Resposta rápida e assertiva em mais uma enchente prova a eficiência da Celesc Pública

Rapidez com que consumidores tiveram energia restabelecida contrasta com a demora em estados onde a energia foi privatizada

O estado de Santa Catarina sofreu na semana passada mais uma catástrofe climática. Diversas áreas próximas ao litoral ficaram embaixo d’água após as chuvas que atingiram até 350mm em Florianópolis e no Vale do Rio Tijucas, de acordo com a Epagri/Ciram. Cidades como Balneário Camboriú, Brusque, Itajaí, Itapema, Canelinha, Palhoça e Governador Celso Ramos também foram atingidas. Entre os estragos computados, diversas famílias ficaram desalojadas por conta da água dentro de casa, houve deslizamentos de terra e até interdições de vias, como a BR 101 nos dois sentidos, no trecho de Biguaçu.

 Apesar da situação extremamente caótica, que levou 13 municípios a declararem situação de emergência, a falta de luz por conta das chuvas não chamou a atenção da população. Mesmo com máxima lotação de turistas e visitantes em cidades como Palhoça, Florianópolis ou Governador Celso Ramos, a falta de energia atingiu menos de 20 mil consumidores na região – num universo de quase um milhão de pessoas. Além disso, outra marca que precisa ser registrada é o rápido restabelecimento da energia em diversos bairros, fruto da experiência, do preparo e da dedicação da categoria eletricitária em Santa Catarina.  

Em situações semelhantes, em estados como São Paulo ou em Goiás, que tiveram a energia privatizada, a demora para restabelecer a energia levou mais de uma semana. Na Grande Florianópolis e no Vale do Itajaí, a resposta foi bem mais rápida e dois dias depois da enchente a situação já estava praticamente normalizada. Alguns poucos trechos que tiveram deslizamentos de terra, abertura de crateras na pista e, ainda, onde só se chega de barco, a demora obviamente foi um pouco maior. Mas não a ponto de gerar insegurança e insatisfação demasiada aos consumidores.

Mais uma vez, a resposta rápida e eficiente à população numa situação de emergência demonstra a importância da manutenção da Celesc pública que, numa hora difícil como essa, não poupa esforços para bem atender a população catarinense. O atendimento de qualidade ao povo catarinense precisa continuar a ser a marca e o diferencial da Celesc.

Trabalhadores rejeitam contraproposta da AXS Energia

Sinergia chamará Direção da empresa para nova rodada de negociação

Trabalhadoras e trabalhadores da AXS Energia se reuniram nesta terça-feira, 21 de janeiro, em Assembleia, para apreciar a contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho negociado entre o Sinergia e a direção da empresa.

 Como resultado das negociações, a empresa manteve a contraproposta de reajuste salarial pelo IPCA acumu lado de 2024 (4,83%), o aumento do auxílio alimentação de R$ 950 para R$ 1.000,00 e, como única cláusula nova dessa negociação, a adoção da prática da ginástica laboral, apenas 10min por semana. 

Outras cláusulas importantes, como a redução da jornada de 44h para 40h  e a concessão do 13° vale-alimentação foram negadas pela AXS. 

Em Assembleia, a categoria rejeitou a contraproposta da empresa por maioria. Com isso, o Sinergia enviou uma carta à direção da companhia comunicando o resultado da Assembleia e solicitando nova rodada de negociação para os próximos dias.

Sinergia e MAB atuam em áreas atingidas pelas chuvas

Mais de 100 famílias receberam doações de roupas e alimentos desde o sábado, dia 18

No último final de semana, o Sinergia, em parceria com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ajudou na limpeza e reconstrução de residências e na coleta e distribuição de alimentos, roupas e pequenos móveis para famílias atingidas pelas enchentes nos bairros Monte Verde, em Florianópolis, Flor de Nápolis, em São José, e Brejaru, em Palhoça. 

Na manhã de domingo, junto ao Centro Espírita Maria de Nazaré e a igreja IDE Reino Floripa, foi possível fazer a distribuição de roupas a mais de 100 famílias atingidas. Essa ação de recebimento e triagem de roupas e alimentos seguirá até que a situação seja normalizada e as comunidades estejam em segurança.

