Ato contra Crimes da Vale em Florianópolis é segunda-feira, dia 25

Com o lema “O lucro não vale a vida. Somos todos atingidos!”, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), junto com entidades parceiras, vai organizar atos de solidariedade as famílias atingidas e de protesto para alertar a sociedade sobre as consequências sociais e ambientais do crime Vale. A empresa deixou uma centena de mortos e outra centena de desaparecidos, além de ter destruído o ecossistema do rio Paraopeba e ter deixado graves consequências aos atingidos em diversas comunidades que serão sentidas também na bacia do rio São Francisco Em Minas Gerais, haverá atos em: Córrego do Feijão, Brumadinho e Belo Horizonte e muitas outras comunidades. Na bacia do Rio São Francisco, no caminho do fluxo da lama tóxica, estão previstos atos em quatro regiões. Em outras capitais, o debate, além de lembrar Brumadinho, será sobre a segurança dos atingidos nas regiões de barragens em cada estado, em audiências públicas junto ao poder público. Plenárias de caráter ecumênico também estão previstas. Um mês após o maior crime trabalhista e socioambiental do país, os atingidos continuam sem sinais de indenizações e reparação efetiva da empresa, um cenário bastante semelhante à situação do crime em Mariana (MG). Nos atos do dia 25/02, o movimento vai continuar prestando solidariedade às famílias das vítimas, mas o esforço será concentrado, principalmente, em denunciar mais este crime da Vale, que não pode ficar impunidade. Além de reivindicar medidas para que novos crimes não ocorram – com possíveis rompimentos de outras barragens, dado o pânico e pavor que vive a população de MG e outras regiões do país. Junto com o MAB, estarão presentes organizações sindicais, religiosas, movimentos populares, entidades da sociedade civil de defesa do meio ambiente, ativistas e simpatizantes das lutas populares. O lucro acima da vida não vale. Pelo direitos dos atingidos, basta de impunidade!

Celesc: Falta diálogo, sobra Propaganda

Após sucessivos adiamentos de reuniões com a Intercel, um informe encaminhado aos celesquianos pela Comunicação da Celesc demonstrou que o presidente da empresa, Cleicio Poleto Martins, não compreendeu até agora o papel dos sindicatos na gestão da empresa. Ignorando o histórico de construção coletiva e de gestão participativa que aproxima realmente os trabalhadores da gestão da empresa, dando voz aos celesquianos, o presidente prioriza uma percorrida inócua e propagandista. Divulgando a percorrida e a “Agenda Propositiva” da Diretoria, o comunicado trata os sindicatos como “público externo”, como se os dirigentes sindicais não fossem todos trabalhadores da empresa e os assuntos pautados pela Intercel não fossem todos relacionados às conquistas, direitos e anseios da categoria. Pior: ao relegar os sindicatos ao escanteio, Cleicio demonstra não conhecer a importância das entidades sindicais em todo o processo de manutenção da concessão, desafio principal da Celesc. Com as críticas da última edição, a presidência entrou em contato com a Intercel, mas a situação não evoluiu. Apesar dos sindicatos se colocarem à disposição imediata para o debate, a reunião não foi agendada. Entretanto, se falta diálogo, sobre propaganda. A publicidade de empresas pública deve ser exclusivamente para fins educativos e institucionais. A constituição autoriza a propagação de conteúdo informativo, educativo ou de orientação social, ou seja, no caso da Celesc é permitido informar a população sobre questões importantes e orientar sobre a utilização correta da energia elétrica e seus riscos. Este, pelo menos, deveria ser o foco da publicidade da Celesc. Entretanto, a falta de uma comunicação eficaz com a sociedade ficou evidente nos últimos tempos, com a escalada das reclamações do aumento nas contas de energia. Os veículos de comunicação do Estado estão em uma verdadeira campanha contra a empresa. Notícias se espalham com a agilidade que a tecnologia permite, jogando a imagem da empresa no lixo. E, ao invés de atacar o problema com pró-atividade, informando a sociedade, defendendo a empresa e os seus trabalhadores, a comunicação da empresa continua falha e ineficaz. De acordo com a política de comunicação corporativa da Celesc, divulgada no site da empresa (www.celesc.com.br), “zelar permanentemente pela imagem institucional do grupo” é uma das diretrizes básicas a ser observada. E, em tempos de conectividades, as redes sociais deveriam ser um grande aliado no compartilhamento de informações na defesa da Celesc Pública. Numa breve análise das três redes sociais mais utilizadas, Facebook, Twitter e Instagram, verificamos a falta de uma comunicação efetiva sobre a questão das faturas. O twitter da companhia (@Celescinforma) é o que mais se aproxima da comunicação educativa e informativa. Com atualizações constantes, dá informações educativas sobre a fatura, sobre os riscos da energia elétrica, dicas de economia, além de informações regionalizadas do trabalho da empresa. O facebook também cumpre o papel educativo e informativo. Já o instagram, este fica muito aquém do que deveria. Com 18 publicações na conta (considerando a data de produção desta reportagem) apenas 6 cumprem o papel de informar e educar, premissas da publicidade de instituições públicas. As 12 outras são publicidade pessoal do presidente, enaltecendo sua figura na percorrida. Mas é para isso que serve uma rede social da empresa? Óbvio que não. Muito menos em um momento onde a comunicação com a sociedade peca. O diálogo não pode ser só um discurso vazio. Quanto tempo mais o presidente ficará fechado ao debate com os sindicatos. A categoria tem sido hostilizada pela deficiência da empresa na comunicação. E, com a mordaça colocada nos regionais, a questão só piora. Defender a imagem da Celesc Pública é compromisso dos sindicatos da Intercel e, já que o presidente não nos ouve, talvez leia e, enfim marque a reunião para que estas demandas e os anseios dos trabalhadores sejam ouvidos, debatidos e que nosso lema volte a levantar a imagem da empresa: CELESC PÚBLICA, BOM PARA TODO MUNDO!

