PROCURADOR DO TRABALHO SE ESPANTA COM DESCASO DA GESTÃO TARCÍSIO COM SAÚDE E SEGURANÇA DA CATEGORIA
Na terça-feira, 11 de fevereiro, foi realizada mais uma audiência mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) entre a Intercel e a Direção da Celesc. A audiência ocorreu por conta da denúncia dos sindicatos em função da pressão, adoecimento e excesso de trabalho de atendentes comerciais e outros profissionais, a partir da mudança do sistema comercial, em maio passado. Essa foi a segunda audiência sobre o tema desde a denúncia de fato formalizada em julho de 2024.
Dessa vez, a Celesc trouxe Diretores da casa para debaterem o assunto – na audiência anterior, foram representados por chefes de Departamento, Divisão e assessores. Vitor Lopes Guimarães (DCL) e Pilar Sabino da Silva (DRG) representaram a gestão Tarcísio e não convenceram o Procurador do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, que a Celesc teria tomado providências suficientes para proteger a saúde e a segurança de seus empregados.
Num discurso firme, o Procurador lembrou que a empresa não cumpriu as recomendações do Ministério Público do Trabalho feitas em agosto para amenizar a dor e o sofrimento dos celesquianos. Sendo assim, argumentou que não havia alternativa, senão propor uma Ação Civil Pública contra a Celesc. O Procurador questionou quais ações foram tomadas nos últimos meses visando resguardar os trabalhadores, mas as respostas foram vagas e imprecisas. Ficou nítido que o cuidado com os celesquianos não é prioridade da atual gestão.
Afinal, não convocaram assistentes sociais do último concurso (uma das recomendações), não resolveram os problemas do sistema (e nem há data de solução), não contrataram seguranças para as lojas (mais uma das recomendações) e, pior ainda: usaram a recomendação do MPT para fazer o mínimo! Sim, ao invés de contratarem atendentes comerciais para amenizar o excesso de trabalho em lojas abarrotadas de clientes, usaram a recomendação do MPT quase tão somente para contratar atendentes que estavam com lojas com quadro de pessoal incompleto, muitas vezes fechadas ou parcialmente fechadas, descumprindo o regulamento.



Ou seja, contrataram não com o objetivo de amenizar a rotina extenuante dos atendentes, mas para evitar multas da ANEEL à Celesc. Certamente todas as contratações eram muito necessárias, mas limitar-se apenas às contratações para cumprir o regulamento demonstra o desrespeito e o desprezo da gestão Tarcísio Rosa com a população catarinense e, ainda, com aqueles e aquelas que são a cara da Celesc. São realmente omissos e despreparados ou sentem prazer em ver a categoria se desdobrando e adoecendo?
Ao final da audiência no MPT, o Procurador disse que retrocedeu pela última vez antes de propor uma Ação Civil Pública e daria uma última chance à Celesc: a empresa tem cinco dias para apresentar um quadro com o número de demissões e afastamentos por motivos de saúde. Além disso, reafirmou a cobrança da criação de Grupo de Trabalho com participação da Intercel para discutir o quadro de dotação.
O Procurador explicou que a Ação Civil Pública é uma medida quase inevitável, tendo em vista que a Diretoria não tem se mostrado cooperativa em tentar melhorar as condições de trabalho.
Apesar da presença dos diretores Vitor e Pilar, o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, não participou da audiência, demonstrando que entende ter outros compromissos mais importantes que tratar da saúde e da segurança da categoria eletricitária.
Se nada mudar, o obstinado desejo em não contratar ainda poderá levar muitos empregados ao adoecimento e à destruição da imagem da Celesc.