Tag Archives: Celesc

Categoria mais uma vez ajuda na reconstrução de Santa Catarina

Diante de mais uma tragédia climática que atingiu boa parte do estado e que levou pelo menos 30 cidades catarinenses a decretarem situação de emergência, novamente a categoria eletricitária deu seu máximo e atuou bravamente para recompor a energia com a maior agilidade possível.


Nas imagens , feitas por empregados da Celesc, uma camionete da empresa de energia transita em meio ao rio que virou uma das ruas centrais da cidade de Tijucas, na Grande Florianópolis, e na outra, um eletricista caminha em meio a uma estrada que ficou bloqueada por conta dos deslizamentos de terra, na região de São João Batista. São cenas que se repetiram em diversas outras regiões de Santa Catarina. Parabéns, guerreiros!

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1560 de 08 de dezembro de 2022

Encontro internacional da Rede Vida Viva acontece em Florianópolis

Monitores da Rede Vida Viva da África, Ásia, Europa e América do Sul se reuniram entre os dias 2 e 4 de dezembro em Florianópolis para o 15° Encontro Internacional da Rede.


Na pauta do encontro, que acontece anualmente, além das trocas de experiências entre trabalhadores de diversas categorias profissionais, muitos debates sobre a tríade ‘vida, saúde e trabalho’. Foi discutido, por exemplo, como as empresas em todo o mundo vêm construindo na cabeça da classe operária a ideia de que os empregados não são trabalhadores, mas “colaboradores”, um “time”, para que questionem cada vez menos os cortes de direitos no meio laboral. O tema principal do encontro deste ano foi a digitalização do mercado de trabalho e suas consequências para trabalhadores e trabalhadoras nos mais diversos cantos do mundo. De acordo com Mário Jorge Maia, o Marinho, dirigente do Sinergia e empregado aposentado da Celesc, “os mesmos enfrentamentos e tentativas de precarização e cortes de direitos da classe trabalhadora que vêm acontecendo no Brasil também estão acontecendo, um pouco mais adiantado ou com um pouco mais de atraso em outros países do mundo, como pudemos constatar aqui no encontro. É preciso criarmos ferramentas para dialogar e sensibilizar a classe trabalhadora sobre isso e pensar em formas de resistência a essa exploração”.


Este foi o 15° Encontro Internacional da Rede Vida Viva, que marca os 20 anos de existência do coletivo. De Santa Catarina, participaram monitores que atuam na Celesc e na CGT Eletrosul. Além do Encontro Internacional, nos dias 1° e 5 de dezembro ocorreram reuniões entre os participante da plataforma da Rede e os convidados internacionais.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1560 de 08 de dezembro de 2022

Sindicatos da Intercel se reúnem com diretoria da Celesc para debater PLR 2023

Os sindicatos da Intercel enviaram para a Diretoria da Celesc minuta de Acordo da PLR 2023, para que fossem iniciadas as negociações ainda neste ano, de modo que não acumulasse novamente com outras pautas importantes para a categoria. Juntamente com a minuta, foi solicitada uma reunião para debater o assunto, que aconteceu na quarta-feira da semana passada, dia 23.

Na reunião, a Coordenação da Intercel levantou a preocupação com a transição de Diretoria e a necessidade que as negociações acontecessem o quanto antes. Pela proposta apresentada pela Intercel, os principais pontos de mudança, que ainda necessitariam ser levados para apreciação da categoria em assembleias antes – de aprovação ou rejeição -, seriam a linearidade, a parcela lucro e a parcela adicional. Pela Diretoria da empresa, foi respondido que haveria necessidade de debater o assunto com a Diretoria Colegiada, mas que os indicadores do Contrato de Gestão ainda não estariam consolidados para 2023.

