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MPT recomenda ações imediatas para conter problemas no atendimento

CASO NÃO ATENDA ÀS RECOMENDAÇÕES, CELESC PODE SOFRER COM AÇÃO CIVIL PÚBLICA

 O Ministério Público do Trabalho (MPT), por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 12ª Região, fez uma série de recomendações à direção da Celesc na última quinta-feira, 22 de agosto. As recomendações se deram no Inquérito Civil 001011.2024.12.000, depois de Notícia de Fato apresentada pelos sindicatos da Intercel sobre o quadro de adoecimento e pressão sobre os trabalhadores da Celesc – em especial, no atendimento – a partir das mudanças do sistema comercial.

 A denúncia ao MPT foi feita no mês de junho. À época, a Intercel informou situações de adoecimento de trabalhadores, ameaças verbais de consumidores, excesso de trabalho, pressão de chefias e inúmeras dificuldades para os empregados desempenharem suas atividades em função do novo sistema comercial não estar funcionando plenamente. No início de agosto foi realizada uma audiência na sede do MPT, com representação dos sindicatos e da direção da Celesc. Na ocasião, a Intercel atualizou a Procuradoria do Trabalho sobre os problemas enfrentados  pela categoria e informou que ainda não havia solução para eles. O Procurador do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, também ouviu a Celesc, que não apresentou, na reunião, soluções aos problemas e nem mesmo indicou que medidas seriam tomadas para atenuar a dor e o sofrimento da categoria.

 A Procuradoria do Trabalho, “considerando que os artigos 1º, 6º e 7º da Constituição Federal asseguram a dignidade humana, os valores sociais do trabalho e à proteção à saúde física e mental das trabalhadoras e trabalhadores”, “considerando que em 10 de junho de 2022, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou, na sua 110ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), incluiu o direito ao ambiente de trabalho seguro e saudável nos quatro Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho (PDFT) até então existentes” e considerando a Notícia de Fato apresentada pelos sindicatos da Intercel, expediu recomendações à direção da Celesc para imediato cumprimento. Entre as recomendações do MPT, estão: “I – contratação, imediatamente, 13 atendentes de lojas, devendo a distribuição e lotação ser discutida com os sindicatos representativos da categoria. II – contratação complementar, no prazo de 30 dias, de 31 atendentes de lojas, com a totalização de 44 atendentes, devendo a distribuição e lotação ser discutida com os sindicatos representativos da categoria. III – Criação, no prazo de 30 dias, de grupo de trabalho com a participação dos sindicatos representativos da categoria para realizar estudo sobre o devido dimensionamento de atendentes, com a conclusão dos trabalhos no prazo de 90 dias. IV – Contratação, no prazo de 30 dias, de vigilantes, de forma a assegurar, no mínimo, 1 vigilante, para cada loja de atendimento. V – Contratação, no prazo de 30 dias, de assistentes sociais, de forma a assegurar, no mínimo, 1 assistente social por Regional da CELESC Distribuição S.A VI – A concessão, imediata, de 2 pausas de 10 minutos para os atendentes de lojas, para os que trabalham em jornada de até 4 horas de trabalho, nos termos da NR 17. VII – A concessão, imediata, de 3 pausas de 10 minutos para os atendentes de lojas, para os que trabalham em jornada de até 6 horas de trabalho, nos termos da NR 17”. Por fim, o Procurador do Trabalho alerta que “o descumprimento das medidas indicadas na presente recomendação resultou no ajuizamento de Ação Civil Pública visando a compelir a empresa às obrigações de fazer, cumulada com indenização por danos morais individuais e coletivos, pelos danos à saúde resultantes das graves inadequações das condições de trabalhos dos atendentes em razão das alterações realizadas nos sistemas da CELESC Distribuição S.A, em maio de 2024”.

 A categoria e os sindicatos esperam que a direção da empresa atenda imediatamente, na íntegra, as recomendações do MPT, e busque outras medidas para atenuar os problemas existentes, evitar o adoecimento e reduzir a pressão sobre empregados e empregadas, inclusive de outras áreas que passam também por mudança de sistemas. Caso não cumpra as recomendações – o que demonstraria o descaso da empresa com os trabalhadores -, o MPT deve ingressar com Ação Civil Pública, com consequências imprevisíveis para a Celesc. 

Sinergia passa a representar trabalhadores da Setup

Empregados buscaram sindicato denunciando situação de vulnerabilidade e precarização de direitos

 Em assembleia realizada na segunda-feira, dia 26, com trabalhadores e trabalhadoras da empresa Setup, o Sinergia assumiu a representação da categoria nas negociações com a direção da empresa. 

