e condições de trabalho. No entanto, se cria um cargo de direção com um super salário. Acredito que a Celesc precisa sentar e discutir melhor essa questão do serviço público, do atendimento ao cidadão, por isso quero me manifestar contrário a essa proposta”. O deputado Marquito fez sua fala no mesmo sentido: “Hoje a Celesc recebe uma enorme crítica até injusta da população por conta da mudança do sistema nas centrais de atendimento. Os trabalhadores organizados têm reivindicado a abertura de novos cargos, estruturação das condições de trabalho, tanto a frota de automóveis para o trabalho a ser realizado lá na ponta. E uma instituição que sempre foi uma referência, que é uma das energias elétricas mais baratas do Brasil por ser um serviço público e que vem depreciando esse serviço. Acho que esse debate da Celesc deveria ser muito bem ampliado: a abertura de concurso e de chamamento para recompor o quadro de funcionamento da Celesc (…), a questão das condições materiais para o trabalho deveria também ser reconsiderado e acho que a gente aprovar um debate para abertura da discussão interna, do Estatuto interno, e criando um cargo com um salário que difere completamente daquilo que está se pedindo lá na base, acho que é ruim para esse momento, então também quero declarar meu voto contrário à matéria”.

As manifestações dos deputados Fabiano da Luz e Marquito são muito corretas. A Celesc sofre um grave dano à sua imagem nesse momento justamente por conta da mudança do sistema comercial sem preparo, sem que tivesse empregados suficientes na ponta para atender bem à população. Diversas lojas de atendimento estado afora estão fechadas hoje por conta da falta de atendentes e em boa parte delas os empregados estão adoecendo pelo excesso de trabalho e pela pressão. Faltam eletricistas e outros profissionais em número suficiente em diversas áreas. As camionetes para atendimento estão em estado crítico em boa parte do estado: “arruma aqui e imediatamente estraga ali”, relatam empregados de diversas regiões do estado. A empresa se negou a conceder uma série de direitos no último Acordo Coletivo de Trabalho (como a isonomia na sua integralidade a todos os empregados) justificando o impacto financeiro. A atual Diretoria se nega a reajustar os valores das diárias de viagens de forma a atender as demandas da categoria. Mas há dinheiro suficiente para bancar o super salário de um(a) novo(a) diretor(a), gratificações para assistentes, assessores, chefias de Departamento e Divisão, fora inúmeros outros gastos que a criação de uma nova Diretoria acarreta?

A categoria espera que a Assembleia de Acionistas não permita tamanha indecência e incoerência. As prioridades na empresa precisam ter como objetivo atender bem à população e dar condições dignas de trabalho aos seus empregados. Criar uma nova Diretoria nesse momento apenas para abrigar os “amigos do Rei” em nada contribui para a população ser melhor atendida. Do mesmo modo, não atende em nada aos anseios da categoria. 

Governador Jorginho Mello se compromete a dialogar com a Intercel

GOVERNADOR RECEBEU EM LAGES CORRESPONDÊNCIA DOS TRABALHADORES DA CELESC PEDINDO ABERTURA DE DIÁLOGO

Na última sexta-feira, 21 de junho, o governador Jorginho Mello (PL), esteve na cidade de Lages para a inauguração de uma usina fotovoltaica da Celesc – UFV LAGES II. Aproveitando a visita do governador, que se comprometeu diversas vezes – desde o período de campanha eleitoral – a manter a Celesc Pública, alguns trabalhadores e dirigentes sindicais do STIEEL (sindicato que representa a categoria eletricitária na região) levaram faixas e cartazes para a entrada do local do evento pedindo a abertura de diálogo do governo do Estado com celesquianas e celesquianos. O objetivo era chamar a atenção de Jorginho para fazerem a entrega de uma correspondência assinada pelos sindicatos da Intercel, solicitando uma reunião para tratar da Celesc.

É importante registrar que todos os últimos governadores de Santa Catarina (Carlos Moisés, Raimundo Colombo, Luis Henrique da Silveira) receberam a representação de trabalhadores e trabalhadoras da Celesc e tiveram diálogos bastante propositivos em defesa da manutenção da empresa pública. Jorginho, que está no cargo há um ano e meio, ainda não recebeu os sindicatos para um diálogo e para ouvir as preocupações da categoria.

As faixas colocadas em Lages tinham como propósito chamar a atenção do governador para a necessidade urgente de recomposição do quadro de trabalhadores e o fim das terceirizações, problemas já conhecidos de todos os celesquianos, e que vêm a cada dia mais sendo colocados como principais premissas da atual Direção da empresa.