Você pode doar alimentos, roupas, móveis e água potável na sede do sindicato (Rua Lacerda Coutinho 149, centro de Florianópolis), de segunda a sexta, das 9h às 16h.

Gestão Tarcísio não reage aos danos à imagem da Celesc

DIRETORIA NÃO TEM PLANO DE AÇÃO PARA REVERTER OU MITIGAR DANOS À IMAGEM DA COMPANHIA

A gestão Tarcísio Rosa, indicado pelo governador Jorginho Mello (PL) para a presidência da Celesc, segue passiva observando a imagem da companhia se deteriorar na mídia. Na semana passada, novamente a empresa figurou nos meios de comunicação por conta das filas nas lojas de atendimento e em função dos inúmeros problemas que os consumidores vêm amargando desde a mudança do sistema comercial. 

 A gestão Tarcísio não reage. O presidente não chama a imprensa para uma coletiva para explicar os problemas ou dar prazos para soluções, não tem um plano de ação pronto para tentar mitigar os danos e simplesmente se enclausura no prédio da Administração Central como se nada estivesse ocorrendo.

 A Direção também não ouve trabalhadores e sindicatos. Há quase um ano a Intercel alerta para os problemas da mudança do sistema em reuniões e no jornal Linha Viva e indicou que a chamada de novos empregados via concurso público poderia diminuir os danos e as filas no atendimento comercial. 

Reprodução: X @renatoigor

Tarcísio parece não ouvir também os gritos de socorro da população de Santa Catarina, que passa horas nas filas das lojas e não consegue ter o seu problema resolvido. O papel de ouvir os berros, os gritos e a indignação da população fica com os atendentes comerciais e com a Ouvidoria. Em grupos de whatsapp, o desespero do atendimento comercial fica evidente e os sindicatos estão sendo chamados a tomarem medidas mais enérgicas.

Em outros tempos em que a empresa passou por períodos de crise, havia planos de ação sólidos, envolvendo categoria, população, sociedade e os meios de comunicação. 

A passividade da Diretoria demonstra que o plano é mesmo deixar a empresa sangrar até se tornar inviável para facilitar a privatização. Afinal, se há dinheiro em caixa, se a companhia teve lucro no último ano e se há uma crise instalada que poderia ser minimizada com a contração de novos trabalhadores, por que não contratá-los? 

Assim que as matérias saíram na mídia criticando a Celesc, a Intercel encaminhou notas aos meios de comunicação indicando sua indignação com a situação da empresa.

Confira a nota da Intercel: 

 “Nesta quinta (9/1) uma matéria veiculada no jornal Bom Dia SC, mostrou reclamações de clientes sobre a demora em uma agência da Celesc, em Joinville. A notícia traz relatos de pessoas aguardando por horas nas filas, com vários prejuízos à população, que, tirando os problemas atuais, sempre reconheceu a qualidade dos serviços prestados pela empresa.

A responsabilidade por todos problemas hoje existentes no atendimento é da direção da Celesc que, em maio do ano passado, implementou um novo sistema sem avaliar corretamente todo o processo de mudança de tecnologia e sem recompor o quadro ideal de pessoas que trabalham concursados para realizar os atendimentos nas lojas presenciais que já estava defasado.

 Esses problemas não são resultado da falta de compromisso das pessoas que trabalham na empresa, são fruto de uma má administração, comandada por Tarcísio Rosa (indicado pelo governador Jorginho Mello) presidente que tem deixado o caos como sua marca de gestão.

 A Intercel, que reúne os sindicatos que representam os empregados e empregadas da Celesc em Santa Catarina, se junta às cobranças da imprensa para pedir solução URGENTE dos problemas relacionados ao novo sistema comercial, visto que os trabalhadores e trabalhadoras da companhia estão sendo afetados gravemente com tudo isso, inclusive psicologicamente. Os sindicatos vêm recebendo relatos semanais de ameaças de consumidores indignados com os atendentes e tem percebido o adoecimento de muitas pessoas que trabalham no setor de atendimento da empresa.

