Faltou espaço ontem, 24 de abril, no imenso auditório da Assembleia Legislativa de Santa Catarina para a audiência pública cujo tema foi “Celesc Pública e a Nova Reestruturação”. Celesquianos dos mais diversos pontos do Estado passaram a madrugada viajando para poderem participar do evento que contou ainda com significativa presença de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores das mais diferentes cidades como Rio do Campo, São Francisco, Vidal Ramos, Concórdia, Lontras, Salete, Rio do Campo, Aurora, Florianópolis, Trombudo Central, Agronômica, Agrolândia, Embuia. Também foi importante a presença das lideranças políticas catarinenses como dos deputados Valdir Cobalchini (MDB) Ismael dos Santos (PSD), Neodi Saretta (PT), Milton Hobus (PSD), José Milton Scheffer (PP), Laércio Schuster (PSB), e representantes de Luciane Carminatti (PT), João Amin ( PP), e Ana Paula da Silva (PDT), deputada que havia convocado a audiência. Participaram ainda da mesa a técnica economista do Dieese, Samya Campana, o procurador do Ministério Público, Davi Espirito Santo, o representante dos trabalhadores no CA da Celesc, Leandro Nunes e o representante da Intercel, Paulo Horn. Na audiência ainda representantes do Tribunal de Contas, da Fiesc, Facisc, Crea, MAB.
O evento foi coordenado pelo deputado Fabiano da Luz (PT) e também serviu para o lançamento da Frente Parlamentar Catarinenses em Defesa das Empresas Públicas.
Apesar de convidados, o presidente e diretores da Celesc não compareceram e foram duramente criticados por isto, inclusive num banner que dizia: ”Os celesquianos repudiam o autoritarismo do presidente da Celesc. Não aceitamos o fim das regionais e ataques aos direitos dos trabalhadores”.
“Não, não, não: a reestruturação é privatização!”
Abrindo os trabalhos Fabiano da Luz enfatizou sua participação na defesa da Celesc. “Vocês já passaram por muitas batalhas e existem muitas mais a fazer. Não vou deixar a Celesc cair nas mães de terceiros. A Celesc é de vocês”.
Ismael dos Santos lembrou que seu sogro e um cunhado são empregados da Celesc o que lhe dá uma boa ideia da força destes trabalhadores. “Só lamento não estar aqui um representante da empresa. Isto é uma falha. Além disso não aprovarmos ano passado o empréstimo de 1 bilhão do BID para a Celesc para chegar onde estamos agora. Não dá nem para pensar no fechamento de agências. A Celesc é muito importante e seu papel, sempre com eficiência econômica, é de justiça social, atendimento à população”.
Saretta reiterou seu compromisso em defesa das empresas públicas. “E não há nenhuma razão para a Celesc não continuar pública. Estou muito preocupado também com a ausência do presidente e diretores da Celesc.”
Também preocupado com a administração da Celesc está o deputado Milton Hobus. Ele contou que no verão que passou algumas comunidades do Alto Vale ficaram até 14 dias em um mês sem energia. Diante disto ele convocou uma audiência em fevereiro para ouvir explicações da empresa que não mandou nenhum representante. “Até hoje não tivemos nenhuma resposta. Isto é uma falta de respeito, coisa inadmissível. “.
Cobalchini também lembrou o empréstimo do BID aprovado em 2018. “Com isto achamos que tínhamos sepultado a questão da privatização. Não há mais espaço para isto. O objetivo da Celesc é atender o cidadão. Ela tem cumprido seu papel. Agora quando as coisas vem assim, de cima para baixo, temos que ligar o sinal amarelo, para não sermos surpreendidos. ”
Scheffer se disse impressionado pela maciça presença de trabalhadores da Celesc na audiência. “Vocês estão de parabéns e esta mobilização em defesa da preservação e fortalecimento da empresa pública é muito bem-vinda. Nada mais estratégico para nosso Estado do que a energia. Nossa constituição tem barreiras fortes contra a privatização e assim continuaremos”.
