No dia 12 de julho, o presidente da Eletrobras privatizada anunciou a descarbonizacão da produção de energia. O processo inclui a venda/ fechamento de usinas térmicas da empresa nos estados do RJ, AM e RS. Mais de 95% da base produtiva da Eletrobras é renovável, mas as usinas térmicas (a carvão e gás natural) são importantes em tempos de crise hídrica. Mais uma contradição do processo de lesapátaria que foi a privatização da Eletrobras.
A privatização aprovada pelo Congresso em 2022 é objeto de uma ADI impetrada pela AGU e pelo Presidente Lula para garantir o direito de voto proporcional aos 43% de ações que o governo federal tem na empresa. No mesmo projeto de lei que privatizou a Eletrobras, foi incluída a contratação de novas usinas térmicas. Então fica a pergunta: qual a lógica disso? Respondemos: entregar novidades ao Mercado para justificar a privatização. Vender patrimônio construído pelo Estado, propriedade do povo brasileiro. A possibilidade do fechamento da Usina de Candiota/RS, pertencente à subsidiária CGTEletrosul, por exemplo, terá impacto econômico e social em seis municípios da região mais pobre do RS, com a extinção de mais de 15 mil postos de trabalho.
Os trabalhadores denunciam e exigem que a Eletrobras suspenda qualquer alienação de patrimônio enquanto não for julgada a ADI pelo STF. O ato contou com a presença de Sindicatos, CUT e integrantes do MAB e da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1584 de 20 de julho de 2023
Um grupo de empresários que representa o que há de mais retrógrado na economia mundial fez lobby e conduziu a operação que tomou de assalto a Eletrobras. Estamos falando da 3G Radar de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A 3G Radar está agora envolvida em mais um escândalo: é a principal acionista das Lojas Americanas, uma das mais tradicionais empresas de varejo e e-commerce da América Latina.
O carioca Sérgio Rial, de 62 anos, ficou apenas dez dias na função de CEO das Americanas. Nesta semana, ele denunciou um rombo de R$ 20 bilhões e “inconsistências contábeis” no balanço financeiro da empresa, que teria acontecido nos exercícios anteriores a 2022. Ao que parece, a denúncia de R$ 20 bilhões é só a ponta do iceberg. Já aparecem valores de endividamento assumido (antes omitido) de R$ 40 bilhões. E essa conta pode ser muito maior e levar a tradicional Lojas Americanas à falência.
Isso ligou o alerta em todas as empresas em que o grupo 3G Radar usa a estratégia de iminência parda (‘éminence grise’), um poderoso assessor ou conselheiro que atua “nos bastidores” ou na qualidade não pública ou não oficial manipulando testas de ferro. Pois foi justamente Lemann e sua turma do 3G que operaram a Privatização da Eletrobras, colocaram Wilson Pinto como testa de ferro e chamaram a operação de Corporation, mas quem dá as cartas na Eletrobras hoje é justamente o grupo 3G. Não custa lembrar que foi o grupo 3G de Lemann que colocou Elvira Presta como diretora financeira da Eletrobras, ainda no governo Temer. já com o intuito de preparar a privatização da Eletrobras. Na Eletrobras já se aplica o falido método 3G de gestão, difundido por Vicente Falconi, o tal Orçamento Base Zero, uma fórmula perfeita de destruir empresas, cortando custos e desmontando a memória técnica e a capacidade de inovação. Parte do pacote que eles maquiam com nomes como ‘downsize’ e ‘turnaround’.
Nos dias de hoje, aliás, não só Elvira continua na diretoria da Eletrobras, como o próprio Falconi está no Conselho de Administração da empresa. Agora, porém, todos com seus devidos supersalários e bônus milionários. A história confirma que o grupo 3G gosta mesmo é de monopólio. Criou o monopólio da cerveja com a AmBev no Brasil, comprando a Antártica e a Brahma. E até hoje, quando as cervejas da AmBev perdem mercado, o que faz a AmBev? Compra cervejarias concorrentes. Nos últimos anos, o grupo 3G de Lemann adquiriu outras empresas, como as Americanas e a tradicional fabricante estadunidense de alimentos processados Kraft-Heinz. A 3G quebrou a Kraft-Heinz e as Lojas Americanas estão indo para o mesmo caminho. Esse também será o destino da Eletrobras?
