Author Archives: admin

Eleições para o Conselho Deliberativo da Celos acontecerão no dia 21 de setembro

As eleições para o Conselho Deliberativo da Celos serão realizadas no dia 21 de setembro.
A Intercel apoia as chapas 1 e 2 (João e Alei, Geraldo e Paulo). A campanha iniciou nesta segunda-feira e os candidatos estão percorrendo os postos de trabalho da Celesc pelo estado.


Participe das conversas e dê seu voto de confiança nas chapas 1 e 2!

Portal Desacato oferece Seminário de Comunicação Antifascista

O avanço do fascismo e do nazismo no mundo e, especialmente no Brasil, não é algo que possa ser tratado com desinteresse e desdém. Em estados da federação brasileira como Santa Catarina, tal qual nos ensinou a falecida pesquisadora Adriana Dias, a presença do fascismo e do nazismo é muito expressiva. Como também nos descreve o livro dos 100 anos do Partido Comunista essa história tem pilares que vêm de longe. Esses pilares, diferentemente do que acontece em outros estados, se mantiveram estáveis e consistentes durante um século e estão ativos e enraizados contaminando diversos setores da sociedade.

Considerando a força e capilaridade que o avanço do fascismo tem tido em áreas multiplicadoras de massa como as redes digitais, assim como em algumas rádios de grande potência no país, o Portal Desacato e a Cooperativa Comunicacional Sul assumiram o desafio de discutir esse assunto no 1º Seminário de Comunicação Antifascista. Cabe também destacar que para a linha editorial não tem como separar este debate de outros vinculados aos interesses do capital e do próprio imperialismo e seus sócios locais.

O painel de debatedores e debatedoras desse primeiro seminário é altamente representativo e conhecedor do assunto. O compromisso assumido pelo veículo e a cooperativa tem no seminário apenas o ponto de partida e busca estimular foros diversos de discussão para 2024. Existe a compreensão de que o fenômeno fascista precisa do antídoto de uma comunicação informativa, educativa, formadora e transformadora capaz de atacar de forma certeira o monstro fascista que nos assola.

Na programação a seguir tem destaques nacionais e locais do jornalismo, dos parlamentos nacional, estadual e municipal e da classe trabalhadora. Aberto ao público em geral de forma gratuita e presencial, o Portal Desacato espera aglutinar a presença de intelectuais, militantes, trabalhadores/as, estudantes e coletivos de base:

Texto: Redação do Portal Desacato

Wilson Pinto não aguenta pressão de 3G de Lemann e pede para sair da Eletrobras

Quando Wilson Pinto Jr voltou para a Eletrobras depois de privatizada, certamente sonhou executar tudo aquilo que planejou enquanto foi operador da privatização na cadeira de Presidente da empresa no governo Temer e nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.


Na primeira saída para a BR Distribuidora (hoje Vibra), Wilson Pinto Jr saiu resignado, descrente que a privatização ocorreria por conta de resistências políticas. Estava errado. Ainda no primeiro trimestre de 2021, no auge da pandemia, quando morriam até 5 mil brasileiros e brasileiras por dia, Bolsonaro mancomunado com Guedes, Bento, 3G de Lemann, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, editou a famigerada MP 1031/2021 que tramitou em rito sumário e foi aprovada no Congresso Nacional sem o devido debate e eivado de questionamentos sobre a votação eletrônica na Câmara e a sessão do relatório sem relatório no Senado. Da sanção presidencial, em julho de 2021, até a execução da privatização, junho de 2022, passaram-se 11 meses.


Efetivada a privatização, a 3G de Lemann cuidou de montar o conselho de administração da Eletrobras. Liderados por Pedro Batista (preposto da 3G de Lemann) e com a anuência do governo Bolsonaro, estabeleceram uma chapa que envolvia Marisete Dadald (MME), Marcelo Siqueira (Ministério da Economia), Ivan Monteiro (Ex Petrobras e BB), Felipe Vilela Dias (Ex Squadra, bajulador de Pedro Batista), Vicente Falconi (Ex AmBev e 3G) e dois conselheiros indicados por Juca Abdalla (Banco Clássico) e Lírio Parisotto (LPar).


O Conselho da Eletrobras era uma verdadeira ação entre amigos comandada pela 3G de Lemann, um acionista com poder de voto irrelevante (0,05%) nas assembleias, mas que contou com a negociata do governo Bolsonaro que executou o auto boicote do poder de voto da União que, mesmo detendo ainda 43% das ações ordinárias da Eletrobras só poderia votar com 10%.


