Primeira rodada de negociação foi realizada na quarta-feira, 8 de janeiro
O Sinergia negocia há três anos o Acordo Coletivo dos trabalhadores da AXS Energia, empresa com sede em Florianópolis. A empresa alega ser pequena e ainda estar investindo, limitando aumentos salariais e benefícios. Houve algumas melhorias nesse período, como o auxílio-creche (que atinge poucos funcionários), redução do desconto do vale transporte de 1% e o auxílio idiomas.
A sede da AXS está localizada em região nobre de Florianópolis, próximo à Avenida Beira-Mar Norte e ao bairro Agronômica, onde há um custo de vida elevado, seja para morar, comer ou pagar uma boa creche para os filhos. Logicamente a maioria dos trabalhadores não vive nessa área nobre e depende de transporte coletivo ou veículo próprio para se locomover ao trabalho. Um dos pedidos dos trabalhadores na Assembleia foi a possibilidade de ter um vale-combustível, negado pela empresa. O vale-alimentação – o mais baixo das empresas que o Sinergia negocia – também segue com dificuldades para passar dos R$ 1.000 mensais. A justificativa da AXS para pagar um vale tão baixo é o fato de ter construído uma “cozinha bem equipada e moderna” em suas dependências, “com dez micro-ondas para os trabalhadores aquecerem a comida que trazem de casa”. A direção da AXS parece desconsiderar que mesmo que o trabalhador traga a comida pronta de casa, ele compra esse alimento no supermercado ou na feira a um custo alto, já que Florianópolis tem hoje a segunda cesta básica mais cara do Brasil.
13° Vale Alimentação no Acordo Coletivo? Foi negado. A empresa concedeu aos empregados um 13° Vale de R$ 130,00 no fim de 2024, mas se nega a incluir o 13° Vale no Acordo Coletivo 2025.
No debate sobre o reajuste salarial, a empresa relutou em conceder a reposição pelo IPCA – o pedido da categoria era reposição pelo IPCA mais ganho real, chegando a 8%. A justificativa, como nos anos anteriores, é que “a empresa ainda está no início” e que “só no ano que vem terá voo de cruzeiro” – a mesma justificativa usada na negociação do último ano.
Outros pedidos formulados pela categoria na Assembleia, como o dia de folga no mês do aniversário ou o trabalho híbrido (home office) foram sumariamente negados pela direção da empresa.
Outro ponto de pauta importante, a redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais, também foi negado pela direção da AXS, sob argumento que a jornada vigente não é pesada aos seus trabalhadores.
Pouco antes do fechamento desta edição do Linha Viva, a empresa sinalizou com um pequeno avanço nas negociações: ela aceitou incluir no Acordo Coletivo a cláusula da ginástica laboral – 10 minutos por semana no local de trabalho.
Na próxima semana o Sinergia realizará com a categoria a Assembleia de apreciação da contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho. Cada empregado poderá aceitar ou recusar a proposta negociada até o momento. O sindicato defende que a AXS reconheça o esforço dos trabalhadores com melhores salários, benefícios e equiparação do vale-alimentação com outras empresas do setor.