TST diz que greve contra privatizações é abusiva; entidades reagem

Defender o próprio emprego é direito do trabalhador A empresa privatizada reduz o número de trabalhadores, restringe ou acaba com direitos estabelecidos (como nos planos de saúde, por exemplo), precariza o atendimento à sociedade. No entanto, nada disso foi considerado pelo Tribunal Superior de Trabalho que, na última segunda, 12, decidiu na Seção de Dissídios Coletivos que greves contra privatizações são abusivas. Assim, trabalhadores que cruzarem os braços para protestar contra a venda de estatais à iniciativa privada podem ter os salários descontados, entre outras sanções.

Por que Wilson Pinto Junior defende desesperadamente a privatização rápida da Eletrobras?

AEEL e as Entidades Sindicais representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras, após pesquisa nos anais da história recente, trazem à luz os motivos do desespero do presidente da Eletrobras para entrega da maior empresa de energia elétrica do país e da América Latina ao capital estatal internacional. 1. Porque a cada dia que passa a sociedade vai compreendendo o plano arquitetado por Pinto Junior para transferir o controle da Eletrobras a acionistas minoritários, liderados pelo Banco Clássico e pela 3G RADAR de Jorge Paulo Lemann. Para os esquecidos ou que os não conhecem, Jorge Paulo Lemann tornou-se o mais recente queridinho do governo, o mais novo Midas protetor. De um banqueiro que fez fortuna circulando nos bastidores do poder, prospectando nas sombras dos bastidores informações e decisões que o privilegiem, agora, do governo Temer para cá, tornou-se o grande artífice das negociatas que envolvem laranjas (em cargos privilegiados do governo, de estatais e fundos de pensão), funcionários privados e públicos de carreira afeitos ao poder econômico, e de governos fracos que buscam agradar às oligarquias para manterem-se no poder. A história do Brasil já teve muitos deles, os mais recentes, Eike Batista, Daniel Dantas, André Esteves, Emílio e Marcelo Odebrecht, Atiliano de Oms Sobrinho (este da época FHC), até ao “pai de todos”, o Visconde de Mauá. Cabe aqui lembrar ao atual governo que JP Lemann aprendeu com a Lava Jato que ao cair em desgraça pode levar o governo a bancarrota e safar-se com uma delação premiada. Ou seja, ele está na dianteira. 2. Porque a realização detida de análises e estudos técnicos sérios e isentos colocarão sob terra os seus planos e argumentos, mostrando o quanto o povo será prejudicado. Pelas pesquisas mostrando que 75% da população é contra as privatizações, não é preciso um ano para que os 24,5% restante note quão prejudicial é a privatização da Eletrobras. O aumento das tarifas vai retirar dinheiro do bolso da população e transferir bilhões a um seleto grupo de privilegiados, acostumados a ganhar dinheiro sem investir o seu próprio, sem trabalhar e sem riscos. 3. Porque os viciados em vender o patrimônio público a preço banana têm pressa e ficam abstêmios quando não conseguem entregar a missão requerida pelos donos das bancas! Até porque os interesses desses mega exploradores conflituam com os interesses de outras grandes oligarquias (como da indústria, por exemplo, que perde competitividade pelo aumento de custos) com poder de fogo. Então, quanto antes melhor. Aliás, falando em viciados, o senhor ministro da economia e duble de empresário, Paulo Guedes, em evento realizado no BNDES, dia 08/02 p.p., teve a petulância de dizer em seu discurso de camelô vendendo bala na esquina, que muitas estatais “são filhos fugidos e drogados”. Todavia, o senhor ministro da economia americana, como bem citou uma companheira sindicalista de Santa Catarina, “- Drogados não são aqueles que vendem tudo que têm em casa pra sustentar o vício? Afinal, quem quer vender tudo?” 4. Porque, à medida que o tempo passa, os conflitos de interesses ficam cada vez mais expostos e não resistem à luz do dia. Esses experts em maracutaia contam com a hipnose que passam às pessoas e aos grupos de poder, sabendo eles que a hipnose pode ser repentina e a reação contra eles ser tão dura e efetiva, que deixar as coisas com aspecto de juridicamente irreversível é, de fato, parte crucial do Plano A. Se a ficha cair, seguram-se na justiça (basta ver o caso dos pedágios, ainda da época do FHC, que com todas as evidências de corrupção por parte dos governos paulistas e paranaenses, eles continuam em pé e cobrando tarifas aviltantes). 5. Porque as demais partes interessadas da Eletrobras, à exceção dos minoritários espertalhões, despertarão do transe, sentirão a exploração eminente, criarão coragem e reclamarão da elevadíssima conta que terão que pagar neste nefasto processo de privatização. 6. Porque a indústria, o comércio e os demais atores dos setores produtivos do país, poderão compreender o que está por trás da privatização da Eletrobras, que representará aumentos significativos nas contas de energia elétrica e elevará ainda mais os custos de produção. Estes aumentos, quando repassados aos consumidores finais, trarão impactos negativos no consumo e nos resultados das empresas. A hipótese de repassar o aumento de custo aos preços é um temor, haja vista a baixíssima capacidade dos salários em pagar o aumento nos preços dos produtos, bem como da alta competitividade e protecionismo no mercado internacional. Será prejuízo na veia nos demais setores da produção. 