SÓ VAI RESTAR A CELESC?

MOVIMENTO SINDICAL E POPULAR LUTAM CONTRA PRIVATIZAÇÃO DE EMPRESAS DE ENERGIA E SANEAMENTO PÚBLICAS

No último dia 14 de novembro o governo de Minas Gerais, na figura do governador
Romeu Zema e de seu vice Mateus Simões (ambos do Partido Novo), anunciaram o
protocolo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de dois projetos que
visam a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) e da
Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG). Perguntado sobre o tempo para
aprovação do projeto, Mateus disse que, “estamos confiantes de que a discussão
está madura e que será uma tramitação de semanas ou poucos meses”. Assim como
em Santa Catarina, a privatização da CEMIG e da COPASA precisariam passar por um
referendo popular, porém, em outubro do ano passado o governador Romeu Zema enviou
a ALMG a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que retira essa exigência.
Entre fevereiro e maio, o movimento sindical e popular realizou um Plebiscito
Popular onde foram registrados um total de 300 mil votos em todas as regiões de Minas
Gerais. O plebiscito apontou dois importantes resultados, 95% dos 300 mil votos foram
contrários à privatização de estatais mineiras e 98% das pessoas acreditam ainda que
necessidade de referendos antes de privatizações deve seguir na constituição mineira.
“O mais fundamental foi ter dialogado com a população, já que o governador não aceita
nem mesmo a prerrogativa da Constituição mineira de que o povo deve ser ouvido.
Nós denunciamos quem é esse governador, que precariza e desvaloriza o patrimônio
público”, relata Lízian Martins, que ajudou a organizar a consulta na região do Vale do
Jequitinhonha.
Devido à urgência, os movimentos sindicais das categorias de energia e saneamento
em MG se mobilizaram e convocaram uma audiência no dia 22 de novembro para
apresentar uma proposta contra a tentativa de privatização do governo. A ideia foi
apresentada pela militante do Levante Popular da Juventude, Sabrina Moreira Santos,
e reforçada pelo autor do requerimento para a realização da reunião, deputado Leleco
Pimentel (PT). “Se precisar, vamos atrás de cada uma dessas 300 mil pessoas para
mobilizar contra a privatização”, sugeriu a militante ao se referir aos que participaram
do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais. “Trezentos mil contra
a privatização nas ruas”, enfatizou Leleco Pimentel. Na audiência, foi citado por vários
participantes o resultado do plebiscito realizado pelos movimentos sociais, que apontou
que 95% dos 300 mil consultados são contra a privatização das empresas estaduais.
O plebiscito envolveu cerca de 500 organizações não governamentais na coleta dos
dados.
O coordenador geral do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria
Elétrica de MG (Sindieletro), Emerson Andrada, afirma que a Cemig é mais do que uma
estatal. “Ela representa milhares de empregos, investimentos em projetos sociais e,
acima de tudo, a garantia de acesso a uma energia limpa e sustentável, que impulsiona
o desenvolvimento da sociedade mineira. Essa companhia, a Cemig, é construída e
mantida com esforço e o recurso do povo mineiro”, alega ele. Andrada ainda aponta
que a privatização penalizaria os consumidores. “Nós não podemos ignorar que a
privatização tem como objetivo principal aumentar o lucro, o que frequentemente acaba
penalizando o consumidor, com tarifas elevadas, e com atendimento que deixa a maior
parte da população desassistida”.
Vale ressaltar que o governador Romeu Zema esteve com Jorginho Mello em
Florianópolis no dia 21 deste mês para a reunião do Consórcio de Integração Sul e
Sudeste. Teriam ali discutido como Jorginho poderia privatizar a Celesc?

Campanha “Natal sem fome”, do MST, tem participação do Sinergia

No ano passado, com participação do Sinergia, 15 mil kg foram doados nas comunidades vulneráveis da Grande Florianópolis

 O Sinergia participará da 5° edição do Natal Sem Fome, campanha do Movimento Sem Terra (MST) que distribuirá, no dia 20 de dezembro, alimentos saudáveis para famílias vulneráveis em diversas regiões da Grande Florianópolis. Na edição passada, quando o Sinergia também participou, a campanha doou aproximadamente 15 mil kg.

