Monthly Archives: junho 2021

Afinal, o que a EDP quer da Celesc?

Desde que a EDP Brasil aportou na Celesc, comprando as ações da Previ, os trabalhadores identificaram na empresa uma ameaça à continuidade da Celesc Pública. Ativa no setor de energia, a EDP veio com expertise e dinheiro para defender seus interesses no Conselho de Administração da Celesc. Passado um ano de seu ingresso no colegiado, o cenário da própria Celesc mudou. A eleição de um novo grupo político no Governo do Estado e a indicação de novos diretores e acionistas majoritários mudou a lógica de trabalho, restringindo o diálogo e excluindo os celesquianos e seus representantes dos sindicatos da Intercel do debate acerca da gestão da empresa. A medida trouxe uma série de atitudes atrapalhadas, como a inércia no caso das faturas de energia e a reestruturação administrativa da Celesc, que colocará em risco o atendimento à sociedade. Se, por um lado, o acionista majoritário fecha as portas ao debate franco com trabalhadores e sociedade, surpreendentemente, o maior acionista privado da Celesc se dispôs a conversar com os sindicatos da Intercel, apresentando sua visão para o futuro da empresa e ouvindo as posições pétreas da categoria. Através do Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Leandro Nunes, os dirigentes sindicais estiveram reunidos com Michel Itkes, representante da EDP no Conselho da Celesc e Vice-presidente de Distribuição do grupo no Brasil. Apesar de incomum, é importante ressaltar que o debate com os minoritários é importante. Para fazer a defesa da Celesc Pública e dos direitos da categoria os sindicatos da Intercel estão abertos ao diálogo com todos os agentes que atuam na empresa. Em um momento onde existe dificuldade de diálogo com a empresa e com o Governo, os sindicatos buscarão todos os caminhos para consolidar o lema dos celesquianos: Celesc Pública, bom para todo mundo! Com uma breve apresentação da empresa, Michel deixou claro que a oportunidade de comprar ações da Celesc foi avaliada pela EDP pelo potencial da Celesc e do próprio estado de Santa Catarina. O conselheiro foi franco em dizer que a aquisição das ações feita até agora já rendeu ganhos para a EDP e que já manifestou ao Governo do Estado o interesse em comprar a Celesc em um possível processo de privatização. Entretanto, Michel afirmou que este não é o foco da EDP, mas sim contribuir com a gestão da Celesc para continuar lucrando. Os dirigentes sindicais manifestaram ao conselheiro os pontos intransponíveis da categoria: a manutenção da Celesc Pública e o respeito aos direitos dos trabalhadores. Mais do que reafirmar posturas antagônicas, a reunião serviu para apresentar a representação sindical como uma entidade propositiva, que busca retomar o espaço de debate da gestão da empresa, fechado pela nova administração. Neste sentido, os sindicatos reafirmaram que decisões de grande impacto para a sociedade – e para os próprios acionistas – não devem ser tomadas pela administração sem o debate amplo. Os sindicalistas fizeram um alerta sobre a reestruturação e a postura centralizadora do presidente, que pode trazer prejuízos para todos: trabalhadores, acionistas e , principalmente, a sociedade. Além disso, a fala do conselheiro da EDP evidencia o potencial da Celesc, enquanto empresa pública, em impulsionar o desenvolvimento do Estado e, ainda, render lucros aos seus acionistas. Por isso, qualquer projeto que prejudique o atendimento à sociedade, ameace a imagem da empresa e abra as portas para a privatização é um projeto contra o próprio Estado de Santa Catarina

Intersul visita parlamentares em defesa da Eletrosul

Após o carnaval, quando de fato reiniciaram as atividades dos parlamentares no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas dos estados, a Intersul intensificou o trabalho de articulação política contra a privatização da Eletrobras e mais urgentemente, contra o processo de extinção da Eletrosul, via incorporação pela CGTEE. No período de 22 a 29 de março, a Intersul realizou conversas com senadores, deputados federais e estaduais, onde além de apresentar a defesa pela Eletrobras pública, apresentou correspondência aos parlamentares onde alerta sobre os enormes prejuízos para o Estado de Santa Catarina, sociedade e trabalhadores, caso seja efetivada a extinção da Eletrosul, conforme deliberado pela direção da Eletrobras. No Congresso Nacional e na Alesc a Intersul busca assinaturas para a instalação de Frentes Parlamentares em Defesa da Eletrosul, e a apresentação de requerimentos de audiência pública onde sejam convocados os representantes das empresas a fim de prestar as informações e explicações sobre o processo de incorporação da Eletrosul. Além dos contatos políticos, no dia 22 de março a Intersul protocolou representação no Ministério Público Federal, onde se pede a abertura de Inquérito Civil Público acerca do processo de Incorporação e extinção da Eletrosul. Também em Brasília, a Intersul esteve presente na audiência da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, dia 23, que contou com a presença do Ministro de Minas e Energia Alm. Bento Albuquerque. Ele foi questionado e instado a interromper o processo de incorporação da Eletrosul, para que sejam apresentadas informações sobre o assunto.

