Uma mulher, identificada apenas como “Fátima, de Tubarão”, envolta na bandeira do Brasil, saía do banheiro orgulhosa por ter defecado dentro do Supremo Tribunal Federal (STF): “quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui (…) Vamo (sic) pra guerra, é guerra!”, gritava ela, num vídeo que circulou nas redes sociais pelo Brasil todo na noite do último Domingo, 8 de janeiro. Noutro vídeo, um cidadão também enrolado numa bandeira do Brasil, mostrava a bunda, agachado como quem vai defecar, em meio a móveis e aparelhos eletrônicos completamente destruídos dentro da Suprema Corte. Esse foi o nível dos ditos “patriotas” que invadiram, quebraram e causaram prejuízos da ordem de milhões de reais nas sedes dos Três Poderes da República em Brasília, no último final de semana.
Por anos e anos, os movimentos sociais, organizações sindicais e partidos políticos do campo democrático e de lutas populares foram acusados de fazer arruaça, balbúrdia e danificar o patrimônio público. As quebradeiras geralmente começavam quando as forças policiais e de segurança pública tentavam impedir uma passeata, uma manifestação pacífica ou, ainda, quando partiam diretamente para uma agressão covarde a alguma das lideranças do ato. Na quebradeira do último domingo não houve avanço das forças de segurança contra os golpistas radicais. Também não há relatos que tenham sido violentos contra os ditos “patriotas”. Sequer houve um impedimento mais firme e ostensivo para que não pudessem ter acesso ao Plenário do STF, ao Palácio do Planalto ou ao Salão Verde, Salão Negro e ao Plenário Ulysses Guimarães, no Congresso Nacional.
Os terroristas quebraram tudo por quebrar. Pela simples revolta por terem perdido uma eleição, por não aceitarem o resultado das urnas (diga-se de passagem, apenas um dos resultados, já que em momento algum questionaram os resultados das eleições para as Casas Legislativas ou aos governos do estados). Foram ataques à DEMOCRACIA. A resposta do Estado Brasileiro, das forças políticas, do Judiciário e da população brasileira precisa ser firme. Não é possível tolerar qualquer ataque ao Estado Democrático de Direito. Candidaturas do PT, PSDB, MDB, Rede, PSOL e de outros partidos políticos dos mais variados espectros perderam eleições presidenciais em pleitos anteriores. Jamais questionaram as urnas ou qualquer resultado com quebradeira e destruição do patrimônio público. A DEMOCRACIA e a JUSTIÇA hão de vencer! Os responsáveis pelos ataques precisam ser punidos com o rigor da Lei.
Em tempo: é comum, principalmente entre figuras políticas do campo da direita, criticarem pessoas em situação de rua, por fazerem suas necessidades nas calçadas ou embaixo das marquises das grandes cidades. A pessoa em situação de rua não tem alternativa. Não tem nada: nem casa, nem família, nem um banheiro para utilizar. As cenas repugnantes de domingo só mostram a baixeza do público presente no ato terrorista.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1564 de 12 de janeiro de 2023