 Apesar de 24 milhões de brasileiros deixarem de passar fome no país entre 2022 e 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,5 milhões de pessoas ainda se encontram em insegurança alimentar severa. 

Pensando nisso, no dia 22/11/2024, o Sinergia, representado pelo dirigente de políticas sindicais Carlos Alberto de Souza, participou de uma reunião no SINTESPE – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina, com representação do MST/SC e representantes do movimento sindical e social da grande Florianópolis para tratar da organização da campanha.  

Para Carlos Alberto, “é sempre uma honra poder contribuir com ações solidárias como essa, que leva alimento para as pessoas que estão passando fome e um pouco de esperança que as pessoas juntas unidas numa causa humanitária, possam fazer a diferença na vida de muitas pessoas”. 

No encontro, foi planejado que a ação deste ano vai amparar 300 famílias das comunidades da Tapera, Vila Aparecida, Monte Cristo, Quilombo Vidal Martins e a Ocupação Marielle Franco no Maciço do Morro da Cruz.

 O Sinergia/SC é parceiro histórico do MST e está junto em mais essa ação solidária. Assim, convida toda a categoria eletricitária e pessoas que gostariam de somar nessa campanha doando alimentos, podem entregar na sede do Sinergia (Rua Lacerda Coutinho, 149 – Centro – Florianópolis/SC ou para um dirigente sindical do Sinergia. Outras formas de contribuição, entre em contato pelo telefone: (48) 3879-3011.

 Em breve, dirigentes do Sinergia compareceram nas sedes das empresas da categoria eletricitária para divulgar a campanha e receber doações.

Sinergia exibe edições do “Conto e Poesia” no seminário “Leituras na Cidade”

Evento cultural, promovido pelo Setorial Humanidades Floripa, mostrou iniciativas de arte, diversidade e inclusão

 No dia 19 de novembro, o Sinergia participou do seminário “Leituras na Cidade”. Com o tema “Bibliotecas: da subsistência ao Protagonismo Político”, o evento, promovido pelo Setorial Humanidades Floripa, teve exposição de artes e de publicações de autores e editoras.

Representando o Sinergia, a Diretora de Cultura Caroline Camargo Borba exibiu algumas edições do Concurso Literário “Conto e Poesia”, Caroline comenta sobre a presença do sindicato: “O Sinergia participou do evento com a exposição dos dez livros publicados a partir do Concurso Conto e Poesia, que teve sua primeira edição em 1992. Em 2025 será lançada a décima primeira edição”.

 Segundo a Diretora de Cultura, o Sinergia valoriza as ações culturais e entende que estas promovem a identidade, a educação, a conscientização, a diversidade e a inclusão da classe trabalhadora no circuito cultural da cidade, e que esse é um dos papéis deste sindicato.

 Na mesa Bibliotecas: da subsistência ao protagonismo político, o evento contou com falas importantes de mulheres que trabalham pela promoção da leitura na cidade, além das mostras de um pouco das bibliotecas públicas e comunitárias que representam.

Ao fim da mesa foram apresentadas as metas da Setorial feitas na última pré-conferência de cultura e criados três grupos de trabalho para pensar, propor e cobrar políticas públicas voltadas para cada setor: bibliotecas, projetos de leitura e publicações.

 Tivemos também exposição de cartazes de projetos, editoras e bibliotecas de Florianópolis, além de exposição de livros e publicações. Foi uma tarde linda para conhecer diversas iniciativas literárias de nossa região e  juntar forças para termos melhores políticas públicas para nosso setor, que é tão vasto.