7. Porque houve uma grande renovação no Congresso Nacional e quando os parlamentares sérios e comprometidos com o país entenderem a tramoia contra os consumidores e a sociedade ficarão contrários à privatização da Eletrobras. Os megalarápios não conseguiram convencer o Congresso anterior e contam com a pseudo ignorância dos novos congressistas. Entretanto, eles sabem que em posse de dados e informações, os congressistas antigos e novos não permitirão tamanha safadeza, até porque eles foram eleitos para agirem contra tudo o que estava em andamento. É uma escolha entre o poder econômico desses especuladores e a sua própria existência política. 8. Porque o processo não suporta a luz da ética e da transparência. O recente “apagão” dos órgãos de fiscalização e controle (CVM e Ministério Público inclusive) e autoridades é comum em início de novos governos, mas esses especuladores sabem que isso se reverterá a qualquer momento, a qualquer acontecimento. Até mesmo com o que aconteceu em Mariana, Brumadinho e agora no CT do Flamengo. Enfim, como eles não sabem o quanto vai durar, eles querem tudo e o mais rápido possível. Não dormem, não têm fim de semana, agem diuturnamente. Querem o dinheiro dos aposentados, dos velhinhos dos fundos de pensão. Querem seu salário, seus benefícios, sua água, seu cafezinho, seu ar condicionado, seu papel higiênico, seu plano de saúde, sua segurança no trabalho, sua lixeira, sua mesa de trabalho. Querem absolutamente tudo, na mais clara avareza e ganância. 9. Porque nos últimos anos a Eletrobras vem mostrando as suas potencialidades e pujança, mesmo com toda campanha difamatória patrocinada por Wilson Pinto Junior, desde sua chegada em julho de 2016. A Sociedade percebe cada vez mais que somente uma análise comparativa (com o seu próprio passado ou com seus pares na atualidade) pode levar a uma boa decisão. A análise com o passado encontra-se, por um pequeno espaço de tempo, comprometida, visto que grande parte da população, por conseguinte, dos eleitores, tem hoje menos de 40 anos de idade e não tem condições (nem tempo) de verificar que essa política entreguista já foi feita tanto no governo Collor quanto do Fernando Henrique Cardoso, demonstrando-se um verdadeiro desastre para o conjunto da sociedade, inclusive às oligarquias dominantes. Entretanto, ao comparar com a Argentina, nota-se que a política do governo Macri fez com que o país vizinho entrasse numa grande crise econômico-financeira (os trabalhadores e pequenas e médias empresas não conseguem nem pagar suas faturas de energia). Dá também para olhar para o Chile, grande referência econômica do governo brasileiro, e que gerou um enorme exército de miseráveis, principalmente os mais velhos. 10. Porque mentira tem perna curta e a verdade sobre as intenções e os interesses inconfessáveis começam a aparecer – razão da velocidade defendida. 11. Porque as privatizações, que não deram certo no Brasil e no exterior, começam a ser questionadas pela sociedade, principalmente por conta das tragédias ocorridas no seio da VALE e o caso EMBRAER, que um dia foi brasileira e hoje virou uma divisão da americana Boeing (a tecnologia é transferida de graça; os empregos são fechados aqui e abertos lá; e os impostos para educação saúde, segurança são pagos lá. Mais emprego ao americano e mais dinheiro para o Trump). 12. Porque o Brasil, de uma hora para outra, pode acordar e entender que está virando um país aonde as multinacionais estrangeiras chegam com moedas fortes e compram ativos prontos e lucrativos a preços de banana, a exemplo do que ocorreu com a CPFL – que já foi presidida por Wilson Pinto Junior e hoje pertence à estatal chinesa Companhia Nacional da Rede Elétrica da China (State Grid). 13. Porque a sociedade conhece a Eletrobras e suas empresas e sabe que elas representam a última fronteira de qualidade no Setor Elétrico. Na década de 90 muitas empresas do setor foram privatizadas e no bojo desse processo veio o sucateamento das instalações e dos quadros técnicos, num completo empobrecimento da engenharia nacional. Os salários foram reduzidos, tirando dinheiro do trabalhador, que gasta com sua família na economia local, para o bolso dos megaespeculadores, que gastam seu dinheiro com suas famílias na Europa e nos Estados Unidos. 14. Porque em tempos de crises e discussões geopolíticas, a prudência e o zelo pela soberania nacional não recomendam a entrega do controle de empresas estratégicas, prestadoras de serviços públicos essenciais e gestoras de usinas hidrelétricas, termonucleares e linhas de transmissão quilométricas – razão do açodamento e desespero de Wilson Pinto Junior. 15. Finalizando, porque ele quer entregar rapidamente e sem discussão a encomenda feita pelos minoritários graúdos, sem que haja tempo para que as entranhas do processo sejam expostas pelas luzes da transparência.