Além disso, foi argumentado pela parte patronal que há o entendimento de que as discussões técnicas quanto à proposta apresentada possam acontecer, mas que, em função do período de transição de governo, haveria dificuldades que fossem encerradas até o fim de 2022. Não chegando a um acordo entre as partes, a representante da Diretoria da empresa se comprometeu a pautar o assunto na próxima reunião da Diretoria Executiva e trazer um retorno aos sindicatos da Intercel numa próxima reunião, a ser agendada para os primeiros dias de dezembro.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1559 de 01 de novembro de 2022

Sindicatos da Intercel fazem ato na sede da Celesc contra proposta de aumento dos dividendos

Na quarta-feira da semana passada, dia 23, os sindicatos da Intercel fizeram um ato no hall da Administração Central da Celesc, em Florianópolis, para alertar a categoria sobre a tentativa dos acionistas minoritários em aumentar os seus dividendos para até 50% do lucro líquido, via Conselho de Administração. Os sindicatos da Intercel são contra a mudança, já que para aumentar a distribuição do lucro, a Celesc teria que reduzir o orçamento para investimento, o que vai contra o papel social da empresa pública. Além disso, a necessidade de recursos para investimentos foi um dos argumentos usados pela Diretoria da empresa para não conceder uma série de direitos durante as negociações do Acordo Coletivo 2022/23.

Por fim, o momento político, de transição de governo, não é propício para esse tipo de mudança. Por que fazer essa alteração no apagar das luzes do atual governo e não aguardar para dialogar com o novo acionista majoritário? – que, por sinal, já se manifestou contrário a essa mudança. Novo debate sobre o assunto acontecerá na reunião do Conselho de Administração em 15 de dezembro. A categoria precisa estar unida e vigilante sobre o tema, que pode ser uma tentativa de alterar o caráter público da Celesc, tal como ocorreu na Copel.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1559 de 01 de dezembro de 2022

Celesc – O presidente sumiu?

“O presidente sumiu” – essa frase foi capa do Linha Viva 1535, de 02 de junho de 2022. Ela fazia referência ao fato do presidente da Celesc, Cleicio Poleto Martins, ter cancelado em cima da hora sua participação como palestrante no 11° Congresso dos Empregados da Celesc, ocorrido em Joinville, no final de maio. A frase parece novamente fazer sentido neste fim de mandato do governador Carlos Moisés (Republicanos). Pelos corredores da Administração Central da empresa, a pergunta que mais os empregados têm feito é: “onde está o presidente?”


Questionamentos têm chegado também ao jornal Linha Viva, inclusive de pessoas que compõem o corpo gerencial da empresa. O fato ficou tão gritante, que extrapolou os corredores da Celesc: o jornalista Marcelo Lula, do portal SC em Pauta, registrou em sua coluna de segunda-feira, 21 de novembro, que Cleicio “abandonou o cargo e nem aparece mais para as reuniões”. O jornalista registra ainda que a situação “é lamentável” e que o presidente segue recebendo salário – um alto salário, que seja registrado.


Se não tem mais vontade de estar na Celesc, que saia do cargo. Se está fazendo home office, que seja divulgado e estenda esse direito a todos os trabalhadores. Fica muito ruim para a imagem da empresa sair no noticiário estadual que o presidente segue no cargo “sem trabalhar”.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1558 de 24 de novembro de 2022

Parreira de chuchu: organograma crescerá ao fim do governo?!

Circula em grupos de WhatsApp de empregados da Celesc uma suposta mudança no organograma da empresa, com criação de novas caixinhas ligadas à Presidência da companhia. Ao Linha Viva, foram enviados questionamentos sobre essas possíveis mudanças: “é inaceitável que essas coisas aconteçam ao término do governo”, afirma uma das mensagens.


Outra, mais provocativa, alega que o organograma da Presidência “mais parecerá uma clássica parreira de chuchu”, se concretizada. O que era inicialmente um discurso de austeridade e de redução de cargos na administração pública indireta, com a malfadada reestruturação das agências regionais, tornou-se um emaranhado de novos cargos e caixinhas, que aumentam os custos gerenciáveis e atrasam os avanços na luta pela isonomia de direitos na empresa.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1554 de 27 de outubro de 2022

Intercel recebe denúncias de possível assédio eleitoral

O Linha Viva e a coordenação da Intercel receberam, nos últimos dias, relatos de empregados de determinada Regional da Celesc alegando que estariam sofrendo assédio eleitoral por parte da chefia do Núcleo em que trabalham.