Com o Conselho montado a gosto de Pedro Batista e Jorge Paulo Lemann, era preciso montar a diretoria executiva da Eletrobras. Foi aí que Batista e Ivan Monteiro montaram o que eles mesmos chamaram de “operação sequestro” de Wilson Pinto Jr da BR Distribuidora (Vibra). Wilson passou anos presidindo a Eletrobras por dentro, era visto pelo 3G de Lemann como o nome ideal para executar uma grande reestruturação que poderia dar a cara que eles queriam para a Eletrobras privada. Rodrigo Limp que presidiu a Eletrobras durante todo o processo de Privatização, ganharia uma vice presidência e continuaria na estrutura.


Wilson Pinto Jr quando voltou à Eletrobras um ano e meio depois de sair, sonhava em terminar o projeto que começou em 2016, mas um desalinhamento de expectativas gigante se sucedeu.


O primeiro grande desafio foi a derrota de Bolsonaro. Com a eleição de Lula, as duras críticas do presidente e a tentativa de retomada do poder de voto com a ADI 7385 no STF, os planos de Wilson iam sendo frustrados. Além disso, com os reservatórios cheios, a perspectiva de entregar resultados mais rapidamente por conta da descotização das usinas não se concretizou.


No dia seguinte da saída de Pinto Jr, o maior indício nos bastidores da Eletrobras é que ocorreu um conflito generalizado com o Conselho de Administração. Wilson era contra o tempo das mudanças propostas pelos conselheiros. Chegou a dizer que com o quantitativo de pessoal que queriam impor, a Eletrobras não conseguiria rodar. Por diversas vezes pediu que confiassem nele porque conhecia a empresa e o setor. De outro lado o conselho só reclamava e chegou a ameaçar por mais de uma vez trocar Wilson pelo vice presidente Élio Wolf.


Se a relação de Wilson com o Conselho estava estremecida, com a diretoria executiva não foi diferente. Wilson trouxe o VP de Comercialização que na primeira denúncia de corrupção na Delta (antiga empresa do VP) foi limado pelo Conselho de Administração. Além disso, Wilson não conseguiu emplacar nomes que desejava para outra vice presidência e quando voltou para a Eletrobras um ano e meio depois, encontrou outros vice presidentes empoderados. O trio Camila Gualda, Elvira Presta e Rodrigo Limp ganhou força por ter executado o front da privatização.


Apesar de hierarquicamente Wilson estar acima deles, era como se suas vice presidências tivessem vida própria e trânsito direto com os conselheiros da 3G de Lemann. Alguns exemplos corroboram com essa análise, como o cronograma dos desligamentos do PDC e o processo de reestruturação da Eletrobras na ANEEL.


Wilson também sempre questionou a forma como os acionistas se relacionaram com sindicatos e Governo. Vale lembrar que o Governo fez dois pedidos à Eletrobras, ambos relativos à suspensão de desligamentos, ambos sem qualquer resposta pela Eletrobras da 3G. Pelo tempo que passou na Eletrobras, e por ser um homem do setor, preferia um tom mais conciliatório.


Por fim, com as notificações que a Eletrobras passou a receber do TCU, ANEEL e do Governo, através do Ministério de Minas e Energia, as desavenças entre Wilson e o Conselho aumentavam. Tudo leva a crer que ele esperou para divulgar o resultado de lucro de R$ 1,6 bi do 2º trimestre para tentar sair por cima. Mas a verdade é que sentiu o gosto amargo da teoria dos oceanos “sempre vai existir um peixe maior que você”.


Wilson Pinto Jr que era tido como algoz dos trabalhadores, do movimento sindical, pela passada anterior na empresa e pela forma como conduziu outras empresas do setor, ao retornar para a Eletrobras encontrou uma forma de gestão baseada única e exclusivamente em números de resultados com vistas à remuneração dos acionistas.


A Eletrobras baseada em prestar um bom serviço a sociedade, com estrutura nas pontas, foco no negócio não existia mais. Parece que nem ele aguentou a pressão e a desorganização que virou a Eletrobras sob a batuta dos conselheiros da 3G de Lemann. Wilson sai da Eletrobras antes de responder aos órgãos de fiscalização e controle que começam a interpelar a empresa sobre o aumento de acidentes de trabalho, descumprimento de normas regulamentadoras de segurança, falta ou diminuição em manutenção programada nas empresas por falta de contingente técnico.