Intersul trata de pendências e inconformidades na aplicação do ACT com Eletrobras

Atendendo solicitação dos sindicatos, a Eletrobras, representada pelo Gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais, Rodrigo Carneiro de Lira, participou de reunião no dia 8 de novembro com dirigentes sindicais da Intersul. O objetivo da reunião era tratar de di¬versos temas relacionados ao cumprimento do ACT 2024-2026, recentemente assinado. A reunião foi solicitada pois, na visão da In¬tersul, vários procedimentos adotados pela empresa não estão em conformidade com o que foi pactuado na mediação do ACT, assim como outras questões relevantes para os trabalhadores surgiram e precisam ter procedimentos ajustados. Os pontos foram pautados pelas entidades sindicais em correspondência anterior e posteriormente tratados na reunião do dia 8. Sobre alguns dos pontos de pauta, houve convergência e o problema apontado pela Intersul deverá ser sanado sem maiores dificuldades. No entanto, em outros pontos não houve convergência e devem voltar a ser discutidos a partir das argumentações apresentadas pela Intersul durante a reunião. Dentre os problemas pautados pela Intersul e que tiveram solução ou estão em tratativas para uma boa solução a partir da reunião, é possível citar: 1) Nivelamento de informações sobre o número de adesões ao PDC; 2) Operacionalização da Cota Negocial; 3) Trâmite dos pedidos de liberação de dirigentes para atividade sindical; 4) Cumprimento da Legislação relativa a cota mínima de trabalhadores com alguma deficiência; 5) Ajuste do horário núcleo de Blumenau para adequação à Joinville; 6) Ajuste na regra de particionamento das férias dos operadores para adequação ao turno de revezamento; 7) Ajuste de Procedimentos para correção de eventuais falhas na descrição de atividade no PPP; 8) Ajuste de Procedimentos para rescisão complementar, para correção de eventuais pagamentos a menor da multa rescisória sobre o saldo total do FGTS; 9) Revisão para averiguação de eventuais descontos indevidos efetuados de forma retroativa em folha de pagamento referentes à rubrica “gratificação de substituição”; 10) Revisão da rescisão para o pagamento do abono de fechamento para os empregados desligados logo após 01/05/2024 quando o Acordo ainda não havia sido assinado e que não receberam esta verba na sua rescisão. Este pedido ficou pendente de análise e resposta futura pela Diretoria; 11) Além destes acima, a Intersul pautou como fundamental para amenizar as insatisfações com o ACT, a revisão da forma de aplicação do reajuste salarial aos empregados admitidos após 31/04/2022. O pedido, baseado no entendimento que se tinha nas assembleias, era de que o índice de reajuste seria aplicado integralmente a todos – independente da data de admissão. No entanto, o entendimento da empresa diverge desta interpretação. Para a Eletrobras, não há que se falar em recomposição do salário pelo período em que o trabalhador não estava na empresa. Dessa forma, o reajuste salarial aplicado foi de 100% do índice apurado para todos os trabalhadores, contando para esta apuração apenas o período em que o trabalhador esteve contratado. Os dirigentes da Intersul insistiram no fato de que a aplicação do índice integral composto por um ano inteiro para todos, indistintamente, trará impacto financeiro muito pequeno para a Eletrobras, e vai melhorar sensivelmente o clima e as relações de trabalho. A empresa não se comprometeu com a revisão do procedimento no momento, mas disse que o assunto será rediscutido pela Diretoria da Eletrobras para uma resposta definitiva em nova reunião a ser agendada. Ao final do encontro, os dirigentes sindicais ainda cobraram a solução devida pela Eletrobras para manutenção e prorrogação do vínculo dos empregados da empresa com a ELOSAÚDE, mesmo após a transferência definitiva dos empregados ativos para o novo benefício de saúde. Essa medida é essencial para que os agregados ligados a cada trabalhador possam permanecer no plano da ELO¬SAÚDE. Também foram tratados especificamente de ajustes de conduta nas relações sindicais, para facilitação do acesso de dirigentes e realização das atividades sindicais nas dependências da empresa.