8 de março

A origem do 8 de março advém da luta das trabalhadoras. O desejo do Sinergia é que, muito em breve, sindicatos não precisem mais debater assédio moral no trabalho, assédio sexual, diferença salarial de gênero, violência contra a mulher e empoderamento feminino. Que nenhuma mulher deixe de sonhar pelo simples fato de ser mulher!

Não tem diálogo sobre a reestruturação da Celesc

Não!” Essa foi a resposta do presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, quando questionado pelos sindicatos que compõem a Intercel sobre a possibilidade de rever a reestruturação das Agências Regionais na Celesc. A conversa aconteceu nesta quarta-feira, 27/02, após 60 dias de tentativas infrutíferas de diálogo dos sindicatos com o presidente. Após argumentações dos sindicatos que compõem a Intercel, de que este assunto já foi tratado por outras diretorias e governos e não foi levado adiante por conta de reações negativas da população, o presidente disse não haver qualquer possibilidade de voltar atrás no projeto de criação de núcleos no lugar das atuais 16 Agências Regionais. Os sindicatos ainda argumentaram que a reestruturação não deveria ser levada com tanta pressa, mas que havia necessidade de dialogar com trabalhadores/as, classe política e população. Nova negativa do presidente, que alegou que o objetivo da mudança não é redução de custos, mas sim uma uniformização no porte das Regionais. Durante três horas de reunião, diretoria da empresa e sindicatos da Intercel debateram assuntos relacionados à Celesc, apresentação de novos diretores e a situação da imagem da empresa perante a população pela inércia do presidente. A crise política na ALESC gerada pela falta de comunicação da empresa também foram tema do encontro. Os representantes da Intercel expuseram suas preocupações com a atual situação e disseram que continuarão a fazer a defesa da empresa pública, contra a reestruturação das Regionais, o que certamente trará prejuízo à população, e estarão fazendo debates pelo estado nas rádios, TVs e jornais, como também nas Câmaras de Vereadores. Cleicio reclamou que nunca um presidente apanhou tanto da imprensa como ele. Se permanecer esta postura da falta de diálogo, parece que esta continuará a ser a tônica de seu mandato e com certeza novos conflitos surgirão.

Ato contra Crimes da Vale em Florianópolis é segunda-feira, dia 25

Com o lema “O lucro não vale a vida. Somos todos atingidos!”, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), junto com entidades parceiras, vai organizar atos de solidariedade as famílias atingidas e de protesto para alertar a sociedade sobre as consequências sociais e ambientais do crime Vale. A empresa deixou uma centena de mortos e outra centena de desaparecidos, além de ter destruído o ecossistema do rio Paraopeba e ter deixado graves consequências aos atingidos em diversas comunidades que serão sentidas também na bacia do rio São Francisco Em Minas Gerais, haverá atos em: Córrego do Feijão, Brumadinho e Belo Horizonte e muitas outras comunidades. Na bacia do Rio São Francisco, no caminho do fluxo da lama tóxica, estão previstos atos em quatro regiões. Em outras capitais, o debate, além de lembrar Brumadinho, será sobre a segurança dos atingidos nas regiões de barragens em cada estado, em audiências públicas junto ao poder público. Plenárias de caráter ecumênico também estão previstas. Um mês após o maior crime trabalhista e socioambiental do país, os atingidos continuam sem sinais de indenizações e reparação efetiva da empresa, um cenário bastante semelhante à situação do crime em Mariana (MG). Nos atos do dia 25/02, o movimento vai continuar prestando solidariedade às famílias das vítimas, mas o esforço será concentrado, principalmente, em denunciar mais este crime da Vale, que não pode ficar impunidade. Além de reivindicar medidas para que novos crimes não ocorram – com possíveis rompimentos de outras barragens, dado o pânico e pavor que vive a população de MG e outras regiões do país. Junto com o MAB, estarão presentes organizações sindicais, religiosas, movimentos populares, entidades da sociedade civil de defesa do meio ambiente, ativistas e simpatizantes das lutas populares. O lucro acima da vida não vale. Pelo direitos dos atingidos, basta de impunidade!

