GOVERNADOR RECEBEU EM LAGES CORRESPONDÊNCIA DOS TRABALHADORES DA CELESC PEDINDO ABERTURA DE DIÁLOGO
Na última sexta-feira, 21 de junho, o governador Jorginho Mello (PL), esteve na cidade de Lages para a inauguração de uma usina fotovoltaica da Celesc – UFV LAGES II. Aproveitando a visita do governador, que se comprometeu diversas vezes – desde o período de campanha eleitoral – a manter a Celesc Pública, alguns trabalhadores e dirigentes sindicais do STIEEL (sindicato que representa a categoria eletricitária na região) levaram faixas e cartazes para a entrada do local do evento pedindo a abertura de diálogo do governo do Estado com celesquianas e celesquianos. O objetivo era chamar a atenção de Jorginho para fazerem a entrega de uma correspondência assinada pelos sindicatos da Intercel, solicitando uma reunião para tratar da Celesc.
É importante registrar que todos os últimos governadores de Santa Catarina (Carlos Moisés, Raimundo Colombo, Luis Henrique da Silveira) receberam a representação de trabalhadores e trabalhadoras da Celesc e tiveram diálogos bastante propositivos em defesa da manutenção da empresa pública. Jorginho, que está no cargo há um ano e meio, ainda não recebeu os sindicatos para um diálogo e para ouvir as preocupações da categoria.
As faixas colocadas em Lages tinham como propósito chamar a atenção do governador para a necessidade urgente de recomposição do quadro de trabalhadores e o fim das terceirizações, problemas já conhecidos de todos os celesquianos, e que vêm a cada dia mais sendo colocados como principais premissas da atual Direção da empresa.
A maior faixa no ato sugeria ao governador que “com o diálogo, todos têm a ganhar”, indicando que a conversa solicitada não pretende atacar o governo, mas, sim, apresentar proposições para tornar a Celesc ainda melhor.
Logo na chegada, o governador parou, cumprimentou os trabalhadores e disse que os atenderia no final do ato da inauguração da usina fotovoltaica. Em seguida, os trabalhadores foram até o evento, onde estavam presentes vários Diretores da Celesc – inclusive o Presidente Tarcísio Rosa -, além de autoridades e lideranças locais, como o prefeito de Lages e deputados estaduais.
Em seu discurso, o governador reafirmou o compromisso em manter a Celesc Pública. Findado o ato de inauguração da usina solar, Jorginho recebeu os dirigentes sindicais, que fizeram a entrega da carta. O governador se mostrou disposto ao diálogo, afirmando que quer, sim, estabelecer o diálogo com a categoria eletricitária.
Celesquianos e celesquianas aguardam com expectativa a abertura das conversas com o governo do estado.
Avanços conquistados até aqui são fruto da disposição de luta da categoria em todo o Brasil
Na última sexta-feira, dia 21, ocorreu a segunda audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Eletrobras, referente ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026.
O CNE iniciou a audiência cobrando da empresa manter coerência, no mínimo, em relação aos pontos discutidos e avançados na última rodada de negociação, conforme consolidados em ata. Ademais, o CNE relatou a expectativa gerada com a ata, no que diz respeito à interpretação de algumas cláusulas, entre elas, a cláusula de gratificação de férias.
Durante a Mediação, o Ministro Maurício Godinho Delgado discorreu sobre itens muito importantes da contraproposta realizada pelas entidades sindicais, e os advogados e dirigentes sindicais presentes tiveram a possibilidade de defender cada um destes pontos que refletem as reivindicações da categoria. Foi enfatizada a preocupação com as sinalizações da empresa quanto à possibilidade de demissão em massa.
A Eletrobras já opera com poucos trabalhadores, e a preocupação com estes e com o Sistema foram relatados. Outro ponto abordado foi a sinalização de tratamento diferenciado entre a categoria no que diz respeito ao abono para quem recebe salário superior a R$6mil, penalizando quem segue na luta na construção de um ACT mais justo.
O CNE também enfatizou a necessidade de reajuste nos benefícios dos trabalhadores, considerando que o acordo se estende por dois anos.
A Eletrobras havia afirmado não ter possibilidade de realizar qualquer avanço. No entanto, a intervenção do TST e do Ministério Público do Trabalho (MPT), que atuaram como mediadores, foi muito importante. Eles ressaltaram a boa fé da categoria ao suspender a greve, conforme acordado, e destacaram que os congelamentos impostos no atual ACT representam uma economia significativa para a empresa.