Pressão aumenta sobre atendimento comercial da Celesc

A pressão sobre atendentes comerciais da Celesc só cresce. Além dos problemas e dificuldades no sistema Conecte e das constantes reclamações e ofensas de consumidores por não conseguirem realizar suas solicitações junto à companhia, atendentes de diversas regiões também se queixam de pressões de chefias. A imposição por atender um maior número de clientes por dia, a cobrança cada vez que um cliente demora um pouco mais no atendimento e pedidos constantes para que atendentes façam horas extras estão se tornando mais comuns na empresa, segundo relatos de atendentes ao jornal Linha Viva. “Cada vez que chega um caso mais complexo, que exige mais atenção e detalhamento das informações, a chefia fica em cima pressionando para acelerarmos o atendimento. Essa pressão nos desconcentra e o risco de fazermos algo errado só aumenta”, afirma uma atendente comercial do interior do estado em condição de anonimato. Em um caso recente, em uma das maiores lojas de atendimento, a gerência cobrou que os empregados chegassem no horário de trabalho estabelecido, sem atrasos além da tolerância de 5 minutos. A Intercel concorda que o/a trabalhador(a) precisa chegar no horário, conforme contrato de trabalho, até mesmo em respeito aos demais colegas, que podem se sobrecarregar se alguém não chega no horário estabelecido. As gerências estão corretas em cobrar horários e há formas legais de disciplinar em caso de descumprimento. Ocorre que nesse mesmo comunicado aos trabalhadores numa grande loja do estado, a gerência – possivelmente pressionada pela direção da empresa – fez cobranças que chegam muito próximo do assédio moral: “Informo que está permitido somente 3 (três) serviços por senha de atendimento e que todo atendimento que ultrapassar de 30 minutos será submetido a análise pela gerência imediata, SPAC e DVAC. Em toda senha que ultrapassar 30 minutos de atendimento, o atendente deverá registrar no campo de observação do SGA quais serviços foram realizados que implicaram a extensão do tempo de atendimento. É imprescindível que todos atendentes façam o registro correto do CPF ou UC nos campos do SGA. Serviços internos deverão ser realizados somente quando não houver fila de atendimento, antes ou após o seu horário convencional de expediente”. E o pior: a gerência limita o que o empregado pode ou não fazer no local de trabalho: “O atendente que estiver com o SGA Atendente com status Em atendimento e não estiver de fato prestando o serviço de atendimento, ou seja, estiver sem cliente em mesa, em higiene pessoal, em pausa para café ou ginástica laboral, estiver mexendo no celular, respondendo whatsapp, ou fazendo qualquer outra atividade que não condiz com o serviço de atendimento da Celesc, será advertido por deixar o Tempo Médio de Atendimento (TMA) da agência regional subir, comprometendo os indicadores de desempenho da empresa, em especial o NSAP. O descumprimento frequente da assiduidade para logar no SGA e/ou do registro correto no SGA acarretará em aplicação da política de consequência com base no histórico funcional do empregado”. Trabalhadores buscaram o sindicato e reclamaram da pressão do e-mail e da aparente ameaça sobre a política de consequência. A afirmação de que poderá aplicar a política de consequência já foi denunciada por trabalhadores na mesma Regional por se sentirem ameaçados e coagidos por outra gerência no passado. É uma prática desnecessária, que só cria mais atritos entre trabalhadores e chefia. Afinal, se os trabalhadores tiverem tempo para fazerem treinamentos na Celnet, saberão de suas responsabilidades e as consequências de suas ações na empresa. Não há necessidade da gerência ficar relembrando isso aos empregados. “A situação no atendimento está insustentável. Colegas falam em pedir demissão ou ir para o psiquiatra. O problema está nos processos do SAP e estão querendo encontrar culpados no atendimento. Para nós, 80% dos atendimentos são reclamação da reclamação”, afirma uma pessoa que atua nessa loja. Outra relata que “a chefia imediata talvez não tenha culpa. Ela cumpre ordens que vêm de cima. Essa pressão nos deixa ainda mais angustiados. É pressão de todos os lados”. O e-mail da gerência foi juntado na semana passada à Notícia de Fato da Intercel junto ao Ministério Público do Trabalho sobre as condições precárias de atendentes na companhia. Nessa terça-feira, dia 12, o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, despachou na Notícia de Fato, “considerando que a empresa não comprovou a observância integral da Recomendação” do MPT e concedeu prazo de dez dias para a Celesc manifestar interesse em firmar Termo de Ajuste de Conduta sobre o tema. Em caso contrário, afirmou que o MPT procederá o ajuizamento de Ação Civil Pública contra a Celesc. O atendimento comercial da Celesc vive desde maio como uma panela de pressão. As ações das gerências podem ser comparadas com o fogo alto, agitando e elevando a temperatura e pressão. Mas toda panela tem limite, e a do atendimento da Celesc está prestes a explodir. Na semana passada, a Intercel se reuniu e definiu pelo pedido de uma reunião com a Direção da Celesc para buscar prazos e alternativas para amenizar a pressão sobre o atendimento comercial da empresa. Até o fechamento dessa edição, não houve resposta da Celesc sobre o pedido de reunião.