 O contato inicial com o sindicato foi feito por trabalhadores insatisfeitos com as condições de trabalho, supostas diferenças salariais entre empregados com a mesma função e tempo de empresa, o valor do ticket alimentação, ausência de um plano de saúde digno e outras situações que serão avaliadas em detalhes pelo sindicato. 

Na semana passada os trabalhadores paralisaram as atividades em parte do dia por duas vezes, como forma de protesto, mas não estavam amparados com apoio de um sindicato. Diante da insegurança do quadro, buscaram a direção do Sinergia para que pudessem organizar a luta e fazer a representação legal nas negociações com a empresa. 

Na assembleia desta segunda-feira,  os trabalhadores aprovaram por unanimidade a representação pelo Sinergia e fizeram outras reivindicações. Diversos trabalhadores se filiaram à entidade durante a assembleia.

 O Sinergia fez contato com a Setup e confirmou presença no dia 10 de setembro na primeira reunião de negociação. De acordo com o diretor de Saúde do sindi cato, Mário Jorge Maia, o Marinho, “como dirigentes sindicais, temos a obrigação de sermos solidários quando somos chamados a organizar a luta contra a exploração e a precarização da relação de trabalho. Com certeza esses trabalhadores e trabalhadoras terão o apoio do Sinergia”. 

A Setup é uma das empresas terceirizadas que prestam serviços para a Celesc na Grande Florianópolis.

Presidente da Eletrobras é acusado de fraude

Integridade da gestão da empresa é questionada

A revista Veja denunciou na semana passada que o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, está sendo investigado por uma suposta fraude contábil na seguradora IRB, enquanto esteve à frente do Conselho de Administração da companhia, em 2020. Ainda de acordo com a publicação, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) teria instaurado um megaprocesso para apurar as acusações. De acordo com o colunista Pedro Gil, do Radar Econômico de Veja, a situação do presidente estaria deixando o comando da Eletrobras em situação bastante delicada, já que, no ano passado, a companhia decidiu afastar o então vice-presidente de Comercialização, João Carlos de Abreu Guimarães, após acusações de suposta fraude na Delta Energia.

 O processo na CVM teve início em maio de 2023 e encontra-se em fase de citação dos acusados. As possíveis irregularidades teriam sido realizadas em registros e demonstrações financeiras de 2019.

Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul (FESUL) é criada em Florianópolis

Assembleia aprovou filiação da FESUL à Confederação Nacional dos Urbanitários

No domingo, 28 de julho, foi fundada a Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul – FESUL. A Assembleia de fundação, ocorrida na sede da ASSEFAZ, em Florianópolis, contou com a participação de nove sindicatos de pessoas trabalhadoras dos ramos de energia, água e saneamento e aprovou a filiação da entidade à Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU). 

A Direção Provisória é composta por dezessete dirigentes sindicais e a companheira Cecy Maria Marimon foi eleita para a Presidência do órgão. De acordo com Cecy, que é trabalhadora da CGT Eletrosul e dirigente do Sinergia Florianópolis, a assembleia de fundação foi exitosa, “ainda mais nesse momento em que estamos às vésperas do Congresso da CNU, que elegerá a Direção definitiva da entidade, após a concessão do Registro Sindical no Ministério do Trabalho e Emprego”. E completou: “é sinal de que o projeto da Confederação Nacional dos Urbanitários da CUT só tem a avançar. Parabéns às pessoas urbanitárias sulistas e estamos contentes em fazer parte da CNU”.

O Presidente da CNU, Paulo de Tarso, presente no encontro, celebrou a concretização da construção da Federação do Sul: “existem especificidades nas diferentes regiões do Brasil: natureza, questões econômicas etc. A Federação Regional tem essa qualidade de trabalhar as características regionais em conformidade com a Confederação Nacional. É preciso estar articulado para encarar os debates nacionais, como a questão da luta pela reestatização da Eletrobras, por exemplo. Precisamos debater como fazer”. Paulo também destacou a dificuldade do atual governo federal em trabalhar esse tema: “nós fomos vitoriosos na luta pela manutenção da Eletrobras pública até junho de 2022, quando a empresa foi vendida na calada da noite, com a mudança de votos de determinados senadores que estavam ao nosso lado. Quase conseguimos segurar a privatização. O governo Lula hoje está governando com apenas um terço do Congresso Nacional, o que dificulta a luta pela reestatização”.

