Monthly Archives: dezembro 2023

Celesc e Intercel são homenageadas em cerimônia na ALESC

Evento foi realizado na noite de 23 de novembro. Proponente foi o deputado Fabiano da Luz (PT)

A Celesc Pública e os Sindicatos que compõem a Intercel foram homenageados em Sessão Solene na Assembleia Legislativa na noite de 23 de novembro. O proponente da homenagem foi o deputado Fabiano da Luz (PT), que vem sendo um dos parceiros da luta da categoria eletricitária no Parlamento catarinense.

O evento marcou os 68 anos da Celesc, empresa que tem aguerridos empregados que levam energia de qualidade à população catarinense mesmo nas adversidades climáticas que têm atingido o estado com frequência nos últimos anos: “Eu admiro muito a relação que a empresa tem com os sindicatos os funcionários. E também a forma como os trabalhadores brigam por seus direitos, mas defendem a estatal. Estou muito orgulhoso de propor a minha primeira sessão especial como deputado homenageando a Celesc”, afirmou o deputado Fabiano. A Intercel, entidade que congrega cinco sindicatos majoritários e o Sindicato dos Administradores, também foi homenageada pela luta em defesa dos direitos da categoria e pela manutenção da Celesc enquanto empresa pública. O Coordenador da entidade, Marlon Antônio Gasparin, discursou no púlpito enaltecendo a empresa enquanto vetor do desenvolvimento e da economia de Santa Catarina: “Não dá para pensar energia como algo dissociado do desenvolvimento econômico. Não há indústria, comércio e residências sem energia elétrica.

Temos sido referência em nível nacional. Mais do que entregar serviço de qualidade, temos uma das menores tarifas do país”. Marlon se referia ao anúncio, em outubro, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que a Celesc tem hoje a segunda menor tarifa residencial de energia do Brasil. Já o presidente da companhia, Tarcísio Estefano Rosa, destacou o desafio de aumentar a oferta de energia em Santa Catarina e enalteceu o acordo firmado este ano com a Intercel para oferecer uma nova modalidade de Plano de Saúde à categoria (que está com inscrições abertas neste mês de dezembro).

Por fim, falando em nome dos dirigentes sindicais e trabalhadores homenageados na Sessão, Jair Maurino da Fonseca, que trabalhou por 47 anos na Celesc, falou sobre o reconhecimento da atuação da empresa em todo o Brasil: “Temos muito respeito no Brasil e fora dele, sendo premiados há muitos anos com o reconhecimentos da sociedade. Isso é fruto do trabalho do seu quadro de empregados e por ser uma empresa pública”. Membros da Diretoria da Celesc, empregados(as) e Conselheiros de Administração também participaram da cerimônia

5° Congresso do Sinergia é realizado em Florianópolis

Evento aprovou o retorno do Sinergia à CUT, após negociação sobre a moratória com a Central Sindical

O Sinergia realizou nos dias 1 e 2 de dezembro o seu 5° Congresso, em Florianópolis. Participaram do evento eletricitárias e eletricitários da Grande Florianópolis, além de dirigentes de Sindicatos, Centrais Sindicais e Movimentos Sociais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A palestra de abertura, sobre a Conjuntura da Classe Trabalhadora e o Setor Elétrico, teve como debatedores Juliane Furno, que é Doutora em desenvolvimento econômico na UNICAMP e professora da faculdade de Economia da UERJ, e Gilberto Cervinski, que é engenheiro agrônomo pela UFSM; Especialista em Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo pela UFRJ; Especialista em Economia Política pela UFES; e mestre em Energia pela UFABC. Cervinski também é integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e membro da Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia. Na palestra, Juliane falou sobre as condições para que o Brasil possa retomar a indústria e fortalecer as empresas estatais, além de lembrar da necessidade da classe trabalhadora, Sindicatos e Movimentos Sociais estabelecerem cada vez mais pautas progressistas, em contraposição ao movimento neoliberal que tenta convencer a sociedade a todo instante da retirada de direitos da classe operária, forçando a acreditar que o estado mínimo é a solução aos problemas encontrados hoje na sociedade: “temos que polarizar cada vez mais para poder puxar a corda para o nosso lado”, afirmou.

Já Cervinski lembrou que o governo federal anterior tinha como lema “Deus, Pátria e Família”, mas entregava empresas fundamentais ao desenvolvimento e soberania nacional para o capital internacional, o que é uma incoerência. Ele também afirmou que há uma tendência efetiva de migração da máquina à combustão para a máquina operada por energia elétrica, que é mais eficiente. E concluiu sua fala, traçando um paralelo sobre as dificuldades que o primeiro governo de Lula encontrou – pós-apagão na gestão FHC, com necessidade de construção de usinas e linhas de transmissão – e as dificuldades da atual gestão, muito maiores, com necessidade de reestatizar empresas e retirá-las das mãos do capital internacional, além de reduzir o alto custo da energia.

