Aos 80 anos, Ciles Paulo de Moraes é hoje o celesquiano da ativa mais experiente (matrícula 0330). Iniciando na empresa em 1961, na cidade de Joaçaba, ele está há mais de 60 anos na empresa. Já exerceu a função de administrador regional em Campos Novos e ocupou a função de diretor no Sindicato dos Eletricitários de Lages e Região, o Stieel, por 12 anos. Hoje, ele permanece em Campos Novos, mas apenas na parte administrativa do escritório local.
“A gente antes fazia manualmente o serviço, hoje em dia é tudo computadorizado”, relata Ciles a respeito das mudanças ocorridas dentro da empresa. Outra mudança destacada por ele é o aumento no número de diretorias que administram a Celesc, que “antigamente eram compostas pelo governador e mais quatro diretores, mas que hoje devem ter quase 10 diretores nas áreas”.
Ciles diz que no passado havia uma proximidade muito maior entre a categoria e a diretoria da empresa. Mesmo com as dificuldades de estradas e comunicação da época, que era possível através de ligações marcadas e rádios, as agências regionais pequenas recebiam visitas e chamados com mais frequência. “Os diretores iam nos locais das agências regionais pequenas, que no meu caso é Campos Novos, passavam por lá e iam almoçar conosco”, conta o ex-administrador regional.
Para o trabalhador, uma das coisas que mais fazem falta é justamente o companheirismo, a proximidade e a união entre os funcionários da categoria. “Antigamente um conhecia o outro, um respeitava o outro. Hoje, chega um ponto que ficam forçando para que os empregados mais velhos saiam e deixem as suas funções”, relata. Naquela época, destaca ele, eram realizados pela própria diretoria os jogos intersetores, que promoviam a união e socialização entre os empregados da empresa, e que por conta disso, a categoria era muito mais unida.
Presente na Assembleia Estadual dos empregados da Celesc, em Jaraguá do Sul, em 6 de agosto, Ciles deixa como conselho para a nova geração de trabalhadores da Celesc a necessidade que se tenha o saber, a vontade de aprender e a união da categoria. “Vista a camisa, pegue o serviço e faça as coisas com vontade, respeitando sempre os colegas” conclui o empregado.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1545 de 18 de agosto de 2022