Author Archives: Adriana Schmidt

PF afirma que Bolsonaro vigiou sindicalistas contrários à privatização da Eletrobras

DIRIGENTES SINDICAIS TIVERAM ACESSO AO RELATÓRIO FINAL DO INQUÉRITO DA POLÍCIA FEDERAL QUE INVESTIGA A ABIN PARALELA

Dirigentes da Intersul tiveram acesso ao Relatório Final do Inquérito da Polícia Federal (PF), que trata do monitoramento ilegal de trabalhadores e dirigentes sindicais contrários à pri vatização da Eletrobras pela ABIN Paralela, durante a gestão do ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL). A PF qualificou a iniciativa da ABIN Paralela como ação de “organização criminosa”. O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, retirou o sigilo da investigação em junho.

 De acordo com o Relatório, o próprio Bolsonaro teria dado ordem a Alexandre Ramagem (então presidente da ABIN) para espionar os diretores Edvaldo Risso (Eletronuclear) e Pedro Brito (Furnas), além dos servidores Felipe Araújo, Leonardo Pessoa, Victor Costa e Caio Brasil Neto, todos ligados a Furnas, que hoje faz parte do sistema Eletrobras.

 De acordo com os investigadores da PF, os nomes foram incluídos em relatórios internos da agência paralela, nos quais eram identificados como opositores à política de privatização e descritos em tom pejorativo. 

Felipe Araújo, um dos vigiados, engenheiro de Furnas, é diretor de negociações do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (SENGE-RJ) e membro do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). Ele reforça que os nomes citados pela ABIN Paralela não tinham um milionésimo da capacidade econômica e da máquina que os interessados na venda da Eletrobras tinham: “Eles tinham a empresa e o governo na mão e, ainda, a Agência Brasileira de Inteligência espionando a gente. E nós, mesmo assim, trabalhadores e trabalhadoras organizados, sob ataque constante por quase uma década, conseguimos equiparar nossa força, e quase conseguimos impedir a entrega desse patrimônio. O que nós somos capazes de fazer, enquanto trabalhadores e trabalhadoras organizadas nacionalmente, em sindicatos, não conseguimos fazer pelo nosso país?”, questiona.

 O engenheiro reforça a necessidade cada vez maior do sindicalismo caminhar à esquerda a fim de dar uma solução para a sociedade brasileira e aproximá-la de uma democracia cada vez mais popular e não liberal que já se exauriu em relação à possibilidade da resposta às necessidades da população.

 “Os trabalhadores precisam enxergar a força da organização sindical. A gente ainda estava numa situação de um golpe ainda que não tinha sido instituído, mas já estava acontecendo. Você imagina se continuassem no poder por mais quatro anos? O que eles não fariam? Talvez não teríamos essa conversa hoje. É algo perturbador”, diz Felipe. 

 Segundo ele, a informação da vigilância da ABIN Paralela pegou a todos de surpresa: “É claro que a gente sabia que estava fazendo um trabalho com bastante dedicação, um trabalho militante que estava incomodando a empresa. Agora, imaginar que a gente estava a ponto de ser investigado pela ABIN, ainda que de forma clandestina como foi feita, aparentemente pela estrutura interna do Bolsonaro, nunca nos passou pela cabeça”, declara.

 Outro vigiado pela ABIN Paralela, Victor Costa, diretor da Associação dos Empregados de Furnas e diretor de comunicação do Sindicato dos Eletricitários do Rio de Janeiro (Sinergia-RJ) e membro da coordenação de comunicação do CNE, diz que foram pegos de surpresa pela forma nada democrática do governo Bolsonaro em lidar com a oposição a seus interesses: “Em um estado democráti co de direito é normal a gente ter opiniões diferentes. Eu posso ser contrário à privatização da Eletrobras e ao governo a favor. Não tem nada demais nisso. Por isso que a espionagem nos causou grande surpresa, desapontamento e revolta”, diz Victor.