 É preciso uma solução e ela precisa vir da direção da Celesc! Promover o caos é incentivar o sucateamento da Celesc e empurrar a população catarinense contra uma empresa pública que tem uma história de sucesso com quase 70 anos e sempre representou uma marca de compromisso com o desenvolvimento de Santa Catarina e o bem estar de todos os catarinenses. Exigimos urgência na solução desses problemas em nome da saúde e segurança de todos empregados e empregadas da Celesc e em nome da população catarinense, que também merece respeito e atendimento de qualidade!” 

Intercel conquista avanço em demanda de gratificação ajustada

Sindicatos da Intercel percorrerão as bases para informar a categoria

 Em 12 de dezembro passado, os sindicatos que integram a Intercel se reuniram com a Celesc na Comissão de Recursos Humanos – CRH, obtendo um retorno positivo sobre uma demanda há muito tempo represada. Durante a reunião, os representantes sindicais cobraram novamente da Diretoria de Gestão Corporativa a correção das perdas relacionadas à Gratificação Ajustada (GA). 

Os dirigentes sindicais destacaram que os trabalhadores vêm enfrentando perdas no valor da GA desde 2021, ou até antes disso. Essa insatisfação generalizada levou à formação de um Grupo de Trabalho para tratar da GA, cuja conclusão, mesmo com divergências, foi formalizada no final do ano passado, com a assinatura do relatório final.
Durante o encontro, diversos dirigentes apresentaram relatos e planilhas elaboradas por trabalhadores, evidenciando problemas como o pagamento de média sobre média, resultando em prejuízos financeiros. Os relatos também apontam falhas em equipamentos no registro de quilometragem e tempo de condução, que utilizavam tecnologia ultrapassada de 2G, causando distorções nos dados.

 A Celesc reconheceu os problemas associados ao BUV eletrônico, cuja tecnologia já estava obsoleta. Com o vencimento do contrato no final de 2023, novos equipamentos da empresa KHRONOS foram adquiridos, mas também apresentaram falhas de registro e funcionamento. Em resposta, a Celesc se comprometeu a analisar individualmente os casos dos trabalhadores prejudicados durante esse período.

 Nas próximas semanas, os sindicatos percorrerão suas bases para informar os trabalhadores sobre os procedimentos a serem seguidos. Um modelo de requerimento será distribuído para facilitar a coleta de dados necessários e será encaminhado ao Departamento de Transportes, que analisará as perdas pretéritas.

 A Intercel seguirá acompanhando e auxiliando os trabalhadores, garantindo que os novos equipamentos registrem dados de forma precisa e que os celesquianos e celesquianas não sejam penalizados injustamente.

Negociação do ACT na AXS Energia segue sem avanços expressivos

Primeira rodada de negociação foi realizada na quarta-feira, 8 de janeiro

O Sinergia negocia há três anos o Acordo Coletivo dos trabalhadores da AXS Energia, empresa com sede em Florianópolis. A empresa alega ser pequena e ainda estar investindo, limitando aumentos salariais e benefícios. Houve algumas melhorias nesse período, como o auxílio-creche (que atinge poucos funcionários), redução do desconto do vale transporte de 1% e o auxílio idiomas.

 A sede da AXS está localizada em região nobre de Florianópolis, próximo à Avenida Beira-Mar Norte e ao bairro Agronômica, onde há um custo de vida elevado, seja para morar, comer ou pagar uma boa creche para os filhos. Logicamente a maioria dos trabalhadores não vive nessa área nobre e depende de transporte coletivo ou veículo próprio  para se locomover ao trabalho. Um dos pedidos dos trabalhadores na Assembleia foi a possibilidade de ter um vale-combustível, negado pela empresa. O vale-alimentação – o mais baixo das empresas que o Sinergia negocia – também segue com dificuldades para passar dos R$ 1.000 mensais. A justificativa da AXS para pagar um vale tão baixo é o fato de ter construído uma “cozinha bem equipada e moderna” em suas dependências, “com dez micro-ondas para os trabalhadores aquecerem a comida que trazem de casa”. A direção da AXS parece desconsiderar que mesmo que o trabalhador traga a comida pronta de casa, ele compra esse alimento no supermercado ou na feira a um custo alto, já que Florianópolis tem hoje a segunda cesta básica mais cara do Brasil. 