As mudanças na diretoria e no conselho da Eletrobras demonstram o que é a forma 3G de gestão, e, que, essa gestão não se aplica ao tipo de negócio pelo qual, infelizmente, estão responsáveis. Esse total desalinhamento, essas divergências abissais reforçam tudo o que nós, do Coletivo Nacional dos Eletricitários sempre denunciamos. Um setor estratégico, de prestação de serviço essencial, deve ter o controle do Estado.


Essa Corporation de faz de conta, comandada por quem já trouxe um prejuízo ao Brasil – vejam o caso das Americanas, pode quebrar a Eletrobras e apagar o Brasil. Nunca será por falta de aviso.


Agora, para sobreviver, a turma do 3G de Lemann coloca Ivan Monteiro como CEO da empresa e traz Vicente Falconi para a presidência do Conselho e Felipe Vilela Dias para a vice presidência. Um jogo de cartas marcadas que só reforça o poder de mando e desmando de Pedro Batista e da 3G de Lemann na Eletrobras. Neste jogo de dados viciados, cogitam agora a volta de Fernando Coelho Filho para o MME. O deputado foi precursor da privatização.


Sabemos o quanto será desafiador enfrentar essa gente, mas não vamos recuar. Nesse momento é importante que o governo intensifique os trabalhos para retomar o poder de voto na Eletrobras para que não passemos por aumentos abusivos na conta de luz e riscos de desabastecimento de energia no Brasil. Não existe acordo possível com quem não pensa no País.


No EletrobrasDay viraram a chave pro lado errado. Nós seguimos na luta e não vamos desistir até a vitória.

Eletricitários lançam em Brasília campanha pela aposentadoria especial

Foi lançada no dia 9 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários. O ato foi realizado em conjunto com o relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social.


Na ocasião, a Confederação Nacional dos Urbanitários lançou o vídeo institucional que pretende sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial à grande parte dos eletricitários que trabalham expostos ao agente perigoso eletricidade.


A Intersul e a Intercel estão articulando junto a outros sindicatos do Coletivo Nacional dos Eletricitários para que a proposta avance entre a classe política. Você confere o vídeo da Campanha na página da Intercel no instagram: www.instagram.com/intercel.sc

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Intercel e Celesc assinam Acordo de PLR 2023 e carta compromisso em relação ao novo plano de saúde

No dia 4 de agosto, os Sindicatos da Intercel, o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, e outros membros da Diretoria da Celesc se reuniram na sede da Regional da empresa em Itajaí. O objetivo do encontro era assinar o Acordo de PLR 2023 e a carta compromisso para criação do novo Plano de Saúde, que foram aprovadas pela categoria na Assembleia Estadual dos Empregados da Celesc do dia 29 de julho, em Pomerode.


Além disso, os Sindicatos da Intercel entregaram ao presidente a Pauta de Reivindicações da categoria para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2024, que foi construída a partir das Assembleias Regionais e foi unificada na Assembleia de Pomerode.


Os Sindicatos reforçaram a Tarcísio a expectativa de celesquianas e celesquianos para a construção de um bom Acordo Coletivo de Trabalho, que respeite as conquistas históricas – como a garantia de emprego – e reconheça as premiações e os bons índices da empresa construídos por seus trabalhadores nos últimos anos. A primeira rodada de negociação deve ocorrer na última semana de agosto. É importante que a categoria permaneça mobilizada e atenta às convocações dos Sindicatos para Assembleias e outras mobilizações em defesa do Acordo Coletivo.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Empregado da Celesc morre em acidente de trabalho na serra

O trabalhador da Celesc André Luiz Correa, de 24 anos, faleceu na terça-feira da semana passada, dia 8, enquanto atuava na rede na região de Lages. André trabalhava na empresa desde o início do ano 2022 e era muito querido pelos colegas. Numa das últimas fotos postadas em suas redes sociais, ele vestia a camisa do STIEEL, Sindicato que representa a categoria na região de Lages. A Intercel se solidariza com amigos, familiares e colegas e acompanhará as investigações sobre as motivações da morte de André.

Sua energia permanecerá em nossa memória.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

MPF concorda com Intercel em ação contra alteração do estatuto da Celos

Em 2021, os Sindicatos que compõem a Intercel e a Associação dos Aposentados e Pensionistas da Celesc (APCelesc) ingressaram com Ação Civil Pública contra a aplicação na Celos de resolução do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) que obrigaria a adoção do voto de qualidade nos Conselhos Deliberativos das Fundações. Entre outras coisas, a CNPC 35 orientava que, em caso de empate em votações do órgão colegiado, o Presidente do Conselho daria o “voto de minerva”, desempatando as votações. Na Celos, os participantes têm direito a escolher, através do voto direto, 3 membros do Conselho Deliberativo, enquanto a Patrocinadora indica o mesmo número de representantes, sendo o Presidente do Conselho um dos indicados por ela. O Estatuto Social da Celos determina um quórum qualificado para aprovações de determinadas matérias no Conselho, ou seja, para que os temas sejam deliberados é necessária aprovação de 2/3 dos Conselheiros (4 votos). Considerando que há paridade entre a representação eleita pelos trabalhadores e a representação indicada pela Patrocinadora, existe um equilíbrio que resguarda os direitos dos participantes.