Ainda no primeiro dia, foi divulgado o resultado final do Concurso FotoGrafando a Trabalhadora e o Trabalhador. Já no segundo dia de Congresso, a categoria participou de debates com os advogados do Sinergia (escritório Garcez), de grupos de trabalho que definiram mudanças no Estatuto do Sindicato e da aprovação dos estudos sobre o patrimônio da entidade sindical. O retorno do Sinergia para a CUT, após negociação da moratória com a Central Sindical, e diversas moções também foram aprovadas – entre elas, a de repúdio aos ataques de Israel à população palestina. A mesa de encerramento do 5° Congresso foi composta somente por pessoas negras ou LGBTQIAP+, reforçando o compromisso do Sinergia com a diversidade, o respeito e a inclusão. Após a finalização do Congresso, foi realizada a Assembleia que referendou todas as decisões tomadas no evento. A Assembleia contou com a participação de Mauro Passos, ex-deputado federal, ex-vereador, ex-dirigente do Sinergia e presidente do Instituto Ideal, que falou da necessidade de manutenção da tese do Sindicato Cidadão, do Sinergia continuar ativo participando das lutas da cidade

[ELETROBRAS]Caos no brasil: apagões comprovam o fracasso das privatizações da Eletrobras e de todo o setor elétrico no país

O Brasil nunca viveu tantos problemas de apagões e quedas seguidas de energia como nos últimos meses

Após o apagão de 15 de agosto, onde sofreram desligamentos 25 estados e o DF, nas últimas semanas os quatros cantos do Brasil têm vivido um verdadeiro caos! Apagões em cidades inteiras, dificuldade no restabelecimento da energia e desculpas desencontradas dos governantes – cada vez mais perdidos em estados/municípios afetados. Afinal, por que estão acontecendo tantos apagões no país? É verdade que o recrudescimento das altas temperaturas, alavancadas pelo aquecimento global, trouxe efeito devastador no combalido setor elétrico brasileiro privatizado. Mas o outrora robusto setor elétrico deveria estar pronto para resistir a essas reações adversas ou, minimamente, estar pronto para restabelecer com velocidade e eficácia os eventos de blecaute que assolam a população. Por que isso não acontece? Há anos o Coletivo Nacional dos Eletricitários alerta para os riscos decorrentes dos processos de privatizações no setor elétrico e para as consequências que não costumam demorar nestes casos. Foram centenas de boletins, audiências públicas debatendo os efeitos de privatizações em setores de infraestrutura, fundamentais para a vida do cidadão comum.

A despeito das altas temperaturas decorrentes do aquecimento global, há uma recorrente equação de fatores que fragilizam o setor elétrico pós privatização. Primeiramente, a política de desinvestimentos que precede as privatizações na maioria das vezes ignora a necessária avaliação de modernização e até substituição de equipamentos antigos/obsoletos que, em períodos de sobrecarga, podem sucumbir. Além disso, nos períodos de alta temperatura os equipamentos de engrenagem do setor elétrico superaquecem e ficam sobrecarregados pelo alto uso de aparelhos de refrigeração e equilíbrio de temperatura. Como agravante, depois das privatizações, profissionais experientes são desligados em grandes ondas de plano demissão. E quase sempre são processos rápidos, visando diminuição do custo de pessoal e sem tempo e planejamento para transmissão do conhecimento aos novos empregados e retenção do capital intelectual para a empresa. Essa equação nefasta de desinvestimento e demissões que fragiliza o setor elétrico privatizado, que o torna mais exposto a apagões e que dificulta o restabelecimento da energia, foi usada e propagada pela Eletrobras e suas subsidiárias, bem como nas distribuidoras privatizadas nos anos 90 e tantas vezes “reprivatizadas” ao longo dos anos. A cartilha da Eletrobras é a mesma da Enel que apagou São Paulo, Goiás e interior do Rio, da Light que junto com Furnas apagou o Rio de Janeiro, a Equatorial e a Energisa apagaram o nordeste junto com a Chesf, da NeoEnergia que por vezes apagou Brasília desde a privatização da CEB. O episódio do Diretor da Enel depondo na CPI do Apagão na Assembleia Legislativa de São Paulo e a sessão interrompida por um novo apagão foi uma piada pronta.

