MAIS DE QUATROCENTOS CELESQUIANOS E CELESQUIANAS DE TODAS AS REGIÕES DO ESTADO PARTICIPARAM DO ATO NESTA QUINTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO, NO PLENÁRIO OSNI REGIS











MAIS DE QUATROCENTOS CELESQUIANOS E CELESQUIANAS DE TODAS AS REGIÕES DO ESTADO PARTICIPARAM DO ATO NESTA QUINTA-FEIRA, 27 DE FEVEREIRO, NO PLENÁRIO OSNI REGIS
Ato organizado pela Intercel mostrou ao Parlamento catarinense que a categoria deseja voltar a atender bem a população catarinense e que está disposta a seguir lutando pela manutenção da Celesc Pública e de qualidade
Celesquianas e Celesquianos de todas as regiões do estado lotaram mais uma vez as galerias da Alesc em defesa da Celesc Pública. Dessa vez, a visita ao Parlamento teve um ingrediente novo: o pedido de apoio para que a categoria volte a ter condições de bem atender a população catarinense.
O espaço de dez minutos de fala para a representação dos trabalhadores foi concedido pelo deputado Fabiano da Luz (PT). A coordenação da Intercel lembrou na Tribuna que, “em função do caráter estratégico da distribuição de energia, a empresa é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do estado”. Que, desde meados de 2024, com a mudança do sistema comercial, o atendimento aos consumidores vem sendo prejudicado, impactando diretamente no serviço prestado. E que a categoria luta arduamente “para que a empresa siga como referência no setor, honrando os inúmeros prêmios recebidos da Agência Nacional de Energia Elétrica por avaliação dos próprios consumidores”.
Foi lembrado que os problemas do novo sistema têm sido potencializados pela lógica privada de priorizar resultados financeiros em detrimento do bom atendimento ao povo catarinense. Por fim, a Intercel pediu apoio na luta pela manutenção da Celesc Pública e pela garantia de condições de trabalho e vida digna à categoria, o que refletirá diretamente no bom atendimento aos consumidores.
Os parlamentares presentes se revezaram nas falas sobre a Celesc. O deputado Marcius Machado (PL) parabenizou a categoria pelo ato: “é uma problemática gigantesca no estado todo, várias pessoas reclamando, mas não é do servidor, é por causa da necessidade de mais gente para contribuir, entender, melhorar essa estrutura. Parabéns!”.
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) veio na sequência: “pessoal da Celesc, maravilha ver vocês aqui unidos em torno de um ideal que nós estamos apoiando há muitos anos: é a segunda menor tarifa de energia do Brasil e o menor tempo de resposta […] é um orgulho para nós o serviço prestado pela Celesc em Santa Catarina. Nós fomos os primeiros e os últimos a sair do Rio Grande do Sul [na enchente do ano passado] e o pessoal da Celesc era aplaudido quando chegava lá, pois eles resolviam a coisa: ou seja, uma empresa pública resolvia um baita pepino para um sistema privatizado”. E continuou: “dá coceira em muita gente, achando que é uma empresa que possa ser vendida: é um orgulho nosso, como catarinense, é uma questão de honra para mim ter esse patrimônio catarinense”.
Em seguida, a deputada Paulinha (Podemos) respondeu a Caropreso: “quero fazer das suas as minhas palavras: nós temos a segunda menor tarifa do Brasil, temos um desempenho excelente. Não coaduna com os valores da Celesc num momento de queda de energia em razão de uma forte chuva ficarmos 12h ou 24h sem energia porque não temos time, não temos equipe, porque não temos funcionários suficientes para chegar nas unidades consumidoras. Não tenho dúvida que nesses próximos anos, com este Plenário, com deputados e deputadas que estão aqui, não haverá qualquer hipótese de discussão de abrir mão do nosso patrimônio, da nossa Celesc”.
O deputado Marquito (PSOL) falou na sequência: “não fizemos uma defesa vazia. É a empresa que faz o tempo de resposta mais rápido em eventos de desligamentos da rede. É um exemplo de protocolo para todo o Brasil. A categoria não reivindica salário, mas a defesa da Celesc Pública, estão aqui para defender algo que é para todo mundo. A questão central hoje é a necessidade de investimento, de contratação de pessoal, necessidade de diminuir a terceirização e aumentar o serviço direto, necessidade de garantir salário justo para esses trabalhadores. O que o Conselho decidiu através da presidência da Celesc é algo que vai sucatear a empresa, visando a privatização. Defenderemos até o fim a Celesc 100% pública, mas, para isso, tem que ter investimentos e plano estratégico”.