No decorrer da mediação, a Eletrobras expôs ser possível avançar em alguns itens, mas não foi possível fechar a proposta durante a audiência. Ficou decidido, então, que o acordo atual será prorrogado até 31 de agosto, permitindo que as partes continuem buscando um entendimento que resulte em melhorias para o Acordo Coletivo.
O ministro do TST se dispôs a mediar as negociações a qualquer momento, mesmo durante o recesso do Tribunal, visando alcançar uma proposta mais adequada para a categoria.
Para o CNE, embora a proposta atual não contemple a totalidade das reivindicações dos eletricitários, ela representa um avanço no processo de negociação. Estes avanços só foram possíveis graças a mobilização e a determinação da categoria em lutar por seus direitos.
O CNE informa que, na próxima semana, as entidades sindicais realizarão assembleias informativas. É importante que a categoria fique atenta às convocações de suas respectivas entidades sindicais para participar dessas assembleias e se manter informada sobre os próximos passos da negociação.
Essa negociação não é apenas uma luta por melhores condições de trabalho, mas uma demonstração da força e da união dos eletricitários do sistema Eletrobras. A categoria segue firme na busca por um Acordo Coletivo de Trabalho justo e digno, que valorize quem ilumina o Brasil.
Muitos empregados, novos e antigos, seguem iludidos. A história mostra que a ilusão pode custar caro
A situação da Celesc não deixa dúvidas das reais intenções dos Lobos travestidos de Cordeiros: a precarização através do aumento da terceirização, a falta de renovação da frota, os problemas no atendimento, o descaso com a manutenção dos direitos conquistados e o descaso com a gestão pública da Celesc trazem a certeza da união de trabalhadores e trabalhadoras na luta e resistência por seus direitos e pela manutenção da empresa pública.
Mais do que nunca, a categoria precisa ficar atenta a Lobos travestidos de Cordeiros. Eles estão entre nós, agindo como se estivessem do lado da classe trabalhadora e da sociedade quando, na verdade, estão jogando sujo, trabalhando para confundir e dividir os trabalhadores para conquistar seus objetivos. Aqueles que são iludidos com esse encanto trazem grande indignação, fazendo o papel vexatório porque ‘se tornou gerente’, tentando influenciar seus subordinados contra as entidades sindicais, não entendendo que fragilizar a luta é deixar o caminho aberto para a retirada de direito e a consequente privatização. É só olhar para o setor e ver as reclamações onde foram feitas as privatizações: não tem salvação pra ninguém, ninguém se garante.
A Celesc existe há 69 anos. Esteve e estará sob o comando de diversos governadores e presidentes indicados. Porém, só continua tendo respeito de seus consumidores e sendo lucrativa por causa do trabalho incessante e da qualidade de seus empregados. A estratégia bem definida do atual governador, Jorginho Melllo (PL), em conluio com o Presidente Tarcísio Rosa e diretoria indicada, vai deixando correr solto o sucateamento da companhia. Com certeza o objetivo é chegar ao ponto de ser “obrigado” a privatizar. É só ler a entrevista no Valor Econômico do início do mês dada pelo presidente.
O Lobo em pele de Cordeiro se apresenta como um empreendedor moderno, fala de prêmios e lucros que a Celesc vem ganhando. E, seguindo o comando do Governador, discursa mundo afora que a ideologia de mercado dá melhores resultados.
Em princípio, pode parecer exagero, mas os fatos são incontestáveis.
1– Aumento da distribuição de dividendos aos acionistas em detrimento de maiores investimentos no sistema, aumentando o endividamento futuro da Celesc;
2– Quadro de trabalhadores sendo reduzido dramaticamente, através de constantes Programas de Incentivos a Demissões sem reposição, descumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta – TAC assinado com o Ministério Público do Trabalho;
3– Modelo de gestão que os trabalhadores defendem desde 1997 avança no passo de uma TARTARUGA.
A Celesc como empresa pública deve lembrar que a “energia é um bem de todos e alavanca do desenvolvimento social”. Portanto, o mercado não determina como serão aplicados investimentos e sim o interesse de todo o povo.