A instituição do voto de qualidade, conforme determina a CNPC 35, daria plenos poderes à representação indicada pela patrocinadora, deixando os participantes à mercê de decisões que poderiam atentar contra seus direitos. O tema passou por diversas vezes no Conselho Deliberativo da Celos, onde os representantes eleitos pelos trabalhadores se posicionaram contrários à alteração do Estatuto, resguardando os interesses da categoria. Com o avanço da proposta, as entidades ingressaram com Ação Civil Pública para impedir a alteração do Estatuto da Celos e manter o equilíbrio de forças dentro do Conselho Deliberativo. Em primeira instância, a 4.ª Turma do Tribunal Regional Federal negou liminarmente o pedido, encaminhando para manifestação da Procuradoria Regional da República do Ministério Público Federal. Em parecer, o Procurador Fábio Nesi Venzon orienta o TRF a alterar seu entendimento, corroborando com a defesa que a Intercel e a APCelesc fazem dos participantes: “a reforma da sentença é medida que se impõe, de modo que seja julgada procedente a presente ação, para determinar que a ré PREVIC se abstenha de exigir da CELOS a alteração dos artigos 31, §2º, e 63, do seu Estatuto (versão 7), bem como que a requerida CELOS não promova a alteração das referidas regras estatutárias com fundamento na aludida imposição da PREVIC”, afirma na decisão.


De acordo com o Procurador, a imposição do voto de qualidade causaria “um franco desequilíbrio, com predomínio absoluto da vontade dos representantes do patrocinador”, salientando que a Celos “gere recursos de milhares de pessoas, os quais servirão de amparo para a concessão de futuros benefícios previdenciários, sendo estes considerados direitos sociais fundamentais nos termos da Constituição Federal. Portanto, de todo adequado para resguardar os interesses dos envolvidos (notadamente diante da paridade entre patrocinador e participantes/assistidos) que, para mudanças estatutárias e outras questões pontuais consideradas de maior relevo (sanções disciplinares), seja previsto um quórum de maioria qualificada para decisão dos correspondentes conselhos deliberativos”.


A manifestação da Procuradoria Regional da República reforça o entendimento da Intercel e da APCelesc de que é necessário o equilíbrio dentro do Conselho Deliberativo para que os participantes não sofram com decisões unilaterais da patrocinadora, que podem pôr em risco os benefícios de saúde e previdência, que foram conquistados através de muita luta do trabalhadores.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Participantes elegerão representantes no conselho deliberativo da Celos

Eleger representações é uma forma de fazer com que os anseios da categoria sejam respeitados. Na Celos, o direito de eleger, entre os participantes, representantes para as Diretorias e para os Conselhos é uma conquista histórica que remonta ao princípio de gestão participativa. Criada na década de 70, a Celos nasceu da necessidadede garantir benefícios de saúde e previdência aos trabalhadores da Celesc e a seus familiares. Entretanto, para não ficar à mercê das decisões dos membros indicados pela Celesc, os trabalhadores iniciaram uma luta ferrenha para, através de voto direto, indicar seus representantes e ter voz ativa na gestão da Fundação. Apenas em 2002 a categoria conquistou o direito de votação pleno, com a eleição das diretorias Administrativo Financeira e de Seguridade, além de membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, construindo uma história de autogestão de sucesso.


Em setembro, os participantes inscritos nos Planos Previdenciários terão o direito de eleger duas vagas no Conselho Deliberativo da Celos, órgão que determina os rumos da Fundação. Composto por 3 membros indicados pela Diretoria da Celesc e por 3 membros eleitos pelos participantes, com seus respectivos suplentes, o Conselho direciona a gestão da empresa e, consequentemente, os benefícios conquistados pelos trabalhadores. Por isso, é fundamental que a categoria tenha em mente que a eleição para o Conselho Deliberativo é uma eleição pela manutenção dos direitos dos trabalhadores e pela manutenção da Celesc Pública. A campanha se inicia na próxima segunda-feira, dia 21, e se estende até o dia 20 de setembro, véspera da eleição, que acontecerá de forma virtual, no dia 21 de setembro.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Mobilização da categoria reabre diálogo com direção da Eletrobras

Nos primeiros dias de agosto, em decorrência do movimento grevista, inicialmente previsto para os dias 9, 10 e 11, ocorreram reuniões entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Direção da Eletrobras, no sentido de discutir e encaminhar os pontos relativos aos descumprimentos do Acordo Coletivo de Trabalho e outros.