O deputado Neodi Saretta (PT) também discursou: “de tempos em tempos sai alguma notícia que a Celesc pode ser privatizada. Nessa Casa, nesse tempo que estou como deputado isso teve aceitação de forma nenhuma. É um posicionamento firme nosso da manutenção da Celesc Pública, da Celesc que quando você fala, é reconhecida por todos. É claro que não podemos deixar sucatear. Ao invés disso, é preciso fortalecer”.
O deputado Antídio Lunelli (MDB) também se manifestou: “sempre se teve respeito pela Celesc. Que continuemos em defesa, principalmente, pelo bom atendimento aos nossos cidadãos catarinenses pelo excelente serviço que prestam também”.
O deputado Sérgio Guimarães (UB) cumprimentou a categoria: “eu tenho recebido há muitas semanas força de reclamação dos clientes, mas não é culpa dos senhores, é culpa desse sistema que foi implementado, só que sobra para vocês. Vocês merecem ter condição de trabalho digna para poder atender o povo. São vocês que fazem essa empresa girar e faturar milhões e milhões todos os anos. Quando vemos sinais de que não tem investimento, que não vai contratar, alguma coisa está errada. Contem conosco, sempre estaremos ao lado do povo trabalhador”.
O deputado Mário Motta (PSD) afirmou que “como presidente da Comissão dos Direitos do Contribuinte e do Consumidor, no próximo dia 12 de março, a confirmar, teremos a presença do presidente da Celesc nesta Comissão respondendo às indagações dos deputados a respeito desse aplicativo que infernizou a vida de Santa Catarina e que, quanto antes possa voltar ao normal, melhor. Conheço essa empresa desde que cheguei a Santa Catarina, há 50 anos: sem dúvida, a manutenção da empresa pública com essa categoria e com essa estatística bem trazida pelo deputado Caropreso, acredito eu, pessoalmente, enquanto estivermos aqui, ela continuará pública”.
Por fim, o deputado Fabiano da Luz fez uso da palavra. Ele argumentou ter ficado feliz “pois vi aqui manifestação de vários colegas que ajudam a somar vozes e fazer coro em defesa da Celesc Pública”. E que a Celesc é reconhecida como uma das melhores empresas do Brasil, tem uma das menores tarifas e tem lucro. Como explicar isso? É simples: é só olhar nas galerias da Assembleia Legislativa e ver que as pessoas que aqui estão são as pessoas que fazem a Celesc ser esse sucesso, mesmo com número reduzido de funcionários. Deveríamos ter muito mais funcionários para ajudar no atendimento. Mesmo assim, esses não fogem à luta, esses não se desviam do compromisso e da responsabilidade e fazem a Celesc ser a referência no Brasil. É possível uma empresa pública cobrar tarifa baixa, oferecer serviço de eficiência e se tornar uma empresa lucrativa. Parabéns, o resultado da Celesc é muito de vo cês”. Lembrando Madre Teresa de Calcutá, Fabiano citou que “as mãos que agem valem mais que lábios que rezam”. Rezar é bem importante, mas o agir é que faz toda diferença. E essa ação que vocês fazem com comprometimento com a empresa, mais a ação de mostrar para a sociedade que a Celesc é uma empresa pública e ainda encontrar tempo para lutar para que ela se mantenha pública, vocês realmente sabem agir”. Concluiu: “dia 9 de abril haverá uma audiência pública na Alesc para discutir a empresa pública, para criarmos a Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, que é justamente para que possamos manter essa referência em Santa Catarina. Precisamos manter a Celesc uma referência, estamos provando que servidor público responsável e qualificado dá resultado para a empresa e é vocês que fazem o sucesso da Celesc”.
A Intercel parabeniza a categoria pelo ato e agradece as manifestações dos parlamentares em defesa da Celesc Pública. A categoria tem um novo encontro em 9 de abril na Alesc na audiência pública que debaterá a gestão da empresa. Participe!
Ausência de medidas de proteção à categoria motiva nova Recomendação do MPT à Celesc
O Ministério Público do Trabalho emitiu na segunda-feira, dia 24, nova recomendação à Celesc na denúncia de fato feita pela Intercel em julho passado. De acordo com a assessoria de imprensa do MPT, a Recomendação é para que a Celesc “adote providências para proteger a saúde de seus atendentes, impactados negativamente pelo novo sistema utilizado pela empresa”. Além disso, afirma que o “responsável pelo Inquérito Civil, o Procurador do Trabalho Sandro Eduardo Sardá, manifestou indignação, no dia 11 de fevereiro, durante a terceira audiência no MPT-SC com os diretores da Celesc, pelo descaso da CELESC em cumprir com as medidas da Recomendação editada no ano passado. O documento pedia providências como a criação de um grupo de trabalho com participação sindical, a contratação imediata de 40 novos atendentes, assistentes sociais e vigilantes, além da concessão de pausas durante o expediente: dois intervalos de 10 minutos para quem trabalha até 4 horas e três pausas para jornadas de até 6 horas, conforme a Norma Regulamentadora 17”. Por fim, a nota cita que o presidente da companhia, Tarcísio Estefano Rosa, passa a figurar agora como investigado no caso: “o presidente da Celesc foi incluído, na qualidade de investigado. A empresa ficou de apresentar uma lista com as rescisões de contrato de trabalho, dos empregados públicos ocupantes do cargo de atendentes comerciais, de 1º/05/2024 a 11/02/2025 e o número de atendentes afastados por motivo de saúde. A empresa tem dez 10 dias para adotar as medidas de adequação do ambiente de trabalho”.
