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A nova ofensiva do comando da Eletrobras pelos R$ 44 bilhões das Fundações de Previdência
O comando privado da Eletrobras decidiu criar uma nova estrutura de previdência complementar que esvaziará as Fundações Elos, Fachesf, Real Grandeza, Previnorte e Eletros, que gerenciam os fundos de pensão dos trabalhadores da ex-estatal e suas subsidiárias.
Se o projeto se concretizar, o comando privado da Eletrobras assumirá o controle de aproximadamente R$ 44 bi, valor acumulado pelas Fundações ao longo dos anos. O aviso sobre a criação da nova estrutura consta em uma carta enviada pela Eletrobras ao Conselho Deliberativo das Fundações, anunciando e convidando os conselheiros das fundações a aderirem ao projeto da nova estrutura. O prazo para informar a adesão acabou na semana passada e a gestão ameaça “Na hipótese de o Conselho Deliberativo, no legítimo uso de suas atribuições, não apresentar interesse na proposta , considerando a data limite de 31.10.2024, a Eletrobras e suas Empresas seguirão com o desenvolvimento do Projeto de Otimização da Previdência, pedindo a cisão e transferência de gerenciamento dos seus planos de previdência para outra EFPC patrocinada pelas Empresas Eletrobras”.
A notícia ganhou a mídia e os trabalhadores, ativos e aposentados, discutem a estratégia para manter o espaço de representação nos conselhos, que é resultado de uma grande luta das entidades sindicais ao longo dos tempos.
Na Fundação Elos, que guarda o patrimônio de trabalhadores da CGT Eletrosul, a mudança já começou, com a alteração estatutária que retirou o direito dos trabalhadores de elegerem o Diretor de Seguridade, alcançada inobstante a luta da categoria em sua defesa.
Os conselhos deliberativos das demais entidades afetadas pela decisão solicitaram à Eletrobras a prorrogação do prazo para adesão, condicionado à prestação de informações que permitam tomar uma decisão tão importante, visto que se trata do patrimônio de todas as pessoas que construíram e mantêm a Eletrobras.
Lamentavelmente, no caso da Fundação Elos, a reunião do Conselho Deliberativo formou maioria pela adesão (ou a aposta no escuro) à nova Fundação, sobre a qual não conhecemos o modelo mas que, de antemão sabemos, informados pelo ex-Vice-Presidente de Gente (que não gostava de gente) que a governança será alterada. Ou seja, a Eletrobras privada retirará a voz dos trabalhadores nas decisões sobre os destinos de seus recursos.
O Coletivo Nacional dos Eletricitários, a Intersul, a Aprosul e a AAPE seguem alertas e acompanhando o processo, em busca das alternativas para conter a ofensiva contra nossos fundos de pensão!