Após receber da Eletrobras uma proposta com alguns itens, o CNE externou que, apesar de valorizar a abertura do diálogo, diversos itens ficaram sem resposta na proposta apresentada e não atendem às expectativas de trabalhadoras e trabalhadores, sendo necessário o estabelecimento de um canal de negociação para objetivar o cumprimento dos itens do ACT.


A empresa atendeu o pedido, marcando uma reunião de negociação para o dia 22 de agosto, em Brasília. Com o canal de negociação aberto, o CNE promoveu assembleias com a categoria, em que ficou definida a suspensão do movimento grevista, mantendo o estado de greve e as assembleias permanentes.


O CNE e a Intersul ressaltam que a abertura desse canal de negociação só foi possível a partir da mobilização da categoria e de sua capacidade de luta.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1585 de 03 de agosto de 2023

Privatização da Eletrobras e demissões apagaram o Brasil

O dia 15 de agosto estava marcado no calendário da Eletrobras como mais um ‘Eletrobras Day’, momento em que a alta direção mostra os feitos e planos para a empresa. A agenda deu lugar ao apagão que atingiu o Brasil (exceto Roraima, que não se encontra no Sistema Interligado Nacional). O ‘Eletrobras Day’ teve de ser remarcado, pois faltou luz. São os efeitos perversos da privatização da empresa, alertados pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários e ignorados por quem atuou para privatizar a maior empresa do Sistema Elétrico da América Latina, responsável por 25% da geração e 40% da transmissão.


A identificação das causas do apagão anunciado demorou mais devido à falta de quadro técnico experiente e capacitado, alvo dos desligamentos desenfreados por parte da Eletrobras. A própria empresa afirmou que, quando ocorreram os atos de vandalismo em torres de transmissão, teve que retardar a saída de quadros técnicos experientes para lidar com a situação. Apesar de reconhecer a fragilidade, falou mais alto o discurso de redução de despesas com pessoal.


Tragédia anunciada: diversos foram os alertas do CNE, que incluíram pedidos de suspensão dos desligamentos na empresa. Ainda em dezembro/22, mesmo sendo um governo de transição, foi solicitada a suspensão dos desligamentos para a Eletrobras privada – pedido ignorado solenemente. Mais uma vez o CNE alertou diversas instâncias do Governo, tanto da falta de quadros técnicos, quanto de descumprimentos de normativas de segurança Brasil afora. O MME solicitou à Eletrobras, em 20 de julho, que avaliasse a suspensão dos desligamentos, preocupado com o sistema elétrico brasileiro devido à saída de profissionais altamente qualificados e os reflexos para a prestação de serviços, até o momento sem resposta.


Não se trata apenas da falta de quadros técnicos no Sistema Eletrobras, há também o reflexo da gestão do medo na atuação destes profissionais. A Eletrobrasilidade da Eletrobras de Lemann tem por base sobrecarregar o quadro técnico, descumprir normas de segurança, aumentar acidentes de trabalho, diminuir salários e benefícios – enquanto aumentam suas próprias remunerações em 3.000%, e a consequência é o adoecimento do quadro técnico. A saída do presidente Wilson Pinto Jr. é outro capítulo nessa história. “Sequestrado” da Vibra após a privatização da Eletrobras pelo grupo 3G, ele renunciou nessa semana. Assume em seu lugar Ivan Monteiro, o articulador do grande acordo da 3G, segundo reportagem da Folha de SP. É sabido que havia desgaste entre o ex-presidente e o Conselho de Administração, mas a saída de Pinto levanta uma lebre: ganhou o mercado financeiro? Apesar de controverso, Pinto conhece o setor elétrico. O novo presidente entende de cifras. A política de gestão baseada em cifras escancarou a fraude das Americanas. Será esse o futuro da Eletrobras? A reestatização de empresas de energia mundo afora dá o tom que o Brasil deve seguir: empresas de prestação de serviço essencial devem ser valorizadas e estatais. Reestatização, já!

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1585 de 03 de agosto de 2023