Eles alegam que o gerente Regional estaria “fazendo campanha” a determinado candidato a presidente abertamente dentro da empresa, “pedindo votos e desrespeitando quem tem preferência por outra candidatura”, argumentando que “quem é oposto, nunca vai chegar a cargos de chefia e vai fazer uma limpa quando passar a eleição”, de acordo com uma das mensagens recebidas pelo Linha Viva e pela Intercel. O clima na Regional, segundo os relatos, é de medo, já que “ele tem poder na Celesc e não temos ninguém para conversar”.


Outro empregado alega que este mesmo gerente estaria, inclusive, analisando e fiscalizando as redes sociais pessoais dos trabalhadores, com objetivo de colocá-los no limbo dentro da empresa.


Todo o relato e documentos recebidos foram encaminhados ao Sindicato que representa os trabalhadores da referida Regional. Os dirigentes sindicais afirmaram que estão buscando provas mais robustas e que estão tomando as medidas cabíveis, tanto na Justiça do Trabalho como na Justiça Eleitoral. Apesar de bastante divulgado em quase todos os veículos de comunicação nas últimas semanas, não é demais lembrar que, de acordo com o artigo 14 da Constituição da República Federativa do Brasil, o voto é secreto, pessoal e intransferível: “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos”. Portanto, ainda que determinado/a gerente possa fazer pressão para que o empregado vote em determinada candidatura, ele não conseguirá descobrir, de fato, em quem o trabalhador votou.


Além disso, o assédio ou a coação eleitoral, sobremaneira quando ocorrido dentro do ambiente de trabalho, por uma chefia, é considerado crime, previsto no artigo 301 do Código Eleitoral. O assédio eleitoral tem pena de reclusão de até quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias de multa.


De acordo com o Ministério Público do Trabalho, até quinta-feira da semana passada, dia 20, somente no Sul do Brasil, foram feitas mais de 260 denúncias de assédio ou coação eleitoral contra pelo menos 223 empresas. Esse número vem crescendo dia a dia nesta reta final de campanha. Denúncias contra assédio eleitoral podem ser feitas de forma anônima pelo site do Ministério Público do Trabalho (https://mpt.mp.br/), no site da Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil (https://www.cut. org.br/denuncia/eleitoral) e, ainda, devem ser comunicadas ao sindicato de sua região. Para que a denúncia seja melhor fundamentada, é importante que se tenha provas do fato. Cabe à direção de cada empresa coibir a prática, fomentar canais de denúncia que sejam ágeis e punir, de forma exemplar, aqueles que cometerem o assédio.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1554 de 27 de outubro de 2022

Suspensão da deliberação 089/2022 é uma conquista da união da categoria

Na manhã de terça-feira, 11 de outubro, após forte cobrança de trabalhadores da base aos seus sindicatos, dirigentes
da Intercel organizaram uma mobilização no hall de entrada da Administração Central da Celesc, em Florianópolis. Foram feitos discursos explicando para a categoria que os Sindicatos não são contrários à incorporação da gratificação de gerência, mas que se opõem ao modo como todo o processo foi feito e ao tempo em que foi feito. Foi exposto, por exemplo, que a incorporação da gratificação de gerência poderia ter sido debatida no grupo que será criado nos próximos dias para construir a revisão do PCS. Além disso, que o momento em que a decisão foi tomada, às vésperas de uma eleição estadual, e logo após a conclusão das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho em que a empresa a todo momento dizia precisar de recursos para fazer novos investimentos, é que gerou toda a insatisfação na categoria.