A maior faixa no ato sugeria ao governador que “com o diálogo, todos têm a ganhar”, indicando que a conversa solicitada não pretende atacar o governo, mas, sim, apresentar proposições para tornar a Celesc ainda melhor.

Logo na chegada, o governador parou, cumprimentou os trabalhadores e disse que os atenderia no final do ato da inauguração da usina fotovoltaica. Em seguida, os trabalhadores foram até o evento, onde estavam presentes vários Diretores da Celesc – inclusive o Presidente Tarcísio Rosa -, além de autoridades e lideranças locais, como o prefeito de Lages e deputados estaduais.

Em seu discurso, o governador reafirmou o compromisso em manter a Celesc Pública. Findado o ato de inauguração da usina solar, Jorginho recebeu os dirigentes sindicais, que fizeram a entrega da carta. O governador se mostrou disposto ao diálogo, afirmando que quer, sim, estabelecer o diálogo com a categoria eletricitária.

Celesquianos e celesquianas aguardam com expectativa a abertura das conversas com o governo do estado.

Após mediação no TST, Acordo Coletivo de Trabalho da Eletrobras é prorrogado até 31 de agosto

Avanços conquistados até aqui são fruto da disposição de luta da categoria em todo o Brasil

Na última sexta-feira, dia 21, ocorreu a segunda audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Eletrobras, referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026.

O CNE iniciou a audiência cobrando da empresa manter coerência, no mínimo, em relação aos pontos discutidos e avançados na última rodada de negociação, conforme consolidados em ata. Ademais, o CNE relatou a expectativa gerada com a ata, no que diz respeito à interpretação de algumas cláusulas, entre elas, a cláusula de gratificação de férias.

Durante a Mediação, o Ministro Maurício Godinho Delgado discorreu sobre itens muito importantes da contraproposta realizada pelas entidades sindicais, e os advogados e dirigentes sindicais presentes tiveram a possibilidade de defender cada um destes pontos que refletem as reivindicações da categoria. Foi enfatizada a preocupação com as sinalizações da empresa quanto à possibilidade de demissão em massa

A Eletrobras já opera com poucos trabalhadores, e a preocupação com estes e com o Sistema foram relatados. Outro ponto abordado foi a sinalização de tratamento diferenciado entre a categoria no que diz respeito ao abono para quem recebe salário superior a R$6mil, penalizando quem segue na luta na construção de um ACT mais justo. 

O CNE também enfatizou a necessidade de reajuste nos benefícios dos trabalhadores, considerando que o acordo se estende por dois anos.

A Eletrobras havia afirmado não ter possibilidade de realizar qualquer avanço. No entanto, a intervenção do TST e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que atuaram como mediadores, foi muito importante. Eles ressaltaram a boa fé da categoria ao suspender a greve, conforme acordado, e destacaram que os congelamentos impostos no atual ACT representam uma economia significativa para a empresa.

No decorrer da mediação, a Eletrobras expôs ser possível avançar em alguns itens, mas não foi possível fechar a proposta durante a audiência. Ficou decidido, então, que o acordo atual será prorrogado até 31 de agosto, permitindo que as partes continuem buscando um entendimento que resulte em melhorias para o Acordo Coletivo.

O ministro do TST se dispôs a mediar as negociações a qualquer momento, mesmo durante o recesso do Tribunal, visando alcançar uma proposta mais adequada para a categoria.

Para o CNE, embora a proposta atual não contemple a totalidade das reivindicações dos eletricitários, ela representa um avanço no processo de negociação. Estes avanços só foram possíveis graças a mobilização e a determinação da categoria em lutar por seus direitos.

O CNE informa que, na próxima semana, as entidades sindicais realizarão assembleias informativas. É importante que a categoria fique atenta às convocações de suas respectivas entidades sindicais para participar dessas assembleias e se manter informada sobre os próximos passos da negociação.

Essa negociação não é apenas uma luta por melhores condições de trabalho, mas uma demonstração da força e da união dos eletricitários do sistema Eletrobras. A categoria segue firme na busca por um Acordo Coletivo de Trabalho justo e digno, que valorize quem ilumina o Brasil.