Crime da Vale: CNE participa de ato em Curitiba

O CNE participou na segunda-feira, em Curitiba, de ato em homenagem às vítimas do crime da Vale em Brumadinho, organizado pelo MAB. Na oportunidade foram socializadas informações sobre a triste realidade vivenciada pelos moradores da região atingidos pelo rompimento da barragem. Militantes que acompanham os trabalhos na região destacam que é preciso que o Estado aprenda alguma coisa com este crime, já que a tragédia da Samarco, que completa 39 meses não ensinou nada.Até hoje nenhum atingido foi reassentado, nenhuma indenização foi paga aos atingidos, sequer uma multa foi paga !!!!!!! Foi lembrado ainda que tudo isto é resultado da criminosa privatização da Vale, vendida a preço de banana durante o governo de FHC. Antes dela, na dezenas de anos da empresa como estatal, nenhum crime ambiental aconteceu. Também foi relatada a situação das barragens existentes no Paraná, a partir do trabalho realizado pelo MAB. Em Santa Catarina é muito importante o governo realizar e divulgar levantamentos sobre as barragens existentes no estado e qual é o plano de ação para emergências. O que se sabe é que faltam informações sobre a maioria das barragens, não há nenhuma ação de fiscalização e a expressiva e a grande maioria não tem ou não divulga planos de prevenção de desastres.