Logo após esses discursos, ficou acordado entre trabalhadores e representantes sindicais que seria formado um grupo
para visitar as salas de cada um dos Diretores da Celesc presentes na sede para informá-los sobre a insatisfação da categoria e para fazer o pedido formal que, na reunião da Diretoria Colegiada que ocorreria na tarde de terça-feira (dia 11) e na manhã de quinta-feira (dia 13), a Deliberação 089/2022, que trata do tema, fosse trazida ao debate e revogada. Um grupo de cerca de cinquenta trabalhadores (dos mais diversos departamentos da Administração Central) e dirigentes sindicais passou em cada uma das salas dos Diretores e fez falas apelando para o bom senso e para a preservação da imagem da Celesc neste momento tão conturbado. Não apenas dirigentes sindicais, mas trabalhadores de diversos setores da empresa pediram esse cuidado por parte dos Diretores para que o tema fosse trazido na reunião da Diretoria Colegiada e para que a Deliberação que trata do assunto fosse revogada.


No início da tarde desta terça-feira, o coordenador da Intercel, Cleber Borges, recebeu uma ligação do Presidente da
companhia, Cleicio Poleto Martins, indicando que o tema estaria na pauta da Diretoria Colegiada no dia 11 e que daria um retorno aos Sindicatos até o fim do dia. Já no início da noite, Cleicio fez uma nova ligação ao coordenador da Intercel, dizendo que estaria “suspensa a aplicação da Deliberação” até que houvesse a negociação com os sindicatos. A informação é uma conquista coletiva da classe trabalhadora que, mais uma vez, unida, mostrou ser forte e disposta a lutar pela manutenção da Celesc Pública, pela qualidade dos serviços e pelo equilíbrio econômico financeiro da empresa.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1552 de 13 de outubro de 2022

CELESC – Unidade e força: Categoria não aceita calada publicação da deliberação 089/2022

Sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores, além de negociar Acordos Coletivos e outros direitos trabalhistas, também representam a categoria nas suas mais diversas necessidades e angústias. Muitas vezes, o/a dirigente sindical expressa através de seu discurso e dos meios de comunicação da entidade sindical, aquilo que os trabalhadores gostariam de falar, mas que, por uma questão de hierarquia, subordinação e por medo de retaliações, acabam não podendo falar.


Nos últimos dias, uma sequência de fatos gerou uma onda de indignação e manifestações dos trabalhadores da Celesc em todo o estado, com inúmeras mensagens direcionadas ao Linha Viva e aos dirigentes sindicais da Intercel. Primeiro, durante as negociações de um Acordo Coletivo de Trabalho bastante atribulado, a empresa a todo momento argumentava haver a necessidade de ter dinheiro em caixa para fazer novos investimentos e para manter o “equilíbrio econômico-financeiro” da Celesc. Com essa argumentação, foram negados diversos direitos à categoria, que vinham sendo reivindicados através das Assembleias Regionais e da Assembleia Estadual, ocorridas durante os meses de julho e agosto. Os sindicatos da Intercel, ainda que divergindo das negativas da Diretoria, ouviram os seus argumentos e os levaram à categoria. A categoria, por sua vez, ponderou que os argumentos da Diretoria poderiam fazer sentido e, mesmo vivendo uma grave crise econômica e social, aceitou a contraproposta da empresa, sem grandes avanços, se considerarmos a expectativa que a categoria tinha para o novo ACT.


Assim, celesquianas e celesquianos, mais uma vez, cortaram na própria carne. Mais uma vez pois outras situações parecidas já aconteceram em anos anteriores. A categoria já deixou de ter reajustes de salários maiores em anos anteriores por respeitar o momento financeiro da empresa.


Diversos empregados aceitaram ter menos direitos que outros que desempenham a mesma função por respeitar o famigerado “equilíbrio econômico-financeiro da empresa”. E, por fim, a categoria já deixou de avançar em direitos por alguns anos seguidos, igualmente cortando da própria carne, para atingir metas de concessão. Desse modo, fica evidente que empregadas e empregados da Celesc sempre tiveram uma postura bastante responsável quando se trata de manter a sustentabilidade econômico-financeira da Celesc.


