No último domingo, 30 de outubro, brasileiras e brasileiros foram às urnas para eleger o novo Presidente da República e, em doze estados da Nação, também o novo governador. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o presidente eleito pela maioria da população. Lula já havia sido eleito presidente em outras duas oportunidades. Terá como desafios, neste novo mandato, voltar a unir a população, retomar o crescimento da economia e reduzir as desigualdades sociais, combatendo, principalmente, a fome e a miséria extrema. Eletricitários de todo o País tinham a expectativa que Lula pudesse viabilizar a reestatização da Eletrobras e empresas subsidiárias junto ao Congresso Nacional. Com a maioria da bancada de deputados e senadores eleita de extrema-direita ou centro-direita, este desafio ficará ainda mais difícil para o presidente eleito. Os sindicatos e associações que representam trabalhadores em todo o País farão a cobrança ao novo governante e, também, aos parlamentares eleitos.
Já em Santa Catarina, o escolhido para governar o estado é Jorginho Mello (PL). Ele foi vereador, deputado estadual, deputado federal e atualmente ocupava a função de Senador da República. Apesar de estar filiado a um partido considerado hoje de extrema-direita, o PL e o próprio Jorginho já estiveram ligados ao centro e à esquerda na política nacional: José Alencar, que foi vice-presidente nos governos Lula da Silva, foi filiado a este partido durante muitos anos. E Jorginho construiu boa parte de sua carreira filiado ao PSDB e já se deixou fotografar em palanques eleitorais com a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Apesar de ter votado pelo processo de privatização da Eletrobras no último ano, Jorginho esteve em maio no 11° Congresso dos Empregados da Celesc, em Joinville, ainda como pré-candidato, e assumiu, na frente de algumas centenas de celesquianas e celesquianos, o compromisso de manter a Celesc Pública, caso fosse eleito. Em agosto deste ano, quando já era candidato ao governo de Santa Catarina, Jorginho também assinou a Carta Compromisso pela manutenção da Celesc Pública.
A categoria espera que o governador eleito honre com o compromisso assinado e assumido publicamente e, mais que isso, que indique para a diretoria da empresa e funções gerenciais pessoas técnicas, capacitadas, que saibam dialogar e que levem a Celesc a manter os bons números apresentados até aqui. Aos trabalhadores e às trabalhadoras, fica o apelo para que, com estes novos governantes, estejam atentos aos chamados dos sindicatos para resistir a qualquer possibilidade de retirada de direitos ou a um possível golpe que venha a culminar na privatização das empresas públicas.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1555 de 03 de novembro de 2022