Monthly Archives: fevereiro 2024

Está na escuta, COD?!

ENQUANTO DIRETORIA PENSA ESTAR NA “ERA DA MODERNIDADE”, TRABALHADORES SOFREM COM GRAVES PROBLEMAS EM CAMPO

Comunicação é a transmissão de mensagens e significados entre um emissor (quem transmite a mensagem) e um interlocutor (quem recebe a mensagem). Parece que esse significado não foi absorvido pela Celesc em algumas Agências Regionais, em especial, da região Oeste.

Não é de hoje que se ouvem relatos de trabalhadores da área operacional que realizam atendimentos de emergência, desligamentos ou manobras e simplesmente não conseguem comunicação com o COD (Centro de Operação de Distribuição). Tais situações de risco acontecem ao mesmo tempo em que a Celesc tenta implementar uma política irredutível de centralização dos CODs, o que, nas palavras de alguns Diretores da empresa, trata-se de um grande avanço.

Avanço? Na realidade, trata-se de um tema muito contestado e controverso. Enquanto os trabalhadores, na ponta do atendimento, não conseguem realizar manobras no SEP (Sistema Elétrico de Potência) com o necessário respaldo do COD, pois a comunicação é nula, lá longe, na Diretoria, se divulga a falsa ideia que estamos na “era da modernidade” na forma de receber as ocorrências de falta de energia e despachar para as equipes de campo.

Em campo, fora das salas refrigeradas e cadeiras confortáveis daqueles que tomam as decisões, após o recebimento das NRs (Notas de Reclamação), as equipes ficam às cegas, jogadas à própria sorte, o que vai diretamente contra todas as políticas de segurança, que a Celesc diz seguir à risca. Ou não há previsão que todas as intervenções no SEP devam passar pelo controle do COD? Como seria possível realizar tais manobras, se o rádio não funciona? Se não existe sinal de telefonia móvel, como as equipes irão se comunicar com o COD e vice-versa?

Na contramão daqueles que seguem defendendo que chegamos na “era da modernidade”, elencamos algumas situações do cotidiano relatadas pelas equipes que enfrentam problemas de comunicação:

Na primeira delas, o rádio das viaturas não recebe, nem transmite mensagens, porém existe sinal de celular. Então, muitos trabalhadores acabam utilizando o seu telefone particular para entrar em contato com o despachante, já que não há outra solução e a execução do serviço com segurança depende de comunicação. Nesse caso, a conta não fecha, afinal, os empregados literalmente pagam para trabalhar, enquanto uma empresa do porte da Celesc com faturamento milionário não consegue disponibilizar telefones móveis para as equipes que estão em campo realizarem suas tarefas de forma segura e seguirem atendendo com excelência a sociedade catarinense.

Causa revolta que gerentes tenham aparelhos celulares corporativos, o que não seria um problema, desde que aquelas equipes, cuja comunicação é imprescindível e requisito básico para manter contato com o despachante local ou de Florianópolis (COSD) não precisassem usar seus pacotes de dados móveis para trabalhar com segurança, situação irregular, pois os contratos de trabalho dos celesquianos não preveem a utilização de meios próprios para suprir uma deficiência técnica da empresa.

Situação mais grave ainda é quando não há sinal de rádio e muito menos de telefonia móvel, quando os trabalhadores se veem à própria sorte, executando manobras no SEP, se colocando em alto risco. Enquanto o assunto é banalizado pela Celesc, que finge que tudo está perfeito, trabalhadores ficam à mercê da inoperância do sistema de comunicação, percorrendo longas distâncias na tentativa de conseguir contato com os despachantes e executar as manobras com segurança. Ainda que se obtenha sucesso com o deslocamento, os atrasos são inevitáveis. E se for uma emergência envolvendo risco a terceiros?

Muitos são os fatores que resultam a deficiência ou falta de comunicação. Como exemplo, as condições de relevo de algumas regiões, que causam os famosos pontos cegos – situação que seria resolvida com investimento em mais antenas repetidoras que propagariam o sinal de rádio para mais lugares. Outro fator preponderante é a falta de cobertura de sinal móvel de telefonia, mas aí há um problema que foge da alçada da Celesc, pois as operadoras de celular (que são todas privadas), apenas visam lucros estratosféricos e não priorizam a melhoria do sinal telefônico que proporcionaria um melhor serviço a todas as partes do país – eis um dos preços da privatização: serviço péssimo e que não atende a todos de forma isonômica, mas esse é outro assunto.

Por fim, é perceptível a falta de manutenção adequada nas antenas de transmissão e nos rádios das viaturas da Celesc, equipamentos ultrapassados que não atendem mais à demanda de trabalho imposta pelas atividades cotidianas. Em alguns lugares, não existe sequer antena de transmissão, havendo denúncias de regiões que estão há uma década sem nenhum tipo de sinal de transmissão nos rádios das equipes operacionais. Nestes locais, os rádios são meros enfeites dependurados no painel dos carros, pois, não havendo repetidora, para que serve um rádio móvel?

