Author Archives: Adriana Schmidt

Reestruturação da Celesc: Entre a Promessa de Eficiência e a Sombra da Política

 A diretoria da Celesc, indicada pelo governador Jorginho Mello (PL), propôs uma reestruturação que levanta mais dúvidas do que certezas. O mais recente Boletim do Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Paulo Horn, aponta que as mudanças parecem priorizar a política em detrimento da eficiência, com a aprovação da proposta sendo “forçada e açodada”.

 O documento, que detalha a análise de consultorias contratadas pela própria Celesc, expõe uma série de contradições. A reestruturação, que a Diretoria justifica como uma forma de alinhar a empresa ao planejamento estratégico, na verdade, parece ir “na contramão” de tudo o que foi construído até agora. Um dos pontos mais criticados é a transferência de setores-chave. A consultoria Kearney, por exemplo, classifica algumas propostas como “passageiras” e “desnecessárias”, recomendando que áreas como a de Atendimento Comercial, transferida da Diretoria Comercial para a de Regulação, retornem à sua posição original. A consultoria Roland Berger também critica essa mudança, afirmando que desvincular o atendimento ao cliente da área comercial pode comprometer a eficácia e a percepção de qualidade pelo consumidor, além de transmitir uma “mensagem contraditória”.

 As consultorias também alertam sobre a perda de importância estratégica de outras áreas, como a de Geração e Comercialização de Energia, que seriam esvaziadas com a nova estrutura. O Boletim levanta um alerta grave: a Geração, que não é resguardada pela legislação que exige plebiscito para a privatização, pode se tornar um ativo a ser “negociado”. 

A pressa na aprovação dessa proposta, criada em segredo e sem debate algum com a categoria, levanta um sinal de alerta: a sensação é de que a aprovação está sendo “força da”. Em uma demonstração de autoritarismo, o presidente da Celesc teria afirmado que “se de 9 Diretores, 7 concordaram, então é consenso”. 

O texto do Conselheiro concluiu que o cenário atual é de “autoritarismo misturado com incompetência e delírio”, clamando pela mobilização dos trabalhadores em defesa da Celesc Pública. Afinal, a reestruturação que prometia modernizar a Celesc estaria, na verdade, enfraquecendo a empresa para favorecer interesses políticos? A pressa em aprovar a proposta e os alarmantes apontamentos das consultorias deixam o questionamento no ar. O futuro da energia em Santa Catarina parece mais incerto do que nunca.

 A categoria deve permanecer atenta ao tema e aos chamados dos sindicatos! Celesc Pública, bom para todo mundo! 

Incorporação da Elos pela EletrobrasPrev – por que os sindicatos não acham que será melhor?

Eletrobras impõe criação da EletrobrasPrev e acende alerta entre trabalhadores e aposentados

 A Eletrobras criou a Eletro brasPrev com o intuito de unificar todas as fundações atualmente existentes, iniciando pela Elos, que será acompanhada posteriormente pelas demais, a saber: ELETROS, PREVINORTE, FACHESF, REAL GRANDEZA e ELOS. Hoje as fundações de aposentadoria das pessoas trabalhadoras da Eletrobras, bem como todas que já se aposentaram, somam R$ 43,9 bilhões.

Primeiro cabe ressaltar que o movimento sindical foi alijado de participar do processo de construção da nova fundação. O argumento de que a nova fundação foi construída com base em conhecimento técnico é utilizado sempre que a direção da empresa pretende que os sindicatos fiquem fora dos processos decisórios. Na verdade, o motivo principal é a combatividade, a força que os sindicatos têm para questionar e fortalecer as pessoas que tentam fazer com que as mudanças ocorram respeitando as pessoas que constroem a empresa, todos e todas que nela trabalham.

 A direção da Eletrobras afirma que a nova administração   dos fundos será mais eficiente, que as pessoas terão maior rentabilidade devido à otimização de custos. Em recente apresentação realizada na CGT Eletrosul para sindicatos, associações e pessoas eleitas como conselheiras da Elos, o quadro apresentado era bonito, de eficiência e ganhos para as pessoas participantes.

