Presidente de empresa ainda não sabe se dirige companhia de energia ou de infraestrutura
Sempre que nos reunimos em família, no trabalho ou com amigos, ouvimos histórias ou debatemos assuntos de interesses coletivos. Hoje, com a evolução da tecnologia, vários personagens e conteúdos novos têm aparecido. No setor elétrico não é diferente e apareceu um novo personagem folclórico, “O PERDIDINHO”. Reza a lenda que ele vive aparecendo na mídia e em reuniões pelo estado fazendo das suas. Vamos aos fatos!
Primeiramente, ele assumiu a presidência da maior estatal de Santa Catarina. Aí começaram suas aventuras como PERDIDINHO, comparando a empresa do ramo de energia com obras de infraestrutura de transporte. Sempre que pode, faz discursos enaltecendo que “é preciso exaltar quando soubemos que nossa rua será asfaltada/pavimentada. É necessário que estejamos preparados para interrupções temporárias na via durante as obras. Afinal, após as obras serem finalizadas, todos nós aproveitamos os benefícios do asfalto pronto”.
Ele usa esse discurso para comparar obras de asfaltamento com o projeto Conecte, implantado em maio, trazendo enorme repercussão negativa na população catarinense sobre a imagem da empresa que preside. As consequências da mudança de sistemas estão afetando trabalhadores/as da companhia há quase três meses.
Assim, respondemos agora ao PERDIDINHO: relacionar asfalto com o novo sistema comercial tem sim uma série de desvantagens, quando não são observadas pelos gestores da empresa as consequências de não haver uma boa análise do solo, levantamento topográfico, drenagem, uma boa compactação do solo, um asfalto de qualidade e a importância de manutenção preventiva para não acontecer a deterioração precoce do asfalto, tornando as rodovias (ou ruas) intransitáveis.
Além disso, há que se ter em conta que os benefícios que o PERDIDINHO alega que acontecerão, também podem virar pesadelos, trazendo consigo danos aos veículos e acidentes com traumas e até mortes.
A conclusão é que, quando se trata de pavimentação de rodovias, o Brasil utiliza metodologias ultrapassadas para o planejamento de obras, apresenta deficiências técnicas na execução, investe pouco e falha no seu gerenciamento, na fiscalização e na manutenção das pistas. Não custa lembrar que o PERDIDINHO é do ramo elétrico e preside uma empresa que prefere aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas do que investir no sistema; e cria mais uma Diretoria para acomodar indicados do governador, achando que oito Diretorias são poucas, aumentando o custo administrativo.
A novidade mais recente foi a cobrança feita pelos trabalhadores de Lages ao PERDIDINHO sobre a não contratação de novos empregados e o aumento da terceirização. Sua resposta é uma pérola! Olhou para a plateia e respondeu: “vocês, quando contratam trabalhadores para construir suas casas, ao terminarem, vocês continuam pagando pelo serviço?” Olha, só pode ser piada, um presidente comparar a construção de um imóvel com o setor elétrico, que atende a população catarinense 24 horas por dia com muita responsabilidade. Ele só pode estar perdido. Talvez por esse currículo que a ANEEL está revendo até a troca do gestor da Amazonas Energia privatizada pelo PERDIDINHO. Ele perde cada vez mais credibilidade na categoria e não sabemos mais se é engenheiro eletricista, civil ou formado em gastronomia, já que, por qualquer motivo, faz tantos coffee breaks.