O anúncio prévio da ENEL de que São Paulo teria novos apagões no último fim de semana foi uma sinalização de descontrole e falta de rumo. Nesse cenário, manifestações em São Paulo (Brazilândia) e Rio de Janeiro (Rocinha) e tantas outras com incêndios e barricadas são peculiares de uma população fragilizada e revoltada sempre que é tolhida de insumos necessários, essenciais para a vida, como água e energia. Quando o povo sai às ruas, a classe política se retrai, se mobiliza e tenta conter danos. No caos, o custo político é altíssimo. Cabe registrar que a “mudança de discurso” de autênticos liberais contra as empresas privatizadas como Tarcísio (governador de SP) e Ricardo Nunes (prefeito de SP) é meramente oportunista. Agora eles condenam a gestão privatizada por medo de perderem capital político no caos que toma conta do setor elétrico, mas sempre foram a favor do estado mínimo. Tarcísio modelou a privatização da Eletrobras e agora corre para privatizar a SABESP. Tarcísio e Ricardo podem ser qualquer coisa, menos burros! Sabem que a história comprova que apagões em série trazem custo político devastador e são verdadeiros cemitérios de reputação. No início deste século, a política desenfreada de liberalização do setor elétrico na Califórnia culminou com o escândalo da ENRON, derrubou o governador do estado e deu vida ao então novo governador, o ator Arnold Schwarzenegger, primeiro grande outsider na vida pública deste século – e tudo por descrença total na classe política tradicional. No Brasil, a política de desinvestimento em geração/transmissão de energia e a desenfreada privatização das distribuidoras nos anos anteriores de governo Fernando Henrique Cardoso, culminou no fatídico apagão de 2001. Chamado “carinhosamente” de racionamento de energia, começou em 17 de maio daquele ano e durou nove meses. Desde então, cerca de um terço da iluminação pública das ruas foi apagada. Como medida, o governo também determinou o racionamento por parte de consumidores residenciais e industriais no DF e mais 16 estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A conta de luz sofreu uma série de alterações, com previsão de multa e até corte de energia para quem não cumprisse as determinações de reduzir em 20% o consumo de energia elétrica. Essa crise ocorreu no último ano do segundo mandato de FHC e foi um dos fatores preponderantes para o desgaste da política de desestatizações e a quebra de ciclo de governos do PSDB (partido de FHC).

Agora, no apagão de 15 de agosto, quando o Brasil ficou às escuras, ninguém foi procurar o presidente da Eletrobras privatizada, apontada desde o início como responsável pelo evento zero. Procuraram o Ministro de Minas e Energia, o Diretor Geral da ANEEL e o Diretor Geral do ONS. É sempre assim: o serviço é privado, mas a concessão é pública. O custo político das privatizações no setor de energia elétrica é avassalador quando a conta chega. E é sempre o governo que paga! No governo Bolsonaro, quando o estado do Amapá apagou por 22 dias por conta de desinvestimento, péssimo equipamento e quarteirização de mão de obra, por má gestão de uma empresa espanhola de uma linha de transmissão, quem socorreu o estado foi a Eletrobras Eletronorte, que ainda era pública. E agora, quando a Eletrobras privada falhar, quem a socorre? Pelo mundo, segundo estudo do Transnational Institute, mais de mil empresas foram reestatizadas neste século, com destaque para países centrais do capitalismo, como EUA, França e Alemanha. Os principais setores reestatizados foram os serviços públicos essenciais: desde fornecimento de água e energia, até coleta de lixo. A onda das reestatizações ocorre 30 anos depois da epidemia neoliberal que tomou conta da Europa e EUA no fim dos anos de 1970 e no início de 1980.

O diagnóstico para a retomada de serviços essenciais ao Estado é quase sempre o mesmo: não há investimento para expansão e manutenção da malha e, com isso, há piora nos serviços. As tarifas crescem e as agências reguladoras perdem poder por conta de decisões judiciais e a maior parte dos lucros e dividendos são desnacionalizados, uma vez que a maior parte das vencedoras de leilões pelo mundo são empresas multinacionais, sediadas em outros países. Na contramão do mundo, o Brasil privatizou a Eletrobras no governo Bolsonaro, e o atual Ministro de Minas e Energia sugere simplesmente estender por 30 anos as falidas concessões privatizadas de distribuição de energia. Por tudo isso, é imperativa a discussão do futuro dessas concessões, do controle dessas empresas. No caso da Eletrobras, gigante do setor de geração, transmissão, transformação e comercialização de energia, é fundamental que se dê celeridade às ações para a retomada do poder de voto e intervenção da União na Assembleia de Acionistas. A discussão está no Supremo Tribunal Federal através da Ação Direta de Inconstitucionalidade 7385/2023.