 Na ocasião, foi apresentada a forma de composição do novo conselho, baseado na meritocracia em detrimento do processo eleitoral. Isso porque, uma vez eleitas, as pessoas depois passarão por um processo de escolha interna, do melhor quadro para representar as pessoas participantes do fundo. Diante desta constatação, houve indignação geral, onde os presentes não se contentaram com esta forma de composição do novo Conselho.

 Também foi levantada preocupação com o corpo técnico, principalmente com o atendimento aos participantes. Hoje a Elos possui atendimento presencial em Florianópolis e não foi detalhado como seria a nova fundação. Nestes tipos de transição, promete-se bastante e, na hora de cumprir, se não está tudo muito bem documentado, não é possível garantir que se dará da forma bonita como é apresentada.

 A impressão que representantes dos sindicatos da Intersul tiveram durante a apresentação, é que as pessoas estão contentes com o atendimento da Elos e, principalmente, como a forma de se relacionar com a fundação, conhecendo as pessoas e tendo proximidade com elas. A incorporação da Elos pela Eletrobras Prev, mesmo com as promessas, pode distanciar as pessoas da fundação.

 Hoje no comando da Eletrobras, via Conselho de Administração, estão as representações de acionistas que deram um golpe no governo federal na Eletrobras, com apenas 1,5% das ações. Quem garante para as pessoas participantes do nosso fundo de previdência que a Elos não sofrerá o mesmo golpe? Qual é a garantia de que os R$ 43,9 bilhões, não irão parar futuramente em um banco privado como ocorreu com o nosso plano odontológico?

 O movimento sindical eletricitário não confia mais na direção da Eletrobras, são tratantes e fazem promessas ao vento para ludibriar as pessoas e aumentar o lucro dos acionistas.

 Não participamos da construção e não participamos da tentativa de empurrar goela abaixo nenhum plano de reestruturação promovido por esta direção. Levou 70 anos para a construção da relação de confiança entre o movimento sindical e a direção da Eletrobras, mas nos poucos anos que a turma que deu o golpe assumiu, esta confiança foi destruída.

 Não mexam na nossa aposentadoria! 

Biblioteca Pública inicia digitalização do jornal Linha Viva

Sinergia fez a entrega do 1° lote dos jornais no dia 9

Conforme divulgado em edições anteriores do Linha Viva, todo o acervo do jornal, desde a sua primeira edição, em 1988, será digitalizado pela Biblioteca Pública Estadual.

 O convênio entre o Sinergia e a Biblioteca foi firmado no ano passado. Pelo acordo, o sindi cato fica responsável por levar todas as edições do periódico para digitalização e a Biblioteca faz todo o trabalho em uma máquina própria para esse tipo de atividade. 

De acordo com Caroline Borba, diretora de Cultura do Sinergia, essa iniciativa é muito positiva: “Toda a categoria eletricitária, pesquisadores, jornalistas, terão acesso fácil ao acervo do jornal Linha Viva através do site da Hemeroteca Catarinense. Será possível fazer buscas por temas e palavras-chave”.

 A previsão é que a conclusão da digitalização do acervo ocorra até o primeiro trimestre de 2026.

Categoria protesta na sede da Celesc contra proposta de reestruturação

ATO FOI REALIZADO NA QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO, DURANTE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA

 Na última quarta-feira, dia 27, trabalhadoras e trabalhadores da Celesc participaram de manifestação organizada pelos sindicatos da Intercel, no hall da Administração Central, protestando contra o projeto de reestruturação das Diretorias da empresa. A manifestação ocorreu no mesmo horário em que o Conselho de Administração debatia, no 5° andar, a malfadada proposta, que visa tão somente precarizar os serviços com o aumento da terceirização e preparar a estrutura da Celesc para a privatização.