A situação da Celesc conclama cada empregado/a a levantar-se e defender mais uma vez a empresa pública e seus direitos de administrações atrapalhadas e denunciar quem venha a se utilizar para atender interesses escusos e sorrateiros. Teremos que conviver com aqueles que preferem esconder-se atrás de lamúrias e chiadeiras, achando que o mundo está contra eles, mas se deliciam na engorda com os ganhos das lutas dos outros. A jornada é difícil, mas temos em nosso DNA a luta e a resistência e, com isso, nos libertamos, não nos submetendo à mesmice de sempre, nos escravizando.
“Afinal de contas, não tem cabimento, entregar o jogo no primeiro tempo. Nada de morrer na praia, nada de correr da raia”. SERÁ QUE O CORDEIRO DOADO PELO DIRETOR DE GERAÇÃO ERA UM LOBO E FUGIU?
PRESIDENTE DEMONSTRA TER SÉRIAS DIFICULDADES EM RECEBER CRÍTICAS
Uma das críticas feitas por grande parte da categoria e registrada na última edição do jornal Linha Viva foi sobre a ausência do Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, e demais diretores, para dar explicações à sociedade sobre os problemas recentes na empresa que afetam trabalhadores e parcela considerável da população catarinense. Num passado não muito distante, a empresa teve presidentes – como Cleverson Siewert – que davam a cara a tapa e iam até os meios de comunicação explicar os problemas e dar uma satisfação aos consumidores.
Pois eis que, após a crítica à omissão de Tarcísio, ele apareceu. Ao contrário do que se esperava, ele não apareceu para dialogar com a sociedade e explicar ao povo o que está acontecendo na Celesc. Tarcísio apareceu num vídeo da rede interna da empresa para [finalmente] dialogar com os trabalhadores e aproveitar para criticar a Intercel. É importante destacar que, pessoalmente, ele ainda não teve coragem de visitar as lojas da Celesc onde estão os consumidores mais indignados e revoltados com sua gestão.
A fala na rede interna ou é de um presidente mal informado ou mal intencionado: afinal, Tarcísio afirma que achou “injusto a Intercel jogar a população contra esses empregados”. Ora, em que momento a Intercel jogou a população contra celesquianos e celesquianas?
Não custa, mais uma vez, recapitular: a Intercel, em contato com atendentes comerciais do estado todo, inseguros com a mudança de sistema, fez apelos pelo adiamento da mudança de sistema ainda no mês de março. Quem pegar edições do jornal Linha Viva dos meses de março e abril de 2024, constatará que a Intercel já estava preocupada com os efeitos da mudança de sistema sobre a saúde dos empregados e com possíveis danos à imagem da empresa. Tarcísio e sua diretoria ignoraram os alertas dos sindicatos. Não deram bola para a insegurança de atendentes, não se esforçaram por treinar melhor os funcionários e deram de ombros com a evidente falta de pessoal que fez com que o estrago fosse ainda maior (se tivesse número de empregados suficiente no atendimento, como a Intercel vinha cobrando desde o início de 2023, o dano à imagem da Celesc seria consideravelmente menor). Tarcísio ignora esse fato propositalmente.
Antes da mudança de sistemas, a Intercel também se reuniu com o Diretor Comercial, Vitor Guimarães, e fez os alertas – sem sucesso.
Após a mudança, novas reuniões internas (com representantes da Direção da Celesc) para tentar amenizar o sofrimento dos atendentes. Em nenhuma delas, o presidente esteve presente. Por que será?
A Intercel nunca questionou a competência dos trabalhadores que estão tocando, com muita responsabilidade, a mudança de sistemas. Mas decisões da alta cúpula tornaram a vida desses trabalhadores – como aqueles que estão na ponta – muito mais difícil. A comunicação feita com a população foi mais uma das falhas graves.
Atendentes comerciais de diferentes regiões do estado foram chamados para participar de reunião com a representação da Direção da empresa. São TESTEMUNHAS do empenho da Intercel em solucionar o problema dentro dos portões da companhia. Ocorre que, quando, por mais de um mês, atendentes passam a ser agredidos verbalmente, de maneira injusta, adoecem, chegam ao ponto de serem ameaçados de agressão física, é necessário que os sindicatos indiquem para a população que a sua raiva não deve ser descontada nos trabalhadores (vítimas do processo), mas, sim, em quem tem a caneta na mão e poderia ter evitado o caos: presidente e diretoria da Celesc.