Paulo Horn foi muito aplaudido e apoiado ao falar, do ponto de vista do trabalhador da Celesc, sobre o momento atual. Condenou a postura “infeliz, arrogante e covarde” da direção da empresa cuja ausência “é um desrespeito a toda a sociedade catarinense. Postura essa que condiz com todos seus atos desde que assumiu de autoritarismo e mordaça. Logo de quem deveria estar aberto ao diálogo”. Enumerando as pobres justificativas dadas para a reestruturação comentou que elas são “mentirosas” e não trazem informações que toda sociedade está esperando no que tange ao atendimento da população e retirada de direitos dos trabalhadores. Ao tirar a autonomia das agências, lembrou Horn, está sendo dado o primeiro passo para a privatização que é a precarização dos serviços. “Como alguém com dois meses de casa quer fazer uma mudança destas? Reestruturação é instalar o caos e quem criticar está exonerado”. Como sugestão ele pediu que da audiência resultasse um pedido de suspensão da reestruturação seguido de um amplo debate, dialogando com a sociedade sobre que empresa ela deseja. E também de um pedido para que o governador se posicione sobre o assunto.
Leandro Nunes, depois de agradecer a presença dos parlamentares, entidades e trabalhadores e fazer menção das várias correntes políticas presentes na ocasião, todas na defesa da Celesc. Fez menção ao fato de que a atual diretoria da empresa não é dona dela e está trabalhando sem ouvir a população e os trabalhadores. Notou que o plano de reestruturação “é da ponte para fora, a culpa é sempre do interior. Culpa do quê? A empresa não está quebrada, cumpre com todos seus compromissos e é a segunda melhor em atendimento no Brasil e na América Latina. Por que mudar? E por que fazer isto sem diálogo com a sociedade? Esta é uma decisão política, apoiada por um grupo pequeno de trabalhadores conhecidos tradicionalmente por serem puxa-sacos. Não concordamos com isto”. Lembrou ainda de intervenção dos acionistas minoritários para quem a reestruturação deveria buscar como meta a existência de apenas quatro agências regionais.
Samya Campana salientou que a diretoria da Celesc na sua explanação não respondeu aos questionamentos sobre o porquê da reestruturação. Segundo ela a Celesc é uma empresa enxuta e ágil e que a proposta de restruturação é arcaica e representa um retrocesso para todos. “Queremos que a diretoria diga qual o impacto da sua proposta. A iniciativa tem que ser suspensa e abrir o debate”.
Finalmente o procurador do MP, Davi do Espirito Santo, parabenizou a iniciativa. “Este debate é de suma importância e engrandece a democracia no nosso pais. Uma audiência pública é um momento importante da prática democrática, do controle social. Com o debate expomos os problemas, levantamos as possíveis soluções e colocamos as coisas nos trilhos.” Cabe ao MP preservar os interesses da sociedade, disse ele, e observar para que nenhuma medida seja ilegal e anticonstitucional. “Renovamos aqui nossos votos de defesa do patrimônio público. Não vou me manifestar quanto ao mérito da questão neste momento. Fiquem apenas sabendo que estamos vigilantes e atuantes.”
ENCAMINHAMENTOS
Como encaminhamento, os participantes da audiência aprovaram uma moção de repúdio à forma como a reestruturação foi encaminhada. Além disso, uma carta ao Governo do Estado será encaminhada, solicitando a suspensão da reestruturação e abertura do diálogo com todos os segmentos da sociedade. Convidado para audiência em uma comissão da Alesc, o presidente também foi alvo de encaminhamentos. Os participantes aprovaram que, caso o presidente fuja novamente do debate, seja encamihada uma convocação em plenário para que ele seja obrigado a vir ao debate. Além disso, uma audiência com o governador do estado, para tratar da reestruturação e da manutenção da Celesc Pública também foi aprovada.
A disposição de luta dos celesquianos foi o grande destaque desta audiência. Lotando o auditório da Alesc, os trabalhadores demonstraram que não aceitarão ataques à empresa pública e aos seus direitos de quem não tem coragem de debater com a sociedade
Monthly Archives: junho 2021
Sinergia está retomando suas atividades culturais. A partir de segunda-feira, dia 22 de abril, estão abertas as inscrições para a Oficina de Fotografia Básica do Sinergia. São 15 vagas apenas e o oficineiro é Evaldo Silva Filho. A oficina acontece no auditório do Sinergia (Rua Lacerda Coutinho, 149) com carga horária de 16 horas.
As inscrições vão até dia 29 de abril.
Informações: com Julia ou Vilson 3879-3011 ou 99989 4126.
As inscrições serão feitas no email recepcao@sinergia.org.br
O custo para SINDICALIZADOS E DEPENDENTES é de R$25,00 e para a COMUNIDADE: R$100,00.
É necessário o aluno ter máquina fotográfica.
DATA DAS OFICINAS: 7 – 14 – 21- 28 de maio e 4 – 11- 18 – 25 de junho das 18h30min às 20h 30min.