Nas falas das lideranças sindicais que se revezaram ao microfone, a cobrança era para que a Diretoria chama os trabalhadores para debaterem o tema e o alerta de que, se consolidada, a mudança trará inúmeros prejuízos à sociedade catarinense. Os Diretores da empresa que são funcionários de carreira e votaram à favor da mudança de estrutura (Pilar Sabino, Cláudio Varella, Eloi Hoeffelder e Pedro Augusto Jr.) foram cobrados pela posição, considerada por muitos celesquia nos como traição aos trabalhadores, ao seu próprio emprego e à manutenção da Celesc Pública.

 Os dirigentes sindicais lembraram que, um ano e meio atrás, os sindicatos buscaram a direção da empresa para debater problemas no sistema Conecte – antes de sua implantação -, não foram ouvidos pela Diretoria Colegiada, fazendo com que a categoria e a população catarinense pagassem o pato da incompetência e de decisões arbitrárias: “Estamos nos antecipando. Esse projeto pode ter um estrago ainda maior que o Conecte. Não é possível que novamente a Direção da Celesc queira tomar uma decisão desse porte sem dialogar com a categoria”, contestou um representante sindical. A Intercel questionou o fato de a atual Diretoria estar administrando a Celesc com a lógica de uma empresa privada, denunciando que esse foi o processo implementado em concessionárias públicas logo antes de serem privatizadas: “Parece que estão a todo momento buscando mecanismos para organizar a empresa para uma futura privatização”.

 A Intercel também denunciou a tentativa de golpe para aprovar goela abaixo a nova estrutura, uma vez que a proposta de reestruturação foi pautada às pressas, sem diálogo, sem transparência e sem conhecimento dos trabalhadores: “Até duas semanas atrás, em reunião da Intercel com Diretores da casa, noticiada no Linha Viva, todos eles diziam que o projeto estava muito no início, que pouco conheciam sobre o assunto. Em duas semanas, eles se integraram completamente sobre o tema, aprovaram sem questionar e sem debate algum, sem divulgar as vantagens aos trabalhadores e colocaram para aprovação no Conselho? Por que será que isso está sendo tratado de forma sigilosa? Por que essa pressa toda? Por que não abrem para discussão? Coisa boa é que não deve ser!”

 Na reunião do Conselho, o Representante dos Empregados, Paulo Horn, se manifestou contrário e criticou o projeto apontando ilegalidades e riscos ao atendimento à sociedade, aos direitos dos trabalhadores e ao próprio caráter público da empresa. A manifestação do representante dos empregados demonstra que a Diretoria tentou forçar a aprovação da proposta sem debate, o que configura um golpe contra a empresa pública. Os Conselheiros que representam os minoritários (EDP) também se manifestaram contra a proposta, apontando a falta de justificativas técnicas e a ilegalidade da tentativa de mudança imediata de atribuições entre diretorias, sem alteração do estatuto social e sem debate com a Assembleia Legislativa. Diante da pressão dos trabalhadores e da manifestação do Representante dos Empregados no Conselho de Administração, o projeto foi suspenso e será pautado para uma nova data, em breve. A categoria precisa permanecer unida e vigilante a qualquer nova movimentação sobre o tema, para impedir um projeto que significa a privatização da Celesc. 

FESUL participa de Plenária da CNU

Entidade reafirma legitimidade como única entidade representativa dos urbanitários no Brasil

A delegação da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul (FESUL), que congrega entidades sindicais representativas de trabalhadores dos ramos de saneamento, energia e gás, participou da Plenária Anual da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), realizada em Campinas/SP, nos dias 28 e 29 de agosto. 

O evento, com o lema “Unidade se constrói, soberania se defende!”, reuniu lideranças sindicais do setor urbanitário de todo o país, representadas por suas federações regionais (FESUL, FRUNE, FURCEN e FRUSE), para discutir estratégias de luta da categoria. A abertura contou com dirigentes das federações e o presidente da CNU, Paulo de Tarso. Durante o evento, também foi destacada a importância dos 42 anos da CUT para a classe trabalhadora.

 Mesas de debate e reflexões 

 O encontro contou com três mesas de debates, que abordaram os desafios atuais da classe trabalhadora, o cenário político nacional e a disputa pela comunicação.

