Governo Jorginho repete a postura do Governo Moisés ao não abrir diálogo com as entidades sindicais
Em 2022, vivíamos a expectativa do processo eleitoral e seus impactos para a Celesc. Com dez candidatos na disputa ao Governo do Estado, os sindicatos da Intercel, em conjunto com o Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Paulo Guilherme Horn, procuraram todos os candidatos para que eles firmassem compromisso com a manutenção da Celesc Pública. Dos dez, apenas dois não assinaram: Carlos Moisés, então Governador do Estado, e Odair Tramontin, candidato de um partido abertamente defensor da privatização.
A recusa de Moisés em assinar a carta compromisso era retrato de sua postura ao longo do mandato. O Governador nunca se manifestou em defesa da Celesc Pública e chegou a publicar em redes sociais que apenas aguardava o momento certo para privatizar a empresa. Durante os quatro anos, Moisés se negou a conversar com a representação dos trabalhadores. Em dois momentos chegou a receber as entidades sindicais, já no fim de seu mandato, apenas por conveniência política de um governo fragilizado por dois processos de impeachment, mas sempre atestando que cumpria um papel protocolar e não estava aberto a nenhum diálogo.
Durante a campanha eleitoral, Jorginho Mello se colocou como defensor da Celesc. Falou à imprensa que reduziria o percentual de lucro a ser distribuído aos acionistas para que esse dinheiro fosse investido na rede. Procurou os sindicatos para participar do Congresso dos Empregados, onde discursou contra a privatização. Novamente, procurou a representação dos trabalhadores para assinar a carta em defesa da Celesc Pública, sendo o segundo a firmar o compromisso. Falou aquilo que todo celesquiano queria ouvir.
Jorginho Mello foi eleito e, logo na sequência, a Intercel encaminhou correspondência solicitando uma reunião para debater a Celesc Pública. A reunião não aconteceu. Ao longo do ano, outras correspondências foram encaminhadas, com solicitações de audiências para debater assuntos dos celesquianos, além de situações temerárias da nova Administração da Celesc, que tem caminhado, inclusive, contra o discurso do Governador. Novamente, não houve resposta.
De candidato que buscava a representação dos trabalhadores, passamos a um Governador que até o momento não aceitou receber as entidades sindicais. A Intercel formalizou, novamente, correspondência ao Governo. Já estamos no segundo ano deste mandato. Moisés, ficou quatro anos sem abrir diálogo. E com Jorginho? Até quando esperar?