Fim da escala 6×1 ganha força no Congresso e na sociedade

Diversos parlamentares nos últimos anos apresentaram Propostas de Emenda à Constituição (PEC) buscando a redução da jornada de 6 dias trabalhados por 1 dia de descanso. A proposta da deputada federal Erika Hilton, contudo, ganhou visibilidade, apoio de inúmeros parlamentares e se tornou assunto do cotidiano de milhões de brasileiros nos últimos dias. Pelo texto da PEC apresentada por Erika, haveria redução da jornada de 44h semanais para o limite de 36h. Além disso, seriam 4 dias de trabalho permitidos, com 3 dias de descanso. De acordo com a deputada, quem trabalha no limite da regra atual não consegue “estudar, se aperfeiçoar, se qualificar profissionalmente para mudar de carreira”. Ainda de acordo com a parlamentar, a proposta visa proporcionar qualidade de vida, saúde, bem estar e melhorias das relações familiares. Uma petição com mais de 2,2 milhões de assinaturas é encabeçada pelo Vida Além do Trabalho (VAT), Movimento fundado pelo vereador eleito do Rio de Janeiro, Rick Azevedo (PSOL). O texto apresentado no Congresso também prevê que não haja redução de salários dos trabalhadores e leva em conta a jornada laboral máxima em outros países: Holanda (29h), Noruega (33h), Dinamarca (33h), Irlanda (34h), Bélgica (35h), Suíça (35h), Alemanha (35h) e Suécia (36h). Na Austrália, trabalhadores da iniciativa privada têm jornada de 36h, enquanto servidores públicos têm 38h. Na Itália, a média da jornada semanal é de 36h, embora a legislação permita até 40h. Até o fechamento dessa edição, quase 140 parlamentares haviam assinado o texto da PEC – a grande maioria, de partidos do campo democrático. Para ser protocolado na Câmara dos Deputados e começar a tramitar, havia a necessidade de 171 assinaturas dentre 513 deputados. Um dos parlamentares que prontamente assinou o texto da PEC, Pedro Uczai (PT), reuniu dezenas de lideranças sindicais de Santa Catarina nessa terça-feira, dia 12, para ouvir e debater o assunto. Pela conversa on line com dirigentes de diversas categorias profissionais, foi unânime o entendimento de que a proposta contida na PEC é positiva e favorável à classe trabalhadora. Ao fim do encontro, Uczai disse ter compreendido que “o campo sindical de Santa Catarina tem disposição política de fazer esse movimento e ser protagonista do tema na movimentação social. Em todas as falas, compreendemos que o movimento sindical caminha para ser protagonista do tema da redução da jornada e de outras pautas que beneficiam a classe trabalhadora”. E que “pela movimentação que está ocorrendo no Brasil inteiro, logo chegaremos a 171 assinaturas. Cada liderança sindical precisa se manifestar de forma didática as propostas de PEC que propõem a redução da jornada de trabalho. Temos de dialogar com nossas bases, criando grupos de debates”. Por fim, Uczai se comprometeu a conversar com os parlamentares Reginaldo Lopes (PT/MG), Paulo Paim (PT/RS) e Erika Hilton, além do próprio vereador Rick Azevedo (proponentes de PECs sobre a redução da jornada) para fazer uma plenária virtual e debater com a classe trabalhadora de Santa Catarina.

