Na manhã da última quinta-feira, dia primeiro, o Coletivo Nacional do Eletricitários (CNE) se reuniu com membros da equipe de transição do governo Lula do Setor de Energia para conversarem sobre o futuro do setor elétrico brasileiro e da Eletrobras. Na ocasião, os representantes do Coletivo entregaram ao ex-ministro de Minas e Energia, Nelson Hubner, e ao ex-diretor de Planejamento da Eletrobras Eletronorte, Adhemar Palocci, ambos da equipe de transição do governo, o Manifesto pela Reestatização da Eletrobras, bem como um documento sobre os impactos da vil privatização para o povo brasileiro. “O prejuízo da entrega da Eletrobras não está limitado ao roubo do patrimônio do povo. Para maximizar os ganhos dos novos donos da empresa, a lei da privatização prevê um mecanismo chamado descotização, que nada mais é do que obrigar o consumidor que já pagou pela construção das hidrelétricas ao longo de décadas, através da tarifa, a pagar novamente pelas mesmas usinas, aumentando assim a conta de luz do brasileiro”, denuncia o manifesto.
Ainda, o CNE afirma que a estatal foi entregue ao setor financeiro nacional e internacional por um preço 15 vezes inferior, “um verdadeiro crime contra o patrimônio público”. Além de aprovar a contratação de uma série de termelétricas sem qualquer tipo de estudo, que oneram a conta de luz e aumentam a emissão de CO2 na atmosfera. Para os representantes, a saída para evitar um colapso na conta de energia da população brasileira é a reestatização da Eletrobras, assegurando a soberania nacional, a segurança energética e a transição energética no Brasil.
O CNE alertou ainda sobre um possível colapso técnico no sistema Eletrobras devido à implementação de um Plano de Demissão Voluntária nas empresas do grupo, que pode desligar mais de dois mil trabalhadores e trabalhadoras até 31 de dezembro de 2022, trazendo problemas para o futuro governo. Enquanto cortam na carne da categoria, propõem o escandaloso aumento de mais de 3000% dos executivos da Eletrobras. Os conselheiros de administração teriam o maior aumento na empresa, de R$ 5.440 para R$ 200 mil. A remuneração do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, teria um aumento de R$ 52.300 para R$ 300 mil por mês.
Foram abordados ainda os pontos sobre o futuro dos programas sociais como Luz para Todos e Procel, e o futuro da Usina de Candiota, entre outros assuntos relativos à Eletrobras e ao marco regulatório do setor elétrico defendendo a reestatização da Eletrobras para o desenvolvimento do Brasil. Defender a reestatização da Eletrobras é defender o Brasil!
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1560 de 08 de dezembro de 2022