Embora seja um assunto amplamente comentado, muitas pessoas desconhecem ou têm uma compreensão parcial ou equivocada sobre o que é assédio moral. Retirar a todo momento a autonomia da trabalhadora ou do trabalhador, ou sempre contestar suas ações e decisões, sobrecarregá-lo(la) com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente competia a ele(a) executar, causando a sensação de inutilidade ou de incompetência, gritar ou falar de forma desrespeitosa, espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito da(o) empregada(o), atribuir apelidos pejorativos, postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais, desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima, retirar cargos e funções sem motivo justo, ou advertir arbitrariamente são algumas das situações relatadas pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores nos locais de trabalho.
Assediar moralmente e expor as pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades, é uma forma de violência que desestabiliza emocional e profissionalmente o indivíduo e pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). A humilhação repetitiva e de longa duração compromete a identidade, a dignidade e as relações afetivas, e sociais, podendo evoluir para a incapacidade de trabalhar, para o desemprego ou mesmo para a morte. Essas condutas são incompatíveis com diversas leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, devem ser combatidas! Esse preâmbulo é para alertarmos sobre o que vem ocorrendo em alguns locais de trabalho na Celesc, já denunciados ao Comitê de Ética, porém, os alertas têm sido ignorados e alguns gerentes continuam a praticá-los, causando transtornos no ambiente de trabalho e prejudicando a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Os casos denunciados não tiveram o tratamento adequado o suficiente para inibirem novos casos?
O comportamento de um gerente de departamento de uma das Diretorias da empresa que tem como Diretor indicado pelo PRE empregado da casa merece atenção, pois o tratamento por ele dispensado aos seus subordinados é agressivo e humilhante, principalmente na presença de outros colegas de trabalho. Várias são as vítimas deste comportamento, que coloca pessoas em situação vexatória e humilhante. Vários episódios têm ocorrido nesse departamento, que resultaram na mudança de vários empregados e de gerentes para outras áreas. São gritos e xingamentos na frente de colegas, já de conhecimento do Diretor da área, que não tomou absolutamente nenhuma ação, fazendo com que empregadas e empregados fiquem abalados psicologicamente e, em alguns casos, tenham que fazer tratamento psicológico.
A denúncia ao Comitê de Ética já foi feita pelo Sinergia. Espera-se que o assunto seja encaminhado para apuração e que essa decisão vergonhosa e eleitoreira da incorporação da gratificação gerencial aos salários não seja aplicada tão imediatamente após diversas negativas nas negociações do ACT e PLR por dificuldades financeiras da empresa – que seja tratada no âmbito correto, que é o GT do PCS – e não um prêmio a quem assedia e adoece a classe trabalhadora.
Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022