 Ele reforça que, se Bolsonaro tivesse sido reeleito à presidência, provavelmente poderia tentar perseguir pessoas que foram resistência às iniciativas do governo dele, inclusive a da privatização da Eletrobras: “Agora, você imagina se os casos que culminaram no ato de 8 de janeiro tivessem sido frutíferos num golpe de Estado no Brasil, como estava nos planos deles, inclusive, o de matarem o presidente da República, o vice e o ministro Alexandre de Moraes, segundo a imprensa. Você imagina o que que iria acontecer com as pessoas que eram colocadas nessa lista da ABIN, né?”

 Procura por justiça 

 Victor diz que os dirigentes sindicais já contataram seus  departamentos jurídicos, para que busquem justiça e reparação, para que uma possível ação não seja desconectada entre os citados. A forma que eles irão atuar ainda não se sabe, pois é preciso que se tenha mais informações: “A gente não pode normalizar uma ilegalidade dentro de um Estado democráti co de direito. Eu já disse isso e vou repetir sempre, é preciso ter indignação sempre que há descumprimento de lei, e num caso desse, de invasão de privacidade, é muito grave. Isso não pode ser normalizado. Então é por isso que eu digo que a gente vai fazer tudo que tiver que ser feito para que isso, que a gente tenha justiça e reparação”, diz.

 “Agradeço a todas as entidades que estão se manifestando em solidariedade e apoio, a mim e aos meus companheiros que tiveram a vida devassada pelo desgoverno anterior e dizer que a gente vai seguir firme e que temos certeza de estarmos do lado certo da história e que não vamos recuar por conta desse tipo de tentativa de intimidação ou constrangimento”, diz Victor.

A venda da Eletrobras, um atentado à soberania nacional 

 O engenheiro de Furnas Felipe Araújo lembra que os interesses pela privatização da Eletrobras eram muito grandes em relação à entrega desse patrimônio e não eram só econômicos, mas estratégicos também. A Eletrobras foi vendida em 2022 por R$ 40 bilhões abaixo do preço do mercado, e ainda retirou do governo federal o poder de veto nas decisões do Conselho da empresa, apesar de manter a maioria das ações (43%). Essa decisão não foi revertida.

 “O governo Bolsonaro entregou boa parte da soberania energética do país, vendendo a Eletrobras para o setor privado com influência direta e indireta, de interesses internacionais muito grandes em relação a esse patrimônio”, conta Felipe. Para Victor Costa, a questão principal é a de que o governo Bolsonaro queria passar a privatização dentro daquele “pacote da boiada”.

 “Os riscos da privatização, os efeitos, incomodaram. É a única lógica que eu entendo, porque a gente não fez nada secreto, tudo que foi feito era um posicionamento público, aberto em audiências públicas, indo à imprensa, mobilizando dentro da sociedade. Então, só vejo que o que incomodou foi o fato de eles quererem fazer tudo de forma rápida, silenciosa e a gente trouxe alguns obstáculos”, conclui Victor.

 Com informações de Rosely Rocha/CUT Nacional

Intercel participa de reunião com Diretoria Comercial

Tema da reunião foi sobre o andamento do sistema Conecte

 Dirigentes dos sindicatos da Intercel participaram na última quinta-feira, 26 de junho, de uma reunião com a Diretoria Comercial. O objetivo do encontro era compreender como está a situação atual do sistema Conecte e se os cortes de energia anunciados para as próximas semanas não afetarão sobremaneira nas filas no atendimento comercial em todo o estado.

 De acordo com o Diretor Comercial, Vitor Lopes Guimarães, boa parte dos “bugs” do sistema estão sendo corrigidos e os novos profissionais que estão sendo contratados pela empresa auxiliarão na resolução de problemas de backoffice ainda pendentes.