Seminário Direitos Humanos em Pauta – 10/12/2024

O Sinergia convida você a se inscrever gratuitamente e participar do SEMINÁRIO DIREITOS HUMANOS EM PAUTA – dia 10/12/2024, organizado pelo IGENTES – Instituto Gentes de Direitos e pelo MOVIMENTO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS-MNDHSC. Será no dia 10/12/2024 (Dia Internacional dos Direitos Humanos), das 9 às 20 horas, no Auditório Antonieta de Barros – ALESC. Faça sua inscrição no link https://forms.gle/qt1SP462fANWPLMd9

Mais de 3 mil pessoas participaram da 3ª edição do FICA em Garopaba

Ao longo dos cinco dias da realização da 3ª edição do FICA – Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba, mais de 3 mil pessoas participaram de uma série de atividades gratuitas, que incluiu a exibição de filmes catarinenses, de outros estados do Brasil e oriundos de outros 12 países, além de oficinas e debates, em quatro cidades de Santa Catarina. Para Cristovam Muniz Thiago, coordenador do FICA, a 3ª edição foi incrível, pois além de Garopaba, Laguna, Imbituba e Florianópolis receberam atividades gratuitas. E para ele, um dos destaques deste ano foi que o número de sessões, foram 51 ao todo, bem como a presença do público foi maior que o esperado. “Tivemos ao longo do projeto, que aconteceu de 4 a 9 de novembro, uma grande participação de escolas da Garopaba, cidade sede do projeto. Mais de 2 mil crianças puderam conferir de perto curtas e filmes na Mostra Infantil. E é claro, que o público adulto em geral também marcou presença nas exibições, comprovando a importância de eventos como esse”, destaca o coordenador. O coordenador ressalta ainda que realizar um festival numa cidade que não possui ao menos um cinema, e receber escolas, alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), é realmente democratizar o acesso à arte cinematográfica. “Através dos debates, conseguimos discutir alguns dos assuntos mais candentes e importantes do momento, como o genocídio Palestino e os ataques aos povos indígenas brasileiros. Estar em quilombos de Garopaba, receber diretores indígenas, uma maioria diretoras mulheres, diz muito sobre a postura política do Festival, que visa acima de tudo democratizar o acesso e dar visibilidade ao cinema feito por pessoas que têm suas Vozes Veladas, como diz uma das Mostras do FICA”, compartilha. A 3ª edição do Projeto Festival Internacional de Cinema Ambiental de Garopaba foi realizada com recursos do Prêmio Catarinense de Cinema, edição especial Paulo Gustavo/2023. FICA 2025 A 4ª edição do FICA Garopaba já tem data confirmada. De acordo com Cristovam, o projeto será de 5 a 8 de novembro de 2025 e a expectativa é de que o festival seja ainda maior, com mais oficinas e principalmente com ainda mais público, que é o grande motivador de tudo. “É importante destacar que neste ano tivemos patrocínio através do Prêmio Catarinense de Cinema, edição especial Paulo Gustavo, e que esse tipo de fomento precisa ser ampliado, tanto em quantidade de prêmios e valores. Prova disso são os números desta edição e de como a população aprecia participar e fomentar a cultura”, completa.

