Depois de terem ingressado meses atrás, com uma Representação junto ao Ministério Público Federal, pedindo que o MPF investigue a Incorporação da Eletrosul pela CGTEE, os sindicatos que compõem a Intersul protocolizaram nesta quarta-feira, na Justiça Federal, em Florianópolis, um pedido de Tutela Cautelar, em caráter antecedente e urgente no sentido de suspender toda e qualquer deliberação societária que vise a operação de incorporação da Eletrosul pela CGTEE, até que se ultimem os procedimentos para disponibilização das informações e documentos solicitados pelos sindicatos que já obtiveram a concessão de mandado de segurança para a entrega dos documentos, até então não cumprido pela Eletrobras e Eletrosul.
Os sindicatos também pedem que a Tutela Cautelar se estenda até que se discuta o processo de incorporação, em audiência pública a ser marcada no Senado Federal. O requerimento da audiência foi aprovado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado em 11 de junho, mas a data da audiência ainda não foi definida. Todo o empenho de esforços e recursos dos sindicatos tem sido no sentido de proteger o Patrimônio Público e propiciar à sociedade em geral conhecer todos os efeitos e consequências da incorporação, para salvaguardar os interesses da população e dos trabalhadores da empresa.
Os sindicatos esperam pela concessão da Tutela Cautelar da Justiça Federal, ao mesmo tempo em que aguardam pelo pronunciamento do Ministério Público Federal também acionado pela Intersul.
O fato é que a figura do presidente é uma ilusão. Atrás de uma propaganda ostensiva que busca criar a imagem de um presidente interessado, motivado e dinâmico, há um planejamento para enfraquecer as entidades sindicais, dividir a categoria, destruir os direitos do Acordo Coletivo e facilitar a privatização da Celesc.
Aliás, a autopromoção do presidente nas comunicações oficiais da empresa já demonstra o nível de apropriação da administração pública para benefício próprio. A propaganda é tamanha que a comunicação da Celesc no informativo Conexão cita elogios nunca dados pelos sindicatos ao presidente. Além disso, a autopromoção tem como principal propaganda uma dita preocupação com a segurança dos trabalhadores que não passa de marketing. Enquanto afirma compromisso com as políticas de segurança, na prática a Celesc descumpre o acordo firmado com o Ministério Público decorrente de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Recentemente, a empresa decidiu dar chance a um chefe que liberou ao trabalho uma empresa embargada pelo Técnico de Segurança, o que levou a um grave acidente. Não tem a mesma sorte uma série de trabalhadores que veem inquéritos administrativos serem abertos aos montes na empresa. Ou seja, seguindo a lógica do patrão, às chefias é concedido o perdão, mas aos trabalhadores é a política do pé na bunda. Isso só caracteriza uma coisa: a única segurança que importa é a do emprego dos amigos do presidente.