Na quarta-feira, dia 15, em Brasília, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) realizou um ato em frente ao Ministério de Minas e Energia para exigir a reestatização da Eletrobras e denunciar a continuidade da política bolsonarista dentro do Órgão.
Com a participação de parlamentares, movimentos populares, entidades sindicais e trabalhadores do setor elétrico, o ato foi marcado pela cobrança de um posicionamento do ministro Alexandre Silveira, para que conduza a retomada da Eletrobras pública e garanta o controle acionário da empresa pelo Estado. Além disso, os manifestantes criticaram a tentativa de Silveira de indicar nomes ligados à privatização da maior empresa de energia elétrica da América Latina a cargos decisórios para o Ministério, “um dos mais estratégicos do Brasil”, segundo dirigentes sindicais.
Para o representante do Coletivo, Mauro Martinelli, o ministro precisa se alinhar ao discurso do presidente Lula, que
recentemente categorizou a privatização da Eletrobras como “errática”, “crime de lesa-pátria” e “quase uma bandidagem”. O dirigente destacou ainda que, um dia após a posse, o presidente Lula encaminhou mensagem ao Congresso Nacional reafirmando o compromisso do governo de recuperar a Eletrobras como patrimônio do povo.
De acordo com o coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, Gilberto Cervinski, a reestatização da Eletrobras é uma luta de todo o povo brasileiro: “a Eletrobras não pertence a uma empresa, a um governo, ela pertence aos 210 milhões de habitantes” do país. “Cada usina, cada tijolo, cada linha de transmissão, cada parte é cobrada na conta de luz, mês a mês, de cada brasileiro. São 50 hidrelétricas, 70 mil quilômetros de linhas de transmissão e 350 subestações que pertencem à Eletrobras, que é do povo. Isso foi transferido para uma minoria de privilegiados, e precisa ser reestatizado”, defendeu Cervinski.
Ele explicou que a privatização da Eletrobras traz diversos impactos para a população brasileira e o setor produtivo, dentre eles, a alteração na política do preço de venda da energia, conhecida como descotização. Ele afirma que a medida vai causar um tarifaço na conta de luz. “O nosso estudo diz que no mínimo vamos ter um aumento médio para os consumidores de 25%, que é uma das [tarifas] mais altas. Isso vai aumentar a crise, vai gerar falência das empresas e desemprego em massa e o povo quer geração de emprego e não pagar uma conta de luz alta, que poderia ser mais baixa” com a reestatização da Eletrobras. Luta Representantes do Coletivo Nacional informaram que nos próximos dias será lançada no Congresso Nacional a Frente Parlamentar Mista em Defesa de Furnas, e que o objetivo é criar para cada empresa do sistema Eletrobras uma Frente Parlamentar, bem como, uma específica pela reestatização da Eletrobras.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1573 de 23 de março de 2023