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Intersul mobiliza classe política catarinense contra a extinção da Eletrosul
Com a presença maciça de parlamentares catarinenses que atuam em Brasília e no estado, além dos senadores Esperidião Amin e Jorginho Mello, a audiência pública que debateu a incorporação da Eletrosul pela CGTEE na manhã desta segunda-feira, 13 de maio, contou com a participação de mais de 400 trabalhadores da empresa, além de todo seu corpo gerencial. Ficou decidido que o Fórum Parlamentar Catarinense que congrega a bancada de Santa Catarina em Brasília pedirá uma audiência pública com o presidente da República afim de reverter o processo que significa a extinção da Eletrosul e sua posterior privatização. A Eletrosul é a sexta maior empresa de Santa Catarina.
As explicações dadas pelo presidente da Eletrosul, Gilberto Eggers, não convenceram e não responderam aos questionamentos de todos presentes na audiência. Além do mais ele não trouxe as informações contidas em pareceres de peritos e da consultoria Deloitte. Estes estudos e suas conclusões estão sendo tratados “como segredo de Estado” o que impede inclusive os parlamentares de acessarem os documentos.
Mas, mesmo que estes dados estivessem disponíveis, eles não conseguiriam explicar o óbvio: como uma empresa que só vem apresentando déficits nos últimos anos, pequena e com uma única usina a carvão pode incorporar uma empresa da magnitude da Eletrosul, que tem mais de 50 anos de atuação, respeitada nos estados do sul do Brasil. E foi isto que todos deputados e senadores enfatizaram nas suas falas. O que os deputados e senadores sugerem é que seja feita uma operação inversa: a Eletrosul incorpore a CGTEE.
Dando a entender que este é um longo processo em estudo há muito tempo, Eggers disse que “a integração” da Eletrosul, CGTEE já estava prevista no planejamento estratégico de 2014. Disse que, segundo os pareceres que ninguém viu, não há “necessidade de ato normativo político” ou seja, basta a cúpula da Eletrobras decidir sobre o assunto, sem necessitar de aval legislativo, político. Falou dos insucessos da Eletrosul com os lotes A e E, culpados, segundo ele, por ter a empresa que vender ativos das SPE´s para pagar dívidas. Agora, muitos ativos a menos, a Eletrosul está em “equilíbrio”, tendo no ano passado geração de caixa positivo. “Mas, a transferência de novos ativos comprometem a nossa existência, o que nos deixa numa situação muito grave”. Não esqueceu de falar o que tudo mundo já sabe: que a CGTEE vem de anos de prejuízo consecutivo e que em 2017 a Eletrobras “saneou” a empresa. Com a incorporação, diz Eggers, acontecerão ganhos como a integração e racionalização dos sistemas, aumento de receita, geração de caixa, a marca da Eletrosul manteria sua identidade, não haverá demissões nem perdas de direitos para os trabalhadores, não haverá alteração no pagamento de tributos locais, melhoria no acesso a financiamentos, entre outros.
Na sequência Eduardo Clasen Back, pela Intersul, externou o ponto de vista dos trabalhadores da empresa. Lembrou que um dos grandes problemas quando da privatização da geração da Eletrosul, na década de 90, foi a não mobilização da classe política catarinense. Para os trabalhadores a manobra em curso é sem sombra de dúvida a extinção da empresa e a facilitação para a privatização do que sobrar. “A Eletrosul é eficiente, lucrativa, superavitária. Nunca dependeu de aportes do governo federal e não está envolvida em nenhum caso de corrupção. O caminho natural e lógico seria a incorporação da CGTEE pela Eletrosul. E quanto aos problemas de investimento é bom que fique claro que eles são culpa da Eletrobrás que não honrou o compromisso de financiamento que tinha com a empresa”.
Estavam presentes na audiência além dos senadores os deputados Jair Miotto, Giovania de Sá, Rogério Mendonça (Peninha), Luciane Carminatti, Angela Amin, Helio Costa, Pedro Uczai, Daniel Freitas, Marlene Fengler, Carlo Chiodini, Darci de Mattos, Celso Maldaner, Jerry Comper, Ada de Luca e representantes de outros deputados.
Ao sair da audiência os deputados e senadores do Fórum Parlamentar Catarinense, durante almoço com o governador Carlos Moises, levaram o pedido para que ele una esforços em Brasília contra a incorporação da Eletrosul. O governador além de garantir apoio prometeu se engajar e estar presente na audiência com o presidente Bolsonaro para tratar do assunto.