O maior medo de muitos trabalhadores envolve a questão de segurança: caso seja necessário desligar um alimentador de forma emergencial, em diversos casos, essa tarefa se torna impossível. É necessária uma cobrança forte à Celesc e, mais ainda, uma resposta clara, objetiva: a Diretoria precisa urgentemente solucionar essa questão, que vem de longo tempo, já tendo sido tema de reunião com o Diretor de Distribuição. Os trabalhadores não podem seguir sofrendo as mazelas impostas pela má administração! É preciso que, ao falar, a mensagem seja ouvida e o retorno seja claro.

Aguardamos posicionamento imediato da Diretoria, sem pontos cegos nessa comunicação: essa resposta precisa ser clara e eficaz, com a certeza de que estamos sendo compreendidos e que os problemas serão solucionados.

Afinal, não há nada mais inseguro que que trabalhar sem boa comunicação, assim como não há nada mais temerário que precisar gritar para quem não quer ouvir.

Seja representante sindical do Sinergia!

Candidate-se agora mesmo! De 15 a 29 de fevereiro, por e-mail (sinergia@sinergia.org.br) ou através de uma pessoa diretora no seu local de trabalho.

📣 Para o Sinergia, a(o) representante sindical é muito importante, pois estimula o sindicalismo baseado na participação de toda a categoria.

🎤 O objetivo é que as pessoas trabalhadoras sejam participantes ativas, não apenas espectadoras da história em que se desenrola sua vida.

✊️Os benefícios e conquistas alcançados pelas eletricitárias e eletricitários são fruto da atuação das trabalhadoras e trabalhadores organizadas através do sindicato.

😃 As eleições serão no dia 25 de março, a posse será em maio e o mandato tem duração de dois anos.

Regras para viagens geram insatisfação na categoria

Grupo de trabalhadores buscou sindicatos para demonstrar indignação

As regras para receber diárias de viagens na Celesc tiveram mudanças em meados de 2023. À época, ainda no primeiro semestre do ano, Intercel e representantes da Direção da Celesc discutiram bastante o tema em reuniões da Comissão de Recursos Humanos (CRH). Os sindicatos argumentavam que os valores e as mudan­ças na política de hospedagens poderiam trazer insatis­fação da categoria. A Celesc, por sua vez, alegou que a nova política era mais justa e que os trabalhadores teriam mais conforto nas viagens.

O Sinergia se reuniu com trabalhadores da Adminis­tração Central no fim de janeiro. Eles apresentaram um abaixo assinado com mais de duzentas assinaturas de celesquianas e celesquianos indignados com o baixo valor da diária e os problemas para fazer reservas de hotéis. Um dos trabalhadores presentes na reunião com o Sinergia argumentava que “ficamos longe da nossa fa­mília por dias, deixamos de ver nossos filhos crescerem, sobrecarregamos nossa companheira, o casamento muitas vezes fica prejudicado por conta da distância e, por diversas vezes, ainda tive que pagar do bolso para conseguir dar conta da alimentação. Essa matemática não fecha”. Outro trabalhador afirmou que a Diretoria da empresa alegava, no início da implantação do novo re­gramento de viagens, que os hotéis seriam iguais tanto para a diretoria da empresa quanto para trabalhadores da Celesc, mas que isso não é a realidade. E citou, como exemplo, hotel em Itajaí, que, segundo ele, oferece uma categoria de apartamento para a diretoria e outra cate­goria para trabalhadores da empresa.

Outra demanda referendada por praticamente todos os trabalhadores presentes na reunião foi a ausência de restaurante em determinados hotéis e também nos arredores desses hotéis: “tivemos caso de não ter res­taurante no hotel conveniado e nem por perto. Nós esta­mos proibidos de sair com o carro da Celesc para jantar. Também não podemos usar Uber, já que a Celesc não está pagando o reembolso. Vamos fazer o quê? Jantar barrinha de cereal?”

As reclamações não param por aí: trabalhadores rela­taram que, em determinados hotéis, os valores de diária eram mais baratos para trabalhadores terceirizados do que para celesquianos: “o hotel Eliana, em Guaramirim, por exemplo, cobrou R$160 a diária de um terceirizado e R$190 da Celesc. Por que a Celesc está pagando mais caro do que um terceirizado?”, questionou. O hotel Elia­na também foi motivo de reclamação de outro trabalha­dor, que alegou ter de ir dormir em Joinville por receber a negativa de hospedagem neste hotel sem explicação: “depois de um dia cansativo de trabalho, é muito pesado você ter de se deslocar a outra cidade para conseguir uma hospedagem”.