O caso das Americanas é ainda mais parecido ao da Eletrobras, uma vez que as duas companhias são também clientes da mesma empresa de auditoria externa, a Price Waterhouse Cooper (PwC). A mesma Auditoria que não viu os rombos bilionários das Americanas, chancelou os balanços de Furnas e da Eletrobras depois de uma operação extremamente suspeita de aquisição e aumento de capital da falida Usina de Santo Antônio. Tudo feito às pressas, com direito a republicação de balanço no Brasil e em Nova York. Absolutamente, um vale tudo para viabilizar a Privatização da Eletrobras! Para a Intersul, a PwC, definitivamente, não é confiável. E o grupo 3G de Lemann é um sanguessuga de empresas. Compram empresas maduras, com mercado consolidado, cortam custos até o osso, aumentam margens de lucro às custas da competitividade até que as empresas quebrem. Mas aí os donos da 3G já multiplicaram muitas vezes seu baixo investimento. Esses parasitas nunca criaram nada, além de crise e destruição.
Os rentistas da 3G conseguiram privatizar a Eletrobras com o argumento de que haveria mais investimentos. Passados mais de seis meses da privatização, não se viu investimento nenhum. Mas não faltou demissão em massa e aumentos absurdos de remuneração para os administradores, enquanto a empresa registra o primeiro prejuízo em muitos anos. Em 1987, uma criativa publicidade de vodca fez famosa a frase “eu sou você amanhã”, dela se originou a expressão “Efeito Orloff” (a marca da vodca da publicidade), para nomear o que poderia acontecer amanhã, no futuro, com determinado indicador. É preciso retirar a Eletrobras urgentemente das mãos desse capital parasita e devolvê-la aos brasileiros. Caso contrário, a Eletrobras será as Lojas Americanas de amanhã e a conta sobrará para todo o País.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1565 de 19 de janeiro de 2023
Na última quinta-feira, dia 12, na posse da nova presidenta da Caixa Econômica Federal, a trabalhadora Rita Serrano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou sobre “badalado humor do mercado financeiro” quando o governo investe no Estado. Lula fez duras críticas ao episódio recente que já é de domínio público: a farra dos supersalários e bonificações de diretores e conselheiros na recém privatizada Eletrobras. Na posse de Rita, o presidente Lula disse que “a Eletrobras foi privatizada e aumentaram o salário deles. Parece que o salário foi para R$ 300 mil por mês e era R$ 60 mil”, sobre o presidente da empresa. “Mais grave ainda, fiquei sabendo agora: sabe quanto ganha um conselheiro da Eletrobras? R$ 200 mil por mês para participar de uma reunião. Isso não é gasto? Não é jogar dinheiro fora? Como vou botar ministros ou secretário executivo? Vão ganhar cinco vezes mais que presidente da República. Cadê a seriedade nisso? Cadê as pessoas que cobram seriedade?”
O presidente Lula tem razão. A Privatização da Eletrobras foi uma farra do boi. Empreendimentos amortizados, pagos pelo povo brasileiro tiveram [como condicionante da Privatização] as concessões renovadas por 30 anos, com o aumento da conta de luz. Tudo isso para bancar supersalários e bonificações, além dos dividendos de acionistas. A FIESP estima que no tempo das novas concessões, a privatização da Eletrobras vai onerar as famílias, a indústria, toda a cadeia da economia em R$ 500 bilhões no período de 30 anos. É como se a Eletrobras fizesse um novo bilionário todo mês. Isso com o aumento da minha, da sua, da nossa conta de luz. Aumento da conta de luz impacta na inflação. Aumento da inflação destrói a economia e já vimos no Brasil mais de uma vez que economia destruída derruba governo.
Por isso a equipe de transição falou de uma bomba de R$ 500 bi a ser desatada no setor elétrico. A desfaçatez do “Deus mercado” é tão escancarada que, nesta semana, o analista Sergio Oba, da Empiricus Research, publicou uma análise sobre a Eletrobras. O texto foi repercutido no site Money Times, que chama a empresa de “vaca leiteira de dividendos”. Essa coisa de sugar o último centavo é peculiar daqueles que participaram da privatização da Eletrobras. Conselheiros e diretores recebem supersalários e bônus aprovados por acionistas e compensam esses acionistas em uma parruda distribuição de dividendos. Só quem perde é o povo, que paga a conta.