 Na primeira mesa, Ariovaldo Camargo (CUT) destacou a necessidade de modernizar o movimento sindical diante de mudanças tecnológicas e da disputa política nas redes. Defendeu a unidade de classe, a contribuição negocial e o fortalecimento da representatividade como caminhos para um sindicalismo mais forte.

Na segunda mesa, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, fez uma análise histórica e geopolítica. Ressaltou o papel da classe trabalhadora na redemocratização, a importância da soberania nacional e os avanços recentes na democracia e economia do Brasil. Contudo, alertou para os desafios estruturais herdados de governos anteriores e destacou a importância das eleições de 2026.

 No segundo dia, o jornalista Otávio Antunes abordou a comunicação como campo central da disputa política, destacando a ofensiva da ultradireita com narrativas de polarização. Ele defendeu que movimentos sociais/sindicais precisam investir em novas formas de comunicação para disputar a atenção  pública, com criatividade e coragem, rejeitando a ideia de que não sabem se comunicar.

 Plenária da CUT e moções 

 Na sequência, a programação avançou para a mesa sobre a 17ª Plenária Nacional da CUT: João Batista Gomes (Joãozinho) – Novos Tempos, Novos Desafios.

 Os pontos colocados em debate foram as propostas da CNU ao Texto Base, a definição de cinco delegados e delegadas da CNU para a plenária da CUT e a construção do plano de lutas.

 Os delegados e delegadas da Plenária da CNU aprovaram, por unanimidade, todas as moções apresentadas. Entre elas, uma moção de repúdio ao projeto de reestruturação e consequente precarização da Celesc.

 Por fim, para encerrar a Plenária, os presidentes das entidades e federações levantaram cartazes com as bandeiras da luta do ramo urbanitário nacional, em um momento marcado pela emoção e pela força, um gesto definidor da unidade e da luta coletiva nacional!

 Dirigentes participam de Congresso da FRUSE e de Oficina de Comunicação

 Além de participar da Plenária da CNU, a delegação da FESUL também prestigiou o Congresso da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE), que reelegeu o dirigente do Sinergia Campinas, Esteliano Neto, como presidente da entidade.

 Na tarde do dia 29, a representação da FESUL ainda participou de uma Oficina de Comunicação junto a dirigentes sindicais de diversas entidades que compõem o CNU. A Oficina pretendia ensinar os participantes a atuar nas redes sociais e a traduzir, por meio de vídeos curtos, as atividades desempenhadas por eles durante sua atuação sindical.

Aposentados também sofrem efeitos da privatização

Atuação sindical através do CNE busca minimizar prejuízos

 A privatização da Eletrobras, realizada de forma acelerada e sem transparência pelo governo Bolsonaro (PL), causou prejuízos à sociedade, trabalhadores e aposentados. Após a venda, a empresa retirou trabalhadores ativos dos planos de saúde e agora tenta unificar as cinco fundações de previdência complementar (Elos, Eletros, Previnorte, Fachesf e Real Grandeza) em uma única entidade, a EletrobrasPrev, concentrando cerca de R$ 40 bilhões de patrimônio.

 Atuação Sindical 

Desde abril de 2023, os sindicatos que compõem o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) têm atuado fortemente sobre este tema. Naquele mês, representantes dos sindicatos do CNE se reuniram com o Superintendente da PREVIC, Ricardo Pena, e com o então diretor da ANAPAR, Antônio Bráulio. A partir daí, foi estabelecida uma relação próxima com a ANAPAR, que tem assessorado a entidade. A preocupação central é com a preservação dos direitos adquiridos e acumulados dos participantes das fundações. O CNE busca atuar, especialmente, em prol da paridade na governança e no cumprimento dos contratos e regulamentos dos planos de previdência.

 Em 2023, foi criada uma Comissão Paritária para discutir a previdência complementar com a Eletrobras. Até 2024, ocorreram reuniões com representantes da empresa, que expuseram interesse em criar uma única fundação. Em março de 2024, o CNE promoveu um seminário sobre previdência complementar, com apoio da ANAPAR, para capacitar os dirigentes sindicais sobre o tema e fortalecer o enfrentamento. Na ocasião, uma carta com diversos questionamentos foi enviada à empresa. As respostas, majoritariamente evasivas, foram o último posicionamento oficial da Eletrobras às entidades sindicais. Desde então, o movimento sindical foi excluído das discussões, mas tem, insistentemente, buscado discutir o tema com a Eletrobras.