Cuidado com lobos em pele de cordeiros

Muitos empregados, novos e antigos, seguem iludidos. A história mostra que a ilusão pode custar caro

A situação da Celesc não deixa dúvidas das reais intenções dos Lobos travestidos de Cordeiros: a precarização através do aumento da terceirização, a falta de renovação da frota, os problemas no atendimento, o descaso com a manutenção dos direitos conquistados e o descaso com a gestão pública da Celesc trazem a certeza da união de trabalhadores e trabalhadoras na luta e resistência por seus direitos e pela manutenção da empresa pública.

Mais do que nunca, a categoria precisa ficar atenta a Lobos travestidos de Cordeiros. Eles estão entre nós, agindo como se estivessem do lado da classe trabalhadora e da sociedade quando, na verdade, estão jogando sujo, trabalhando para confundir e dividir os trabalhadores para conquistar seus objetivos. Aqueles que são iludidos com esse encanto trazem grande indignação, fazendo o papel vexatório porque ‘se tornou gerente’, tentando influenciar seus subordinados contra as entidades sindicais, não entendendo que fragilizar a luta é deixar o caminho aberto para a retirada de direito e a consequente privatização. É só olhar para o setor e ver as reclamações onde foram feitas as privatizações: não tem salvação pra ninguém, ninguém se garante.

A Celesc existe há 69 anos. Esteve e estará sob o comando de diversos governadores e presidentes indicados. Porém, só continua tendo respeito de seus consumidores e sendo lucrativa por causa do trabalho incessante e da qualidade de seus empregados. A estratégia bem definida do atual governador, Jorginho Melllo (PL), em conluio com o Presidente Tarcísio Rosa e diretoria indicada, vai deixando correr solto o sucateamento da companhia. Com certeza o objetivo é chegar ao ponto de ser “obrigado” a privatizar. É só ler a entrevista no Valor Econômico do início do mês dada pelo presidente. 

O Lobo em pele de Cordeiro se apresenta como um empreendedor moderno, fala de prêmios e lucros que a Celesc vem ganhando. E, seguindo o comando do Governador, discursa mundo afora que a ideologia de mercado dá melhores resultados. 

Em princípio, pode parecer exagero, mas os fatos são incontestáveis.

1– Aumento da distribuição de dividendos aos acionistas em detrimento de maiores investimentos no sistema, aumentando o endividamento futuro da Celesc;

2– Quadro de trabalhadores sendo reduzido dramaticamente, através de constantes Programas de Incentivos a Demissões sem reposição, descumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC assinado com o Ministério Público do Trabalho;

3– Modelo de gestão que os trabalhadores defendem desde 1997 avança no passo de uma TARTARUGA.

A Celesc como empresa pública deve lembrar que a “energia é um bem de todos e alavanca do desenvolvimento social”. Portanto, o mercado não determina como serão aplicados investimentos e sim o interesse de todo o povo.

A situação da Celesc conclama cada empregado/a a levantar-se e defender mais uma vez a empresa pública e seus direitos de administrações atrapalhadas e denunciar quem venha a se utilizar para atender interesses escusos e sorrateiros. Teremos que conviver com aqueles que preferem esconder-se atrás de lamúrias e chiadeiras, achando que o mundo está contra eles, mas se deliciam na engorda com os ganhos das lutas dos outros. A jornada é difícil, mas temos em nosso DNA a luta e a resistência e, com isso, nos libertamos, não nos submetendo à mesmice de sempre, nos escravizando.

“Afinal de contas, não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo. Nada de morrer na praia, nada de correr da raia”. SERÁ QUE O CORDEIRO DOADO PELO DIRETOR DE GERAÇÃO ERA UM LOBO E FUGIU?

Presidente Tarcísio finalmente aparece! Mas para atacar sindicatos

PRESIDENTE DEMONSTRA TER SÉRIAS DIFICULDADES EM RECEBER CRÍTICAS

Uma das críticas feitas por grande parte da categoria e registrada na última edição do jornal Linha Viva foi sobre a ausência do Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, e demais diretores, para dar explicações à sociedade sobre os problemas recentes na empresa que afetam trabalhadores e parcela considerável da população catarinense. Num passado não muito distante, a empresa teve presidentes – como Cleverson Siewert – que davam a cara a tapa e iam até os meios de comunicação explicar os problemas e dar uma satisfação aos consumidores.

Pois eis que, após a crítica à omissão de Tarcísio, ele apareceu. Ao contrário do que se esperava, ele não apareceu para dialogar com a sociedade e explicar ao povo o que está acontecendo na Celesc. Tarcísio apareceu num vídeo da rede interna da empresa para [finalmente] dialogar com os trabalhadores e aproveitar para criticar a Intercel. É importante destacar que, pessoalmente, ele ainda não teve coragem de visitar as lojas da Celesc onde estão os consumidores mais indignados e revoltados com sua gestão.