13° Vale Alimentação no Acordo Coletivo? Foi negado. A empresa concedeu aos empregados um 13° Vale de R$ 130,00 no fim de 2024, mas se nega a incluir o 13° Vale no Acordo Coletivo 2025.

 No debate sobre o reajuste salarial, a empresa relutou em conceder a reposição pelo IPCA – o pedido da categoria era reposição pelo IPCA mais ganho real, chegando a 8%. A justificativa, como nos anos anteriores, é que “a empresa ainda está no início” e que “só no ano que vem terá voo de cruzeiro” – a mesma justificativa usada na negociação do último ano.

 Outros pedidos formulados pela categoria na Assembleia, como o dia de folga no mês do aniversário ou o trabalho híbrido (home office) foram sumariamente negados pela direção da empresa.

Outro ponto de pauta importante, a redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais, também foi negado pela direção da AXS, sob argumento que a jornada vigente não é pesada aos seus trabalhadores.

 Pouco antes do fechamento desta edição do Linha Viva, a empresa sinalizou com um pequeno avanço nas negociações: ela aceitou incluir no Acordo Coletivo a cláusula da ginástica laboral – 10 minutos por semana no local de trabalho.

 Na próxima semana o Sinergia realizará com a categoria a Assembleia de apreciação da contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho. Cada empregado poderá aceitar ou recusar a proposta negociada até o momento. O sindicato defende que a AXS reconheça o esforço dos trabalhadores com melhores salários, benefícios e equiparação do vale-alimentação com outras empresas do setor.

Saúde, segurança e recomposição do quadro funcional próprio precisam ser prioridades na Celesc em 2025

FREQUÊNCIA DE ACIDENTES E FALTA DE PESSOAL PRÓPRIO APONTAM QUE EMPRESA ESTÁ SENDO SUCATEADA PARA DEPOIS SER PRIVATIZADA

 O ano de 2024 ficou marcado na Celesc pelos problemas gerados pela mudança do sistema Comercial, pela falta de empregados próprios em diversos setores, pelo aumento da terceirização e também por acidentes e até morte em serviço.

 A Intercel cobrou responsabilidade, o tempo todo, da direção da empresa e inicia esse ano com o mesmo compromisso: a diretoria precisa parar o processo de sucateamento da companhia e contratar pessoal próprio em número suficiente, fortalecer a área de saúde e segurança, monitorar efetivamente o adoecimento e resolver, de uma vez por todas, os problemas do Conecte.

 A Celesc Pública, que vem sendo reconhecida por vários anos pela qualidade dos serviços prestados à população catarinense, já aparece no noticiário pela falta de energia em algumas cidades – além das notícias das reclamações recorrentes e desde maio sem solução por conta da mudança do sistema comercial, feita de forma atrapalhada.

 Os problemas existentes não são por falta de competência de celesquianos e celesquianas, mas resultam da política negligente e omissa de tentar fazer mais com menos gente – ou seja, priorização do lucro dos acionistas em detrimento da qualidade do atendimento à população. Diversos chefes de Regionais e Departamentos pedem mais trabalhadores para suas áreas – desde eletricistas (que vêm sendo disputados quase a tapas pelas chefias), passando por assistentes administrativos, profissionais de nível superior e técnico e atendentes comerciais. Foram feitas pouquíssimas contratações no ano passado (atendentes comerciais foram contratados em número mínimo para suprir exigências da ANEEL e em resposta à denúncia feita pela Intercel ao Ministério Público do Trabalho) e os celesquianos e as celesquianas sentem na pele a falta de pessoal para ajudar a realizar as atividades diárias.