Feita essa consideração já bastante repetida pelos sindicatos da Intercel em diversas Assembleias e concentrações nas bases, foi com muita estranheza, indignação e revolta que praticamente toda a categoria recebeu, pelos meios de comunicação, a informação de que, no momento imediatamente subsequente ao fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2022/23, a Diretoria da Celesc – que até duas semanas atrás negava direitos “sob pena de comprometer a sustentabilidade econômico-financeira da empresa e pela necessidade urgente de investimentos na rede” -, assinou uma Deliberação que permite a incorporação de gratificação de chefia à remuneração de gerentes nas mais diversas funções dentro da empresa, gerando um alto custo para a companhia.


Veja, cara leitora, caro leitor: para diversos celesquianos, que remeteram mensagens aos seus sindicatos e ao Linha Viva, há uma grande incoerência no fato. Como pode a Diretoria da Celesc, num dia, alegar não ter dinheiro para conceder uma série de direitos aos trabalhadores – a quem, de fato, gera o lucro da empresa, com o suor do seu trabalho diário – e, no dia seguinte, admitir ter recursos suficientes para premiar gerentes com gratificações que terão um impacto milionário à folha de pagamento não apenas a longo prazo, mas também a curto prazo? Os sindicatos da Intercel não são contrários à gratificação gerencial. São contrários, sim, à forma e ao momento como a situação aconteceu.


A incoerência de argumentos foi tanta que gerou indignação até mesmo em alguns gerentes que seriam beneficiados com a decisão da Diretoria. Não concordaram com a postura e se manifestaram contrários ao fato. Além disso, a Deliberação repercutiu na mídia regional e foi tema de matérias de colunistas de grandes veículos de comunicação. Um deles chegou a noticiar, de forma equivocada, que a Celesc concederia abono de permanência “aos empregados, com mais de cinco anos de serviço”, dando a entender que tal abono seria concedido a TODOS os empregados, sem distinção, aumentando o burburinho na sociedade de que empregados da Celesc são seres super privilegiados – o que não é verdade. Não se tem notícia, até o momento, de que a empresa tenha contestado ou enviado pedido de correção ao referido colunista. Diversos empregados se manifestaram aos Sindicatos dizendo que, por uma questão de justiça, a empresa deveria solicitar ao colunista uma correção da nota ou pagar uma nota contestando o fato.


Além dessa questão da gratificação de gerência, outra incoerência apontada pela categoria, também imediatamente posterior às diversas negativas de avanços no ACT por questões “econômico-financeiras”, foi a convocação de uma Assembeia Geral Extraordinária dos Acionistas para aprovação do aumento do percentual de dividendos a ser distribuído aos acionistas até 2027. Ora, novamente questiona-se: não havia necessidade de se manter o “equilíbrio econômico-financeiro da empresa”? Não havia necessidade de mais dinheiro em caixa para que a companhia pudesse fazer investimentos e manter o bom atendimento à sociedade catarinense? Segundo um dos jornalistas que noticiou estes fatos, ao ser questionada, a atual Diretoria teria enviado “uma notinha petulante em tom de ameaça” ao referido comunicador. Aqui, diversos trabalhadores novamente enviaram questionamentos ao Linha Viva, demonstrando indignação com a Diretoria da empresa, indicando que a postura adotada deveria ter sido outra, de forma a proteger a imagem da Celesc e dar uma resposta mais satisfatória ao colunista e, consequentemente, à sociedade catarinense.