Diretor de Organização Sindical do Sinergia CUT/SP, o eletricitário Marcelo Fiorio, relembrou todo o histórico de criação da FESUL, desde meados dos anos 1990, e destacou que “estamos aqui hoje, pois precisamos organizar melhor os trabalhadores e as trabalhadoras. O sindicato pelego está na praia nesse domingo. Nós estamos aqui para fazer outra coisa. Para que fundar uma Federação? Para transformar a contribuição dos trabalhadores em luta, em aumento das conquistas, em melhoria da consciência. Nós estamos aqui para fazer diferente”. Fiorio, que é um grande incentivador da criação das Federações de Urbanitários e Urbanitárias em todo o país, explicou sobre a necessidade de criação de uma Confederação: “somos um rol de categorias profissionais. Precisamos parar de nos dividir, e sim nos juntar. A Federação Nacional dos Urbanitários não estava dando conta das nossas lutas, por isso a importância da construção de uma Confederação”. 

Participaram da Assembleia também os companheiros Rafael Oliveira, representando a Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE) e Esteliano Neto, presidente da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE) e Diretor Executivo da CUT Brasil.

Ao fim da Assembleia, ficou definido que a FESUL enviará uma delegação para participar do Congresso Extraordinário da CNU no Rio de Janeiro nos dias 12 e 13 de agosto. Nesse evento será referendada a reforma dos Estatutos e a eleição da Direção definitiva da CNU.

Celesquianos recebem visita da Caravana da Intercel nessa semana

Desde segunda-feira, os Sindicatos percorrem postos de trabalho em preparação para o ACT 2024/2025

Dirigentes dos sindicatos que compõem a Intercel visitam durante toda essa semana trabalhadores e trabalhadoras da Celesc com a Caravana da Intercel. Conforme divulgado na última edição do jornal Linha Viva, a Caravana faz parte do calendário anual da campanha data-base na Celesc e busca atualizar a categoria sobre os últimos acontecimentos na empresa e o cenário político-econômico que será encontrado durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. Além disso, convida os empregados a participarem da Assembleia Estadual, que será realizada em 3 de agosto, em Palhoça. Nessa quinta e sexta-feira (25 e 26 de julho), os sindicatos ainda fazem visitas nas Regionais da Celesc em Concórdia, Itajaí, Tubarão, Joinville e Videira. Confira algumas imagens da percorrida pelo estado.

Categoria dá recado à direção da Celesc

CELESQUIANAS E CELESQUIANOS PARALISARAM ATIVIDADES NO DIA 18 DE JULHO COBRANDO RETOMADA DA NEGOCIAÇÃO DA PLR 2024

Celesquianas e celesquianos em todas as Agências Regionais da Celesc e Administração Central paralisaram suas atividades na última quinta-feira, 18 de julho. O protesto pretendia cobrar da Direção da Celesc a retomada imediata das negociações do Acordo de PLR 2024, cuja primeira proposta foi enviada à Direção da empresa em dezembro de 2023. A última reunião de negociação se deu em maio, com a promessa da direção da companhia enviar uma Nota Técnica em quinze dias aos sindicatos da Intercel – promessa que não foi cumprida pela Diretoria.

Nas concentrações de trabalhadores por todo o estado, a indignação pelo fato da categoria estar passando um dos momentos mais difíceis da história da Celesc – com inúmeros problemas com o novo sistema comercial, que está impactando e sobrecarregando diversas outras áreas – e a Direção da empresa não buscando valorizar todo o esforço dos trabalhadores concedendo uma PLR justa. A indignação de muitos atendentes comerciais estado afora era justamente que a Diretoria queira mudar a forma de distribuição da PLR – privilegiando os salários mais altos – justamente num ano em que atendentes – que têm salários mais baixos – mais sofreram com estresse, assédio moral e todo tipo de ofensas de consumidores por culpa de decisões equivocadas da Diretoria Colegiada da empresa.

A Celesc, ainda no dia 18, emitiu nota à imprensa, lamentando a paralisação, “especialmente nas lojas de atendimento, neste momento de transição comercial”. A nota não explica, contudo, que a Diretoria foi omissa, ao demorar mais de sete meses para apresentar uma proposta decente de Acordo de PLR. Também não relata que os trabalhadores não são os culpados pelo caos nas lojas e que a própria Diretoria poderia ter evitado todo o transtorno aos clientes. Também não cita que a Diretoria optou por não contratar atendentes comerciais nos últimos meses, o que prejudicou sobremaneira o atendimento à população. 

A Diretoria atual foge da sua responsabilidade. É culpada não só pelo transtorno causado aos clientes, como pela paralisação do dia 18. O desrespeito e a inércia da diretoria com relação às pautas da categoria levarão trabalhadoras e trabalhadores para outro movimento.