Periculosidade deve ser paga na Eletrosul

A Justiça do Trabalho deu ganho de causa aos trabalhadores da Eletrosul que deixaram de receber a periculosidade. Em despacho do dia 4 de fevereiro o Procurador Regional do Trabalho Dr. André Lacerda é citado quando diz que “não há segura demonstração de alterações nas condições de trabalho capazes de afastar o risco. A supressão do pagamento do adicional de periculosidade, por se tratar de salário-condição, somente será legítima quando cessar o labor em condições perigosas. Os documentos trazidos no presente mandamus, por si, não convencem quanto ao término do trabalho em condições perigosas. Indicam apenas maior rigor no controle de ingresso dos funcionários em área de risco, fato que, isolado, não permite concluir que toda a ameaça à vida e saúde dos trabalhadores tenha sido afastada. Indispensável prova técnica nesse caso (…).”. O juiz titular da Vara do Trabalho, MAURO VASNI PAROSKI, do Tribunal Regional do Trabalho da Vara do Trabalho de Londrina encerra seu despacho lembrando que “a Justiça do Trabalho não detém competência para declarar a nulidade de uma resolução da Diretoria da ré, além de consistir em intervenção espúria em atos de gestão da mesma, mas, quando muito, como se dá nesse julgamento, pode decidir pela sua não aplicabilidade/eficácia estritamente no âmbito dos contratos individuais de trabalho dos substituídos processualmente (para que não lhe produzam alterações unilaterais e prejudiciais)”. A Eletrosul ainda foi ainda penalizada com o pagamento dos honorários de advogado, juros de mora e atualização monetária. O ganho de causa foi para os trabalhadores do Paraná. Aguarda-se despacho para outros locais de trabalho.

Intersul questiona problema no pagamento de férias na Eletrosul

A Intersul encaminhou correspondência à direção da Eletrosulquestionando a sistemática do pagamento de férias. Os sindicatos entendem que a confusão gerada é decorrente da precarização dos serviços com implantação do CSC e da pressa em implantar o sistema SAP ainda no mês de janeiro, sem o cumprimento dos requisitos mínimos em relação aos compromissos com os empregados.

Por isto a Intersul exige que a Eletrosul tome providências no sentido esclarecimento dos itens apontados, a par de recuperar imediatamente as perdas decorrentes do pagamento incorreto das verbas de férias dos empregados atingidos.

Segue cópia da correspondência:

Intersul – 003/2019

Florianópolis, 04 de fevereiro de 2019.

Ilmo. Sr.

Jaime de Souza

Diretor de Administração

Eletrosul Centrais Elétricas S/A

Ref.: Reunião realizada no dia 01 de fevereiro

Prezado Senhor,

Reiteramos os pontos tratados em reunião realizada na sexta-feira passada, dia 01 de fevereiro, entre V.Sa. e representantes do Sinergia:

Questionamos a alteração da sistemática do pagamento das férias, feita à revelia das Normas de Gestão vigentes, no que diz respeito à proporcionalidade do pagamento das verbas em cada período.
Solicitamos que a Eletrosul esclareça a alteração realizada na sistemática de cálculo da folha de pagamento, demonstrando os seus efeitos.
Considerando que há risco de que tenha havido problemas também com a folha de pagamento mensal, inclusive dos trabalhadores reintegrados(anistiados), solicitamos que esse processo seja revisado.
Temos a compreensão de que tais eventos foramdecorrentes da precarização dos serviços com implantação do CSC e da pressa em implantar o sistema SAP ainda no mês de janeiro, sem o cumprimento dos requisitos mínimos em relação aos compromissos com os empregados.

Desta forma, exigimos que a Eletrosul tome providências no sentido esclarecimento dos itens apontados, a par de recuperar imediatamente as perdas decorrentes do pagamento incorreto das verbas de férias dos empregados atingidos.