 Sobre os cortes de energia, Vitor explicou que eles não estão sendo feitos em grande número, mas que estão ocorrendo de forma paulatina, ou seja, aos poucos, sob gestão das chefias das Regionais, de modo que uma grande quantidade de consumidores não tenha necessidade de ir para a loja ao mesmo tempo para resolver suas pendências – formando ainda mais filas nos postos da Celesc pelo estado.

 Os sindicatos também relataram que a vinda de atendentes comerciais de municípios menores para grandes centros ajudou na redução das filas em muitas lojas, nas últimas semanas. Vitor disse que continua aberta a possibilidade da vinda desses trabalhadores para onde houver necessidade, devendo apenas haver um acordo entre as chefias – para não descobrir nenhum município – e o aceite do empregado.

 A Intercel também falou do pedido de atendentes comerciais sobre a necessidade de respostas mais rápidas das reclamações de faturamento em diversas regiões do estado. Vitor explicou que, com a contratação de novos assistentes administrativos nas últimas semanas para a DCL, o objetivo é tentar acelerar esse processo para aliviar a quantidade de clientes nas lojas nos próximos meses.

 A Intercel segue monitorando a situação em todo o estado e dialogando com o Ministério Público do Trabalho sobre o adoecimento na empresa por conta das mudanças de sistemas.

Loja na Grande Florianópolis e escadaria na Administração Central preocupam categoria

Em reunião da Comissão de Recursos Humanos (CRH), em junho, a Intercel cobrou mais uma vez da direção da Celesc a reforma da loja de atendimento de Angelina, na Grande Florianópolis. O pedido já havia sido feito em reuniões no início do ano passado à Diretoria de Gestão Corporativa e à administração da Agência Regional Florianópolis. Além de problemas na fossa, a loja também apresenta, há pelo menos quatro anos, os pisos de taco soltos, com buracos. Os próprios trabalhadores tentaram fazer remendos no piso para evitar quedas ou acidentes de empregados e de clientes no espaço. Tanto a Diretoria de Gestão como a gerência da ARFLO estão cientes do problema há quase um ano e meio, sem previsão de solução até o momento. A categoria espera que a solução ao problema seja rápida e eficiente. Como explicar aumentos de gratificações de chefias desproporcionais e trocas de móveis constantes de um lado e falta de dinheiro (?) para trocar o piso ou arrumar definitivamente a fossa, numa mesma empresa? Será que a Diretoria aguarda que um acidente com um trabalhador ou com um cliente ocorra para, finalmente, tomar providências?

 O Sinergia também enviou e-mail ao DPAD e DPSS, em meados de maio, pedindo reparos na escadaria que liga o estacionamento da Administração Central (piso SS) para o novo Centro de Treinamento no pátio do terreno do Itacorubi. De acordo com empregados que procuraram o Linha Viva, os degraus da escadaria são muito curtos e inseguros. A categoria aguarda providências.

Categoria participa das Assembleias Regionais pelo estado

Próxima etapa será a Assembleia Estadual, marcada para o dia 2 de agosto, em Concórdia

A categoria eletricitária na Celesc participa nesta semana em todas as Agências Regionais e na Administração Central das Assembleias Regionais. Esse é um dos principais passos da construção coletiva da Pauta de Reivindicações do ACT 2025/2026, a ser negociado entre os sindicatos e a direção da Celesc.

Além de realizar as Assembleias nos municípios polo, sedes das Regionais, alguns sindicatos também promovem as Assembleias em municípios menores, facilitando, assim, a participação de um maior número de empregados: “Aqui na nossa região, nós estamos tentando chegar a um maior número de trabalhadores promovendo seis Assembleias em diferentes locais, dias e horários. Infelizmente sabemos que é impossível a participação de todos, em função de escalas de trabalho, férias, viagens a serviço, mas estamos tentando chegar a um número maior de colegas para que a Pauta reflita o desejo e os anseios da maioria dos celesquianos”, afirma Mário Jorge Maia, o Marinho, dirigente do Sinergia.