Celesc: Falta diálogo, sobra Propaganda

Após sucessivos adiamentos de reuniões com a Intercel, um informe encaminhado aos celesquianos pela Comunicação da Celesc demonstrou que o presidente da empresa, Cleicio Poleto Martins, não compreendeu até agora o papel dos sindicatos na gestão da empresa. Ignorando o histórico de construção coletiva e de gestão participativa que aproxima realmente os trabalhadores da gestão da empresa, dando voz aos celesquianos, o presidente prioriza uma percorrida inócua e propagandista. Divulgando a percorrida e a “Agenda Propositiva” da Diretoria, o comunicado trata os sindicatos como “público externo”, como se os dirigentes sindicais não fossem todos trabalhadores da empresa e os assuntos pautados pela Intercel não fossem todos relacionados às conquistas, direitos e anseios da categoria. Pior: ao relegar os sindicatos ao escanteio, Cleicio demonstra não conhecer a importância das entidades sindicais em todo o processo de manutenção da concessão, desafio principal da Celesc. Com as críticas da última edição, a presidência entrou em contato com a Intercel, mas a situação não evoluiu. Apesar dos sindicatos se colocarem à disposição imediata para o debate, a reunião não foi agendada. Entretanto, se falta diálogo, sobre propaganda. A publicidade de empresas pública deve ser exclusivamente para fins educativos e institucionais. A constituição autoriza a propagação de conteúdo informativo, educativo ou de orientação social, ou seja, no caso da Celesc é permitido informar a população sobre questões importantes e orientar sobre a utilização correta da energia elétrica e seus riscos. Este, pelo menos, deveria ser o foco da publicidade da Celesc. Entretanto, a falta de uma comunicação eficaz com a sociedade ficou evidente nos últimos tempos, com a escalada das reclamações do aumento nas contas de energia. Os veículos de comunicação do Estado estão em uma verdadeira campanha contra a empresa. Notícias se espalham com a agilidade que a tecnologia permite, jogando a imagem da empresa no lixo. E, ao invés de atacar o problema com pró-atividade, informando a sociedade, defendendo a empresa e os seus trabalhadores, a comunicação da empresa continua falha e ineficaz. De acordo com a política de comunicação corporativa da Celesc, divulgada no site da empresa (www.celesc.com.br), “zelar permanentemente pela imagem institucional do grupo” é uma das diretrizes básicas a ser observada. E, em tempos de conectividades, as redes sociais deveriam ser um grande aliado no compartilhamento de informações na defesa da Celesc Pública. Numa breve análise das três redes sociais mais utilizadas, Facebook, Twitter e Instagram, verificamos a falta de uma comunicação efetiva sobre a questão das faturas. O twitter da companhia (@Celescinforma) é o que mais se aproxima da comunicação educativa e informativa. Com atualizações constantes, dá informações educativas sobre a fatura, sobre os riscos da energia elétrica, dicas de economia, além de informações regionalizadas do trabalho da empresa. O facebook também cumpre o papel educativo e informativo. Já o instagram, este fica muito aquém do que deveria. Com 18 publicações na conta (considerando a data de produção desta reportagem) apenas 6 cumprem o papel de informar e educar, premissas da publicidade de instituições públicas. As 12 outras são publicidade pessoal do presidente, enaltecendo sua figura na percorrida. Mas é para isso que serve uma rede social da empresa? Óbvio que não. Muito menos em um momento onde a comunicação com a sociedade peca. O diálogo não pode ser só um discurso vazio. Quanto tempo mais o presidente ficará fechado ao debate com os sindicatos. A categoria tem sido hostilizada pela deficiência da empresa na comunicação. E, com a mordaça colocada nos regionais, a questão só piora. Defender a imagem da Celesc Pública é compromisso dos sindicatos da Intercel e, já que o presidente não nos ouve, talvez leia e, enfim marque a reunião para que estas demandas e os anseios dos trabalhadores sejam ouvidos, debatidos e que nosso lema volte a levantar a imagem da empresa: CELESC PÚBLICA, BOM PARA TODO MUNDO!