Cecy Maria Martins Marimon Gonçalves

Secretária da Intersul

c.c.: Coordenadores

CGTEE/Eletrosul: Ano novo, velhas incertezas

Após mais de um ano pedindo à Eletrosul informações sem sucesso, a Intersul se reuniu com a direção da empresa no dia 18 de janeiro para debater a questão da CGTEE. A resposta da diretoria sobre a fusão com a CGTEE não deixa dúvidas sobre o momento obscuro e de rarefeito diálogo que a empresa e que o país vivem: “Não há o que discutir” – disse o diretor da Eletrosul. De saída na reunião, o Diretor Administrativo anunciou que apenas repassaria aos presentes a decisão da gestão Eletrobras sobre a incorporação da Eletrosul pela CGTEE. Segundo ele, esta decisão é da Holding e sobre ela a Eletrosul não tem nenhuma gestão: “Não se trata de negociar com Sindicatos. Nem a Eletrosul consegue dizer que não. O Conselho de Administração da Holding já definiu” – concluiu. A Intersul lembrou que o Sinergia, como acionista minoritário, solicitou em janeiro o envio de toda a documentação relativa ao processo, para poder analisar, além dos aspectos econômicos, técnicos e financeiros dos impactos sobre a vida dos trabalhadores. Questionou qual o estudo existente sobre os passivos ambientais, passivos judiciais e o impacto da incorporação nos fundos de pensão dos trabalhadores. Solicitou ainda que os documentos pedidos fossem providenciados com brevidade. Os sindicatos lembraram ainda a preocupação com os trabalhadores que se dedicam a garantir a excelência da Eletrosul e que, mesmo dentro de um quadro enxugado ao limite, garantem sempre resultados positivos e alto padrão de qualidade nos serviços prestados pela empresa. Muitos estão fazendo isso às custas de sua saúde mental, constantemente estressados e sofrendo vários tipos de assédio. A redução do quadro de pessoal está impactando os trabalhadores no campo, causando estresse e a constante falta ou incerteza nas informações também fazem mal à saúde laboral. Além disso, quem será responsável pela perda da identidade da Eletrosul construída ao longo de 50 anos, uma vez que o CNPJ a ser mantido será o da CGTEE? O presidente Eggers, citando o estudo da consultoria Delloite, contratada para encaminhar o processo, contou que todo processo deverá estar concluído até o final de fevereiro ou, no máximo, em início de março. Trata-se, segundo ele, “de uma incorporação às avessas, onde o CNPJ será da CGTEE, mas o modelo de gestão, o ‘DNA’ e cultura da Eletrosul serão fortalecidos e prevalecerão”. Dias depois, um conhecido colunista de um jornal catarinense já mencionava a “esperança” dos cerca de 600 trabalhadores da Sede da Eletrosul em que, dentro do processo de incorporação, prevaleça o modelo de gestão da Eletrosul. No geral, o que de lá para cá a mídia gaúcha e catarinense tem noticiado literalmente é a extinção da Eletrosul. O que não aparece na mídia, catarinense principalmente, é a possibilidade econômica de perda do estado de Santa Catarina com a incorporação da Eletrosul por uma empresa de outro estado. A direção ainda salientou que, com esse modelo de fusão, considerando a estrutura tributária, haverá ganhos tributários. Destacou o alto grau de endividamento da Eletrosul, com algumas iniciativas para reduzi-lo, como descontratação/liquidação de energia de alguns empreendimentos e a transferência de ativos para a holding para quitar dívidas (em 2017 foi pago R$ 660 milhões de serviço de dívida e, em 2018, R$ 330 milhões), o que elevou a gestão da empresa a um nível administrável. A CGTEE, por sua vez, tem uma dívida com a Eletrobras de R$ 4 bilhões e 200 milhões. Com a incorporação da Eletrosul, a