Pela nova Recomendação expedida na segunda-feira, o Ministério Público do Trabalho pede o cumprimento imediato das seguintes medidas: “I – contratação imediata, de, no mínimo 75 atendentes de lojas, devendo a distribuição e lotação ser discutida com os sindicatos representativos da categoria. II – contratação de auxiliares administrativos para prestar apoio aos atendentes de lojas, devendo a distribuição e lotação ser discutida com os sindicatos representativos da categoria. III – criação, no prazo de 10 dias, de grupo de trabalho com a participação dos sindicatos representativos da categoria para realizar estudo sobre o devido dimensionamento de atendentes, com a conclusão dos trabalhos no prazo de 90 dias. IV – Contratação, no prazo de 30 dias, de vigilantes, de forma a assegurar, no mínimo, 1 vigilante, para cada loja de atendimento. V – Contratação, no prazo de 30 dias, de assistentes sociais, de forma a assegurar, no mínimo, 1 assistente social por Regional da CELESC Distribuição S.A. VI – A concessão, imediata, de 2 pausas de 10 minutos para os atendentes de lojas, para os que trabalham em jornada de até 4 horas de trabalho, nos termos da NR 17. VII – A concessão, imediata, de 3 pausas de 10 minutos para os atendentes de lojas, para os que trabalham em jornada de até 6 horas de trabalho, nos termos da NR 17”.
Ao final da Recomendação, o Procurador afirma que o “descumprimento das medidas indicadas na presente recomendação resultou no ajuizamento de Ação Civil Pública visando a compelir a empresa às obrigações de fazer, cumulada com indenização por danos morais individuais e coletivos, pelos danos à saúde resultantes das graves inadequações das condições de trabalho dos atendentes em razão das alterações realizadas nos sistemas da CELESC Distribuição S.A, em maio de 2024”.
A Intercel vê a Recomendação como positiva. Até o momento, a empresa fez pouco caso da saúde e segurança da categoria, seja nas lojas de atendimento ou em todos os setores impactados direta ou indiretamente com a mudança de sistemas. A Intercel alertou para os prejuízos aos trabalhadores antes mesmo da mudança de sistemas. Mas foi somente ignorada. Por fim, a Intercel torce que a empresa adote as medidas recomendadas pelo MPT, afinal, o desejo dos sindicatos é que a categoria tenha resguardada sua saúde física e mental e sua segurança o quanto antes. O ajuizamento da Ação Civil Pública só adiaria as soluções para os problemas que a categoria vem enfrentando.
INTERCEL FAZ MAIS UMA RODADA DE VISITAS NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA EM PREPARAÇÃO PARA O ATO DO DIA 27
Proposta do ato do dia 27 é defender a Celesc Pública e mostrar ao Parlamento que celesquianas e celesquianos querem voltar a atender bem a população catarinense, mas que precisam de ferramentas adequadas para isso
Na próxima quinta-feira, 27 de fevereiro, toda a categoria eletricitária está convocada a participar de um ato na Assembleia Legislativa, em Florianópolis, em defesa da Celesc Pública e da qualidade do atendimento à população catarinense. O ato está sendo construído pela Intercel e pelo Representante dos Empregados no Conselho de Administração da Celesc, Paulo Horn, em parceria com os gabinetes de parlamentares desde a semana passada. A Coordenação da Intercel fará um discurso na Tribuna da Alesc no dia 27, às 9h, cobrando soluções aos problemas do sistema Conecte e a retomada do bom atendimento aos consumidores.
Na semana passada, os sindicatos iniciaram o trabalho de aproximação da categoria junto ao Parlamento através do gabinete do deputado estadual Fabiano da Luz (PT). Outros parlamentares, como o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), fizeram manifestações defendendo o caráter público da empresa e cobrando soluções aos problemas enfrentados pela população e pela categoria.
Ainda na última semana, foram visitados os gabinetes dos deputados estaduais Maurício Peixer (PL), Fernando Krelling (MDB) e Camilo Martins (Podemos).