TST diz que greve contra privatizações é abusiva; entidades reagem

Defender o próprio emprego é direito do trabalhador A empresa privatizada reduz o número de trabalhadores, restringe ou acaba com direitos estabelecidos (como nos planos de saúde, por exemplo), precariza o atendimento à sociedade. No entanto, nada disso foi considerado pelo Tribunal Superior de Trabalho que, na última segunda, 12, decidiu na Seção de Dissídios Coletivos que greves contra privatizações são abusivas. Assim, trabalhadores que cruzarem os braços para protestar contra a venda de estatais à iniciativa privada podem ter os salários descontados, entre outras sanções.

Por que Wilson Pinto Junior defende desesperadamente a privatização rápida da Eletrobras?

AEEL e as Entidades Sindicais representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, após pesquisa nos anais da história recente, trazem à luz os motivos do desespero do presidente da Eletrobras para entrega da maior empresa de energia elétrica do país e da América Latina ao capital estatal internacional. 1. Porque a cada dia que passa a sociedade vai compreendendo o plano arquitetado por Pinto Junior para transferir o controle da Eletrobras a acionistas minoritários, liderados pelo Banco Clássico e pela 3G RADAR de Jorge Paulo Lemann. Para os esquecidos ou que os não conhecem, Jorge Paulo Lemann tornou-se o mais recente queridinho do governo, o mais novo Midas protetor. De um banqueiro que fez fortuna circulando nos bastidores do poder, prospectando nas sombras dos bastidores informações e decisões que o privilegiem, agora, do governo Temer para cá, tornou-se o grande artífice das negociatas que envolvem laranjas (em cargos privilegiados do governo, de estatais e fundos de pensão), funcionários privados e públicos de carreira afeitos ao poder econômico, e de governos fracos que buscam agradar às oligarquias para manterem-se no poder. A história do Brasil já teve muitos deles, os mais recentes, Eike Batista, Daniel Dantas, André Esteves, Emílio e Marcelo Odebrecht, Atiliano de Oms Sobrinho (este da época FHC), até ao “pai de todos”, o Visconde de Mauá. Cabe aqui lembrar ao atual governo que JP Lemann aprendeu com a Lava Jato que ao cair em desgraça pode levar o governo a bancarrota e safar-se com uma delação premiada. Ou seja, ele está na dianteira. 2. Porque a realização detida de análises e estudos técnicos sérios e isentos colocarão sob terra os seus planos e argumentos, mostrando o quanto o povo será prejudicado. Pelas pesquisas mostrando que 75% da população é contra as privatizações, não é preciso um ano para que os 24,5% restante note quão prejudicial é a privatização da Eletrobras. O aumento das tarifas vai retirar dinheiro do bolso da população e transferir bilhões a um seleto grupo de privilegiados, acostumados a ganhar dinheiro sem investir o seu próprio, sem trabalhar e sem riscos. 3. Porque os viciados em vender o patrimônio público a preço banana têm pressa e ficam abstêmios quando não conseguem entregar a missão requerida pelos donos das bancas! Até porque os interesses desses mega exploradores conflituam com os interesses de outras grandes oligarquias (como da indústria, por exemplo, que perde competitividade pelo aumento de custos) com poder de fogo. Então, quanto antes melhor. Aliás, falando em viciados, o senhor ministro da economia e duble de empresário, Paulo Guedes, em evento realizado no BNDES, dia 08/02 p.p., teve a petulância de dizer em seu discurso de camelô vendendo bala na esquina, que muitas estatais “são filhos fugidos e drogados”. Todavia, o senhor ministro da economia americana, como bem citou uma companheira sindicalista de Santa Catarina, “- Drogados não são aqueles que vendem tudo que têm em casa pra sustentar o vício? Afinal, quem quer vender tudo?” 4. Porque, à medida que o tempo passa, os conflitos de interesses ficam cada vez mais expostos e não resistem à luz do dia. Esses experts em maracutaia contam com a hipnose que passam às pessoas e aos grupos de poder, sabendo eles que a hipnose pode ser repentina e a reação contra eles ser tão dura e efetiva, que deixar as coisas com aspecto de juridicamente irreversível é, de fato, parte crucial do Plano A. Se a ficha cair, seguram-se na justiça (basta ver o caso dos pedágios, ainda da época do FHC, que com todas as evidências de corrupção por parte dos governos paulistas e paranaenses, eles continuam em pé e cobrando tarifas aviltantes). 5. Porque as demais partes interessadas da Eletrobras, à exceção dos minoritários espertalhões, despertarão do transe, sentirão a exploração eminente, criarão coragem e reclamarão da elevadíssima conta que terão que pagar neste nefasto processo de privatização. 6. Porque a indústria, o comércio e os demais atores dos setores produtivos do país, poderão compreender o que está por trás da privatização da Eletrobras, que representará aumentos significativos nas contas de energia elétrica e elevará ainda mais os custos de produção. Estes aumentos, quando repassados aos consumidores finais, trarão impactos negativos no consumo e nos resultados das empresas. A hipótese de repassar o aumento de custo aos preços é um temor, haja vista a baixíssima capacidade dos salários em pagar o aumento nos preços dos produtos, bem como da alta competitividade e protecionismo no mercado internacional. Será prejuízo na veia nos demais setores da produção. 