Com receio da reestatização da Eletrobras desde a eleição presidencial de Lula, a turma que tomou conta da Eletrobras tem corrido contra o tempo para tentar tornar a operação de privatização irreversível. O presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Jr, teve a pachorra de dizer recentemente em entrevista no Jornal Valor que confia nas poison pills contra “arrobos estatizantes na Eletrobras”. O testa de ferro da maracutaia na Eletrobras se refere às cláusulas leoninas e draconianas da privatização. Está muito nítido que essa turma que tomou a Eletrobras não quer largar o osso, não quer abrir mão da mamata. Agora, mais do que nunca, fica claro ao presidente Lula e a todo o novo governo que a única forma de conter essa gente que quer deixar na Eletrobras um rombo como o do escândalo das Lojas Americanas é devolvendo a Eletrobras ao povo brasileiro. Cancelando as cláusulas leoninas, recuperando o poder de voto para, em seguida, retomar o controle, reestatizar a Eletrobras para que o Brasil volte a crescer de maneira sustentável e soberana. Já para essa turma bolsonarista que mama nas tetas da Eletrobras, só existe um destino: justiça e reparação.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1565 de 19 de janeiro de 2023
A Intercel vem alertando às trabalhadoras e aos trabalhadores da Celesc que a privatização depende muito de quem elegemos, não só ao governo do estado, mas também às vagas da Assembleia Legislativa. São os deputados que decidem, através da criação e da alteração da legislação, o futuro das empresas públicas do nosso estado. Infelizmente tivemos, mais uma vez, uma eleição bastante difícil, com um legislativo em grande parte alinhado às pautas da extrema direita e, consequentemente, da privatização.
Sabendo disso, os acionistas da EDP e seus aliados, à espreita desde muito, afiam suas garras e se empoderam de seu objetivo, o que foi demonstrado na coluna do jornalista Marcelo Lula, em 10 de dezembro de 2022. O jornalista cita um almoço com a presença do governador eleito Jorginho Melo (que informou na sequência estar em outro compromisso, fato retificado posteriormente na matéria). Conforme a coluna, estariam no tal almoço os empresários Lírio Parisotto, o publicitário Wilfredo Gomes, entre outros, e que trataria da indicação para a presidência da Celesc, com a ideia de colocar alguém no comando que trabalhe para facilitar a privatização da empresa.
A Intercel respondeu à coluna, tendo sido publicada em 12 de dezembro, na íntegra: “Os sindicatos que compõem a Intercel confirmam que o então candidato ao governo de Santa Catarina, Jorginho Mello, assinou compromisso de manter a CELESC como empresa PÚBLICA, indutora do desenvolvimento do Estado de Santa Catarina e com foco no atendimento universal à sociedade catarinense, nas áreas urbanas e rurais, respeitando o seu olhar social e o bom atendimento prestado à sociedade, sem esquecer da valorização dos empregados e do respeito com as entidades representativas dos trabalhadores.
Relembra que o Governador eleito esteve no 11° Congresso dos Empregados da CELESC, realizado neste ano na cidade de Joinville, assumindo os mesmos compromissos, pessoalmente, aos mais de 400 celesquianos presentes no evento. Por fim, reitera que o assédio dos acionistas minoritários à privatização da CELESC não é algo novo, e que cabe ao governador eleito reafirmar o compromisso assinado com os sindicatos da Intercel e, mais do que nunca, tomar ações afirmativas nessa direção, acomeçar pela indicação de Diretores e membros do Conselho de Administração que se posicionem de maneira intransigente e inabalável na manutenção da CELESC PÚBLICA, patrimônio dos catarinenses”. Vale lembrar do caráter social da Celesc e do bom atendimento prestado à sociedade, mantendo uma das menores tarifas do país, como também sendo uma das melhores distribuidoras de energia do Brasil na avaliação dos clientes.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1561 de 15 de dezembro de 2022
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) comunicou ao Diretor Presidente da Copel – companhia de economia mista de energia elétrica do Paraná, equivalente à Celesc – que tem a intenção de transformar a empresa “em companhia de capital disperso e sem acionista controlador (Corporação), transformação essa a ser realizada envolvendo oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias e/ou certificados de depósito de ações (units) de emissão da Companhia (‘Operação’)”. Na prática, o governador Ratinho Júnior pretende privatizar a companhia, sob a alegação de buscar “recursos financeiros para suprir necessidades de investimento do Estado do Paraná, bem como a valorização de suas ações remanescentes detidas na Copel”.