Nesta terça-feira, dia 18, os sindicatos novamente dialogaram com deputados e deputadas estaduais. Até o fechamento desta edição, as conversas foram realizadas com os deputados Júlio Garcia (PSD), Presidente da Assembleia Legislativa, Marcos da Rosa (UB), Matheus Cadorin (NOVO), Ivan Naatz (PL), Marcos José de Abreu, o Marquito (PSOL), Volnei Weber (MDB) e Mauro de Na dal (MDB). Além disso, a Intercel e o Conselheiro eleito se reuniram com as chefias dos gabinetes dos deputados Neodi Saretta (PT) e Luciane Carminatti (PT), que estavam em atividades externas no momento das visitas.
Todas as conversas foram bastante positivas. Alguns deputados demonstraram preocupação com a situação da empresa, em virtude de reclamações recebidas das bases durante o recesso do mês de janeiro. Em um dos casos, um deputado alegou que pretendia fazer uma manifestação questionando a queda na qualidade dos serviços da Celesc, mas que a conversa com a Intercel teria ajudado a elucidar suas dúvidas. Os sindicatos expuseram mais uma vez o desejo da categoria em atender bem a população e a necessidade de ter ferramentas adequadas e pessoal em número suficiente para cumprir esse objetivo.
Na quarta-feira, dia 19, após o fechamento desta edição, os sindicatos tinham novas agendas com deputados estaduais. Você confere um resumo desses novos encontros na próxima edição do jornal.
É fundamental que a categoria venha em peso para a Assembleia Legislativa no dia 27. Será nesse espaço que deputados e deputadas poderão confirmar a insatisfação dos trabalhadores com os rumos da empresa e a sua preocupação com a possibilidade de queda na avaliação do consumidor sobre os serviços prestados pela Celesc.
Cada sindicato está organizando meios de transporte partindo de todas as regiões do estado para que cada celesquiano e celesquiana possam chegar até a Assembleia. Procure o seu sindicato, se informe e venha também fazer parte da luta pela manutenção da Celesc Pública e pela qualidade dos serviços.
Intercel dialoga também com Presidente da UVESC
Durante a percorrida dessa semana na Alesc, a Intercel e o Conselheiro eleito dialogaram também com a Presidente da UVESC – União dos Vereadores Santa Catarina, vereadora Marcilei Vignatti (UB/Chapecó). Os dirigentes sindicais se colocaram à disposição da instituição que Marcilei preside para conversar com as Câmaras de Vereadores em todo o estado sobre a situação da Celesc. Ela relatou que tem conhecimento de Câmaras de Vereadores que estão preocupadas com a queda na qualidade aos consumidores. A Intercel encaminhará uma corres pondência à entidade nos próximos dias.
Assembleia foi realizada na última sexta-feira, dia 14
Na última sexta-feira, 14 de fevereiro, o Sinergia realizou uma assembleia com trabalhadores e trabalhadoras da AXS Energia para avaliar a nova contraproposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT-2025).
A reunião ocorreu após a rejeição da contraproposta anterior pela categoria, o que levou a mais uma rodada de negociação com a direção da AXS Energia. Para o Sinergia, o resultado desse novo encontro foi positivo, especialmente no que diz respeito ao vale-refeição/alimentação.
Com o avanço das negociações, o benefício será reajustado em 10,53%, passando de R$ 950,00 para R$ 1.050,00. A proposta anterior previa um valor de R$ 1.000,00. O reajuste supera a inflação dos alimentos em 2024, que foi de 7,69% (IBGE/IPCA-Alimentos), garantindo uma recomposição do poder de compra e um incremento real para os trabalhadores.
A nova contraproposta foi aprovada pela maioria dos presentes e os valores negociados passam a valer a partir do dia 01/01/2025 – a diferença deve ser paga retroativamente.
O Sinergia segue atento a outras demandas da categoria e reforça a importância da participação ativa dos trabalhadores durante todo o processo de negociação.
PROCURADOR DO TRABALHO SE ESPANTA COM DESCASO DA GESTÃO TARCÍSIO COM SAÚDE E SEGURANÇA DA CATEGORIA
Na terça-feira, 11 de fevereiro, foi realizada mais uma audiência mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) entre a Intercel e a Direção da Celesc. A audiência ocorreu por conta da denúncia dos sindicatos em função da pressão, adoecimento e excesso de trabalho de atendentes comerciais e outros profissionais, a partir da mudança do sistema comercial, em maio passado. Essa foi a segunda audiência sobre o tema desde a denúncia de fato formalizada em julho de 2024.