 Nos próximos dias, a Intercel deverá se reunir para estudar as propostas de novas cláusulas e fazer a sistematização da Pré-Pauta, juntar propostas de cláusulas que são semelhantes e confeccionar a Pauta que será debatida na Assembleia Estadual, em 2 de agosto, em Concórdia.

 Na Assembleia Estadual, toda a Pauta de Reivindicações será lida, debatida e votada pelos presentes. Além disso, as cláusulas que são conflitantes entre si ou que têm propostas distintas de reajustes, também serão discutidas e votadas quais delas deverão compor a Pauta de Reivindicações definitiva.

 É fundamental a sua participação nas Assembleias Regionais até essa sexta-feira, e, também, nos próximos passos da Campanha de data-base, como a Assembleia Estadual e demais movimentos convocados pelos sindicatos da Intercel.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região – SINERGIA, no uso de suas atribuições legais e estatutárias, CONVOCA todos os associados da sua base territorial para participarem da ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA, a realizar-se no dia 04/07/2025, sexta-feira), às 17h30min., em primeira convocação, com o número regulamentar de presentes, e às 18h00min., em segunda e última convocação, com qualquer número de presentes, a realizar-se no auditório do SINERGIA sito à Rua Lacerda Coutinho, 149 – Centro – Florianópolis/ SC, a fim de discutir e deliberar sobre a seguinte ORDEM DO DIA:

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA:

01 – Informes;

02 – Prestação de contas 2024;

03 – Revisão da Previsão Orçamentária

– 2º SEMESTRE/2025.

Florianópolis, 26 de junho de 2025

Tiago Bitencourt Vergara

Coordenador Geral do Sinergia

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região – SINERGIA, no uso de suas atribuições estatutárias, CONVOCA os empregados que trabalham em regime de Turno de Revezamento no Centro de Operação da OPE na sede da ENGIE Brasil Energia S.A em Florianópolis, da sua base territorial, associados e não-associados, para se reunirem em ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA, a realizar-se no dia 02/07/2025 (quarta-feira), às 16h00min. Em primeira convocação com o número regulamentar de presentes e às 16h30min em segunda convocação com qualquer número de presentes, por vídeo conferencia, pelo link abaixo:
https://us02web.zoom.us/j/81200870586?pwd=QvElbolxSZx7ZcXF1aNhkJINcZf7sS.1

Ordem do Dia:
1-
Discutir e deliberar proposta da Engie Brasil Energia S.A sobre tabela especial de final de ano para turno ininterrupto de revezamento;
2- Assuntos Gerais.
Florianópolis, 26 de junho de 2025.

                                     José Carlos Dutra
                                    Diretor do Sinergia

Três anos da privatização da Eletrobras: retrocessos para o povo e para o Brasil

PRIVATIZAÇÃO PROMETIA UMA SÉRIE DE BENEFÍCIOS QUE NÃO SE CONCRETIZARAM. POPULAÇÃO VEM AMARGURANDO SÓ PREJUÍZOS
Em junho de 2022, a Eletrobras foi privatizada pelo governo Jair Bolsonaro (PL) em meio a um processo cheio de irregularidades. Estratégica para a soberania nacional, o governo de plantão entregou a empresa à iniciativa privada, colocando em risco a segurança energética do país e tirando do Estado o controle sobre as tarifas de energia, o que impacta diretamente o bolso do povo.

Três anos depois, os efeitos da privatização são evidentes. Para manter os lucros altos, a atual gestão tem reduzido manutenções, aumentando o risco de apagões em todo o território brasileiro. Ao mesmo tempo, corta drasticamente o quadro de trabalhadores, gerando ambientes de pressão, assédio moral e adoecimento.

 A privatização da Eletrobras é um dos maiores crimes contra o patrimônio público brasileiro. Mesmo com o governo federal sendo o maior acionista, com cerca de 40% das ações, tem direito a apenas 10% dos votos nas decisões, uma regra imposta durante a privatização.

Diante dessa distorção, o governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT) buscou um acordo com a empresa para tentar manter algum grau de influência, o que, na prática, significou abrir mão da reestatização da Eletrobras neste momento.

