Monthly Archives: dezembro 2024

Sinergia oficializa filiação à CUT/SC

Em Assembleia Geral Extraordinária com a categoria eletricitária nessa segunda-feira, dia 16, foi referendada a decisão da retomada da filiação do Sinergia à Central Única dos Trabalhadores (CUT). O debate e aprovação da abertura das negociações para o retorno à Central foram realizados no 5° Congresso do Sinergia, em dezembro de 2023.

O Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, celebrou o retorno à entidade: “mais do que nunca, com todos os ataques à Eletrobras e os ataques que tendem a se intensificar ao caráter público da Celesc, é necessário termos a força da CUT ao nosso lado”. Presente na Assembleia, a Presidenta da CUT/SC, Anna Júlia Rodrigues, se emocionou no ato: “o retorno do Sinergia foi muito costurado e desejado pelo saudoso companheiro Jacir Zimmer [ex-Secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, falecido em 2021], desde que assumimos a CUT estadual. Com certeza ele está feliz celebrando esse momento”.

Anna Julia deu as boas-vindas à categoria eletricitária, colocou a Central à disposição para todas as lutas e lembrou que a CUT sempre esteve presente nas lutas da categoria eletricitária: “sempre que os dirigentes do Sinergia nos chamaram para greves e atos, a CUT esteve presente. Precisamos agora unificar as lutas dos trabalhadores e das trabalhadoras, resistir aos ataques e construir a unidade”.

LUTO: Segurança precisa voltar a ser prioridade nas empresas de energia

ACIDENTES E MORTES DE TRABALHADORES NA ELETROBRAS E NA CELESC ACENDEM O ALERTA PARA O DESCASO DA DIREÇÃO DAS EMPRESAS COM A SAÚDE E A SEGURANÇA DE SEUS EMPREGADOS

A categoria eletricitária sofre com reiterados acidentes de trabalho e mortes de colegas durante as atividades laborais. Em outubro, uma explosão em uma subestação da Eletrobras em Pernambuco deixou três empregados feridos. Um deles, internado por quase um mês, veio a óbito em novembro em decorrência do acidente. Em outra subestação da Eletrobras, dessa vez no Pará, em 30 de novembro, um trabalhador da empresa teve 60% do corpo queimado quando ele fazia a operação de um banco de capacitores e houve a explosão de um disjuntor. O trabalhador foi internado em estado grave na UTI. No dia seguinte, primeiro de dezembro, um eletricista de empresa terceirizada da Celesc faleceu em Joinville ao cair com um poste enquanto executava o serviço de manutenção na rede de distribuição de energia. Jornais locais noticiaram, com perplexidade, o fato de que a equipe teve que seguir trabalhando no local mesmo com o corpo do colega estendido no chão, logo ao lado.

As causas dos acidentes ainda estão sendo investigadas, mas acendem o alerta, pois não são casos isolados. Na Celesc, conforme dados divulgados pela própria área de segurança, foram 98 acidentes de trabalho típicos até outubro de 2024, sendo 44 com trabalhadores próprios e 54 com terceirizados. Na Eletrobras, enquanto a diretoria faz uma festa de fim de ano com bons espumantes no Rio de Janeiro, colegas pagam com sua vida e com sua saúde o descaso de uma empresa que só pensa no lucro.

Em ambas as companhias, um ponto comum chama a atenção: cortes de custos, falta de pessoal em diversas áreas, equipamentos sucateados e ambientes de trabalho cada vez mais inseguros. Priorizam lucros exorbitantes às custas de sangue e de suor da classe trabalhadora – em alguns casos, à custa da vida de trabalhadores que sustentam a operação.

Na Eletrobras, a Diretoria enviou e-mail à categoria pedindo empenho por segurança do trabalho. Alguns colegas argumentaram que “agora só falta responsabilizarem o trabalhador”. É preciso recordar que é a direção da Eletrobras que vem fazendo demissões em massa, vem sucateando e precarizando os serviços na empresa. Quadros experientes e competentes estão sendo demitidos sem substituição ou reposição, obrigando que os colegas que ficam na companhia se sobrecarreguem, abraçando ainda mais atividades, antes desempenhadas por outros colegas.

Na Celesc, em função do histórico de acidentes laborais, a companhia precisa enviar bimestralmente ao Ministério Público do Trabalho um relatório de acompanhamento de 45 ações firmadas em um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). No início de 2024, a direção da Celesc argumentou ter contratado uma empresa de consultoria em segurança, dando a entender que boa parte das ações estariam cumpridas. Os dois acidentes fatais ocorridos na atual gestão da empresa comprovam que ainda há muitos pontos a evoluir para que os empregados possam, de fato, trabalhar com segurança. 