Eletrobras irá zerar essa dívida. Há um crédito tributário importante a ser aproveitado, com vários estudos apontando a possibilidade de aproveitamento. A CGTEE teve uma redução de 40% de despesas com RH em dois anos. Está com a usina sendo recuperada e uma reforma dos geradores deve ser concluída em março, ou seja, uma usina de 350MW, o que gerará uma receita anual de R$ 600 milhões, com custos de R$ 350 milhões, segundo a direção da Eletrosul. Para a Diretoria há vantagens na incorporação, como, por exemplo, uma única empresa Eletrobras no Sul, redução de cargos de gestão, uma só administração, aproveitamento tributário, recuperação de receita equivalente ao que a Eletrosul irá perder com a revisão tarifária e aumento da capacidade de geração da Eletrosul com o ganho de uma usina. Lotes A, Lote E, e Privatização Durante a reunião, Eggers tocou também na questão dos LOTES A e E, sem investimento do BNDEs nem recursos da Eletrobras. Lembrou que a Eletrosul precisou procurar parceiros externos, tendo como vencedora a Shangai Eletric. Mas em setembro de 2018 a chinesa desistiu do negócio. A Eletrosul procurou e apresentou novo parceiro, mas a Aneel não permitiu, e os Lotes foram novamente leiloados. Segundo o presidente, a Eletrosul será penalizada com multa de até 290 milhões e suspensão de participação em novos leilões. A empresa está gestionando e discutindo a multa – a Aneel está cobrando 8% sobre o valor do investimento, mas a Eletrosul entende que o contrato previa multa de 2%. A Eletrosul ofereceu aos vencedores dos leilões os projetos já realizados, prevendo a recuperação de até 160 milhões do valor despendido. Eggers tentou amenizar a situação lembrando que a empresa fechou o ano com bom resultado, com R$ 800 milhões em caixa e pagamento de dividendos à Holding. Porém, como disse, “a tempestade nunca vem só”, lembrando que a revisão tarifária em 2019 poderá ter um grande impacto financeiro na Eletrosul, sinalizando perda de 50% da receita de um dos contratos, e uma perda de aproximadamente R$ 300 milhões/ano. Disse que foi solicitado à Aneel um escalonamento dessa revisão, que será diluída em cinco anos, com a perda gradual. Ainda estão tentando negociar melhoria na revisão. E aproveitou a ocasião para dizer que a Revisão Tarifária “exige” reduzir o PMSO da Eletrosul. Outras iniciativas a serem implantadas, conforme ele, serão a redução de pessoal (novo PDC), maior eficiência tecnológica em vigilância e redução do número de CROIs. O presidente da Eletrosul não deixou de falar na questão da privatização. Segundo ele, há sinalização do governo para a continuidade do processo de privatização. Disse que a Eletrosul é a empresa mais preparada, e quanto melhor estiver a empresa, menos risco corre. Ao final, como se vê, restaram as mesmas incertezas sobre os “rumos certos” que a Eletrobras e Eletrosul pretendem dar à gestão da empresa e ao processo de urgente incorporação pela CGTEE. O que se sabe com certeza é que o endividamento já não serviria mais como motivo para mudanças na estrutura de uma empresa rentável e estratégica para a região sul como é o caso da Eletrosul. O que já não se sabe, mas corre como boatos, é uma suposta remuneração (incentivo financeiro) a diretores da empresa que estariam empenhados em “exterminar a Eletrosul”. A partir de agora é esperado de todos os diretores da Eletrosul, além da transparência necessária a um processo que pode impactar centenas de famílias, a coerência em estar do lado certo de uma história que aniversariou em dezembro 50 anos com grande festa. Soprar velinhas, nesse caso, não pode ser extinguir seu fogo.