A fala na rede interna ou é de um presidente mal informado ou mal intencionado: afinal, Tarcísio afirma que achou “injusto a Intercel jogar a população contra esses empregados”. Ora, em que momento a Intercel jogou a população contra celesquianos e celesquianas?

Não custa, mais uma vez, recapitular: a Intercel, em contato com atendentes comerciais do estado todo, inseguros com a mudança de sistema, fez apelos pelo adiamento da mudança de sistema ainda no mês de março. Quem pegar edições do jornal Linha Viva dos meses de março e abril de 2024, constatará que a Intercel já estava preocupada com os efeitos da mudança de sistema sobre a saúde dos empregados e com possíveis danos à imagem da empresa. Tarcísio e sua diretoria ignoraram os alertas dos sindicatos. Não deram bola para a insegurança de atendentes, não se esforçaram por treinar melhor os funcionários e deram de ombros com a evidente falta de pessoal que fez com que o estrago fosse ainda maior (se tivesse número de empregados suficiente no atendimento, como a Intercel vinha cobrando desde o início de 2023, o dano à imagem da Celesc seria consideravelmente menor). Tarcísio ignora esse fato propositalmente.

Antes da mudança de sistemas, a Intercel também se reuniu com o Diretor Comercial, Vitor Guimarães, e fez os alertas – sem sucesso.

Após a mudança, novas reuniões internas (com representantes da Direção da Celesc) para tentar amenizar o sofrimento dos atendentes. Em nenhuma delas, o presidente esteve presente. Por que será?

A Intercel nunca questionou a competência dos trabalhadores que estão tocando, com muita responsabilidade, a mudança de sistemas. Mas decisões da alta cúpula tornaram a vida desses trabalhadores – como aqueles que estão na ponta – muito mais difícil. A comunicação feita com a população foi mais uma das falhas graves.

Atendentes comerciais de diferentes regiões do estado foram chamados para participar de reunião com a representação da Direção da empresa. São TESTEMUNHAS do empenho da Intercel em solucionar o problema dentro dos portões da companhia. Ocorre que, quando, por mais de um mês, atendentes passam a ser agredidos verbalmente, de maneira injusta, adoecem, chegam ao ponto de serem ameaçados de agressão física, é necessário que os sindicatos indiquem para a população que a sua raiva não deve ser descontada nos trabalhadores (vítimas do processo), mas, sim, em quem tem a caneta na mão e poderia ter evitado o caos: presidente e diretoria da Celesc.

E foi isso o que a Intercel fez na última semana: levando em conta a pressão psicológica sobre atendentes e outros profissionais da Celesc, sem luz no fim do túnel, foi necessário explicar para a população que a culpa pelos problemas enfrentados não é de trabalhadores e trabalhadoras da Celesc, mas, sim, de quem deveria ter trabalhado a fundo para evitar danos maiores. Tarcísio deveria, como homem público, ter vindo aos meios de comunicação admitir as falhas de sua gestão e se desculpar com a população e a categoria. Não foi grande para isso. Se apequenou ainda mais.

Os cartazes que a Intercel colou na porta das lojas de atendimento da Celesc em todo o estado (indicando que a população não descontasse sua raiva nos atendentes) foram sendo retirados no momento seguinte em que foram instalados, por ordem de chefias que só cumpriam o que a direção da empresa mandava. A pequenez de Tarcísio ficou ainda MAIS EVIDENTE na loja da Celesc em Florianópolis: a sala comercial ao lado é da Casan. Ali, diversos panfletos criticando presidente e diretores da companhia de águas e saneamento estão colados na vitrine da Casan há dias, à vista do público. Na vizinha Celesc, a ordem foi retirar o cartaz com críticas a Tarcísio poucos minutos após sua instalação.

A pequenez do presidente havia sido demonstrada dias atrás, no instagram: como um papagaio repetidor das mesmas frases, ele foi à página na rede social de um dirigente sindical com sua conta pessoal falar que “para ter sua rua asfaltada é necessário preparar-se para transtornos temporários” (mesmo discurso que ele fez no vídeo da rede interna da Celesc). Ele ignora que prefeituras têm obrigação de se organizar e se comunicar bem com a população antes de fazer uma obra de pavimentação asfáltica. Que é necessário gente suficiente para colocar o asfalto novo de maneira célere, diminuindo transtornos. E, o principal: que se o asfalto demorar a ficar pronto ou a empreiteira terceirizada não apresentar qualidade no serviço, o prefeito tem de vir até a população e explicar a demora.