Dessa vez, a Celesc trouxe Diretores da casa para debaterem o assunto – na audiência anterior, foram representados por chefes de Departamento, Divisão e assessores. Vitor Lopes Guimarães (DCL) e Pilar Sabino da Silva (DRG) representaram a gestão Tarcísio e não convenceram o Procurador do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, que a Celesc teria tomado providências suficientes para proteger a saúde e a segurança de seus empregados.
Num discurso firme, o Procurador lembrou que a empresa não cumpriu as recomendações do Ministério Público do Trabalho feitas em agosto para amenizar a dor e o sofrimento dos celesquianos. Sendo assim, argumentou que não havia alternativa, senão propor uma Ação Civil Pública contra a Celesc. O Procurador questionou quais ações foram tomadas nos últimos meses visando resguardar os trabalhadores, mas as respostas foram vagas e imprecisas. Ficou nítido que o cuidado com os celesquianos não é prioridade da atual gestão.
Afinal, não convocaram assistentes sociais do último concurso (uma das recomendações), não resolveram os problemas do sistema (e nem há data de solução), não contrataram seguranças para as lojas (mais uma das recomendações) e, pior ainda: usaram a recomendação do MPT para fazer o mínimo! Sim, ao invés de contratarem atendentes comerciais para amenizar o excesso de trabalho em lojas abarrotadas de clientes, usaram a recomendação do MPT quase tão somente para contratar atendentes que estavam com lojas com quadro de pessoal incompleto, muitas vezes fechadas ou parcialmente fechadas, descumprindo o regulamento.
Ou seja, contrataram não com o objetivo de amenizar a rotina extenuante dos atendentes, mas para evitar multas da ANEEL à Celesc. Certamente todas as contratações eram muito necessárias, mas limitar-se apenas às contratações para cumprir o regulamento demonstra o desrespeito e o desprezo da gestão Tarcísio Rosa com a população catarinense e, ainda, com aqueles e aquelas que são a cara da Celesc. São realmente omissos e despreparados ou sentem prazer em ver a categoria se desdobrando e adoecendo?
Ao final da audiência no MPT, o Procurador disse que retrocedeu pela última vez antes de propor uma Ação Civil Pública e daria uma última chance à Celesc: a empresa tem cinco dias para apresentar um quadro com o número de demissões e afastamentos por motivos de saúde. Além disso, reafirmou a cobrança da criação de Grupo de Trabalho com participação da Intercel para discutir o quadro de dotação.
O Procurador explicou que a Ação Civil Pública é uma medida quase inevitável, tendo em vista que a Diretoria não tem se mostrado cooperativa em tentar melhorar as condições de trabalho.
Apesar da presença dos diretores Vitor e Pilar, o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, não participou da audiência, demonstrando que entende ter outros compromissos mais importantes que tratar da saúde e da segurança da categoria eletricitária.
Se nada mudar, o obstinado desejo em não contratar ainda poderá levar muitos empregados ao adoecimento e à destruição da imagem da Celesc.
Percorrida no Parlamento é mais uma das ações em defesa da saúde da categoria e pela manutenção da Celesc Pública
A Intercel iniciou na terça-feira, dia 11, mais uma rodada de visitas aos gabinetes de deputadas e deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Dessa vez, a percorrida no Palácio Barriga Verde tem como objetivo levar aos 40 parlamentares eleitos o desejo de celesquianas e celesquianos em atenderem bem a população e a importância da manutenção da Celesc Pública – os dirigentes sindicais levaram dados de como a privatização de outras concessionárias trouxeram prejuízos a outros estados, com custo do fornecimento da luz mais caro e mais demorado para o restabelecimento da energia. A maratona na Alesc também apresenta aos políticos o quadro de adoecimento da categoria e a precarização dos serviços promovida pela gestão Tarcísio Rosa.
O deputado Fabiano da Luz (PT), defensor ferrenho da manutenção da Celesc Pública, foi o primeiro parlamentar a ser visitado. Fabiano destacou que busca apoios para a recriação da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, que já conta com assinaturas de dez deputados, e propôs à Intercel a criação de um Grupo de Trabalho em Defesa da Celesc como uma das atuações da Frente. A representação dos trabalhadores demonstrou receio com o quadro atual, pois enxerga que a estatal está regredindo: “ainda estamos ganhando prêmios de reconhecimento pelo consumidor, mas a precarização dos serviços logo repercutirá nas premiações. A preocupação com a falta de contratação de empregados próprios e o aumento das terceirizações nos preocupa especialmente em um momento de necessidade de ação rápida, emergencial para o retorno da luz: estaremos bastante prejudicados”, afirmou um dirigente da Intercel.
Presente na primeira semana das visitas na Alesc, o Conselheiro Paulo Horn também externalizou sua preocupação com a ausência de orçamento para novas contratações e o risco que isso traz à população, indústrias e o comércio catarinenses: “a Celesc vive hoje o agrava mento de um problema estrutural. Apesar de o governo falar abertamente que não tem intenção de privatizar, o seu indicado para a presidência da companhia vai na contramão do governo e fala abertamente em privatização.