Objetivo da Oficina Básica de Fotografia é estimular o interesse pela fotografia, levando aos participantes as noções básicas sobre fotografia digital, apresentando os diversos conceitos e conhecimentos necessários para que este evolua na arte de fotografar.
CONTEÚDO:
1. Introdução a Fotografia
2. História da Fotografia
3. Tipos de Maquinas
4. Partes da Maquina
5. Abertura, Velocidade, ISO
6. Medição da Luz e utilização do fotômetro.
7. Tipos de Programação Automática, Semi Automática e Manual
8. Composição, Enquadramento, regras dos terços
9. Profundidade de Campo
10. Noções de Pós-produção
Fique atento que logo vem mais ações culturais!!
O Programa Terceira de Primeira, promovido pela Eletrosul com o objetivo de trabalhar a integração dos terceirizados, promoveu duas oficinas nos dias 8 e 9 de abril. Os monitores da Rede Vida Viva, projeto que a Intercel desenvolve na Celesc através de cláusula no ACT e que vem sendo trabalhado em todo o Brasil em diversas categorias e em vários países, aplicaram as ferramentas Raio e Mapping nas oficinas com trabalhadores e trabalhadoras de empresas terceirizadas da Eletrosul – Sede e Sertão. As ferramentas são um instrumento metodológico da Rede Vida Viva que auxiliam no debate a refletir sobre a tríade Vida, Saúde e Trabalho, identificando e promovendo mudanças para uma vida mais digna, uma saúde melhor e um trabalho mais humanizado. As oficinas deixaram o gostinho de quero mais, e nos próximos meses, a expectativa é dar continuação a novas oficinas com estes e outros trabalhadores e trabalhadoras terceirizados. A Rede Vida Viva agradece às Trabalhadoras da Eletrosul Priscila Goulart dos Santos Ferreira e Rafaella Feldberg Silvestre pela dedicação na organização e acompanhamento das atividades aplicadas pelos Monitores da Rede Leonardo Contin da Costa, Mario Jorge Maia e Julia Maris Latronico de Souza.
Trabalhadores da CEREJ em assembleia em 12 de abril aprovaram a pauta de reivindicações para o ACT 2019/2020.
Quanto à proposta da CEREJ de indenização da supressão do adicional de sobreaviso e horas extras com a alteração na jornada de trabalho dos eletricistas, os trabalhadores deliberaram por aguardar o retorno da Diretoria da CEREJ aos questionamentos feitos pelo Sinergia
É a extinção da Eletrosul – este foi o consenso no lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul que aconteceu na noite de terça-feira, dia 9 de abril. A incorporação da empresa pela CGTEE é uma manobra clara para desmontar a primeira, diminuir seu valor e depois privatizá-la.
Entre os encaminhamentos está o compromisso dos deputados que integram a Frente de buscar um posicionamento claro da bancada dos parlamentares federais catarinenses sobre o tema, assim como o posicionamento e envolvimento do governador Moisés. Como o movimento aponta para a privatização da empresa, é fundamental o esclarecimento da população sobre os perigos disso, como o consequente aumento de tarifas e perda da soberania sobre bens públicos.
Já participam da Frente 10 deputados estaduais (outros estão sendo contatados para adesão). Estavam no lançamento além da idealizadora da Frente, a deputada Luciane Carminatti, os deputados Ricardo Alba e Marlene Fengler, representantes de associações e sindicatos e movimentos sociais como o MAB.
Carminatti lembrou que o tempo é curto, apenas um mês para desmontar a iniciativa. “Estamos apressados pois os idealizadores da iniciativa estão com pressa. Por que tanta pressa? Cadê a transparência?”, pergunta a deputada. Ela não está satisfeita também com a hesitação do governador catarinense que vem sendo contatado há mais de duas semanas e apenas informou através da Casa Civil de que está ciente do problema e trabalha em Brasília para reverter a situação.
Os sindicatos que integram a Intersul vão buscar ainda a intervenção do Ministério Público Federal e Ministério Público do Trabalho no que toca a transparência do processo. Espera-se que as duas instituições questionem os impactos fiscais, sociais, trabalhistas da incorporação, quais são os pareceres oficiais e as consequências da implantação deste processo esdrúxulo de extinção de uma empresa saudável econômica e socialmente.