7. Porque houve uma grande renovação no Congresso Nacional e quando os parlamentares sérios e comprometidos com o país entenderem a tramoia contra os consumidores e a sociedade ficarão contrários à privatização da Eletrobras. Os megalarápios não conseguiram convencer o Congresso anterior e contam com a pseudo ignorância dos novos congressistas. Entretanto, eles sabem que em posse de dados e informações, os congressistas antigos e novos não permitirão tamanha safadeza, até porque eles foram eleitos para agirem contra tudo o que estava em andamento. É uma escolha entre o poder econômico desses especuladores e a sua própria existência política. 8. Porque o processo não suporta a luz da ética e da transparência. O recente “apagão” dos órgãos de fiscalização e controle (CVM e Ministério Público inclusive) e autoridades é comum em início de novos governos, mas esses especuladores sabem que isso se reverterá a qualquer momento, a qualquer acontecimento. Até mesmo com o que aconteceu em Mariana, Brumadinho e agora no CT do Flamengo. Enfim, como eles não sabem o quanto vai durar, eles querem tudo e o mais rápido possível. Não dormem, não têm fim de semana, agem diuturnamente. Querem o dinheiro dos aposentados, dos velhinhos dos fundos de pensão. Querem seu salário, seus benefícios, sua água, seu cafezinho, seu ar condicionado, seu papel higiênico, seu plano de saúde, sua segurança no trabalho, sua lixeira, sua mesa de trabalho. Querem absolutamente tudo, na mais clara avareza e ganância. 9. Porque nos últimos anos a Eletrobras vem mostrando as suas potencialidades e pujança, mesmo com toda campanha difamatória patrocinada por Wilson Pinto Junior, desde sua chegada em julho de 2016. A Sociedade percebe cada vez mais que somente uma análise comparativa (com o seu próprio passado ou com seus pares na atualidade) pode levar a uma boa decisão. A análise com o passado encontra-se, por um pequeno espaço de tempo, comprometida, visto que grande parte da população, por conseguinte, dos eleitores, tem hoje menos de 40 anos de idade e não tem condições (nem tempo) de verificar que essa política entreguista já foi feita tanto no governo Collor quanto do Fernando Henrique Cardoso, demonstrando-se um verdadeiro desastre para o conjunto da sociedade, inclusive às oligarquias dominantes. Entretanto, ao comparar com a Argentina, nota-se que a política do governo Macri fez com que o país vizinho entrasse numa grande crise econômico-financeira (os trabalhadores e pequenas e médias empresas não conseguem nem pagar suas faturas de energia). Dá também para olhar para o Chile, grande referência econômica do governo brasileiro, e que gerou um enorme exército de miseráveis, principalmente os mais velhos. 10. Porque mentira tem perna curta e a verdade sobre as intenções e os interesses inconfessáveis começam a aparecer – razão da velocidade defendida. 11. Porque as privatizações, que não deram certo no Brasil e no exterior, começam a ser questionadas pela sociedade, principalmente por conta das tragédias ocorridas no seio da VALE e o caso EMBRAER, que um dia foi brasileira e hoje virou uma divisão da americana Boeing (a tecnologia é transferida de graça; os empregos são fechados aqui e abertos lá; e os impostos para educação saúde, segurança são pagos lá. Mais emprego ao americano e mais dinheiro para o Trump). 12. Porque o Brasil, de uma hora para outra, pode acordar e entender que está virando um país aonde as multinacionais estrangeiras chegam com moedas fortes e compram ativos prontos e lucrativos a preços de banana, a exemplo do que ocorreu com a CPFL – que já foi presidida por Wilson Pinto Junior e hoje pertence à estatal chinesa Companhia Nacional da Rede Elétrica da China (State Grid). 13. Porque a sociedade conhece a Eletrobras e suas empresas e sabe que elas representam a última fronteira de qualidade no Setor Elétrico. Na década de 90 muitas empresas do setor foram privatizadas e no bojo desse processo veio o sucateamento das instalações e dos quadros técnicos, num completo empobrecimento da engenharia nacional. Os salários foram reduzidos, tirando dinheiro do trabalhador, que gasta com sua família na economia local, para o bolso dos megaespeculadores, que gastam seu dinheiro com suas famílias na Europa e nos Estados Unidos. 14. Porque em tempos de crises e discussões geopolíticas, a prudência e o zelo pela soberania nacional não recomendam a entrega do controle de empresas estratégicas, prestadoras de serviços públicos essenciais e gestoras de usinas hidrelétricas, termonucleares e linhas de transmissão quilométricas – razão do açodamento e desespero de Wilson Pinto Junior. 15. Finalizando, porque ele quer entregar rapidamente e sem discussão a encomenda feita pelos minoritários graúdos, sem que haja tempo para que as entranhas do processo sejam expostas pelas luzes da transparência.