Camila Martins abre exposição “Água Mole, Pedra Dura”, em Florianópolis

Esculturas de cerâmica produzidas pela artista Camila Martins integram a exposição “Água Mole, Pedra Dura”, que será aberta hoje, 7 de novembro, na Fundação Cultural BADESC, em Florianópolis. O evento, com entrada gratuita, começa a partir das 19h. Inspirada no ditado popular ‘água mole, pedra dura, tanto bate até que fura’, a mostra, que foi selecionada na Chamada Pública Paulo Gaiad, se refere à força transformativa do tempo, mesmo diante de coisas a princípio imutáveis, com a superfície das rochas. “No meu trabalho direciono o olhar para nossos invólucros, para a permeabilidade da intimidade e para a carcaça que resta quando crescemos e nos transformamos. Peter Sloterdijk considera que nós, seres humanos, somos arquitetos de espaços interiores e que jamais vivemos uma relação imediata com a natureza, como se estivéssemos mergulhados em esferas que se cruzam e formam uma capa permeável de cultura diante da exterioridade, em um processo transformativo de vida e morte das nossas certezas e horizontes”, compartilha a artista que abre a primeira individual na Fundação Cultural BADESC. Com curadoria da própria artista, a mostra é inédita e apresenta nove obras em cerâmica produzidas por Camila nos últimos cinco anos. A mostra “Água Mole, Pedra Dura” poderá ser visitada até 9 de janeiro de 2025 no Espaço Paulo Gaiad. “A Fundação Cultural BADESC é um lugar incrível e referência na promoção das artes no Sul do país. E o espaço Paulo Gaiad é celeiro para novos artistas e sou muito grata por fazer parte”, completa Camila. A Fundação Cultural BADESC fica na Rua Visconde de Ouro Preto, 216, no Centro de Florianópolis. A visitação no espaço pode ser realizada de segunda a sexta, das 13h às 19h. Sobre a artista Artista autodidata e artesã, Camila Martins é nascida em Florianópolis e formada em Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e com MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/SP), trabalhava como estilista em uma multinacional varejista quando começou a praticar cerâmica em 2016, quando ainda vivia em São Paulo. Após uma demissão no mesmo ano, o hobby virou projeto de vida e fonte de renda, principalmente pela venda de acessórios de porcelana. Mas, foi só em 2020, quando retornou para sua cidade natal que conseguiu dedicar-se 100% à prática escultórica. Fez cursos diversos em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova Iorque com artistas como Kimi Nii, Flavia Santoro e Carine Grosemans. Participou de exposições coletivas em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis. A artista foi finalista do prêmio de arte da Aliança Francesa em 2024. Serviço: Abertura “Água Mole, Pedra Dura”, de Camila Martins Data: 7 de novembro – quinta-feira, às 19h Local: Fundação Cultural BADESC (Rua Visconde de Ouro Preto, 216 – Centro, Florianópolis/SC) Visitação até 9 de janeiro de 2025 Entrada Gratuita

A nova ofensiva do comando da Eletrobras pelos R$ 44 bilhões das Fundações de Previdência

O comando privado da Eletrobras decidiu criar uma nova estrutura de previdência complementar que esvaziará as Fundações Elos, Fachesf, Real Grandeza, Previnorte e Eletros, que gerenciam os fundos de pensão dos trabalhadores da ex-estatal e suas subsidiárias. Se o projeto se concretizar, o comando privado da Eletrobras assumirá o controle de aproximadamente R$ 44 bi, valor acumulado pelas Fundações ao longo dos anos. O aviso sobre a criação da nova estrutura consta em uma carta enviada pela Eletrobras ao Conselho Deliberativo das Fundações, anunciando e convidando os conselheiros das fundações a aderirem ao projeto da nova estrutura. O prazo para informar a adesão acabou na semana passada e a gestão ameaça “Na hipótese de o Conselho Deliberativo, no legítimo uso de suas atribuições, não apresentar interesse na proposta , considerando a data limite de 31.10.2024, a Eletrobras e suas Empresas seguirão com o desenvolvimento do Projeto de Otimização da Previdência, pedindo a cisão e transferência de gerenciamento dos seus planos de previdência para outra EFPC patrocinada pelas Empresas Eletrobras”. A notícia ganhou a mídia e os trabalhadores, ativos e aposentados, discutem a estratégia para manter o espaço de representação nos conselhos, que é resultado de uma grande luta das entidades sindicais ao longo dos tempos. Na Fundação Elos, que guarda o patrimônio de trabalhadores da CGT Eletrosul, a mudança já começou, com a alteração estatutária que retirou o direito dos trabalhadores de elegerem o Diretor de Seguridade, alcançada inobstante a luta da categoria em sua defesa. Os conselhos deliberativos das demais entidades afetadas pela decisão solicitaram à Eletrobras a prorrogação do prazo para adesão, condicionado à prestação de informações que permitam tomar uma decisão tão importante, visto que se trata do patrimônio de todas as pessoas que construíram e mantêm a Eletrobras. Lamentavelmente, no caso da Fundação Elos, a reunião do Conselho Deliberativo formou maioria pela adesão (ou a aposta no escuro) à nova Fundação, sobre a qual não conhecemos o modelo mas que, de antemão sabemos, informados pelo ex-Vice-Presidente de Gente (que não gostava de gente) que a governança será alterada. Ou seja, a Eletrobras privada retirará a voz dos trabalhadores nas decisões sobre os destinos de seus recursos. O Coletivo Nacional dos Eletricitários, a Intersul, a Aprosul e a AAPE seguem alertas e acompanhando o processo, em busca das alternativas para conter a ofensiva contra nossos fundos de pensão!