 A gente sabe que um profissional sobrecarregado acaba adoecendo, se ausenta mais por conta disso e, por consequência, sobrecarrega os colegas do setor. Na homologação de várias demissões de trabalhadores na companhia, nos últimos meses, tivemos vários casos de empregados que afirmaram estar saindo da empresa em virtude do estresse e do volume excessivo de trabalho. Alguns chegam a trocar o emprego na Celesc por outro emprego ganhando menos, mas com a aposta de condições melhores como carga menor de trabalho e ambiente mais amigável.

 Acidentes de trabalho também ocorrem por conta das terceirizações, da sobrecarga e do grande volume de atividades. A Intercel se reuniu no ano passado com a direção da Celesc diversas vezes cobrando mais atenção à saúde e segurança e seguirá cobrando nesse novo ano. A crítica não é feita aos trabalhadores da área de saúde e segurança da empresa – que também fazem muito com pouca gente -, mas à direção que não coloca esses assuntos como prioridade para dar um fim aos acidentes e mortes.

Para o final de janeiro, está agendada uma reunião de representantes da Intercel com a diretoria e membros da Dupont, a consultoria contratada pela Celesc na área de saúde e segurança. O objetivo é conhecer quais medidas de segurança vêm sendo implementadas na empresa e porque não temos bons resultados até o momento, haja vista o número de acidentes e mortes.

 A postura da atual gestão da empresa indica o caminho da privatização. Afinal, se a área de segurança e saúde fica de lado, se a empresa não responde adequadamente às reclamações nas redes sociais e nos meios de comunicação, e não investe de forma adequada em equipamentos, renovação de frota e materiais, o caminho tomado é o do sucateamento e, a seguir, a privatização – ainda que nos discursos e em entrevistas, digam o contrário.

 A gestão de Tarcísio Rosa será sempre lembrada como a mais caótica da história da Celesc para os trabalhadores. Basta caminhar pelos corredores da companhia para perceber o nível de desespero e preocupação da categoria, não apenas nas lojas de atendimento, mas na Administração Central e em diversas Agências Regionais: ninguém sabe os rumos da empresa diante da série de problemas do sistema comercial e isso parece funcionar com efeito cascata, repercutindo em muitos setores e no próprio clima organizacional.

Os sindicatos da Intercel seguem o firme propósito de permanecer lutando pelos direitos da categoria e pela manutenção da Celesc Pública. As lições de 2024 são nítidas: os trabalhadores precisam estar unidos na defesa de seus empregos e da manutenção de direitos. Mobilizações, atos, protestos precisarão ser frequentes e muito fortes para resistir ao desmonte da empresa e para que a Celesc se mantenha na vanguarda, reconhecida entre as melhores companhias de energia de todo o Brasil. 

As lideranças, sejam diretores ou gerentes, precisam acordar e atuar de forma decisiva, não apenas repetir discursos desalinhados com a prática, que só geram mais insegurança e medo na categoria. Que o medo e a insegurança cessem nesse novo ano e que no fim de 2025 possamos comemorar o fim de acidentes de trabalho, a resolução dos problemas do Conecte e a adequação do quadro de pessoal próprio à realidade do Estado de Santa Catarina.

 Trabalhador/trabalhadora: mobilize, venha pra luta! Juntos, resistiremos! 

Grupos de Trabalho são retomados

Temas importantes para a categoria estão sendo debatidos entre empresa e sindicatos

Durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025 na Celesc ficou acordado entre sindicatos e empresa a construção de Grupos de Trabalho (GTs) para debater determinados temas de interesse da categoria e da empresa. Confira no quadro abaixo o andamento dos Grupos de Trabalho no final de 2024 e início de 2025. Vale lembrar que GT não é negociação, mas conversas que gerarão um relatório que poderá ser convergente ou divergente e qualquer alteração de Acordo Coletivo deve necessariamente passar pela Assembleia e aprovação da categoria.

