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Celesc: Falta diálogo, sobra Propaganda
Após sucessivos adiamentos de reuniões com a Intercel, um informe encaminhado aos celesquianos pela Comunicação da Celesc demonstrou que o presidente da empresa, Cleicio Poleto Martins, não compreendeu até agora o papel dos sindicatos na gestão da empresa. Ignorando o histórico de construção coletiva e de gestão participativa que aproxima realmente os trabalhadores da gestão da empresa, dando voz aos celesquianos, o presidente prioriza uma percorrida inócua e propagandista. Divulgando a percorrida e a “Agenda Propositiva” da Diretoria, o comunicado trata os sindicatos como “público externo”, como se os dirigentes sindicais não fossem todos trabalhadores da empresa e os assuntos pautados pela Intercel não fossem todos relacionados às conquistas, direitos e anseios da categoria.
Pior: ao relegar os sindicatos ao escanteio, Cleicio demonstra não conhecer a importância das entidades sindicais em todo o processo de manutenção da concessão, desafio principal da Celesc. Com as críticas da última edição, a presidência entrou em contato com a Intercel, mas a situação não evoluiu. Apesar dos sindicatos se colocarem à disposição imediata para o debate, a reunião não foi agendada.
Entretanto, se falta diálogo, sobre propaganda.
A publicidade de empresas pública deve ser exclusivamente para fins educativos e institucionais. A constituição autoriza a propagação de conteúdo informativo, educativo ou de orientação social, ou seja, no caso da Celesc é permitido informar a população sobre questões importantes e orientar sobre a utilização correta da energia elétrica e seus riscos. Este, pelo menos, deveria ser o foco da publicidade da Celesc. Entretanto, a falta de uma comunicação eficaz com a sociedade ficou evidente nos últimos tempos, com a escalada das reclamações do aumento nas contas de energia. Os veículos de comunicação do Estado estão em uma verdadeira campanha contra a empresa. Notícias se espalham com a agilidade que a tecnologia permite, jogando a imagem da empresa no lixo. E, ao invés de atacar o problema com pró-atividade, informando a sociedade, defendendo a empresa e os seus trabalhadores, a comunicação da empresa continua falha e ineficaz. De acordo com a política de comunicação corporativa da Celesc, divulgada no site da empresa (www.celesc.com.br), “zelar permanentemente pela imagem institucional do grupo” é uma das diretrizes básicas a ser observada. E, em tempos de conectividades, as redes sociais deveriam ser um grande aliado no compartilhamento de informações na defesa da Celesc Pública. Numa breve análise das três redes sociais mais utilizadas, Facebook, Twitter e Instagram, verificamos a falta de uma comunicação efetiva sobre a questão das faturas. O twitter da companhia (@Celescinforma) é o que mais se aproxima da comunicação educativa e informativa. Com atualizações constantes, dá informações educativas sobre a fatura, sobre os riscos da energia elétrica, dicas de economia, além de informações regionalizadas do trabalho da empresa. O facebook também cumpre o papel educativo e informativo. Já o instagram, este fica muito aquém do que deveria. Com 18 publicações na conta (considerando a data de produção desta reportagem) apenas 6 cumprem o papel de informar e educar, premissas da publicidade de instituições públicas. As 12 outras são publicidade pessoal do presidente, enaltecendo sua figura na percorrida. Mas é para isso que serve uma rede social da empresa? Óbvio que não. Muito menos em um momento onde a comunicação com a sociedade peca.
O diálogo não pode ser só um discurso vazio. Quanto tempo mais o presidente ficará fechado ao debate com os sindicatos. A categoria tem sido hostilizada pela deficiência da empresa na comunicação.
E, com a mordaça colocada nos regionais, a questão só piora. Defender a imagem da Celesc Pública é compromisso dos sindicatos da Intercel e, já que o presidente não nos ouve, talvez leia e, enfim marque a reunião para que estas demandas e os anseios dos trabalhadores sejam ouvidos, debatidos e que nosso lema volte a levantar a imagem da empresa:
CELESC PÚBLICA, BOM PARA TODO MUNDO!