Eletrosul afirma que decisão de fusão com CGTEE já está tomada

Desde o ano passado, permanece sem resposta oficial o Pedido de Informações formulado com base na Lei de Acesso à Informação, através da assessoria jurídica da Intersul, sobre a fusão entre a Eletrosul e a CGTEE. Reiterando, neste mês, o Sinergia, como acionista minoritário, solicitou o envio de toda a documentação para poder analisar, além dos aspectos econômicos, técnicos e financeiros, os impactos sobre a vida dos trabalhadores. Sem apresentar justificativa convincente para a falta de resposta oficial, a Eletrosul “convidou” os sindicatos que compõem a Intersul para informar sobre o processo de fusão entre as empresas Eletrosul e CGTEE. Em encontro realizado na Sede, na ultima sexta-feira (18/01), o Presidente Gilberto Eggers, acompanhado pelo Diretor Administrativo e pelo Diretor Financeiro falaram sobre o processo de fusão na presença de dirigentes sindicais da Intersul. De saída, a empresa através do Diretor Administrativo, anunciou que apenas comunicaria a decisão da gestão Eletrobras de Incorporação da Eletrosul pela CGTEE. De acordo com o DA, esta é uma decisão empresarial da Holding, sobre a qual a Eletrosul não tem como se contrapor. Disse ainda que não se trata de negociar com Sindicatos, e sim cumprir a determinação do Conselho de Administração da Holding. A postura foi reforçada pelo Presidente Gilberto Eggers, que ressaltou o estudo da consultoria Delloite, contratada para orientar o processo. A decisão é pela incorporação da Eletrosul pela CGTEE, mantendo o CNPJ da CGTEE, modelo de fusão que permite ganhos tributários referentes a um crédito tributário vinculado ao CNPJ da CGTEE. Trata-se, segundo Eggers, de uma “incorporação às avessas”, onde o CNPJ será da CGTEE, mas a cultura organizacional da Eletrosul é que deverá prevalecer e ser fortalecida. Falando da Eletrosul, Eggers citou o alto grau de endividamento e de algumas iniciativas, tomadas em anos anteriores, para reduzi-lo, como a descontratação de energia de alguns empreendimentos, e a transferência de ativos para a holding para quitar dívidas. Sem precisar os valores, afirmou que em 2017 a Eletrosul pagou em serviço de dívida, cerca de R$ 660 milhões, comprometendo substancialmente sua capacidade de geração de caixa. Já em 2018, pagou cerca de R$ 330 milhões, chegando a um nível administrável, segundo ele. Lembrou, ainda, que apesar de tudo, a empresa fechou o ano com bom resultado, cerca de R$ 800 milhões em caixa e pagamento de dividendos à holding. Porém mostrou-se preocupado com a próxima revisão tarifária, que pode imputar à Eletrosul uma perda de aproximadamente R$ 300 milhões de receitas em 2019. Disse que foi solicitado à Aneel um escalonamento dessa revisão, com diluição em cinco anos, para que a perda de receita seja gradual. Aproveitando o tema, não perdeu a oportunidade de afirmar que a Revisão Tarifária exigirá mais redução do PMSO citando novas iniciativas para redução de pessoal (novo PDC), eficiência tecnológica em vigilância, e sugerindo redução do número de Centros Regionais de Operação das Instalações (CROI). Voltando a falar da fusão entre as empresas, o presidente afirmou que a dívida da GCTEE com a Eletrobras supera a casa dos R$ 4 bilhões, mas que a dívida será zerada com seu projeto de capitalização. A CGTEE passou por uma redução de 40% de despesas com Recursos Humanos nos últimos dois anos, que agora conta com uma usina de 350 MW praticamente reformada em sua totalidade, até março, com uma receita anual de aproximadamente R$ 600 milhões e custos operacionais da ordem de R$ 350 milhões, trazendo assim um incremento nas receitas da Eletrosul e melhorando ainda mais a capacidade de geração de caixa. Portanto, na avaliação da Eletrosul, há vantagens na Incorporação, como por exemplo, uma única empresa Eletrobras no sul do país, redução de cargos de gestão, uma só administração; aproveitamento tributário; , recuperação de receita equivalente à que a Eletrosul irá perder com a revisão tarifária; aumento da capacidade de geração de energia pela Eletrosul. Eggers não deixou de se manifestar em relação as privatizações no setor elétrico. Há sinalização do governo para a continuidade do processo de privatização da Eletrobras, mas que, na visão dele próprio a Eletrosul é a empresa mais preparada para enfrentar esta realidade, pois na opinião dele, quanto melhor estiver a empresa, menor o risco de ser privatizada. Será (veja o PDNG na página ao lado)? Ao fim da exposição da diretoria, os dirigentes sindicais criticaram a falta de informações precisas e questionaram a existência de estudos sobre os passivos ambientais, passivos judiciais e os impactos da incorporação para os trabalhadores de modo geral, inclusive nos seus fundos de pensão, bem como uma resposta oficial ao Pedido de Informações pendente desde o ano passado. A Eletrosul informou que os objetivos da fusão são estritamente de cunho estratégico empresarial e que não identifica possibilidade de prejuízo de qualquer ordem aos trabalhadores da Eletrosul ou da CGTEE, mas que irá providenciar resposta do questionamento. Os sindicatos reforçaram ainda a preocupação com os trabalhadores que se dedicam para garantir a excelência da Eletrosul, reconhecida pela diretoria. Muitos trabalhadores estão fazendo isso às custas de sua saúde mental, constantemente estressados e sofrendo vários tipos de assédio. A redução do quadro de pessoal está impactando os trabalhadores no campo, causando estresse e a falta de informação também faz mal à saúde.

Vereadores da Grande Florianópolis recebem documentos contra privatização da Eletrobras

Na tarde de ontem (19) o Sinergia seguiu com as visitas aos vereadores da Grande Florianópolis. Foram visitadas as Câmaras de São José e Florianópolis, alertando e sensibilizando a classe política sobre o risco da privatização da Eletrobras. Mesmo com a aprovação do projeto na Câmara dos Deputados, o sindicato continuará dialogando e mostrando o absurdo que é o projeto, entregando a preço de banana um dos nossos maiores patrimônios. Pela sequência de tramitação, o projeto deverá ser votado no Senado até o próximo mês. Seguiremos lutando e resistindo até o fim! #mpdoapagão #mp1031não #energianãoémercadoria #salveaenergia