 GT Acordo Escala de Turno e Revezamento:

Em 26 de dezembro foi realizada a primeira reunião após o ACT, onde foi proposto um calendário para a realização de três encontros. Os sindicatos entendem que há necessidade de um número maior de reuniões, já que é um tema de muita relevância e que precisa ser amplamente discutido. Representantes da empresa afirmaram que há intenção de alterar escalas TR1, TR2 e HE4, onde o intervalo é computado dentro da jornada de trabalho. Argumentaram que, supostamente, essas escalas teriam gerado alta demanda de ações judiciais pelos trabalhadores. As escalas que a empresa pretende manter no mesmo formato são HE1 e HE3, ou seja, com intervalo fora da jornada de trabalho. Os representantes da Intercel questionaram que demandas judiciais foram ajuizadas e também solicitaram a recomposição do quadro de pessoal (pois, na grande maioria das escalas, não há trabalhadores suficientes, necessitando a recomposição do quadro). A Intercel enfatizou que nenhum modelo de escala funcionará se não houver mão de obra tanto para compor a escala, quanto para recompor, em casos de férias, atestados e licenças. A empresa se negou a debater a falta de pessoal no GT, alegando que não é escopo, mas os representantes da Intercel insistiram que é impossível dissociar. Ao final, a empresa se comprometeu a encaminhar o número de ações judiciais e o que está sendo pretendido judicialmente, e apresentará um modelo de escala que busque satisfazer as mudanças e a alteração que a empresa pretende. 

GT Horário de Verão Linha Viva:

 A primeira reunião entre sindicatos e empresa foi realizada em 26 de dezembro, para alinhamento de expectativas e construção de cronograma de reuniões. A representação da empresa adiantou que almeja a implantação de equipes reduzidas de linha viva. A Intercel, entretanto, destacou que, a cláusula da qual trata da criação do GT visa a discussão da cláusula 41º do ACT (horário  de verão linha viva), não compreendendo composição ou dimensionamento de equipes, e que seu posicionamento é contrário à redução das equipes de linha-viva. Abrir a possibilidade para a redução das equipes de linha viva, além de impactar nas condições de segurança do trabalho, poderá levar à extinção das equipes próprias de linha viva com 5 eletricistas, relegando o trabalho mais “pesado” às equipes terceirizadas – o que, por sua vez, poderá abrir a porteira para a terceirização completa e irrestrita das equipes de linha viva em todo o estado.

 GT Gratificação Ajustada (GA):

 Grupo de Trabalho finalizado no final de dezembro de 2024. O relatório final já foi assinado, com algumas divergências. O próximo passo é a negociação com a Diretoria da Celesc. Um ponto que convergiu entre os participantes foi a alteração da fórmula que, na proposta apresentada, elimina divisores e limitadores, trazendo uma nova fórmula que facilita aos motoristas a conferência da GA que será paga. A nova fórmula ainda não foi colocada em prática, pois necessita de negociação com a Diretoria. Os representantes dos sindicatos levantaram pontos que são de extrema importância e que foram solicitados por motoristas, entre eles: Tempo máximo de exposição ao volante ao sair das dependências da Celesc (responsabilidade do condutor); Majoração do valor da GA; Escalonamento com GA diferenciada conforme o tamanho do veículo (leve/ médio/pesado); Pagamento da maior GA dos últimos 12 meses em caso de não funcionamento do BUV.

GT Anuênio:

 A empresa trouxe números calculados até muito além do prazo de concessão, o que na visão da Intercel só serve para inflamar as cifras, pois não é possível ter números realistas nesse amplo espaço de tempo. Novas simulações deverão ser realizadas pela Intercel até a próxima reunião.

Fechado o Acordo de PLR 2024 da Eletrobras

ACT Banco de Horas também é formalizado e assinado nos primeiros dias de 2025

Apesar do recesso de final de ano na maioria dos sindicatos, as atividades dos dirigentes não cessaram por completo. Devido à relevância de ter um Termo de Pactuação da PLR 2024 assinado ainda dentro do exercício, os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) concluíram as negociações e realizaram assembleias deliberativas nas últimas semanas do ano. No dia 27 de dezembro, todos os sindicatos que compõem a Intersul já haviam realizado as assembleias, aprovado o Termo de Pactuação e assinado o Acordo referente à PLR 2024 das pessoas trabalhadoras da CGT Eletrosul.