 A empresa criou um Grupo de Trabalho (GT) com dois conselheiros — eleitos e indicados — de cada fundação para tratar da nova entidade e do processo de incorporação. Coincidentemente, na data da primeira reunião do GT, em fevereiro deste ano, a EletrobrasPrev foi registrada na PREVIC.

 Essa reestruturação é criticada pelo CNE por ser feita sem diálogo efetivo com os sindicatos, que temem perda de direitos, falta de transparência e risco à boa gestão do patrimônio dos trabalhadores. A empresa tem rejeitado negociar com os sindicatos, limitando-se a aceitar sugestões. Além disso, busca fragmentar a discussão ao dialogar separadamente com os assistidos.

 Quais as maiores preocupações do CNE? 

 De acordo com informações disponíveis, o GT propôs paridade nos Conselhos Deliberativo e Fiscal: cinco representantes eleitos (um de cada fundação incorporada) e cinco indicados pela patrocinadora. A presidência do Conselho Deliberativo seria de um indicado pela Eletrobras e a presidência do Conselho Fiscal ficaria com um conselheiro eleito, mas ao avaliar a proposta do GT, a Eletrobras decidiu que a presidência dos dois Conselhos deve ser dos indicados por ela, sem limitação ao voto de minerva (voto de qualidade).

 Além disso, a proposta é que seja mantida a eleição de um diretor, e criadas superintendências regionais nas sedes das atuais fundações (Florianópolis, Recife e Brasília). A sede da EletrobrasPrev será no Rio de Janeiro.

 Embora isso represente uma evolução – fruto direto da atuação sindical e da pressão junto à PREVIC -, a empresa insiste em manter o controle das presidências dos dois conselhos, e o pior, o voto de qualidade sem limitações ou restrições para todas as decisões. E isso é um grave risco.

 Perguntas que não podem ficar sem respostas: Qual a garantia de que a paridade na governança será mantida no longo prazo? Quem assegura que os direitos dos participantes e aposentados não serão alterados? Como garantir que o patrimônio acumulado será bem gerido? Por que a Eletrobras teme a participação dos Sindicatos neste debate?

 Não podemos baixar a guarda. A defesa dos direitos dos aposentados e participantes dos planos de previdência complementar exige vigilância, transparência e participação efetiva. A tentativa de concentrar decisões e excluir os sindicatos do processo é um grave sinal de alerta. É preciso que a categoria siga mobilizada e busque atuar em prol dos interesses de aposentados e ativos em todos os Fóruns necessários.

Santa Catarina realiza 4ª Conferência Estadual LGBTQIA+ com recorde de pluralidade e protagonismo da sociedade civil

Nos dias 30 e 31 de agosto, Santa Catarina realizou a 4ª Conferência Estadual LGBTQIA+ (CELGBTQIA+/SC), em formato híbrido (presencial e online), com sede presencial em Florianópolis. O evento, convocado e organizado exclusivamente pela sociedade civil, fato inédito no país, consolidou-se como um marco de mobilização, união e representatividade da comunidade LGBTQIA+ catarinense.

Ao longo de dois dias de intensos debates, foram aprovadas 16 propostas, 25 moções e eleitas 23 pessoas delegadas para representar o estado na etapa nacional, que acontece em Brasília, em outubro. A pluralidade da delegação eleita foi um dos grandes destaques, garantindo a representação de todas as interseccionalidades previstas no Documento Orientador e contemplando vozes de diferentes regiões de Santa Catarina.

A conferência contou ainda com a presença de três representantes da Secretaria Nacional de Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Fabian Algarte, Zezinho Prado e Hiago Mendes Guimarães, que elogiaram a organização, destacando que Santa Catarina conseguiu formar uma das delegações mais diversas de todo o país. Eles também ressaltaram o caráter pacífico, democrático e altamente participativo do encontro, que refletiu a capacidade da sociedade civil catarinense em se articular e realizar uma conferência inclusiva e representativa.