Eletricitários, professores e representantes de sindicatos de diversas categorias participaram na manhã desta terça-feira, 9 de abril, de uma ação de diálogo sobre a reforma da previdência com parlamentares catarinenses no aeroporto de Florianópolis. O objetivo era demonstrar aos parlamentares que seguiam para Brasília o descontentamento de diversas categorias com a reforma encaminhada pelo governo e pressionar para que se posicionem contra o projeto que tramita no Congresso.
Este mesmo ato aconteceu em outros aeroportos do Brasil. As respostas dos deputados federais catarinenses que passaram pelo local foi, regra geral, sempre no mesmo sentido, de que ainda estão analisando a reforma e que não têm posição formada. No diálogo com os trabalhadores, foram apresentados aos parlamentares pontos cruciais que prejudicam sobremaneira a aposentadoria daqueles que mais sofrem com a jornada diária de trabalho. Os deputados prometeram analisar as demandas dos trabalhadores.
Durante o ato, que durou cerca de uma hora e meia, cerca de 100 assinaturas foram colhidas no local para um abaixo assinado que pede que a reforma da previdência não seja aprovada.
O Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright na ALESC ficou pequeno na noite de quarta-feira, dia 3 de abril, para a quantidade de pessoas que prestigiou a audiência pública que debateu ‘A Segurança das Barragens do Estado de SC e dos Direitos das Famílias Catarinenses Atingidas por Barragens’. A proposição foi da Frente Parlamentar das Barragens. O Sinergia se fez presente. A deputada Luciane Carminatti (PT) abriu o evento destacando que o objetivo era debater “não só impactos que as obras das barragens causam na geografia local, mas, acima de tudo, as vidas, as famílias e os atingidos, além do debate sobre o modelo energético no Brasil”. Já o deputado Fabiano da Luz (PT), proponente da audiência pública, disse que a criação da Frente Parlamentar das Barragens foi debatida já na posse dos deputados estaduais neste ano, momento em que repercutia a catástrofe acontecida em Brumadinho, em Minas Gerais, e houve a preocupação de saber como estava a situação das barragens em SC, se havia riscos ou não à população catarinense.
O representante do MAB em SC, Rudi Cenci, contou que o Movimento está organizado em pelo menos 16 estados e denunciou que as empresas veem os moradores “como empecilhos na construção de barragens e que não há tratamento adequado para os trabalhadores que vivem nas áreas atingidas se recolocarem no mercado de trabalho e terem uma vida digna”. O objetivo, segundo ele, “é apenas o lucro e, muitas vezes, este lucro vai para fora do País, ainda que paguemos uma tarifa cara de energia e tenhamos serviços de péssima qualidade”. O atual modelo energético do País, segundo ele, é um dos principais questionamentos do MAB. Rudi ainda propôs aos representantes do governo do estado e da Assembleia Legislativa a criação de uma Política Estadual de Direitos da População Atingida por Barragens, que tenha um órgão que possa atender as demandas dos atingidos e que acompanhe de perto a questão da segurança nas barragens em Santa Catarina.
O deputado Nilso Berlanda (DEM) disse que é preciso criar leis para que haja fiscalização e critérios rigorosos para construção de barragens para que não aconteça os mesmos problemas que aconteceram em Minas Gerais. Os representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Sustentável e da Defesa Civil apresentaram estudos que foram feitos nos últimos meses sobre as barragens existentes em Santa Catarina e suas possíveis consequências à população e ao meio ambiente. O governo do estado, segundo eles, encaminhará a conclusão destes estudos a cada um dos empreendedores, notificando e dando prazo para que façam as inspeções e melhorias nas barragens sob sua responsabilidade.
O deputado Altair Silva (PP), na sequência, deixou como sugestão na audiência pública, que “todo lugar em Santa Catarina onde tenha uma barragem, seja feito um trabalho de conscientização das comunidades pela Defesa Civil sobre os efeitos que podem ocorrer quando há um empreendimento assim por perto, para que a população também esteja fiscalizando permanentemente”.