A falta de pessoal em quantidade suficiente que gera sobrecarga, as terceirizações sem fim, a precarização de equipamentos e veículos são pontos comuns entre as empresas. Os acidentes reiterados e as mortes de colegas eletricitários indicam que a segurança na Celesc e na Eletrobras ainda não é tratada como prioridade e precisa ter uma mudança de postura das Diretorias o quanto antes.

A Intercel, a Intersul e o Coletivo Nacional dos Eletricitários seguirão acompanhando as investigações dos acidentes e continuarão cobrando que a categoria tenha mais saúde e segurança em suas atividades.

Infelizmente, nesse final de ano algumas famílias de eletricitários estarão chorando a perda de seus entes queridos. A meta da Direção de Celesc e Eletrobras precisa ser que no próximo ano não haja nenhuma morte e nenhum acidente a ser lembrado ao fim de 2025. O respeito à vida precisa estar em primeiro lugar!

Poder de voto do Governo na Eletrobras permanece em disputa

Acordo em face da Ação de Inconstitucionalidade esbarra no Ministério da Fazenda

Termina no dia 17 de dezembro o prazo dado pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, para que governo e Eletrobras cheguem a um entendimento sobre o controle da Eletrobras. O acordo vem sendo discutido no âmbito da ação de inconstitucionalidade impetrada pela União desde o início do Governo Lula, que classificou o modelo de privatização e perda do controle do Governo sobre a Eletrobras, como verdadeiro crime de “lesa pátria”, expressão utilizada pelo próprio Presidente Lula. Por essa privatização descabida, o governo, que manteve cerca de 40% das ações da Eletrobras, só pode exercer o voto na administração da companhia como se fosse dono de apenas 10%.

Na semana passada, representantes da Advocacia Geral da União e do Ministério de Minas e Energia tentaram transmitir otimismo na mídia, sobre a possibilidade de entendimento com a direção da ex-estatal privatizada, mas os termos do acordo proposto ao Governo pela Eletrobras não são adequados. O principal crítico da proposta da Eletrobras tem sido o Ministro Fernando Haddad e sua equipe econômica. Segundo matéria publicada por Veja Negócios no dia 9, Haddad e sua equipe consideram insuficiente ampliar o número de indicados da União no Conselho de Administração, como sugere a Eletrobras, mas o fundamental é ampliar o poder de voto da União na Assembleia Geral da Companhia para algo proporcional aos 40% das ações que possui.
Por esta posição divergente, é possível que o acordo não aconteça agora e o prazo tenha de ser prorrogado, deixando que a solução do impasse fique para o início de 2025. Não havendo acordo, ou prorrogação de prazo, a ação de inconstitucionalidade terá de ser julgada e a validade da limitação do poder de voto do governo será decidida pelo STF.

Intercel cobra melhorias no sistema Comercial da Celesc

Reunião teve participação de atendentes comerciais da empresa

Uma nova reunião entre sindicatos da Intercel e a Diretoria da Celesc foi realizada na semana passada para questionar o que tem sido feito pela empresa para resolver os problemas do novo sistema comercial Conecte – e, por consequência, amenizar o sofrimento de celesquianas e celesquianos de diversas áreas.

Quatro atendentes comerciais de diferentes Regionais participaram do encontro, elencando os problemas que enfrentam no seu dia a dia e trazendo sugestões de solução para cada um deles. Entre os pontos questionados, os bugs do sistema, o pedido de melhorias na comunicação interna sobre o sistema Conecte, a necessidade de criação de um canal direto com a Administração Central sobre ocorrências de violências nas lojas, a necessidade de treinamento presencial e a possibilidade de ter mais de um monitor por atendente para facilitar a visualização das informações.

A empresa afirmou ter realizado treinamento sobre gerenciamento de estresse (saúde mental) em Chapecó e estaria avaliando promover também em outras Regionais. Sobre PIX, a Celesc informou que está previsto para o futuro fazer a compensação no mesmo dia. Alegam querer primeiro arrumar os problemas no faturamento, para depois mexer nisso. Para haver a compensação instantânea, seria necessário mudar o contrato. Atualmente, o valor só baixa no dia seguinte, pois o processamento de dados é feito à noite. Sobre o prazo para corte, a empresa afirmou que ocorrerá somente após março/2025, mas ainda no primeiro semestre do próximo ano. Alegam que o Grupo A começou a ter alguns cortes, mas ainda aos poucos. Sobre atualização no layout do sistema, informaram que há pedidos para simplificar a procura de uma IN pelo PN (aqueles que têm milhares de INs no seu CPF ou CNPJ), mas também somente para o futuro.