Fabiano da Luz acenou com o apoio a duas atividades: a cessão do espaço da Tribuna da Alesc, no Plenário Osni Régis, por dez minutos, prevista para ocorrer em 27 de fevereiro, e a construção de uma audiência pública para debater a gestão da Celesc, prevista para 9 de abril. Os dois espaços estarão abertos à participação da categoria e da sociedade de modo geral.
O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) também foi visitado. Ele fez diversos pronunciamentos em defesa da qualidade dos serviços prestados pela Celesc Pública nos últimos anos e participou de incontáveis Assembleias de Trabalhadores da Celesc. Caropreso afirmou que tem cobrado da Direção da companhia soluções urgentes ao sistema comercial, com especial foco no aplicativo: “o aplicativo não funciona. A Celesc gastou uma fortuna. É preciso cobrar da empresa que fez o aplicativo uma solução rápida. Não podemos mais esperar”.
Na sequência da vista dos sindicatos, Caropreso fez uma manifestação na Tribuna da ALESC, defendendo a Celesc como “um patrimônio do povo catarinense, exem plo nacional de eficiência com a segunda menor tarifa de energia do país, e deve continuar sendo uma empresa pública essencial para o desenvolvimento de Santa Catarina”. Ele também cobrou a Direção da empresa para que encontre soluções para as falhas no atendimento.
Outro deputado visitado foi Padre Pedro Baldissera (PT). Ele argumentou que “a defesa de tudo aquilo que é público sempre foi pauta de nosso mandato” e que “a manutenção da Celesc Pública é primordial para o desenvolvimento de Santa Catarina”. O petista destacou que o trabalho da Intercel de diálogo com o Parlamento é muito importante e sugeriu a participação de outras Comissões na audiência pública que debaterá a gestão da Celesc.
E foi justamente no gabinete do deputado que preside a Comissão dos Direitos do Consumidor e do Contribuinte e de Legislação Participativa que a Intercel passou na sequência: O deputado Mário Motta (PSD) afirmou que acompanhou os problemas da estatal de energia no atendimento ao consumidor e demonstrou interesse em participar da audiência pública que debaterá a gestão da Celesc.
O deputado Napoleão Bernardes (PSD) também dialogou com a representação da categoria na terça-feira e ouviu as preocupações com os rumos da Celesc. Ele se colocou à disposição de celesquianas e celesquianos.
Já na quarta-feira, dia 12, os sindicatos da Intercel tiveram agendas com outros parlamentares, tanto da base governista, como da oposição. As informações sobre essas visitas você confere na próxima edição do jornal Linha Viva. A percorrida segue pelo mês de fevereiro até que todos os gabinetes tenham sido visitados. ]
É importante que a categoria reserve na agenda as datas de 27 de fevereiro para a manifestação na Tribuna da Alesc e 9 de abril para a audiência pública que debaterá a gestão da empresa.
Trabalhadores sofrem com as mudanças desde a privatização da Eletrobras
Era uma vez (aquela vez em que a gestão da Eletrobras não era privada – lembram disso?!) uma empresa que se orgulhava de cuidar de seus empregados: oferecia o melhor plano de saúde do mercado, ampla relação de médicos disponíveis em quase todas as especialidades, realização de exames independentemente da complexidade sem burocracia e um atendimento nas clínicas que não faziam você esperar mais do que o tempo de um comercial de TV.
Os funcionários se sentiam como príncipes e princesas. Mas, como toda boa história, essa também teve sua própria reviravolta.
Tal como um roteiro de comédia sem risos, a empresa, conhecida por seu compromisso com o bem estar dos seus funcionários, decidiu que era hora de “ajustar” o plano de saúde que, até então, era considerado um verdadeiro sonho devido à alta satisfação que proporcionam aos trabalhadores.
Na época em que a Eletrobras era empresa pública, os gestores neoliberais queriam o apoio dos dirigentes sindicais da Intersul, mas é claro que não receberam uma resposta positiva, pois sabiam que não seria bom para os empregados. Mas a empresa, de forma unilateral, transformou em uma piada o plano de saúde ao ponto de os trabalhadores se perguntarem se agora vivem um episódio de “programa trágico” onde eles próprios são o objeto de uma falta de respeito.
Com a mudança para um novo plano de saúde, os empregados logo perceberam que o “maravilhoso” havia se transformado em “maravilhosamente complicado”. E os profissionais credenciados? Bem, eles pareciam ter desaparecido como mágica! A lista de médicos agora era mais curta que a fila do pão na padaria da esquina, e os poucos que restaram estavam mais ocupados para atender as consultas do que celebridades em evento de tapete vermelho.