A realização da 4ª CELGBTQIA+/SC é fruto de um processo histórico: diante da recusa do Governo de Santa Catarina em convocar a conferência estadual, coube à sociedade civil assumir essa responsabilidade. A mobilização ocorreu por meio da Resolução Conjunta 001/2025, assinada pelas comissões organizadoras das conferências municipais realizadas em Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul e Navegantes, que juntas elegeram mais de 80 pessoas delegadas.

Com o tema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, a conferência estadual foi uma etapa preparatória para a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, convocada por meio do Decreto nº 11.848/23, que será realizada em Brasília entre os dias 21 e 25 de outubro.

A experiência catarinense se destacou no cenário nacional não apenas pela inovação no formato híbrido, mas também por reafirmar a força da sociedade civil organizada na defesa da democracia e dos Direitos Humanos.

DELEGAÇÃO POR REGIÃO:

Grande Florianópolis:
Adriana Germano (Florianópolis)
Ana Paula Mendes (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Elaine Sallas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Guilhermina Cunha (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Jenn López (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Jéssica Michels (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Leandro Coelho (São José)
Marcelo Pacheco de Freitas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Mirê Sanchez Chagas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Rodrigo Alessandro Sartoti (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Sueli Adriano (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)

Vale do Itajaí:
Alan Coletto (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Doni Santiago (Navegantes, pessoa delegada de Itajaí)
Gabriella Yasmin Belle (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Ingrid Hyrycena dos Santos (Balneário Camboriú)
Kennedy Jordan Mendes Reis (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Luiz Anelli Junior (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Natalye de Lima Furtado (Navegantes, pessoa delegada de Navegantes)
Samuel Havemann de Carvalho (Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Scarlett Gonçalves de Oliveira da Silva (Araquari, pessoa delegada de Navegantes)
Thays Wayne Gonçalves (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)

Norte Catarinense:
Jonas Marssaro (Joinville)

Oeste Catarinense:
Mario Antonio Harres Filho (Xanxerê, pessoa delegada de Chapecó)

Outras regiões não tiveram pessoas representantes candidatas.

INTERSECCIONALIDADES

NEGRAS:
14 são pessoas negras (pardas e pretas), sendo 1 quilombola

GÊNERO:
9 são homens, sendo 3 trans
12 mulheres, sendo 2 trans
1 pessoa é não-binária
1 pessoa é demigênero
(não houve candidatura intersexo)

ORIENTAÇÃO SEXUAL/SEXOAFETIVA:
7 pessoas bissexuais
6 pessoas gays
4 pessoas heterossexuais
4 pessoas lésbicas
2 pessoas panssexuais

IDOSAS:
2 pessoas são idosas

PESSOA COM DEFICIÊNCIA, TRANSTORNO OU NEURODIVERGÊNCIA:
6 pessoas apresentaram transtorno/neurodivergência
1 pessoas com deficiência física
1 pessoa com deficiência auditiva

INDÍGENAS E POVOS ORIGINÁRIOS:
Não houve inscrições

Texto: Gabriella Belle – 9539/PR
Com colaboração da Comissão Organizadora Estadual da 4ª CELGBTQIA+/SC.

Intercel busca apoio de deputados em defesa da Celesc Pública

Sindicatos alertam parlamentares sobre riscos da proposta de reestruturação das diretorias da empresa, que podem representar ameaça ao seu caráter público

 Quem não conhece os labirintos e corredores do Palácio Barriga Verde – sede do Poder Legislativo catarinense – pode pensar que visitar o gabinete de um deputado é uma tarefa rápida. Não é. A maioria dos gabinetes não funciona com agendamento de horários e é necessário dialogar com as assessorias para conseguir uma brecha na agenda com cada parlamentar. A disputa na porta do gabinete é grande: trabalhadores de inúmeras categorias, pequenos e grandes empresários, prefeitos, vereadores, líderes religiosos e de movimentos sociais se acotovelam na recepção de cada gabinete para conseguir levar seus pleitos e suas demandas aos ouvidos dos parlamentares eleitos pelo povo catarinense. Há situações em que é necessário aguardar uma hora – e até mais – para ter dez minutos de diálogo com o/a deputado/a. É preciso ter persistência para conseguir acessar os 40 gabinetes existentes hoje na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