Os representantes dos sindicatos da Intercel reiteraram a preocupação com a falta de pessoal, a demora em solucionar os problemas técnicos, a dificuldade para o caixa da empresa, além do impacto não só na saúde mental das pessoas trabalhadoras, quanto o risco regulatório e de não atingimento de metas da PLR.

A solicitação da Intercel era que participassem todos os diretores da empresa, mas estiveram presentes apenas o DGC, o DCL e o DRJ – este, por alguns minutos.

A Diretoria e seus gerentes explicaram o impacto através de números, não elucidando sobre o não atendimento a todos os itens solicitados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), depois de denúncia de fato da Intercel. Vale lembrar que a Celesc respondeu ao pedido de TAC feito pelo MPT somente no último dia do prazo, solicitando uma nova mediação. A denúncia foi feita ao MPT em julho e as sugestões para que se contrate mais atendentes, assitentes sociais, que sejam permitidas pausas no trabalho nas lojas de atendimento, que sejam criados grupo com os sindicatos para estudar o quadro, além de reforçar a segurança nas lojas, foram apresentadas pelo Procurador do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, ainda no mês de setembro.

Artistas contemporâneos de SC participam de mostra inédita em Florianópolis

“Mínimas Múltiplas Incomuns” apresenta mais de 40 trabalhos na Helena Fretta Galeria de Arte; entrada é gratuita

Técnicas, pesquisas e suportes diferenciados fazem parte da exposição “Mínimas Múltiplas Incomuns”, que evidencia o trabalho de 32 artistas contemporâneos que atuam em Santa Catarina. A mostra, com entrada gratuita, pode ser visitada até o dia 23 de dezembro, na Helena Fretta Galeria de Arte, em Florianópolis.

Realizada anualmente, a exposição que encerra a temporada expositiva da galeria, apresenta obras de arte em pequenas dimensões de artistas que costumam apresentar grandes trabalhos, entre telas, painéis ou mesmo esculturas.

Entre os artistas, está Lindote, que apresenta obra da série Flores de Santo Amaro, 2024. Como medidas de 50x50cm, a obra tem como referência lugares por onde o artista passou, em especial, Santo Amaro da Imperatriz, cidade conhecida pelas belas paisagens e mata atlântica preservada, além do estudo técnico e pictórico do artista, em especial o barroco holandês.

Já Lucila Horn, traz uma série de registros fotográficos em que parte da observação da anatomia de folhas e flores e busca, nos enquadramentos, representações corporais, suas relações afetivas e o amor romântico e Joyce Mussi apresenta um registro fotográfico inusitado de uma das belas praias de Florianópolis, resultando numa obra poética e aberta a interpretações.Todas as obras da exposição estão disponíveis para aquisição e podem ser um excelente presente de Natal.

Todos os artistas são representados pela galeria e atuam em SC. Os participantes desta edição da “Mínimas Múltiplas Incomuns” são: Adriana Füchter, Antônio Vargas, Beatriz Harger, Beta Monfroni, Betinha Trevisan, Boris Kossoy, Cassia Aresta, Clara Fernandes, Dirce Körbes, Giovanna Nucci, India Filipin, Ilca Barcellos, Jair Martins, Jairo Valdati, Janaina Corá, Janor Vasconcelos, Joyce Mussi, Kamilla Nunes, Leandro Serpa, Letícia Cardoso, Lindote, Luciana Knabben, Luciano Boletti, Lucila Horn, M. Salette, Marau, Meg Tomio Roussenq, Rodrigo Cunha, Rubens Oestroem, Sara Ramos, Susana Bianchini e Yara Guasque.

Homenageado

Na segunda edição da exposição “Mínimas Múltiplas Incomuns”, o artista plástico e poeta Rodrigo de Haro, que faleceu em 2021, aos 82 anos, na cidade de Florianópolis, foi o artista escolhido para ser homenageado. Além de obras que integram a mostra, os visitantes podem ver de perto outros trabalhos do artista e que fazem parte do acervo da galeria.

A visitação pode ser feita até o dia 23 de dezembro no espaço que fica na Rua Presidente Coutinho, 532, Centro de Florianópolis. O horário de visitação é de segunda a sexta, das 10h às 18h e sábados, das 10h às 13h.