O cenário no setor é grave. O Brasil precisa de um debate sério sobre o futuro da energia. É urgente recuperar a capacidade de planejamento de longo prazo e o investimento público no setor. Além disso, é fundamental retomar empresas estratégicas, como a Eletrobras, e colocar sua atuação a serviço do povo, e não do lucro.

No site www.salveaenergia.com.br você fica por dentro dos principais debates sobre o setor elétrico.

 IMPACTOS INTERNOS DA PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRAS NA CGT ELETROSUL

A privatização da Eletrobras acabou com os investimentos da empresa. Desde 2016, com a entrada de Michel Temer (MDB) na presidência do Brasil a partir do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), a empresa não investe mais em novas instalações e passou para o papel de coadjuvante no desenvolvimento do setor elétrico bra sileiro no sul do Brasil.

Esse cenário é totalmente oposto aos anos que antecederam a privatização, quando a empresa crescia com força, garantindo direitos e respeito às pessoas que trabalhavam nela. De 2002 a 2015 a então Eletrosul cresceu sete vezes, mantendo praticamente a mesma quantidade de pessoas empregadas.

 Já no prelúdio da privatização, teve negado o aporte da Eletrobras para participação do Lote A, que dobraria a receita com incremento de 30% do tamanho da empresa. Já estava sendo puxado o tapete para que, posteriormente, fossem criadas as condições para a privatização, com o argumento de falta de capacidade de investimentos, entre outros.

 Aliado a isso, ocorreu a reforma trabalhista, amplamente contrária aos interesses da classe trabalhadora, que abriu a possibilidade de se acordar abaixo do que estabelece a lei, para negociação direta com as pessoas hipossuficientes e com o enfraquecimento do movimento sindical com a possibilidade destas negociações diretas.

 A privatização da Eletrobras tentada por Temer e concluída por Bolsonaro, aliada à reforma trabalhista realizada por Temer, levaram as pessoas que trabalham na CGT Eletrosul à precarização de todas as condições de trabalho, desde mudanças nas rotinas, ameaças de demissões, retaliações, redução de direitos no Acordo Coletivo de Trabalho, demissões e redução de salários.

 A gestão financeirista da empresa, que visa somente atender o lucro dos acionistas a todo custo, que transformou a empresa, deixando de ser protagonista no setor elétrico brasileiro, continua tentando piorar a situação das pessoas que construíram esse patrimônio.

 A falta de perspectiva de investimentos, aliada à destruição da estrutura da empresa, como referência do setor elétrico, faz com que as pessoas percam o interesse em fazer parte do seu corpo de força de trabalho. Nem as novas contratações se sentem contempladas com as promessas feitas, muitas vezes optando por outras oportunidades.

 Para a CGT Eletrosul, a privatização da Eletrobras foi uma tragédia que parece não ter fim e está longe de chegar ao fundo do poço. (Des)Governos, como os de Temer e Bolsonaro, têm espelhado suas características no estado de Santa Catarina, na gestão Tarcísio Rosa, que parece estar fazendo força para deteriorar a imagem da Celesc, para posteriormente privatizar a empresa.

 Contudo, o movimento sindical eletricitário do sul continua na luta para que a Celesc, como também a Cemig, em Minas Gerais, não sejam privatizadas e, portanto, esse modelo de precarização não ocorra mais no Brasil.

 Continuamos lutando para que as pessoas possam continuar com seus direitos e os efeitos da privatização sejam minimizados. O movimento sindical está atento e f irme, na busca de avanços para todas as pessoas, tentando equiparar os salários, diminuir as diferenças e, assim, melhorar as condições de trabalho.