 Pois desses 40 gabinetes, a Intercel conseguiu dialogar com 36 deles em 6 dias de trabalho. A agenda dos políticos eleitos se reveza entre dias de trabalho nas bases, ouvindo demandas e dialogando com a população nas diversas regiões do estado, e dias de atividades na própria Alesc – em reuniões com assessores, participação em Comissões e votações, além de visitas técnicas e representativas em diversas agendas externas. Além de fiscalizar o Executivo, um dos principais papéis do/a parlamentar é ouvir as necessidades do povo e criar leis que possam facilitar a sua vida. 

 A Intercel realiza essas visitas e diálogos permanentemente, há algumas décadas. Houve período, inclusive, em que a Assembleia Legislativa teve um celesquiano entre seus quadros, o saudoso Lício Mauro da Silveira (1943-2010), que teve quatro mandatos: 1995-1999, 1999-2003, 2003-2007 e 2007-2011. Lício chegou a ser reeleito no pleito de 2010 pelo PP para mais um mandato, mas não chegou a tomar posse por ter falecido logo após a eleição. Lício fez a defesa da manutenção da Celesc enquanto empresa pública com brilhantismo e conhecimento de causa por todo esse período.

 Na avaliação do Coordenador da Intercel, Ailton Communello, “é fundamental manter a presença na Alesc, dialogando com os deputados, trazendo informações e números que demonstram a qualidade do traba lho de celesquianas e celesquianos, comparando com outras concessionárias que foram privatizadas e alertando sempre que há algum risco de mudança que possa prejudicar os serviços à população. No cenário atual, os sindicatos têm dialogado com os deputados sobre o projeto de reestruturação administrativa, que prevê mudanças de competências, alteração na autonomia das Regionais e escancara as portas para a terceirização. Deputados e deputadas estão sendo alertados do retrabalho que a terceirização gera, dos riscos do aumento da demora no atendimento ao restabelecimento de energia tanto do consumidor residencial como do comércio, pequenas e grandes indústrias e do possível projeto de privatização da companhia a longo prazo”.

 Na maioria dos gabinetes visitados houve o compromisso da manutenção da Celesc Pública e da atenção a qualquer projeto sobre a empresa que venha a tramitar na Alesc. O alerta está feito. Não há qualquer motivo que justifique uma reestruturação, que poderia abrir caminho para a privatização de uma das melhores concessionárias de energia do Brasil.

CNE debate PLR 2025 com a Eletrobras

Assessoria econômica dos sindicatos elabora, nesse momento, a contraproposta à empresa

No dia 18 de agosto, os dirigentes da Intersul Murillo Rombo (Sindinorte) e Cecy Marimon (Sinergia) participaram da segunda reunião da Comissão de Negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2025 entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a direção da Eletrobras. 

Na ocasião, foram apresentados os indicadores propostos pela empresa para a pactuação da PLR 2025, a ser paga em 2026. A Eletrobras apresentou a ideia de extinção do piso, conquistado já em duas PLRs anteriores, que beneficia os menores salários praticados na empresa. A companhia apresentou indicadores que farão parte das metas para a PLR. Esses indicadores serão analisados pela assessoria econômica do CNE, para elaboração de uma contraproposta dos trabalhadores, que deverá ser apresentada ainda em agosto. 

O CNE reforçou a necessidade de que se aumente a faixa de remunerações a serem atingidas e que seja mantido e ampliado o piso, de forma a adequar às práticas correntes no mercado e promover uma distribuição de forma mais igualitária do produto do trabalho. Essas reivindicações, no entendimento do CNE, são centrais para que se possa continuar a discussão do Acordo de Participação nos Lucros e Resultados.