Todos esses fatos já seriam relevantes e indignantes por si só em qualquer momento histórico. Mas eles ganham ainda mais relevância e se tornam mais revoltantes quando ocorrem justamente ao apagar das luzes do governo Carlos Moisés, que já ia mal nas pesquisas eleitorais nas últimas semanas e não chegou ao segundo turno das eleições de 2022, demonstrando a reprovação da população catarinense ao atual governante. A revolta da categoria também é grande pelo fato da atual Diretoria da Celesc estar composta, neste momento, por grande número de Diretores “empregados da casa”, funcionários de carreira, concursados da Celesc. Os colegas celesquianos esperavam que os Diretores concursados tivessem essa preocupação e cuidado com a imagem da Celesc justamente num momento em que a pauta das privatizações está em evidência no debate político nacional e local e que se macula a imagem das empresas e serviços públicos por parte considerável da classe política. Este seria, na opinião de diversos colegas em mensagens ao Linha Viva, “o pior momento” para a Celesc estar na mídia por notícias negativas.


A “responsabilidade com a sustentabilidade econômico-financeira” da empresa foi lembrada e respeitada pela maior parte da categoria diversas vezes ao longo dos últimos anos. O que a categoria esperava é que a Diretoria Colegiada tivesse essa mesma lembrança quando assinou a Deliberação 089/2022. Ou será que esse episódio foi apenas mais um passo a fim de cristalizar na opinião pública a suposta existência de marajás na Celesc, favorecendo o discurso privatista?

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1552 de 13 de outubro de 2022

Acusados de assédio serão premiados

Embora seja um assunto amplamente comentado, muitas pessoas desconhecem ou têm uma compreensão parcial ou equivocada sobre o que é assédio moral. Retirar a todo momento a autonomia da trabalhadora ou do trabalhador, ou sempre contestar suas ações e decisões, sobrecarregá-lo(la) com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente competia a ele(a) executar, causando a sensação de inutilidade ou de incompetência, gritar ou falar de forma desrespeitosa, espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito da(o) empregada(o), atribuir apelidos pejorativos, postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais, desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima, retirar cargos e funções sem motivo justo, ou advertir arbitrariamente são algumas das situações relatadas pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores nos locais de trabalho.


Assediar moralmente e expor as pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades, é uma forma de violência que desestabiliza emocional e profissionalmente o indivíduo e pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). A humilhação repetitiva e de longa duração compromete a identidade, a dignidade e as relações afetivas, e sociais, podendo evoluir para a incapacidade de trabalhar, para o desemprego ou mesmo para a morte. Essas condutas são incompatíveis com diversas leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, devem ser combatidas! Esse preâmbulo é para alertarmos sobre o que vem ocorrendo em alguns locais de trabalho na Celesc, já denunciados ao Comitê de Ética, porém, os alertas têm sido ignorados e alguns gerentes continuam a praticá-los, causando transtornos no ambiente de trabalho e prejudicando a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Os casos denunciados não tiveram o tratamento adequado o suficiente para inibirem novos casos?


O comportamento de um gerente de departamento de uma das Diretorias da empresa que tem como Diretor indicado pelo PRE empregado da casa merece atenção, pois o tratamento por ele dispensado aos seus subordinados é agressivo e humilhante, principalmente na presença de outros colegas de trabalho. Várias são as vítimas deste comportamento, que coloca pessoas em situação vexatória e humilhante. Vários episódios têm ocorrido nesse departamento, que resultaram na mudança de vários empregados e de gerentes para outras áreas. São gritos e xingamentos na frente de colegas, já de conhecimento do Diretor da área, que não tomou absolutamente nenhuma ação, fazendo com que empregadas e empregados fiquem abalados psicologicamente e, em alguns casos, tenham que fazer tratamento psicológico.


A denúncia ao Comitê de Ética já foi feita pelo Sinergia. Espera-se que o assunto seja encaminhado para apuração e que essa decisão vergonhosa e eleitoreira da incorporação da gratificação gerencial aos salários não seja aplicada tão imediatamente após diversas negativas nas negociações do ACT e PLR por dificuldades financeiras da empresa – que seja tratada no âmbito correto, que é o GT do PCS – e não um prêmio a quem assedia e adoece a classe trabalhadora.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022