 O Acordo fechado é similar ao Acordo do ano anterior (2023), está condicionado ao lucro consolidado e a distribuição de dividendos pela Eletrobras. O “valor alvo” de pagamento foi mantido em 2 remunerações, variando de acordo com o percentual de atingimento das metas, podendo o pagamento efetivo chegar a até 2,6 folhas salariais. A estimativa dos dirigentes sindicais, baseada na verificação dos indicadores que compõem as metas empresariais, é de que o valor da PLR 2024 seja ligeiramente superior ao que foi pago pela PLR 2023. A pressão dos dirigentes sindicais também conseguiu restabelecer o piso mínimo de R$ 15 mil que a Eletrobras pretendia excluir, favorecendo, assim, os menores salários, e também manter o teto de R$ 50 mil que a empresa pretendia reduzir.

Uma das poucas mudanças em relação ao ano anterior foi exatamente a substituição de alguns indicadores. Os indicadores alterados foram sugeridos pela Eletrobras e cuidadosamente examinados pelos dirigentes sindicais que participaram da negociação, a fim de garantir que nenhum indicador que tivesse aparecido de “última hora” pudesse afetar de forma negativa as metas e, eventualmente, reduzir o montante de PLR a ser distribuído.

 Além destas mudanças, outra alteração importante em relação às PLRs anteriores, foi que nesta negociação encerrada no final de 2024 ficou pré-estabelecida a data de pagamento. Conforme acordado, 80% da PLR 2024 será antecipada aos trabalhadores até maio de 2025, e o restante será pago até agosto do mesmo ano. Já a PLR 2025, a ser paga em 2026, terá o processo negocial iniciado ainda no primeiro trimestre de 2025. Esta foi uma exigência dos sindicatos e foi também o compromisso assumido pela Eletrobras, para evitar que o Acordo de 2025 se arraste até o fim do ano, como ocorreu em 2024.

 E para não deixar passar em branco o início do ano novo, nos primeiros dias úteis os dirigentes sindicais da Intersul concluíram a negociação e também assinaram o ACT Banco de Horas 2024/2025, que estava pendente de assinatura desde maio de 2024, quando expirou a vigência do ACT anterior. Embora os termos do Acordo estivessem sendo cumpridos desde o final da sua vigência, a formalização do ACT com sua assinatura é a garantia de que as pessoas trabalhadoras da CGT Eletrosul podem continuar a autogerenciar suas horas acumuladas no seu banco de horas até o limite de 40 horas, cumpridas as disposições do Acordo que foi reeditado exatamente como era o anterior que havia expirado.

Sinergia oficializa filiação à CUT/SC

Em Assembleia Geral Extraordinária com a categoria eletricitária nessa segunda-feira, dia 16, foi referendada a decisão da retomada da filiação do Sinergia à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O debate e aprovação da abertura das negociações para o retorno à Central foram realizados no 5° Congresso do Sinergia, em dezembro de 2023.

O Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, celebrou o retorno à entidade: “mais do que nunca, com todos os ataques à Eletrobras e os ataques que tendem a se intensificar ao caráter público da Celesc, é necessário termos a força da CUT ao nosso lado”. Presente na Assembleia, a Presidenta da CUT/SC, Anna Júlia Rodrigues, se emocionou no ato: “o retorno do Sinergia foi muito costurado e desejado pelo saudoso companheiro Jacir Zimmer [ex-Secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, falecido em 2021], desde que assumimos a CUT estadual. Com certeza ele está feliz celebrando esse momento”.

Anna Julia deu as boas-vindas à categoria eletricitária, colocou a Central à disposição para todas as lutas e lembrou que a CUT sempre esteve presente nas lutas da categoria eletricitária: “sempre que os dirigentes do Sinergia nos chamaram para greves e atos, a CUT esteve presente. Precisamos agora unificar as lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras, resistir aos ataques e construir a unidade”.