Mobilização na Celesc cobra soluções aos problemas do sistema comercial

Ato fez parte do conjunto de ações da Intercel em defesa da saúde e segurança da categoria

Na quinta-feira, 23 de janeiro, trabalhadoras e trabalhadores da Celesc de diversas partes do estado se reuniram no hall da Administração Central para cobrar da Direção e Conselho de Administração soluções aos problemas do sistema Conecte. O ato também cobrou a contratação de pessoal próprio para auxiliar em diversas áreas da empresa – impactadas pelos problemas do Conecte -, acompanhamento do quadro de adoecimento da categoria e uma mudança de postura da Diretoria, se comunicando melhor com a população e evitando que clientes se desloquem desnecessariamente até as lojas de atendimento. Dirigentes sindicais e trabalhadores se revezavam no ato ao microfone compartilhando as angústias e os problemas vividos na empresa nos últimos meses. 

Ao fim da manhã, uma correspondência assinada pela Coordenação da Intercel foi entregue em mãos ao presidente do Conselho de Administração da Celesc, Sr. Glauco Côrte. No documento, os sindicatos fizeram um breve apanhado dos problemas surgidos a partir da mudança de sistemas e pediram apoio diante dos impactos ao quadro funcional, cobrando ações da companhia perante a sociedade, resguardando a saúde e segurança dos trabalhadores e o cuidado com a imagem da empresa, além da recomposição do quadro de pessoal próprio. 

Ao receber a correspondência, o presidente do Conselho afirmou que o documento seria apreciado em conjunto com a Diretoria da empresa. E fez um apelo para que a categoria não perca o orgulho de trabalhar na companhia: “a Celesc é tida como uma das melhores distribuidoras do País e sentimos orgulho de contribuir com o engrandecimento da Celesc. Passamos por um momento difícil, mas não é um momento insuperável. Nós vamos superar”. 

 Também presente no ato, o presidente Tarcísio Rosa relatou que se reuniu por videoconferência com 130 empregados voltados ao atendimento na semana passada para falar sobre o Conecte: “Ouvimos no mínimo 1 ou 2 pessoas por Regional. Catalogamos essas opiniões e um dos pontos principais de atenção é o sistema. Não é o atendente”. Em seguida, contou que o sistema já havia sido comprado antes de assumir a presidência e que a previsão de virada de chave era maio de 2023. 

Que houve vários adiamentos para a virada de chave e que isso só ocorreu em maio de 2024, quando havia alguma segurança para executar a mudança de sistemas. Ele disse que a quantidade de problemas foi muito maior que o imaginado à época. Por fim, o presidente afirmou que, da reunião da semana passada com colegas do atendimento de todo o estado, chegou à conclusão sobre a necessidade de contratação de recepcionistas para diversas lojas – mostrando desconhecer que mesmo em lojas onde hoje já há recepcionistas, o problemas das filas e a insatisfação dos consumidores persiste. 

Na avaliação da Intercel, o ato foi positivo por diversos motivos: o primeiro, que a Diretoria demonstrou preocupação com a mobilização já na véspera, quando enviou um áudio a toda a categoria afirmando estar “ciente das dificuldades enfrentadas com a implantação do novo sistema comercial” e indicando que teria mobilizado uma força-tarefa para tentar solucionar os problemas e se comunicar com a população – o que foi contestado por trabalhadores presentes na Administração Central, já que os comunicados da empresa parecem não estar chegando aos consumidores. Além disso, o ato pela primeira vez deu voz aos empregados da Celesc nos meios de comunicação, que relataram seu desejo de atender bem a população, mas estarem impedidos por conta das dificuldades do sistema e pela falta de pessoal. Outra consequência foi que o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, teve de ir aos meios de comunicação explicar a situação à sociedade. Até então, ele vinha aparecendo na mídia em inaugurações e em notícias positivas para a Celesc, mas quase não aparecia para dar satisfações à sociedade sobre os problemas – o que gerou comparações com ex-presidentes que sempre se manifestam defendendo a companhia e explicando as ocorrências negativas. O presidente se viu obrigado a dar entrevistas e se comprometeu com a população e com a categoria quando, em uma delas, concordou que os problemas do Conecte estariam resolvidos em até 2 meses.

O fato que gerou preocupação, contudo, foi a fala do presidente sobre a necessidade de contratação de recepcionistas nas lojas, como forma de solucionar os problemas. Afinal, o Linha Viva ouviu em condição de anonimato alguns dos 130 gerentes que participaram da reunião com a Diretoria na semana passada e estes afirmaram que o presidente “quase não ouviu as sugestões: Falou mais do que ouviu”. Enquanto Tarcísio e a Diretoria não estiverem dispostos a ouvir de verdade as sugestões de quem constroi a empresa, tudo indica que os problemas continuarão sem solução. 

Essa não foi a primeira medida da Intercel em defesa da categoria. Os sindicatos preparam novas ações para os próximos dias, na tentativa de buscar solução aos problemas do Conecte e suas consequências sobre a saúde e a segurança da categoria. Permaneça atento/a aos informes do seu sindicato.

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