PRESIDENTE PRECISA SAIR DE SEU GABINETE E CONHECER A VERDADEIRA REALIDADE DOS TRABALHADORES DA CELESC
Desde o ato de 23 de janeiro na Administração Central, em que a categoria cobrou da Direção da empresa mais empenho na resolução dos problemas do sistema Conecte, dizem que é suficiente, estão mentindo para o senhor! que o presidente Tarcísio Rosa finalmente foi aos meios de comunicação dialogar com a população. Demorou a ir, mas finalmente foi. Apesar de que as falas de um agente público de sua envergadura deveriam ser tão somente para in formar e instruir os catarinenses sobre os problemas com a conta de luz, o presidente infelizmente tem aproveitado os espaços na mídia para atacar a Intercel, inclusive mentindo que os sindicatos teriam jogado a população contra os trabalhadores.
Mas as falas de Tarcísio têm, ainda, outros problemas: um deles é que o presidente fala para uma emissora que os problemas do Conecte serão resolvidos em até 60 dias. Para outra emissora, na semana seguinte, diz que em até 90 dias tudo estará resolvido. Afinal, há um prazo certo para a resolução dos problemas ou o presidente está chutando datas apenas para que os repórteres não fiquem sem resposta? A população precisa de respostas objetivas e fundamentadas.
Outro fato chamou a atenção da categoria nos últimos dias: em vídeo divulgado na segunda-feira, dia 3, o presidente minimiza a necessidade de contratação de novos empregados, dando a entender que a convocação de 9 atendentes do concurso público para todo o estado seria suficiente para tranquilizar celesquianas e celesquianos. Não é, presidente! E se sua assessoria ou alguns gerentes na Ouvidoria, os trabalhadores seguem com sobrecarga de trabalho. Se tiver dúvidas, desça e converse com os empregados.
O mesmo ocorre no Faturamento. Basta descer de sua sala e perguntar como está a rotina desses trabalhadores. Há necessidade de contratação de empregados próprios em outros setores na Administração Central e nas Regionais. Mas há um local em específico que o presidente precisaria visitar para se dar conta da gravidade e da ilusão de sua fala: a loja de atendimento de Palhoça.
A loja da Celesc em Palhoça é um retrato escancarado do DESCASO da atual direção da empresa com a população catarinense e com seus empregados. Pelo menos seis trabalhadores pediram demissão da loja de Palhoça nos últimos meses – boa parte deles, por conta da sobrecarga. Dois deles, somente no primeiro mês de 2025. Em diversos momentos, a loja fica lotada, com 60, 70 ou mais pessoas aguardando que dois ou três atendentes possam se sacrificar e dar conta do serviço. Alguns clientes, talvez, nem sejam contabilizados pelas senhas de espera da empresa, pois ficam do lado de fora da loja aguardando ou desistem quando observam que a loja está cheia e que o tempo de espera é de mais de uma hora.
Palhoça tem uma população de mais de 220.000 habitantes, recebe inúmeros turistas em suas praias no verão e atraiu uma série de indústrias e comércios nos últimos anos. Faz sentido que um município desse tamanho e com essa importância tenha apenas três atendentes num turno ou dois atendentes noutro? Será que o presidente realmente acha que está sendo respeitoso com uma população tão grande quanto a de Palhoça colocando tão poucos trabalhadores no atendimento e não fazendo a reposição adequada? O Linha Viva desafia o presidente Tarcísio a visitar a loja de Palhoça e ouvir meia dúzia de consumidores. É um escárnio o que ocorre naquele município e os celesquianos é que pagam a conta do descaso da Diretoria com a cidade!
Esse é só um exemplo. Há outros municípios em situações quase tão graves quanto Palhoça. Os trabalhadores se desdobram e se sacrificam para dar conta do atendimento. Ouve ofensas e reclamações por conta do tempo de espera. Nos últimos dias, há relatos, inclusive, de atendentes que quase foram atingidos por objetos jogados pelos consumidores e o presidente vem a público dizer que “não há falta de atendentes”. Tarcísio precisa sair da sua sala, parar de ouvir mentiras e ver a realidade da empresa que preside.
Há, ainda, número significativo de trabalhadores em todas as regiões adoecidos, afastados por conta do excesso de trabalho e por não terem com quem dividir suas funções.
O sistema precisa, sim, ser melhorado e aperfeiçoado, e com urgência. Isso depende da gestão, depende da Direção da Celesc cobrar das empresas contratadas e gerentes responsáveis que encontrem soluções. Mas dizer que não há necessidade de contratação revela que ou o presidente age de má-fé, ou precisa sair da sua sala e conhecer a realidade ao redor. É preferível acreditar na segunda opção.