E foi isso o que a Intercel fez na última semana: levando em conta a pressão psicológica sobre atendentes e outros profissionais da Celesc, sem luz no fim do túnel, foi necessário explicar para a população que a culpa pelos problemas enfrentados não é de trabalhadores e trabalhadoras da Celesc, mas, sim, de quem deveria ter trabalhado a fundo para evitar danos maiores. Tarcísio deveria, como homem público, ter vindo aos meios de comunicação admitir as falhas de sua gestão e se desculpar com a população e a categoria. Não foi grande para isso. Se apequenou ainda mais.
Os cartazes que a Intercel colou na porta das lojas de atendimento da Celesc em todo o estado (indicando que a população não descontasse sua raiva nos atendentes) foram sendo retirados no momento seguinte em que foram instalados, por ordem de chefias que só cumpriam o que a direção da empresa mandava. A pequenez de Tarcísio ficou ainda MAIS EVIDENTE na loja da Celesc em Florianópolis: a sala comercial ao lado é da Casan. Ali, diversos panfletos criticando presidente e diretores da companhia de águas e saneamento estão colados na vitrine da Casan há dias, à vista do público. Na vizinha Celesc, a ordem foi retirar o cartaz com críticas a Tarcísio poucos minutos após sua instalação.
A pequenez do presidente havia sido demonstrada dias atrás, no instagram: como um papagaio repetidor das mesmas frases, ele foi à página na rede social de um dirigente sindical com sua conta pessoal falar que “para ter sua rua asfaltada é necessário preparar-se para transtornos temporários” (mesmo discurso que ele fez no vídeo da rede interna da Celesc). Ele ignora que prefeituras têm obrigação de se organizar e se comunicar bem com a população antes de fazer uma obra de pavimentação asfáltica. Que é necessário gente suficiente para colocar o asfalto novo de maneira célere, diminuindo transtornos. E, o principal: que se o asfalto demorar a ficar pronto ou a empreiteira terceirizada não apresentar qualidade no serviço, o prefeito tem de vir até a população e explicar a demora.
Eletricitários fazem o enfrentamento à gestão da Eletrobras Privatizada
Em um movimento histórico, os trabalhadores representados pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) realizaram uma greve em todas as empresas Eletrobras, pela renovação do ACT 2024/2026. A greve teve duração de uma semana. O movimento é histórico, porque foi o primeiro enfrentamento com greve pelo ACT, depois da Eletrobras privatizada, mostrando que a capacidade de luta e a combatividade dos trabalhadores resiste, apesar da privatização.
A greve que iniciou segunda feira, dia 10, foi suspensa somente na sexta-feira, dia 14, depois que o Ministro relator do processo no TST, Maurício Godinho Delgado, em audiência de conciliação do dissídio impetrado pelo CNE, mediou uma proposta. A audiência conciliatória foi realizada na quinta-feira, 13, na qual o Ministro identificou os principais pontos de conflito, sugeriu algumas premissas , solicitou a suspensão da greve e a continuidade da conciliação em nova audiência a ser realizada em 21/06.
Uma das premissas de conciliação sugeridas pelo Ministro do TST se refere aos dias parados que, pela proposta, não serão descontados. Na audiência, Eletrobras e CNE se comprometeram a construir uma proposta de redação dentro do espírito conciliatório sugerido pelo Ministro. No entanto, a proposta de redação da Eletrobras foi enviada ao CNE somente na noite de segunda-feira, dia 17, e peticionada nos autos do dissídio coletivo no dia seguinte.
De qualquer forma, a possibilidade de conciliação continua aberta, uma vez que a audiência terá prosseguimento em 21/06 e, na proposta peticionada pela Eletrobras, já estão contemplados alguns dos avanços sugeridos pelo Ministro Relator no TST. Outros ajustes ainda serão buscados pelo CNE na própria audiência, mas é fato que a possibilidade de resoução do conflito de forma conciliada só passou a existir a partir da rejeição da proposta da Eletrobras e a resistência dos trabalhadores e dos sindicatos, quando deflagraram a greve.
Nesse sentido, está de parabéns toda a categoria Eletricitária, que confiou no encaminhamento do CNE até aqui. Os sindicatos que compõem a Intersul também buscaram e mantiveram a unidade nos encaminhamentos, por entender que juntos somos mais fortes e a divisão entre os trabalhadores é o nosso maior inimigo. O resultado final da conciliação deve se dar após a audiência do dia 21/06 e a proposta final do ACT 2024-2026, fruto da conciliação, deverá ser submetida à avaliação das assembleias na semana seguinte.