Finalizando as falas das autoridades, a procuradora da República Analúcia Hartmann recordou de um princípio de Direito Ambiental que, segundo ela, é frequentemente esquecido: o princípio da participação popular na proteção do meio ambiente. E alertou também sobre um princípio internacional da década de 70 do século passado, que consta na legislação nacional, mas que também é negligenciado muitas vezes: “todo impacto ambiental tem que comprovar a utilização da melhor técnica possível, é o princípio da precaução, que foi consagrado pela Rio 92, e que infelizmente não é muito utilizado, já que o lucro sempre vem na frente”. Lamentou, também, que Santa Catarina não tem uma gestão estratégica dos seus recursos hídricos, para que não falte água para a população e para a produção, e também não há uma Secretaria Estadual de Meio Ambiente: “só Florianópolis tem uma zona costeira do tamanho do estado de Alagoas, no Nordeste, e só há um único funcionário responsável por cuidar da zona costeira em todo o estado. Era para ter toda uma estrutura preocupada com o meio ambiente”. E concluiu citando sua preocupação com a possível construção de uma barragem de rejeitos na cidade de Anitápolis, nos mesmos moldes das barragens de rejeitos de Brumadinho e de Minas Gerais, o que poderia afetar toda a bacia hidrográfica do rio Tubarão e Complexo Lagunar.
Membros do MAB do meio oeste e extremo oeste do estado também tiveram espaço para citar sua preocupação com as barragens próximas de suas casas e a interferência dos empreendimentos em seus hábitos de vida: alguns foram obrigados a mudar de profissão, outros ficaram desempregados e passaram a receber auxílio temporário do governo e outros, ainda relataram casos de doenças físicas e psicológicas por conta da proximidade com as barragens. Os deputados que compõem a frente parlamentar se comprometeram a se reunir nos próximos dias e criar uma comissão, com representantes do MAB, da ALESC, da Defesa Civil e também do Sinergia (representando os trabalhadores de barragens) para aprimorar as leis no sentido de tornar os empreendimentos mais seguros e para que haja planos de emergência e conscientização da população para que auxilie na fiscalização das barragens.
Participaram também da audiência, além dos deputados estaduais, representantes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, da Defesa Civil, do Ministério Público Federal, da OAB/SC, do Corpo de Bombeiros de SC, da UDESC, prefeitos, vereadores e um grande número de lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens e de outros movimentos sociais.
Após inúmeras conversas da Intersul com deputados estaduais e federais catarinenses expondo a situação da Eletrosul, foi protocolado nesta terça-feira (02) o pedido de criação da Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul. O pedido de criação da Frente, que pretende manter a sede da empresa em Santa Catarina e barrar a articulação de incorporação com a CGTEE do Rio Grande do Sul, foi solicitado pela deputada Luciane Carminatti (PT). De acordo com a deputada, a Eletrosul vem atuando “não só na geração e transmissão de energia, mas também no apoio a inúmeros projetos sociais, nas áreas do esporte, saúde, educação e cultura” e a sua transferência para o Rio Grande do Sul seria negativa ao estado de Santa Catarina, tendo em vista os bons números de lucro líquido e consolidado e faturamento da Eletrosul. A deputada ainda usou como exemplo da incorporação da estatal com sede em Florianópolis pela CGTEE como se uma pequena padaria incorporasse um shopping center, o que não faz sentido: “o objetivo de criação da frente é justamente tornar pública esta situação e conclamar os catarinenses para a defesa da Eletrosul, da permanência de empregos, renda e receita de ICMS em nosso estado”. A Frente Parlamentar é suprapartidária e conclama o governo do estado a também atuar na permanência da Eletrosul em Santa Catarina.
O Sinergia e o Sindinorte, em nome da Intercel, fizeram a defesa da Celesc Pública no Encontro Estadual de Vereadores, da União dos Vereadores de Santa Catarina. O evento aconteceu em Florianópolis, na última quinta-feira, 28, e reuniu cerca de 300 vereadores das diversas regiões do estado.
Os sindicatos também foram questionados pelos parlamentares acerca da reestruturação da Celesc, que prevê o fechamento de oito das atuais 16 Agências Regionais espalhadas por Santa Catarina. A preocupação de boa parte dos vereadores é de que a tomada de decisão sobre investimentos, melhorias e problemas na rede se dará mais longe de seus municípios – o que prejudica sua autonomia -, acontecerá de forma mais burocrática e demorada e poderá causar prejuízos nos atendimentos aos consumidores.
Ao final do encontro, os vereadores aprovaram por maioria – houve apenas um voto contrário – uma moção pedindo ao governador do estado, presidente da Celesc e deputados federais e estaduais a manutenção das atuais 16 Agências Regionais da Celesc.
Os trabalhadores da Eletrosul elegeram na última semana o empregado Deunézio Cornelian Júnior para representá-los no Conselho de Administração da Empresa. Com 493 votos no segundo turno, Deunézio terá um cenário bastante complexo pela frente, com ameaças de privatização e ataques aos trabalhadores