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Sindicatos da Intercel e Celesc debatem segurança na empresa

Na quinta-feira da semana passada, dia 24, Sindicatos da Intercel e representantes da Celesc se reuniram para debater o tema ‘Segurança na Celesc’.


O pedido de reunião não se deu por acaso: Em 2005, após acidente com trabalhador na rede de energia em que coincidentemente uma emissora de TV passava pelo local e registrou o fato, teve início um processo investigatório no Ministério Público do Trabalho (MPT). Considerando a precária situação de saúde e segurança a que trabalhadores próprios e terceirizados eram submetidos à época, em 2009 foi ajuizada Ação Civil Pública (ACP). Essa Ação culminou em 2012 com um Acordo Judicial entre Celesc, MPT e Sindicatos, onde a Intercel solicitou ao juízo: que o valor da causa da Ação, de R$15 milhões (caso a Celesc fosse condenada), fosse revertido a um novo sistema de rádio – evitando, assim, novos acidentes; e a criação de Grupos de Trabalho e Comissões com participação da Intercel, dedicados à saúde e segurança, para atendimento aos itens do Acordo Judicial.


Pelo acordo, a Celesc se comprometeu a cumprir, fiscalizados pelos sindicatos, 45 itens relativos à segurança e saúde do trabalho. O objetivo era que esses itens fossem acompanhados a cada dois meses e que a empresa fosse melhorando continuamente os procedimentos de segurança de seus trabalhadores próprios e terceiros, de modo que mitigassem os riscos de acidentes e mortes destes profissionais no sistema elétrico de potência.


De acordo com Ailton Comunello, dirigente do Sindinorte que vem acompanhando há alguns anos o andamento da ACP, “muitos avanços ocorreram desde a proposição da ação, mas ainda há pontos importantes a avançar para reforçar a segurança de trabalhadores próprios e terceiros”. A reunião da quinta-feira passada ocorreu pois a Celesc tentou, no primeiro semestre deste ano, uma repactuação do Acordo, indicando que os 45 itens já estariam cumpridos. A Intercel, indignada por discordar da posição da empresa e compreendendo que ainda há diversos itens não cumpridos ou cumpridos parcialmente, se manifestou no processo indicando que achava absurda e inconsequente a proposição da Celesc. Diante disso, no mês passado, o presidente Tarcísio Rosa chamou os sindicatos para conversar e compreender a motivação da resposta tão dura da Intercel. Na quinta-feira passada, os dirigentes sindicais apresentaram ao presidente todo o histórico da Ação Civil Pública e cada um dos 45 itens do Acordo. O presidente relatou que os problemas não vêm de hoje; que diversos contratos estão sendo revistos; e que pediu para sua assessoria colocar ordem de importância a cada um dos 45 itens, indicando quais são os mais urgentes, para que seja buscada uma solução.


A Intercel e a diretoria da Celesc devem, agora, redigir um novo documento e encaminhar ao MPT, solicitando prazo para trabalharem e construírem, em conjunto, um novo plano de segurança que traga um ambiente mais seguro aos trabalhadores. A Intercel espera que a Celesc leve a sério cada um dos itens.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Alerta: armadilhas na rede colocam categoria em risco

Há anos as entidades sindicais denunciam o descaso com a segurança no Brasil envolvendo o setor elétrico. Acidentes e doenças ocupacionais são frequentes, como aponta estudo feito pelo DIEESE, principalmente com o avanço da terceirização, já que para cada 10 acidentes no setor, 8 atingem terceirizados, e para cada 5 óbitos, 4 são com trabalhadores terceirizados.


O Brasil tem uma vasta legislação protetiva e reparatória no que se refere à segurança e saúde do trabalhador, “basta ser cumprida”, como falou o Procurador do Trabalho à diretoria da Celesc na última audiência sobre as ações do Acordo feito na Ação Civil Pública – ACP, onde, no acidente relatado ocorrido em Lages, foram ignorados os procedimentos de segurança. Na discussão com a empresa, é nítida a visão de alguns gerentes e diretores, que explicam por si só as várias causas deste paradoxo, a visão privatista e economicista que envolvem os riscos laborais.


As ações de mudanças no ritmo de trabalho, novos equipamentos sem a devida capacitação e treinamento aliada ao desejo de se mostrar mais eficiente aos olhos da gestão estão trazendo atitudes criminosas contra os trabalhadores e a população. ALERTAMOS aos Celesquianos e Celesquianas, como também a todos os terceirizados e compartilhados que usam as estruturas da Celesc sobre as ARMADILHAS implantadas na rede para coibir o furto de cabos e fios que podem ter consequências sérias, levando a acidentes fatais ou mutilações nos trabalhadores próprios, terceirizados, compartilhados e população, de modo geral. Uma irresponsabilidade, pois como podem fazer um ato deste para não ter o prejuízo de repor cabos e fios, quando a responsabilidade pela segurança não é nossa e sim da Secretaria de Segurança Pública e das polícias?


A falta de políticas públicas e atuação do Estado é um problema no atual governo, as intervenções e investimentos governamentais entram em confronto e, muitas vezes, negligenciam a proteção da sociedade. Neste contexto, existe a necessidade de ampliação da atuação do Estado, seja no âmbito do Judiciário, Agências Reguladoras, Previdência, Trabalho, serviços de saúde, bem como na atuação das entidades sindicais em defesa de todos e todas.


Em reunião no NUCAP em que a situação foi denunciada junto à gerência e Cipeiros, foi solicitada uma fiscalização em todo o sistema para, caso sejam encontradas mais ARMADILHAS, que estas sejam retiradas. Com a palavra, o Administrador Regional.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1544 de 11 de agosto de 2022