O Ministro Mauricio Godinho Delgado do Tribunal Superior do Trabalho, em audiência de conciliação, no dissídio de greve entre os sindicatos de eletricitários e a Eletrobras, realizada nesta terça-feira (13) pediu que as entidades sindicais suspendessem a greve, deflagrada pela categoria durante o processo de negociação do ACT 2024-2026.
O SINERGIA realizou a assembleia hoje (14/4) e aprovou a suspensão do movimento obreiro.
As assembleias estão sendo realizadas por todos sindicatos que compõem a Intersul e também nas demais intersindicais que compõem o CNE.
Sindicatos seguem preocupados com situação do atendimento na Celesc
Após realizar diversas reuniões de cobrança com a Direção da Celesc para buscar a melhoria das condições de trabalho aos atendentes comerciais (após a mudança do sistema SAP-HANNA), a Intercel decidiu tomar outras medidas para defender a categoria.
Entre elas, uma denúncia no Ministério Público do Trabalho sobre as condições degradantes do atendimento com a troca do sistema comercial – pedindo ao MP que realize inspeções nos locais de trabalho para verificar as condições de saúde e segurança e obrigando a Celesc a desenvolver um plano de ação eficaz que resolva os problemas, além de medidas corretivas e compensatórias aos trabalhadores -, campanhas de mídia, panfletos, faixas e banners explicando a situação e spots de rádio defendendo a categoria e denunciando a irresponsabilidade da direção da Celesc. Essas ações têm início já nesta semana.
PRESIDENTE ALERTA QUE “SE QUALIDADE CAIR”, PRIVATIZAÇÃO É POSSÍVEL. TARCÍSIO É RESPONSÁVEL POR QUEDA NA QUALIDADE DA CELESC
O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, indicado pelo governador Jorginho Mello (PL), deu uma entrevista para o jornal Valor Econômico na última semana. A matéria cita que a companhia e a Cemig são as únicas concessionárias de energia públicas do país e que o governador de Santa Catarina se comprometeu em campanha em manter a empresa sob controle do Estado.
A matéria cita o passado privatista de Rosa, que argumenta que “a desestatização é um tema que requer debate contínuo, variando de acordo com a qualidade dos serviços oferecidos”. Ele ainda argumenta que “há um acordo [para não privatizar]: a empresa tem de ser melhor, tem de crescer e ser competitiva (…), não precisa privatizar enquanto for boa, mas se cair na qualidade temos que pensar nesta alternativa, mas não é a discussão do momento”.
A matéria continua afirmando que a Celesc tem índices de DEC e FEC dentro dos padrões regulatórios, mas que caiu três posições na análise de desempenho na continuidade do fornecimento de energia de 2022 para a 2023 – já sob a gestão Tarcísio.
Celesquianas e celesquianos de todo o estado ficaram preocupados com a matéria: afinal, o presidente afirma que, “se cair na qualidade”, é possível pensar na privatização justamente num momento em que – por equívocos de sua gestão – a Celesc figura nos meios de comunicação por diversos problemas no atendimento e recebendo reclamações de milhares de consumidores.
Ora, não foi por falta de alerta: desde o ano passado, a Intercel cobra da Diretoria da Celesc a contratação de novos trabalhadores – especialmente na linha de ponta, como eletricistas e atendentes. Tarcísio e a trupe indicada por Jorginho ignoraram solenemente os apelos dos sindicatos e apostaram no pior cenário. Hoje faltam atendentes em diversos municípios do estado e os trabalhadores estão pagando o preço com a própria saúde – estão adoecendo. Há lojas da Celesc em determinadas cidades fechadas pois não há atendentes lotados naqueles municípios – violentando ainda mais a imagem da empresa.
Além da sobrecarga de trabalho pela falta de pessoal, atendentes comerciais sofrem por conta dos diversos problemas do novo sistema SAP-HANNA – também implementado na gestão Tarcísio. Empregados buscam os sindicatos diariamente para reclamar de bugs e outros problemas operacionais surgidos – como dificuldades de consumidores para pagamento das faturas com códigos de barras, adiamento de débito automático sem aviso prévio aos clientes e outras operações que necessitariam um treinamento mais adequado aos trabalhadores e que foi negligenciado pela gestão Tarcísio e toda a Diretoria. O alerta foi dado pelo jornal Linha Viva desde o mês de março (a partir da edição 1600, capa abaixo), mas, novamente, ignorado pela Direção da companhia.