A decisão é vista pelos sindicatos da Intercel e da Intersul com bastante preocupação. A Copel tem sido muito bem avaliada pelos consumidores nos últimos anos, juntamente com a Cemig (MG) e a Celesc – as três, não privatizadas -, sempre figurando entre as cinco melhores companhias de energia do País. A tentativa de privatizar a empresa pode gerar recursos para o estado, mas penaliza duramente a população, já que todas as concessionárias de energia que foram privatizadas nos últimos anos registraram uma queda significativa de qualidade na prestação dos serviços, na avaliação dos consumidores.
A Intercel e a Intersul são solidárias com os trabalhadores da Copel e se colocam à disposição para ajudar na luta contra a entrega do patrimônio público ao capital privado. Espera-se que o governador Ratinho Júnior, que foi reeleito no pleito de outubro deste ano com ampla margem de votos, reveja a decisão.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1558 de 24 de novembro de 2022
O governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), anunciou no último final de semana que ingressou com uma ação civil pública contra a ENEL, empresa que comprou a antiga concessionária de energia CELG durante o processo de privatização da companhia em 2017.
A italiana ENEL já vinha sofrendo inúmeras críticas desde o processo de privatização da CELG, por quedas frequentes de energia e inúmeros aborrecimentos e prejuízos a consumidores residenciais, comerciais, industriais e a ruralistas. Há relatos em diversos jornais que ocorrências que demoravam de duas a três horas para terem a energia restabelecida, passaram a ser solucionadas em dois ou três dias. Em 2019, a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) impôs uma multa à empresa privatizada no valor de R$62 milhões por inadequação na prestação do serviço. Outras duas sanções, no valor de R$13,4 milhões, foram aplicadas à concessionária no mesmo ano.
Durante a coletiva de imprensa do governador Caiado no sábado, 22 de outubro, ele chamou de “verdadeira sabotagem” a atuação da companhia, pelo fato da empresa suspender os serviços de manutenção preventiva justamente às vésperas do início do período chuvoso no estado, onde a “frequência das quedas é muito maior e as consequências maiores ainda: queda de postes, árvores, acidentes, rupturas de cabos”. O governador alegou que “eles [a Enel] ficaram por cinco anos, tiveram lucros importantes e não tivemos essa retribuição na qualidade de energia em Goiás. E, ao ver a incapacidade, eles estão promovendo uma verdadeira sabotagem naquilo que seria a distribuição de energia para todos os goianos”.
Caiado alegou ter obtido informações sobre a suspensão dos serviços de emergência após notificação do PROCON estadual e informou que “identificamos a possibilidade de sabotagem e imediatamente determinei que todas as áreas do governo tomassem as medidas possíveis, antes que isso resulte em problemas de queda de energia que venham a penalizar todos nós”. Além de acionar a Procuradoria Geral do Estado e a Agência Goiana de Regulação, Caiado relatou ter agendado para esta semana uma reunião com a presidência da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para buscar uma solução ao caso. No momento em que se fala tanto em privatizações no debate político, é necessário ter atenção e observar o que está acontecendo nos estados onde as concessionárias de energia já foram privatizadas e a qualidade dos serviços à sociedade caíram quase que imediatamente. Em contrapartida, nas Unidades da Federação em que as concessionárias de energia são públicas, como Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais, os índices de satisfação dos consumidores são, ano a ano, os melhores dentre todas as concessionárias do País, prova que as privatizações só fazem mal ao Brasil.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1554 de 27 de outubro de 2022
“No novo tempo, apesar dos perigos/Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta/Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver/Pra que nossa esperança seja mais que a vingança/Seja sempre um caminho que se deixa de herança.” Os versos da música de Ivan Lins marcam a luta da categoria eletricitária que há 5 anos trava uma resistência heroica e histórica contra a privatização da Eletrobras.