A queixa mais comum entre os trabalhadores presen­tes na reunião com o Sinergia, contudo, foi o aumento dos valores, especialmente em cidades litorâneas, durante o verão: “há diversos hotéis conveniados que aumentaram o valor da diária durante o período de ve­raneio, impossibilitando que pudéssemos ficar hospe­dados”.

O assunto estava pautado para ser debatido em reu­nião da Intercel que ocorreu na data de ontem – após o fechamento desta edição. É fundamental que a Celesc reveja a postura e abra espaço para ouvir as demandas de trabalhadoras e trabalhadores de todo o estado.

[AXS] Trabalhadoras e trabalhadores aprovam contraproposta de ACT

Assembleia foi realizada na segunda-feira, 29 de janeiro

Trabalhadoras e trabalhadores da AXS Energia, empresa com sede em Florianópolis, aprovaram em Assembleia organizada pelo Sinergia a contrapro­posta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2024.

Como principais conquistas das negociações deste ano estão a manutenção de todos os direitos já existentes no Acordo Coletivo passado, além de cláusulas novas, como a de ergonomia, em que a em­presa se compromete a verificar a necessidade de melhoria de móveis e equipamentos, visando o bem estar do trabalhador, o auxílio idiomas, por meio de plataforma virtual com co-participação do trabalha­dor de 50% no valor da mensalidade, limitado a 10% do salário-base, e o auxílio-creche, que tem valor má­ximo de pagamento de R$3.000,00.

O Sinergia já fez o comunicado para a Direção da AXS sobre o resultado da Assembleia de Contrapro­posta do Acordo Coletivo de Trabalho e, nos próxi­mos dias, será feita a assinatura do documento entre as partes.

De acordo com Caroline Borba, dirigente do Siner­gia que conduziu as negociações e a Assembleia, “a participação da categoria foi muito positiva nas duas Assembleias e trouxe boas ideias e sugestões para a melhoria do Acordo Coletivo. Alguns pontos poderiam ter sido melhores, como o reajuste salarial e o valor do vale-alimentação, que ficaram apenas no IPCA, mas serão motivo de novas discussões no próximo ano com a direção da empresa”.

[ELETROBRAS] Assembleias do ACT 2024/2025 na CGT Eletrosul ocorrerão entre dias 14 e 22/02

INTERSUL CONVOCA CATEGORIA A PARTICIPAR E CONTRIBUIR COM A CONSTRUÇÃO DA PAUTA DO ACT

 A Intersul convoca a categoria eletri­citária de Santa Catarina da base CGT Eletrosul a participar das Assembleias de Construção da Pauta do Acordo Co­letivo de Trabalho 2024/2025.

De acordo com Cecy Maria Martins Marimon, representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e di­rigente do Sinergia, “as Assembleias ocorrerão entre os dias 14 e 22 de feve­reiro. As informações completas sobre dias, locais e horários das Assembleias serão divulgados por Boletim especí­fico e, também, nas redes sociais dos Sindicatos que compõem a Intersul”.

Cecy faz um apelo pela participação expressiva da categoria: “nós precisa­remos de mobilização e muita força da categoria para manter os nossos direitos e conseguir avançar nas cláu­sulas econômicas e sociais. Essa será a primeira negociação com a direção da Eletrobras totalmente privatizada e é preciso demonstrar nossa união para conseguirmos conquistar esses avan­ços tão desejados pela categoria”.

De acordo com o Boletim do CNE de 06 de fevereiro, “a participação da categoria na pesquisa divulgada pe­los sindicatos foi fundamental para dar o norte nas prioridades da cam­panha. Como já era imaginado pelo CNE, apesar de todo o assédio moral e clima corporativo/organizacional apontados como ruim/péssimo, não retiraram a disposição de mobilização e de luta da categoria eletricitária.As diversas sugestões e comentários enviados apontam a necessidade de que a Eletrobras privada coloque em prática seu discurso e valorize seu qua­dro de pessoal, fazendo jus ao seu belo discurso de perseguir metas de ESG, que inclui o ESG social. O discurso para fora é de buscar melhores práticas de mercado no quesito pessoal, com pre­ocupação com seu quadro de pessoal, mas o que se constata é que o discur­so é da porta para fora. Internamente, a categoria eletricitária quer respeito e dignidade para poder executar seu tra­balho”.

Medidas administrativas como a adoção de valores de diárias abaixo das práticas de mercado (quando com­paradas com outras empresas do se­tor), carga de trabalho alta pela falta de quadro de pessoal, falta de treinamento adequado, causando temor na operação de suas funções, pressão e assédio mo­ral por parte da gestão da empresa cau­sando insegurança e adoecimento da categoria, a falta de informações claras e objetivas foram alguns dos relatos de Norte a Sul do País.

Podem participar das Assembleias de Construção da Pauta do ACT traba­lhadoras e trabalhadores associados ou não aos sindicatos da Intersul. A fi­liação, contudo, é mais uma forma de fortalecer a luta e ajudar na construção de um bom Acordo Coletivo.