E quando a necessidade de uma consulta particular surge, os usuários se sentem como protagonistas de uma novela de muitos capítulos. O pagamento direto ao profissional de saúde que o beneficiário realiza é rápido, mas o reembolso envolve um processo muito demorado ao ponto de testar a paciência das pessoas: entre ligações intermináveis, formulários demorados para preencher (são comuns as reclamações de que o sistema cai durante o seu uso provocando vários reinícios do mesmo cadastro) e promessas de “em breve”, o reembolso se tornou uma lenda urbana – algo que todos comentam que vai acontecer, mas ninguém constata.
A categoria tem procurado se reunir em grupos de apoio e com o sindicato para compartilhar suas experiências e dicas sobre como sobreviver à nova realidade. “Você já tentou enviar o recibo por pombo-correio?”, brincou um empregado, enquanto outro sugeria que talvez um ritual de dança ao redor do telefone pudesse acelerar o processo.
E assim, a história do novo plano de saúde se desenrola, com cada trabalhador se tornando um heroi em sua própria jornada épica. Afinal, quem diria que um plano de saúde poderia se transformar em uma aventura digna de um best-seller? No final das contas, a promessa da empresa de um novo plano de saúde unificado, na Eletrobras, mais eficiente e com redução da taxa de administração, era de supor que o único objetivo era reduzir os custos da Eletrobrás. Ela não se importa com o bem estar e a saúde de quem é o verdadeiro responsável pelo crescimento da empresa.
Não bastasse tudo isso, são os trabalhadores da Eletrobras lotados em uma área que tem por função receber as reclamações dos beneficiários do plano de saúde que estão prestando serviços (gratuitamente) para a empresa terceirizada contratada pela Eletrobras para gerir o Plano.
E você, usuário do plano de saúde, já passou por alguma experiência semelhante? Se sim, prepare-se para a próxima temporada dessa emocionante série, pois as coisas podem piorar, uma vez que a Unimed Nacional terá que desembolsar* o equivalente a 10% de suas reservas técnicas a fim de reequilibrar as contas da operadora, que conta com mais de 2 milhões de clientes, e evitar uma “intervenção” da Agência Nacional de Saúde (ANS).
A tentativa dos sindicatos de ajudar a buscar soluções para o plano de saúde
No dia 10 de fevereiro ocorreu a reunião da Comissão da Saúde que tem representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitário (CNE) e da Eletrobras para tratar desse tema. A empresa se propõe a atender parte dos doze pontos levantados pelo CNE sobre o atendimento do Plano de Saúde e Plano Odontológico. Uma das maiores reclamações dos dirigentes do CNE se refere às negativas da operadora de mercado que, embora contratada com um Plano de Saúde Pós–Pago que deveria ser espelho do plano oferecido pelas autogestões, tem sistematicamente constrangido a categoria com a negativa em realizar exames e procedimentos que usualmente eram cobertos pelos planos de autogestão – exigindo, muitas vezes, o pagamento particular para posterior reembolso.
A empresa reforça que trabalhadores/as não devem pagar por esses procedimentos/exames e imediatamente reportar às pessoas responsáveis na companhia, para que tais problemas sejam solucionados. O CNE reforçou a necessidade de uma maior orientação nesse sentido às operadoras e aos prestadores destas operadoras, visto que o plano de saúde contratado não é e nem deve ser inferior ao anteriormente existente.
Outra reclamação feita aos representantes da empresa, essa unânime por parte de todas as pessoas que procuram os serviços, diz respeito à Bradesco Dental. A operadora tem poucos profissionais credenciados na área de atuação da CGT Eletrosul e os poucos profissionais que atendem realizam apenas a consulta básica e profilaxia, muitas vezes chegando até a cobrar por fora do plano de aplicação de flúor. A Eletrobras informou que está tomando providências em relação a essa operadora, trabalhando inclusive para sua substituição.
Os dirigentes do CNE também questionaram que tanto na Unimed Nacional quanto na Bradesco Dental, a relação de credenciados disponíveis nos aplicativos se encontra totalmente desatualizada, o que leva as pessoas a perderem horas e horas de trabalho ou seu intervalo de almoço na tentativa de encontrar um profissional credenciado. A desinformação é total, incluindo telefones desatualizados e inexistentes e constando como credenciado prestador que faz mais de seis anos que não atende tais convênios. É importante que a categoria permaneça atenta. Os sindicatos estão buscando soluções para todas as reclamações.
Fortaleça quem defende seus direitos! Filia-se aos sindicatos do Coletivo da Intersul.
*Por Beth Koike, Valor – São Paulo 19/01/2025 11h15min notícia: ”Em Crise, Unimed Nacional terá aporte de R$ 1 bilhão”.
