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Entrevista – Marlon Antônio Gasparin, novo coordenador da Intercel

Na quarta-feira da semana passada, ao final do Encontro de Planejamento, a coordenação da Intercel passou do Sintresc para o Stieel. O indicado para ocupar a coordenação pelo próximo ano foi Marlon Antônio Gasparin, 47 anos, Técnico Industrial – Eletrotécnico, na Celesc há 23 anos, lotado na Agência Regional de Chapecó. Marlon também é advogado e é o representante da Intercel no Comitê de Ética da Celesc. Nesta entrevista, ele fala um pouco sobre as expectativas para o próximo Acordo Coletivo de Trabalho e as lutas da categoria. Confira:


LV: Quais lutas a nova coordenação da Intercel vê como prioritárias para a categoria neste próximo ano?


Marlon: Várias lutas são consideradas permanentemente prioritárias, a exemplo da manutenção da Celesc como empresa pública e a garantia de emprego, que são bandeiras permanentes. Entretanto, neste início de ano, em especial, a coordenação vê como prioritárias, também, as questões envolvendo a proposta de implantação de um novo Plano de Saúde, mais barato e acessível a todos os empregados, assim como a conclusão e a aplicação do relatório do GT da isonomia, que poderá conceder aos novos empregados, admitidos após 2016, o anuênio e a gratificação especial de férias. Essas lutas são prioridades não apenas pela sua notória importância, mas também, porque se trata de uma luta iniciada ainda no ano passado, e que a INTERCEL tem o firme propósito de concluir essas negociações antes da data-base, ou seja, antes de iniciarem as negociações do ACT 2023-2024.


LV: De que forma a categoria pode construir junto com os sindicatos e conquistar avanços?


Marlon: Principalmente, participando ativamente da construção das propostas e acompanhando o andamento das negociações. Para isso, é importantíssimo que o trabalhador não perca uma oportunidade de participar das reuniões, concentrações, assembleias, percorridas e caravanas da INTERCEL, pois são oportunidades de conversar diretamente com os dirigentes sindicais, levar propostas, tirar dúvidas, e até mesmo, fazer suas críticas aos dirigentes, norteando as ações da INTERCEL em prol da categoria. Muito importante, também, que os trabalhadores acompanhem, sempre que possível, os informes da INTERCEL nas redes sociais, Jornal Linha Viva e Boletins da INTERCEL, para que fiquem sempre informados e atualizados de tudo o que acontece envolvendo as pautas de interesse dos trabalhadores.


LV: Qual a expectativa para as negociações do ACT deste ano na Celesc?


Marlon: Este é um ano de muitas incertezas, haja vista que estamos diante de um governo novo, presidente novo e diretoria nova, não sendo possível prever, com certeza, como será a postura desta nova diretoria em mesa. Entretanto, a expectativa é de manutenção de todos os direitos já conquistados pela categoria, com avanços em pontos sensíveis do ACT. De outro norte, acaso a postura da nova diretoria seja de intransigência quanto ao pleito dos trabalhadores, é muito importante que a categoria esteja sempre unida, mobilizada e preparada para eventual enfrentamento. Todos sabemos que nenhum dos direitos que os celesquianos possuem veio fácil. Tudo sempre foi conquistado com muita luta e disposição, e é dessa forma que continuaremos avançando em nossas pautas, com a categoria dos eletricitários sempre unida, mobilizada e confiando no trabalho realizado pelos seus representantes e dirigentes sindicais.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1578 de 27 de abril de 2023

Entrevista- Mário Jorge Maia, coordenador do Sinergia no último triênio

No dia 14 de abril, Mário Jorge Maia, o Marinho, entrega a Coordenação do Sinergia a Tiago Vergara, eleito para a função pelos próximos três anos. Na entrevista abaixo, Marinho faz um balanço da sua gestão à frente do Sinergia e deixa um recado a trabalhadoras e trabalhadores que estão ingressando hoje nas empresas de energia.


LV: Qual o balanço desses três anos como Coordenador do Sinergia?


Marinho: A defesa da vida e saúde da classe trabalhadora na pandemia, além da adaptação a novas formas de atuação e ferramentas, mantendo a atuação e comunicação com a base mesmo com exigências do isolamento foram desafiantes. A crise sanitária da Covid-19 exigiu intensificação da atuação dos sindicatos para assegurar direitos e condições de saúde aos trabalhadores. Nossa primeira ação foi negociar com as empresas o direito à vida e à saúde. Como não houve acordo, procuramos assegurar através da Justiça. A primeira constatação foi o papel fundamental do sindicato, já no início da pandemia, para assegurar a adoção do home office aos trabalhadores e o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s, entre outras medidas. Recebemos denúncias de falta de máscaras, álcool e aglomerações. Além do desafio de garantir proteção à saúde dos trabalhadores, o Sinergia se viu obrigado a manter a atuação e comunicação com sua base mesmo com as exigências do isolamento, pois muitos negacionistas não queriam usar máscara ou se vacinar, trazendo conflitos nos locais de trabalho, onde foram orientados a usarem o direito de recusa. O sistema de atuação online foi utilizado para negociações coletivas, algumas vezes de forma híbrida. Assembleias para apresentação de propostas e deliberações, bem como consultas para formação de pautas, votações e reuniões com dirigentes da Celesc foram realizadas nesse formato. A participação dos trabalhadores nas assembleias e votações foi semelhante à participação nas votações presenciais. Após várias negociações com as empresas, os sindicatos celebraram um ACT em que se previa a renovação e manutenção dos direitos sem perdas, direitos e benefícios estipulados no acordo já vigente, preservando, em termos salariais, a reposição inflacionária.


