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Eletrobras: o Brasil na contramão do mundo

Enquanto países de todo o mundo buscam reestatizar empresas de energia, Brasil encaminha privatização da Eletrobras

A privatização recém aprovada da Eletrobras é apresentada como solução para os entraves relacionados à manutenção e expansão da oferta de energia elétrica no Brasil, que decorreriam de baixos investimentos e ineficiência na gestão estatal. Na verdade, a Lei 14.182/21, que determina a medida, representará significativo retrocesso para o desenvolvimento socioeconômico do país.

Como aponta estudo elaborado pelo Dieese, intitulado Privatização da Eletrobras: risco para a soberania energética do país, é possível vislumbrar que a subordinação desse setor estratégico à lógica do lucro, entre outras consequências, resultará na adoção de uma matriz enérgica mais suja e numa tarifa mais cara. Além disso, a privatização coloca o Brasil na contramão da experiência internacional, que aponta para a reestatização de serviços que foram privatizados e para a adoção de políticas voltadas à transição para uma matriz energética mais limpa.

Para se ter uma ideia do que está em jogo, a Eletrobras, maior empresa da América Latina no setor, é responsável pelo controle de cerca de 45% das linhas de transmissão do sistema elétrico nacional e por 30% da geração de eletricidade do país, sobretudo a partir de usinas hidrelétricas com grandes reservatórios.

Em praticamente todos os países em que se localizam os maiores parques geradores de hidroeletricidade, a participação do setor público é majoritária ou integral. Mesmo nos Estados Unidos, 75% da capacidade instalada são de propriedade do setor público, o que, no mínimo, sugere a importância desses ativos em termos de segurança e soberania.

Por outro lado, a afirmação de que a Eletrobras precisa de uma “capitalização”, para investir suficientemente, não resiste ao exame dos indicadores econômico-financeiros da empresa. Entre 2018 e 2020, por exemplo, o lucro líquido total acumulado pelo grupo foi de 31 bilhões de reais. Uma empresa que apresenta essas cifras tende a reunir condições de mobilizar recursos próprios e de terceiros para investir em expansão.

Se os investimentos nos últimos anos são considerados insuficientes, isso é resultado da reorientação política da gestão, visando à preparação da venda da empresa. Desde 2016, a Eletrobras vem sendo conduzida de acordo com ditames de rentabilidade e distribuição de dividendos, “com ênfase na redução dos custos de pessoal, como ocorre em diversas empresas privadas do setor elétrico”, como mostra outro estudo do Dieese (Privatização, desnacionalização e terceirização no setor elétrico brasileiro). O valor investido em 2020 foi de apenas 3,1 bilhões de reais, isto é, 19% do investimento em 2013. Ainda assim, está previsto para 2021 o pagamento de cerca de 4 bilhões de reais em dividendos aos acionistas.

Em outros países, as privatizações das décadas de 1980 e 1990 vêm dando lugar a centenas de reestatizações, em diversos setores de atividades, em países como Alemanha, Estados Unidos e França. No caso da energia, entre as principais justificativas para esse movimento estão a democratização do acesso aos serviços, a ampliação da participação e do controle social e o reconhecimento da necessidade de se empreender um processo de transição para uma matriz energética de caráter renovável e mais acessível à população.

*Matéria publicada originalmente na revista Carta Capital, e reproduzida no jornal Linha Viva nº 1496, de 19 de agosto de 2021. Imagem do site Salve a Energia.

Celesc: Acordos aprovados

No dia 13 de agosto de 2021, os trabalhadores da Celesc aprovaram quatro acordos coletivos de trabalho, após paralisação.

Diante de ataques a direitos e propostas rebaixadas, a categoria decidiu, em assembleia estadual virtual, pela paralisação das atividades. A disposição de luta dos celesquianos foi fundamental para destravar o processo negocial, trazendo avanços nas propostas de acordo para Ajuste do Salário Inicial, Participação nos Lucros e Resultados 2021, Adicionais de Linha Viva e Despachante e Passivo do Plano de Saúde. O detalhe das propostas foi divulgado na segunda-feira, no Boletim da Intercel nº 164.

Agora, as atenções da categoria se voltam para a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2021/22, que devem iniciar no dia 26 de agosto. Os trabalhadores esperam por uma negociação que respeite seus direitos históricos e retome a estrutura de atuação sindical. Para a Intercel (coletivo dos sindicatos majoritários da Celesc), a negociação do ACT exigirá ainda mais união e mobilização dos trabalhadores, na luta por um acordo justo e pela manutenção da Celesc Pública.

Fonte do texto: Jornal Linha Viva nº1496, de 19 de agosto de 2021.

Assembleia Estadual tem participação expressiva de celesquianos

Reunião virtual ajudou a construir a pauta de reivindicações do ACT 2021/22

Os sindicatos da Intercel agradecem aos mais de 500 trabalhadores e autoridades presentes na Assembleia Estadual dos Empregados da Celesc neste sábado, 07 de agosto.

É com a união da categoria que conseguiremos avançar em direitos e lutar pela manutenção da Celesc pública e de qualidade. 👊

Acompanhe e participe dos próximos passos da construção do Acordo Coletivo de Trabalho 2021/22.