Crime da Vale: CNE participa de ato em Curitiba

O CNE participou na segunda-feira, em Curitiba, de ato em homenagem às vítimas do crime da Vale em Brumadinho, organizado pelo MAB. Na oportunidade foram socializadas informações sobre a triste realidade vivenciada pelos moradores da região atingidos pelo rompimento da barragem. Militantes que acompanham os trabalhos na região destacam que é preciso que o Estado aprenda alguma coisa com este crime, já que a tragédia da Samarco, que completa 39 meses não ensinou nada.Até hoje nenhum atingido foi reassentado, nenhuma indenização foi paga aos atingidos, sequer uma multa foi paga !!!!!!! Foi lembrado ainda que tudo isto é resultado da criminosa privatização da Vale, vendida a preço de banana durante o governo de FHC. Antes dela, na dezenas de anos da empresa como estatal, nenhum crime ambiental aconteceu. Também foi relatada a situação das barragens existentes no Paraná, a partir do trabalho realizado pelo MAB. Em Santa Catarina é muito importante o governo realizar e divulgar levantamentos sobre as barragens existentes no estado e qual é o plano de ação para emergências. O que se sabe é que faltam informações sobre a maioria das barragens, não há nenhuma ação de fiscalização e a expressiva e a grande maioria não tem ou não divulga planos de prevenção de desastres.

Periculosidade deve ser paga na Eletrosul

A Justiça do Trabalho deu ganho de causa aos trabalhadores da Eletrosul que deixaram de receber a periculosidade. Em despacho do dia 4 de fevereiro o Procurador Regional do Trabalho Dr. André Lacerda é citado quando diz que “não há segura demonstração de alterações nas condições de trabalho capazes de afastar o risco. A supressão do pagamento do adicional de periculosidade, por se tratar de salário-condição, somente será legítima quando cessar o labor em condições perigosas. Os documentos trazidos no presente mandamus, por si, não convencem quanto ao término do trabalho em condições perigosas. Indicam apenas maior rigor no controle de ingresso dos funcionários em área de risco, fato que, isolado, não permite concluir que toda a ameaça à vida e saúde dos trabalhadores tenha sido afastada. Indispensável prova técnica nesse caso (…).”. O juiz titular da Vara do Trabalho, MAURO VASNI PAROSKI, do Tribunal Regional do Trabalho da Vara do Trabalho de Londrina encerra seu despacho lembrando que “a Justiça do Trabalho não detém competência para declarar a nulidade de uma resolução da Diretoria da ré, além de consistir em intervenção espúria em atos de gestão da mesma, mas, quando muito, como se dá nesse julgamento, pode decidir pela sua não aplicabilidade/eficácia estritamente no âmbito dos contratos individuais de trabalho dos substituídos processualmente (para que não lhe produzam alterações unilaterais e prejudiciais)”. A Eletrosul ainda foi ainda penalizada com o pagamento dos honorários de advogado, juros de mora e atualização monetária. O ganho de causa foi para os trabalhadores do Paraná. Aguarda-se despacho para outros locais de trabalho.