LV: Quais os maiores desafios você acredita que a nova Diretoria do Sindicato enfrentará no próximo período?


Marinho: Os desafios para o Sinergia e sua base estão postos no planejamento da nova gestão, isto é, a luta pelos direitos mais gerais no tocante a direitos sociais, mantendo interação com movimentos sindicais, sociais e populares internacionais, nacionais e municipais. As questões corporativas, como a reestatização da Eletrobras, contra a privatização da Celesc, manutenção dos direitos conquistados e ampliando a busca pela revisão dos PCSs, planos de saúde, isonomia etc.


LV: Com a experiência de quase 50 anos atuando como eletricitário, como empregado da Celesc e dirigente sindical, que mensagem você deixa aos trabalhadores que estão ingressando hoje na categoria?


Marinho: Primeiramente, se reconhecer como trabalhador e saber que temos lado, o lado da classe trabalhadora. Depois, ter unidade para construir com o Sinergia a bandeira da Democracia, do Respeito, da Igualdade e combater as formas de discriminação, lutar coletivamente na busca por uma sociedade mais justa e igualitária, com acesso aos bens públicos com qualidade e mais baratos. Por fim, a necessidade de luta contra a precarização, por dignidade no ambiente de trabalho. É imprescindível que a categoria se filie ao sindicato, para que a gente mantenha essa luta e essa construção de direitos que sempre buscamos e a representatividade que o sindicato tem perante a categoria.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1575 de 06 de abril de 2023

Entrevista – Tiago Vergara, representante da Intersul no CNE, fala sobre a importância da criação da frente parlamentar

Desde o início de 2022, o dirigente do Sinergia Tiago Bitencourt Vergara tem passado mais tempo em Brasília do que na base, junto à categoria, em Florianópolis. Tiago abdicou do convívio com a família para se dedicar quase exclusivamente a representar os sindicatos da Intersul no Coletivo Nacional dos Eletricitários Ele passou por praticamente todos os 513 gabinetes de deputadas e deputados na Câmara Federal buscando apoios, primeiramente contra a privatização e, desde o meio do ano passado, pela reestatização da Eletrobras. A atual legislatura (eleita em outubro de 2022) tomou posse em fevereiro deste ano. Em pouco mais de um mês, Tiago e demais companheiros designados pelos sindicatos de todo o país para atuarem em Brasília, conseguiram articular na Câmara e no Senado Federal a criação da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras. Na entrevista abaixo, ele comenta como foi o trabalho para construção da Frente e qual a importância desse espaço de debate na luta pela retomada da Eletrobras Pública. Confira:


LV: Como se deu o processo de articulação para criação da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras?


Tiago: Desde a campanha presidencial, o Coletivo Nacional dos Eletricitários está em constante diálogo com o governo, com o intuito de levar adiante a luta pela reestatização da Eletrobras. Fomos convidados a participar de um evento no Palácio do Planalto no dia 31 de janeiro, ocasião do lançamento do Conselho de Participação Social pelo presidente Lula e, naquele dia, manifestamos através de nossas bandeiras, a necessidade de reestatizar a Eletrobras. Estavam presentes todos os ministros do governo Lula e então fomos provocados pelo deputado federal Pedro Uczai a criarmos uma Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras. Levamos a demanda para apreciação e deliberação do CNE e resolvemos implantar o plano. A partir daí, conversamos com alguns parlamentares e o deputado Alencar Santana ficou como proponente da Frente. Depois disso, a tarefa principal do CNE foi coletar as assinaturas necessárias para o lançamento da Frente. Nos dividimos no Congresso Nacional e dialogamos com praticamente todos os parlamentares, entre deputados e deputadas federais e senadores e senadoras. Enviamos e-mails para as pessoas parlamentares, fizemos ligações e, no dia 22/03, fizemos o lançamento da Frente na Câmara dos Deputados.


LV: Qual a importância de ter essa Frente criada neste momento?


Tiago: É necessário realizar o debate no Congresso Nacional e a Frente vai cumprir este papel. A MP1031 tramitou em regime de urgência, durante a pandemia, a partir da alteração do regimento da Casa. Naquele momento, não houve a possibilidade de realizarmos debate nem na Câmara dos Deputados, nem no Senado e nem com a sociedade. Desta forma, a Frente cumprirá este papel, onde apontaremos os problemas da privatização e realizaremos propostas de desdobramentos, afim de apurar as responsabilidades e encaminhar o processo de reversão deste crime que foi cometido contra o povo brasileiro.


LV: Quais os próximos passos, a partir da criação da Frente, no processo de reestatização da Eletrobras?


Tiago: Com a Frente criada, vamos propor várias atividades, dentre elas, uma plenária nacional de mobilização das lideranças dos partidos, dos movimentos sociais, do movimento sindical, para que possamos ampliar o debate na socieade. A Frente também contará com coordenações regionais, por estados, também com o intuito de capilarizar o debate da reestatização da Eletrobras. A Frente também institucionaliza o processo de reestatização. Todas as articulações políticas deste processo inédito no Brasil, serão realizadas através da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1574 de 30 de março de 2023