A situação na Celesc está tão grave, que até mesmo jovens aprendizes – menores de idade – estão sofrendo na linha de frente da empresa com a indignação dos consumidores. Há relato de uma jovem que ficou tão estressada com a revolta dos clientes, que passou mal no local de trabalho.
A Intercel buscou a Direção da Celesc diversas vezes – desde antes da virada de chave dos sistemas -, primeiro alertando para os riscos da mudança e pedindo um adiamento e depois cobrando soluções para os problemas criados.
Outro questionamento comum entre a categoria é a falta de preparo da gestão Tarcísio para comunicar a população sobre os problemas que surgiriam com a mudança de sistemas. Apesar de ter realizado uma boa campanha prévia em jornais e em TV, a Celesc teria diversas outras possibilidades de se comunicar com a população – com orientações na própria fatura de energia, por SMS ou e-mail dos consumidores. Além disso, ao contrário do que se viu em gestões anteriores, quando o presidente da companhia dava a cara a tapa em diversas crises que envolveram o nome da empresa, Tarcísio se esconde, não explica os fatos à população e deixa que a equipe de comunicação da empresa faça o trabalho que deveria ser seu.
Por fim, não apenas o atendimento comercial vive um momento exacerbado de estresse. Eletricistas da Agência Regional Florianópolis vêm se desdobrando para dar conta de plantões e horas extras intermináveis. É que a empresa terceirizada que auxiliava as equipes de emergência teve seu contrato encerrado no mês passado. Como Tarcísio se nega a contratar novos eletricistas em quantidade suficiente – e sempre aposta no pior cenário para a empresa -, os eletricistas estão adoecendo para dar conta do recado e evitar que a imagem da empresa se deteriore ainda mais.
A gestão Tarcísio está marcada como a gestão que apostou no caos. Faltam empregados, falta material, faltam camionetes suficientes para fazer um atendimento digno à população. Não é preciso ser vidente para vislubrar o futuro: presidente e Diretoria omissos, consequente queda na qualidade dos serviços e a justificativa para a privatização está pronta para ser colocada em prática.
Proposta de Acordo da Eletrobras tenta retirar conquistas históricas da categoria
As Assembleias com trabalhadores e trabalhadoras do grupo Eletrobras em todo o país na semana passada deliberaram pela rejeição da contraproposta ao Acordo Coletivo 2024/2026. Além disso, decidiram pela greve por tempo indeterminado a partir dessa segunda-feira, 10 de junho.
Na CGT Eletrosul, a dirigente sindical Cecy Marimon explica que “todas as bases da Intersul aderiram à greve, com exceção do Rio Grande do Sul, por conta de uma MP, e a expectativa é que rapidamente se resolva a situação no Dissídio Coletivo de Greve, onde a empresa será chamada à conciliação”. De acordo com o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), cerca de 80% da categoria aderiu à greve no início desta semana – 6.400 dos 8.000 empregados em todo o país. A indignação da categoria é com uma contraproposta rebaixada, que retira diversos direitos históricos e abre margem para demissões em massa num cenário em que a empresa está muito bem financeiramente. A demissão em massa de profissionais experientes e altamente qualificados coloca em risco todo o sistema energético brasileiro.
Essa é a primeira negociação de Acordo Coletivo com a empresa totalmente privada desde a desestatização durante a gestão Jair Bolsonaro (PL).
Eleitos(as) atuarão na CEREJ, Celesc e CGT Eletrosul na Grande Florianópolis
Representantes Sindicais de Base do Sinergia na CEREJ, Celesc e CGT Eletrosul na Grande Florianópolis tomaram posse em 27 de maio. A cerimônia foi realizada na sede do sindicato, no centro da capital.
De acordo com o Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, que deu as boas vindas aos recém eleitos, “tivemos uma boa renovação nos quadros de Representantes de base, o que é muito positivo. Chegam pessoas novas em idade, em tempo de empresa, mas também colegas que estão há muitos anos nas empresas de energia e que somente agora tiveram disposição para atuar na linha de frente. Agradecemos aos eleitos e também aos Representantes de Base que concluíram seu mandato em 27 de maio”.