No caso das distribuidoras privatizadas nos anos 1990 que prestam péssimos serviços em todo o Brasil, a solução proposta de renovação automática das concessões é absurda! É naturalizar apagões e legitimar o descaso com a população que paga caro por um serviço de baixa qualidade. É preciso avaliar caso a caso e ampliar o debate! Ou levamos esse assunto a sério enquanto há tempo ou vamos amargar as consequências de um descontrole generalizado no setor elétrico brasileiro privatizado. Por fim, o Coletivo Nacional dos Eletricitários alerta: se nada for feito pelo Governo Lula naquilo que lhe cabe, se todos os pedidos para intervenção do Estado Brasileiro enquanto Poder Concedente no setor elétrico brasileiro forem ignorados, continuaremos tendo apagões cíclicos, em espiral, e os donos das empresas no máximo vão sair do Brasil e gastar suas fortunas acumuladas em alguma ilha paradisíaca. Mas o governo será responsabilizado e como sempre pudemos ver, o custo político é alto. Que haja luz para iluminar as melhores decisões. Nós, do CNE, como sempre, avisamos.

Sigamos na luta!

[CGT ELETROSUL] Dissídio de natureza jurídica referente ao PDV 2023 tem acordo homologado pelo TST

Processo de mediação junto ao Tribunal Superior do Trabalho chega ao fim

Após uma suspensão temporária dos desligamentos relativos ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) 2023 em toda a Eletrobras, foi concluído o processo de mediação e homologado o acordo pelo Ministro Vice-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

O acordo homologado que pôs fim ao Dissídio revogou a suspensão que vigorava dos desligamentos e estabeleceu um novo cronograma que, na prática, protelou o restante dos desligamentos. O Acordo também determinou a reabertura do PDV, nas mesmas condições, porém, limitado a 101 novas inscrições – de forma a preservar o entendimento da cláusula relativa ao PDV no ACT Nacional vigente, com os limites de trabalhadores a serem desligados, a fim evitar a deterioração completa do quadro de pessoal.

“A Intersul orienta aos trabalhadores que a solicitação seja encaminhada diretamente à empresa com cópia para o Sindicato que o representa, a fim de que os Sindicatos possam acompanhar e melhor fiscalizar o cumprimento do que foi acordado na mediação pelo TST”

O cronograma definido na mediação pelo TST prevê que os desligamentos dos trabalhadores que atuam na operação e manutenção serão efetivados somente depois de janeiro de 2024, assim como os trabalhadores que atuam no Centro de Serviços compartilhados. Os demais trabalhadores inscritos que não atuam nas áreas mencionadas serão desligados em três etapas, sendo a primeira ainda em outubro de 2023, com limite de 150 desligamentos, a segunda etapa em novembro de 2023, com mais 150 desligamentos, e a terceira etapa em dezembro de 2023, com mais 200 desligamentos. Cabe destacar que o aceite do pedido de desligamento, bem como a data efetiva continua sendo prerrogativa da empresa, em função da necessidade de avaliar a segurança operacional e a continuidade dos negócios. Cada trabalhador inscrito, portanto, será notificado da previsão de sua saída pela empresa. Todavia, caso qualquer trabalhador inscrito deseje antecipar a sua saída, poderá solicitar à empresa, que vai avaliar cada caso em particular. A Intersul orienta aos trabalhadores que a solicitação seja encaminhada diretamente à empresa com cópia para o Sindicato que o representa, a fim de que os Sindicatos possam acompanhar e melhor fiscalizar o cumprimento do que foi acordado na mediação pelo TST.

Quanto às inscrições para as 101 vagas restantes do PDV 2023, estas serão abertas somente depois da chamada “virada de chave”, quando todos os trabalhadores conhecerem sua lotação atualizada. A forte atuação das representações sindicais no dissídio também trouxeram algumas garantias importantes para os trabalhadores. O acordo homologado estabelece a obrigação da empresa dar a devida transparência do processo de desligamentos aos empregados e aos sindicatos signatários do acordo. Outra conquista importante foi a garantia de que qualquer trabalhador que tenha aderido ao PDV no prazo original ou na reabertura e que seu desligamento tenha sido recusado pela empresa, terá direito à indenização prevista no PDV, caso venha a ser demitido sem justa causa posteriormente. A indenização será devida pela Eletrobras ou por quem vier a sucedê-la, mesmo depois de 30 de abril de 2024