Greve histórica dos trabalhadores da Eletrobras

Eletricitários fazem o enfrentamento à gestão da Eletrobras Privatizada

Em um movimento histórico, os trabalhadores representados pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) realizaram uma greve em todas as empresas Eletrobras, pela renovação do ACT 2024/2026. A greve teve duração de uma semana. O movimento é histórico, porque foi o primeiro enfrentamento com greve pelo ACT, depois da Eletrobras privatizada, mostrando que a capacidade de luta e a combatividade dos trabalhadores resiste, apesar da privatização.

A greve que iniciou segunda feira, dia 10, foi suspensa somente na sexta-feira, dia 14, depois que o Ministro relator do processo no TST, Maurício Godinho Delgado, em audiência de conciliação do dissídio impetrado pelo CNE, mediou uma proposta. A audiência conciliatória foi realizada na quinta-feira, 13, na qual o Ministro identificou os principais pontos de conflito, sugeriu algumas premissas , solicitou a suspensão da greve e a continuidade da conciliação em nova audiência a ser realizada em 21/06

Uma das premissas de conciliação sugeridas pelo Ministro do TST se refere aos  dias parados que, pela proposta, não serão descontados. Na audiência, Eletrobras e CNE se comprometeram a construir uma proposta de redação dentro do espírito conciliatório sugerido pelo Ministro. No entanto, a proposta de redação da Eletrobras foi enviada ao CNE somente na noite de segunda-feira, dia 17, e peticionada nos autos do dissídio coletivo no dia seguinte.

De qualquer forma, a possibilidade de conciliação continua aberta, uma vez que a audiência terá prosseguimento em 21/06 e, na proposta peticionada pela Eletrobras, já estão contemplados alguns dos avanços sugeridos pelo Ministro Relator no TST. Outros ajustes ainda serão buscados pelo CNE na própria audiência, mas é fato que a possibilidade de resoução do conflito de forma conciliada só passou a existir a partir da rejeição da proposta da Eletrobras e a resistência dos trabalhadores e dos sindicatos, quando deflagraram a greve.

Nesse sentido, está de parabéns toda a categoria Eletricitária, que confiou no encaminhamento do CNE até aqui. Os sindicatos que compõem a Intersul também buscaram e mantiveram a unidade nos encaminhamentos, por entender que juntos somos mais fortes e a divisão entre os trabalhadores é o nosso maior inimigo. O resultado final da conciliação deve se dar após a audiência do dia 21/06 e a proposta final do ACT 2024-2026, fruto da conciliação, deverá ser submetida à avaliação das assembleias na semana seguinte.

GREVE NA ELETROSUL SUSPENSA

O Ministro Mauricio Godinho Delgado do Tribunal Superior do Trabalho, em audiência de conciliação, no dissídio de greve entre os sindicatos de eletricitários e a Eletrobras, realizada nesta terça-feira (13) pediu que as entidades sindicais suspendessem a greve, deflagrada pela categoria durante o processo de negociação do ACT 2024-2026.

O SINERGIA realizou a assembleia hoje (14/4) e aprovou a suspensão do movimento obreiro.

As assembleias estão sendo realizadas por todos sindicatos que compõem a Intersul e também nas demais intersindicais que compõem o CNE.

Fonte: redação

Intercel promove novas ações em defesa de atendentes comerciais

Sindicatos seguem preocupados com situação do atendimento na Celesc

Após realizar diversas reuniões de cobrança com a Direção da Celesc para buscar a melhoria das condições de trabalho aos atendentes comerciais (após a mudança do sistema SAP-HANNA), a Intercel decidiu tomar outras medidas para defender a categoria.

Entre elas, uma denúncia no Ministério Público do Trabalho sobre as condições degradantes do atendimento com a troca do sistema comercial – pedindo ao MP que realize inspeções nos locais de trabalho para verificar as condições de saúde e segurança e obrigando a Celesc a desenvolver um plano de ação eficaz que resolva os problemas, além de medidas corretivas e compensatórias aos trabalhadores -, campanhas de mídia, panfletos, faixas e banners explicando a situação e spots de rádio defendendo a categoria e denunciando a irresponsabilidade da direção da Celesc. Essas ações têm início já nesta semana.