Sindicatos vinculados a FNU promovem encontro nacional para debater comunicação

Na segunda-feira dessa semana aconteceu na sede do Sintaema/SP, em São Paulo, o primeiro ‘Encontro Nacional de Comunicação: Água e Energia Não São Mercadorias’. O objetivo do encontro era reunir comunicadores, jornalistas, publicitários e dirigentes de Sindicatos ligados a água/saneamento e energia para pensar um projeto de comunicação unificado em torno da defesa da água e da energia como bens públicos e contra a agenda de privatizações de governos estaduais, como é o caso da ameaça de privatização da Sabesp.


O evento foi aprovado no dia 27 de janeiro durante reunião do Coletivo Nacional do Saneamento (CNS) – que envolve cerca de 20 estados de todas as regiões do Brasil -, e discutiu os planos de lutas para 2023 em defesa do saneamento público, o combate às privatizações e a construção do Fevereiro Azul no País. O presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Pedro Damásio Costa Neto, destacou na mesa de abertura que os sindicatos precisam atuar de forma conjunta na luta contra as privatizações e que precisam agir assim, pois têm “uma capilaridade de comunicação enorme e é preciso usar toda essa estrutura comunicacional para fazer muito barulho no País em defesa das empresas públicas”. Ele também destacou que as prioridades da atuação conjunta, neste momento, “são a reversão do marco do saneamento e a reestatização da Eletrobras”, sem perder de vista a luta contra as privatizações de outras empresas públicas, como Sabesp, Casan e Celesc: “se um sindicato do ramo da energia ou de água/saneamento publica a notícia de uma luta, é preciso que esta notícia reverbere e repercuta em todos os demais sindicatos, para que a informação chegue a um maior número de pessoas”. Por fim, Pedro destacou que, “quando o presidente Lula fala em retirar da miséria extrema e da fome mais de 30 milhões de brasileiros, isso precisa estar intrinsicamente associado ao fato da população ter acesso a água e energia de qualidade. Não se faz comida, não se tira ninguém da fome sem água de qualidade e sem acesso a energia. Não tem como ter uma coisa sem outra”.


Já o diretor de Imprensa e Comunicação do Sintaema/SP, Anderson Guahy, exaltou que esta é “uma atividade pioneira no setor e que reuniu secretários de comunicação, especialistas e profissionais de comunicação em torno de uma proposta: um projeto de comunicação que desmonte a narrativa daqueles que defendem a privatização de serviços como água e energia”.


Entre as falas dos participantes, havia consenso que não é porque foi eleito em 2022 um governo federal popular, com forte ligação com entidades sindicais, que está tudo tranquilo: é preciso cobrar do Presidente da República, de seus ministros e demais autoridades eleitas que defendam as empresas e serviços públicos. E, se esse trabalho não acontecer de forma conjunta, há grandes riscos de todos sucumbirem. No fim do encontro, foi apresentado um caso de sucesso, do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, que montou uma campanha que ia além das redes sociais, jornais e informativos do Sindicato, fazendo parcerias estratégicas com ativistas e influenciadores digitais em defesa da Petrobras Pública.


O encontro contou com a representação de quarenta dirigentes de sindicatos e comunicadores de pelo menos dez estados do Brasil. De Santa Catarina, participaram o presidente do Sintaema/SC, Leonardo Lacerda da Silva, e o diretor de Imprensa do Sinergia, Leonardo Contin da Costa, que destacou, na mesa de debate, a necessidade de fortalecer a comunicação e furar a bolha e levar bons argumentos em defesa das empresas públicas a toda a população.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1569 de 16 de fevereiro de 2023

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