Contra os interesses do Governo de plantão, contra os interesses do deus mercado, que atropelou tudo e todos para conseguir colocar as mãos numa fonte de lucros e dividendos garantidos. Que comprou barato e vai vender caro para que o povo pague essa conta todo mês.
A concretização da privatização da Eletrobras contou com o “apoio” das instituições brasileiras em todas as instâncias, que apontaram irregularidades, impropriedades, inconstitucionalidades, mas deixaram o processo seguir para atender aos interesses do capital financeiro internacional, que cederam à pressão. A nossa luta constante foi para além de desfraldar tantas irregularidades, mas também enfrentar a mão pesada dos que sobrepõem os interesses do povo aos interesses financeiros de uma minoria que representa o que há de mais retrógrado na elite brasileira.
Nós, eletricitários e eletricitárias, estivemos na cena, nas ruas, nas redes, nas tribunas para evitar que o Brasil caminhasse na contramão do mundo. Perdemos uma batalha crucial, mas não perdemos a guerra, ainda nos cabe socorrer o Brasil do que agora virá contra nós e contra o País!
A privatização da Eletrobras foi aprovada sem discussão com a sociedade, com compra de votos no Parlamento por trocas de recursos às regiões e em termelétricas, no auge do orçamento secreto, com pressão do mercado sobre as instituições que sucumbiram e deixaram o processo correr cheio de irregularidades, inconstitucionalidades, vazamento de informações como nunca visto na história, e, sem penalização dos responsáveis até aqui.
O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) atuou em todas as instâncias, entrou com diversas ações visando suspender o processo (liminares, denúncias, mandados de segurança) que não foram julgados propositalmente, mas que servem para pavimentar o caminho de volta. Por isso, nós não vamos parar! Nada pode nos parar!
Neste momento, temos que manter a força, fé, foco, serenidade, pra sobreviver, pra sobreviver e pra sobreviver… para poder ganhar corações e mentes, aumentar a conscientização da sociedade da necessidade e importância de uma Eletrobras Pública, reestatizada. Precisamos eleger um projeto político que defenda que a Eletrobras Pública é a garantia do desenvolvimento do País.
Hoje temos muito orgulho da luta que construímos coletivamente! Esse legado não será perdido! Para nós, que sempre fomos aguerridos e resilientes, desistir nunca foi uma opção! Recolheremos os cacos de um dia difícil e iremos convictos para a nossa próxima trincheira que é eleger um novo governo e traçar o caminho da reestatização da Eletrobras por soberania nacional e energética, por modicidade tarifária, por universalização dos programas setoriais.
É hora também de agradecer a todos os trabalhadores, familiares, dirigentes que estiveram conosco até aqui. Agradecer também aos movimentos sociais, companheiros de outras estatais e institutos, aos aguerridos parlamentares, partidos de oposição, aos assessores parlamentares, a todas as nossas assessorias que mais que contratados, foram verdadeiros militantes. A todos e a todas que estiveram conosco até aqui, o nosso muito, muito obrigado! Tudo valeu a pena!
Agora renovemos juntos novamente nossas esperanças, nossos sonhos, nossas expectativas de dias melhores, com garranos olhos e sorriso nos lábios de quem sempre soube estar do lado certo da história! Lutamos a boa luta e estamos de pé!
Temos muitos desafios pela frente e agora mais do que nunca, ninguém solta a mão de ninguém! Juntos somos uma fortaleza inabalável! Vamos seguir firmes e obstinados porque tem luta! Eletrobras Pública, Brasil Soberano! Reestatiza Já!
ATO NA SEDE DA CGT ELETROSUL
No dia 14 de junho, dia da capitalização da Eletrobras na Bolsa de Valores, o Sinergia promoveu um ato na sede da CGT Eletrosul. O protesto denunciava mais uma vez todas as manobras políticas e jurídicas para concluir o processo irregular de privatização da empresa. Participaram, além dos trabalhadores e dirigentes do Sinergia, companheiros do Sinte (professores), Sintect (profissionais dos Correios e Telégrafos), CUT, MAB, além de representações dos partidos PT, PSB e PCdoB de Florianópolis.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1537 de 23 de junho de 2022