PRESIDENTE PRECISA SAIR DE SEU GABINETE E CONHECER A VERDADEIRA REALIDADE DOS TRABALHADORES DA CELESC
Desde o ato de 23 de janeiro na Administração Central, em que a categoria cobrou da Direção da empresa mais empenho na resolução dos problemas do sistema Conecte, dizem que é suficiente, estão mentindo para o senhor! que o presidente Tarcísio Rosa finalmente foi aos meios de comunicação dialogar com a população. Demorou a ir, mas finalmente foi. Apesar de que as falas de um agente público de sua envergadura deveriam ser tão somente para in formar e instruir os catarinenses sobre os problemas com a conta de luz, o presidente infelizmente tem aproveitado os espaços na mídia para atacar a Intercel, inclusive mentindo que os sindicatos teriam jogado a população contra os trabalhadores.
Mas as falas de Tarcísio têm, ainda, outros problemas: um deles é que o presidente fala para uma emissora que os problemas do Conecte serão resolvidos em até 60 dias. Para outra emissora, na semana seguinte, diz que em até 90 dias tudo estará resolvido. Afinal, há um prazo certo para a resolução dos problemas ou o presidente está chutando datas apenas para que os repórteres não fiquem sem resposta? A população precisa de respostas objetivas e fundamentadas.
Outro fato chamou a atenção da categoria nos últimos dias: em vídeo divulgado na segunda-feira, dia 3, o presidente minimiza a necessidade de contratação de novos empregados, dando a entender que a convocação de 9 atendentes do concurso público para todo o estado seria suficiente para tranquilizar celesquianas e celesquianos. Não é, presidente! E se sua assessoria ou alguns gerentes na Ouvidoria, os trabalhadores seguem com sobrecarga de trabalho. Se tiver dúvidas, desça e converse com os empregados.
O mesmo ocorre no Faturamento. Basta descer de sua sala e perguntar como está a rotina desses trabalhadores. Há necessidade de contratação de empregados próprios em outros setores na Administração Central e nas Regionais. Mas há um local em específico que o presidente precisaria visitar para se dar conta da gravidade e da ilusão de sua fala: a loja de atendimento de Palhoça.
A loja da Celesc em Palhoça é um retrato escancarado do DESCASO da atual direção da empresa com a população catarinense e com seus empregados. Pelo menos seis trabalhadores pediram demissão da loja de Palhoça nos últimos meses – boa parte deles, por conta da sobrecarga. Dois deles, somente no primeiro mês de 2025. Em diversos momentos, a loja fica lotada, com 60, 70 ou mais pessoas aguardando que dois ou três atendentes possam se sacrificar e dar conta do serviço. Alguns clientes, talvez, nem sejam contabilizados pelas senhas de espera da empresa, pois ficam do lado de fora da loja aguardando ou desistem quando observam que a loja está cheia e que o tempo de espera é de mais de uma hora.
Palhoça tem uma população de mais de 220.000 habitantes, recebe inúmeros turistas em suas praias no verão e atraiu uma série de indústrias e comércios nos últimos anos. Faz sentido que um município desse tamanho e com essa importância tenha apenas três atendentes num turno ou dois atendentes noutro? Será que o presidente realmente acha que está sendo respeitoso com uma população tão grande quanto a de Palhoça colocando tão poucos trabalhadores no atendimento e não fazendo a reposição adequada? O Linha Viva desafia o presidente Tarcísio a visitar a loja de Palhoça e ouvir meia dúzia de consumidores. É um escárnio o que ocorre naquele município e os celesquianos é que pagam a conta do descaso da Diretoria com a cidade!
Esse é só um exemplo. Há outros municípios em situações quase tão graves quanto Palhoça. Os trabalhadores se desdobram e se sacrificam para dar conta do atendimento. Ouve ofensas e reclamações por conta do tempo de espera. Nos últimos dias, há relatos, inclusive, de atendentes que quase foram atingidos por objetos jogados pelos consumidores e o presidente vem a público dizer que “não há falta de atendentes”. Tarcísio precisa sair da sua sala, parar de ouvir mentiras e ver a realidade da empresa que preside.
Há, ainda, número significativo de trabalhadores em todas as regiões adoecidos, afastados por conta do excesso de trabalho e por não terem com quem dividir suas funções.
O sistema precisa, sim, ser melhorado e aperfeiçoado, e com urgência. Isso depende da gestão, depende da Direção da Celesc cobrar das empresas contratadas e gerentes responsáveis que encontrem soluções. Mas dizer que não há necessidade de contratação revela que ou o presidente age de má-fé, ou precisa sair da sua sala e conhecer a realidade ao redor. É preferível acreditar na segunda opção.