Celesquianos seguem sofrendo as consequências da mudança do sistema comercial

Falta de pessoal e do funcionamento pleno do sistema comercial ainda afetam a saúde e a rotina de trabalhadores e consumidores

Trabalhadores da Celesc em diversos setores e em diversas regiões do estado ainda são afetados pelos problemas advindos da mudança do sistema comercial na Celesc. Na loja de atendimento de Florianópolis, por exemplo, por alguns dias consumidores e trabalhadores tiveram um pouco de alívio no sofrimento diário: foi no período em que atendentes de outras regiões do estado vieram ajudar na loja da capital. Os consumidores aguardavam menos tempo na fila e, com isso, as reclamações chegavam em menor quantidade e com menos ira.

Passado esse período, com o retorno dos atendentes para suas Regionais de origem, e com as férias de atendentes da loja de Florianópolis (um direito muito merecido), o caos voltou a se instalar: loja lotada por diversos dias, clientes aguardando por até 3h por atendimento, reclamações, ofensas, indignação e os atendentes tendo que ouvir tudo isso sem, muitas vezes, conseguir resolver os problemas trazidos pela população. Antes que a Diretoria acuse o feriadão prolongado, registramos que a fila e o caos já persistem antes mesmo do feriadão de Corpus Christi. 

O Linha Viva esteve na loja de atendimento de Florianópolis nas últimas duas semanas, conversou com consumidores e com atendentes e a indignação de ambos os lados era geral: “não aguentamos mais. Algo precisa ser feito. Alguém na Diretoria da Celesc precisa encontrar uma solução. O Presidente prometeu que a situação se normalizasse meses atrás e não normalizou até hoje”, afirmou um atendente.

A loja de atendimento de Florianópolis é apenas um retrato do que ocorre em outras lojas estado afora, especialmente de municípios maiores. A Celesc vem contratando atendentes, após pressão dos sindicatos da Intercel e do Ministério Público do Trabalho, mas deveria ter feito as contratações antes da mudança de sistemas.

A maior prova que a indignação e a revolta dos consumidores diminui quando a fila é menor é o exemplo de Florianópolis: com mais atendentes na capital por algumas semanas em maio, as reclamações tanto de trabalhadores quanto de consumidores diminuíram consideravelmente.

A falta de pessoal também é sentida em diversos departamentos da Administração Central e nas Regionais. Celesquianos vêm procurando os sindi catos e se queixando do excesso de trabalho e da necessidade de mais pessoas nos setores para dividirem as tarefas.

Enquanto isso, a Intercel segue cobrando da Diretoria soluções imediatas ao sistema e a contratação de pessoal o mais breve possível. Além disso, prossegue atuando junto ao Ministério Público do Trabalho e atualizando o órgão através da denúncia feita em julho do ano passado.

Intercel divulga datas das Assembleias Regionais e Estadual

TODA A CATEGORIA É CONVIDADA A DISCUTIR E CONTRIBUIR COM A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES A SER ENTREGUE E NEGOCIADA COM A EMPRESA

Os sindicatos da Intercel iniciaram na semana passada a perícia nos postos de trabalho para divulgar a Pré-Pauta de Reivindicações para o Acordo Coletivo de Trabalho 2025/2026 de celesquianas e celesquianos. A entrega das Pré-Pautas serve para que a categoria possa avaliar e sugerir propostas, sejam elas novas ou de alteração. 

Na sequência, os sindicatos realizarão em diversos municípios de suas bases as Assembleias Regionais, momento em que os trabalhadores poderão trazer suas sugestões e colaborações à Pauta de Reivindicações, num processo totalmente democrático. As Assembleias Regionais serão realizadas entre os dias 30 de junho e 04 de julho – confira junto ao seu sindicato a data e horário da Assembleia mais próxima de você.

 Ainda no mês de julho, os sindicatos percorrem diversos postos de trabalho, numa espécie de intercâmbio: dirigentes sindicais de uma região do estado visitam trabalhadores de outra região do estado, na Caravana da Intercel. O objetivo dessas percorridas é convocar a categoria para o compromisso de unificação da Pauta de Reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho 25/26, que ocorre na Assembleia Estadual.

 Esse ano a Assembleia Estadual será realizada no dia 02 de agosto, no Centro de Tradição Gaúcha Fronteira da Querência, na cidade de Concórdia, no oeste catarinense. Nesse dia, todas as propostas nascidas nas Assembleias Regionais serão avaliadas e votadas pelo coletivo de trabalhadores presente, podendo ser aprovadas ou rejeitadas pelos participantes. Aquelas aprovadas por unanimidade ou pela maioria integrarão a Pauta de Reivindicações a ser negociada com a direção da empresa. 

Todos os anos a Intercel destaca as principais bandeiras de lutas do Acordo Coletivo e esse ano não seria diferente. Para essa campanha de data-base as bandeiras são as seguintes: Manutenção da Celesc Pública, Recomposição do Quadro de Trabalhadores, Manutenção do ACT com Avanços, Recomposição do Número de Dirigentes Liberados, Garantia de Emprego e Isonomia de direitos.

É importante lembrar que o momento de celesquianos e celesquianas apresentarem novas cláusulas ou alterações de cláusulas já existentes são nas Assembleias Regionais, quando é realizada a votação da proposta entre os presentes e, no caso de aprovação pela maioria, as mesmas são remetidas à Assembleia Estadual. Daí a importância da participação em ambos os momentos, nas duas Assembleias: Regional e Estadual. É fundamental que a categoria participe de todo o processo, votando, sugerindo e discutindo, para que o Acordo Coletivo reflita o interesse dos celesquianos e das celesquianas.

Além da unificação da pauta de reivindicações, a Assembleia Estadual é um grande ato político em defesa da Celesc Pública e dos direitos dos trabalhadores. Por isso é tão importante que a categoria lote a Assembleia em 02 de agosto, demonstrando para a Administração da Celesc que celesquianos e celesquianas estão unidos e mobilizados para a conquista de um Acordo Coletivo de Trabalho que garanta melhores condições de trabalho, remuneração e vida e para que seus direitos históricos sejam respeitados. A construção de um acordo justo depende da participação de toda a categoria eletricitária.

 Vamos à luta!

Governador Jorginho Mello fala sobre a Celesc Pública

Conversa com o jornal Linha Viva ocorreu após o encerramento do 12° Congresso dos Empregados da Celesc

O governador Jorginho Mello (PL), secretários de estado e assessores participaram da cerimônia de encerramento do 12° Congresso dos Empregados da Celesc, em 31 de maio, em Blumenau. Após a cerimônia, o jornal Linha Viva conversou com o governador e teve a oportunidade de lhe fazer uma pergunta sobre a visão do governo em relação à Celesc Pública. Confira a seguir o questionamento e a resposta do governador Jorginho Mello:

 Linha Viva: Gostaríamos de saber, na sua avaliação, qual a importância da Celesc Pública para o estado de Santa Catarina?

 Jorginho Mello: “A Celesc é uma empresa que eu tenho demonstrado valorização desde o primeiro dia de governo, nomeando uma diretoria a mais técnica e competente possível. E a empresa tem correspondido, tem feito investimentos. Pela blindagem que nós fizemos, ela tem correspondido. Ela tem ajudado a melhorar a energia, que era deficiente em Santa Catarina, para que possamos trazer novas empresas e os empresários possam expandir os seus negócios. Então a Celesc, até então, está dando conta do recado como uma empresa pública. Então eu tenho a satisfação de vir aqui no 12° Congresso dos Empregados da Celesc e poder dizer a todos os seus funcionários que a empresa precisa estar protegida, precisa ser modernizada, precisa estar focada, precisa estar cada vez mais competitiva para ter vida longa”.

Apesar da presença do governador no evento e a disposição ao diálogo com a categoria eletricitária – que foi avaliada pela Intercel como muito positiva -, celesquianas e celesquianos lamentaram a postura oposta da Administração da empresa, em especial, do presidente Tarcísio Rosa, que, além de não comparecer, não enviou representante.