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Abertas as inscrições para o concurso Foto Grafando a Trabalhadora e o Trabalhador

Estão abertas as inscrições para o concurso Foto Grafando a Trabalhadora e o Trabalhador.  

Qual o objetivo?  O objetivo do concurso é estimular a arte de fotografar, propiciando às pessoas participantes uma reflexão sobre as várias faces do trabalho, apresentando uma visão do cotidiano das trabalhadoras e trabalhadores. 

Qual o tema? Trabalhadoras e trabalhadores, desenvolvendo seu trabalho, seja ele na rua, nas empresas ou em qualquer situação que revele a força do trabalho em nosso cotidiano.

Quem pode se inscrever? Eletricitárias e eletricitários, próprios, terceiros e aposentados (Celesc, CGTEletrosul, Engie, Cerej, CSC, Statkraft, AXS, São Sebastião, Foz de Chapecó e funcionárias, funcionários e estagiárias do Sinergia, extensivo a familiares (cônjuges e filhos, exclusivamente).

Parte das fotos selecionadas farão parte do calendário 2024 do Sinergia.

Inscrições até 25 de outubro de 2023.

Baixe o regulamento clicando aqui.

Sinergia promove 24ª edição do Projeto Meia Hora

O Sinergia promoveu entre os dias 16 e 18 de agosto a 24ª edição do Projeto Meia Hora. Nesta edição, as apresentações de dança e aula de música foram realizadas nas sedes da Celesc e CGT Eletrosul e também na ARFLO. Foram parceiras a escola de dança Garagem da Dança e Luciana Corrêa Professora de Canto.


De acordo com Caroline Borba, diretora de Cultura do Sinergia, o objetivo do Projeto é levar arte e cultura aos postos de trabalho: “O Meia Hora existe desde a década de 90 e ficou suspenso por alguns anos por conta da pandemia. Nossa ideia agora é fazer uma avaliação dessa retomada, aprimorar e ajustar alguns pontos e estabelecer uma periodicidade de apresentações não apenas na Celesc e CGT Eletrosul, mas também em outras empresas”.


Júlia Souza, trabalhadora do Sinergia, relata que o Sinergia sempre foi pioneiro na questão cultural na Grande Florianópolis: “Esse é um Sindicato que pensa a vida do trabalhador como um todo, não apenas na questão de salário e direitos laborais, mas também na necessidade do trabalhador e da trabalhadora terem acesso à arte, cultura”.


Além do Projeto Meia Hora, o Sinergia também tem outras ações culturais, como o Concurso Literário Conto & Poesia, oficinas de artes e parcerias com diversas instituições culturais (como cinemas e escolas de cerâmica) para pessoas sindicalizadas. Para conhecer melhor todos os projetos, acesse: www.sinergia.org.br .

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Coletivo Nacional dos Eletricitários se reúne com novo presidente da Eletrobras

Representantes da categoria eletricitária estiveram reunidos, na segunda-feira, dia 28, com o novo presidente da Eletrobras, Ivan de Souza Monteiro. Foi uma reunião de apresentação, na qual o presidente da empresa se mostrou aberto ao diálogo e afirmou ntransparência nas ações da companhia. O encontro ocorreu na sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro. Os eletricitários, representados pelos presidentes da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tarso; da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE), Raimundo Lucena; da Federação Regional dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE), Esteliano Neto; e por coordenadores do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Nailor Gato (vice-presidente da FNU), Júlia Margarida, Fabíola Antezana, Cecy Marimon (pela Intersul/Sinergia) e Emanoel Mendes; relataram ao presidente a atual situação vivida por trabalhadores, que estão submetidos à retirada de direitos e ao grande número de demissões, propondo que a empresa suspenda de imediato todas as demissões.


Paulo de Tarso, da CNU, explicou que o quadro profissional da empresa já está bastante reduzido e é arriscado acontecer mais apagões no País, justamente devido à falta de técnicos capacitados e experientes.


Ivan Monteiro se comprometeu em proporcionar treinamento aos novos empregados e agendou uma próxima reunião com os dirigentes para 28 de setembro, assim como prometeu a reabertura dos trabalhos das comissões temáticas.


No dia 22 de agosto, o Conselho de Administração da Eletrobras confirmou a eleição de Ivan de Souza Monteiro para o cargo de presidente da companhia. Ele ocupará a função de CEO até 1º de maio de 2025 em substituição a Wilson Ferreira Jr, que assumiu em maio de 2023 e deixou o posto em 14 de agosto. Até então, Ivan ocupava a presidência do Conselho de Administração da Eletrobras. Também já foi CEO da Petrobras e vice-presidente do Banco do Brasil.


Texto: reprodução FNU

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Eleições da Celos: Chapas 1 e 2 percorrem o estado pedindo o voto e dialogando com a categoria

As duas chapas apoiadas pelos Sindicatos da Intercel que concorrem ao Conselho Deliberativo da Celos estão percorrendo os postos de trabalho da Celesc em todo o estado. As chapas 1 (João Roberto Maciel e Alei Machado) e 2 (Geraldo Prus e Paulo Oliveira) têm como propostas a defesa intransigente da manutenção da Celesc Pública, o equilíbrio na representação dos participantes, a segurança nos investimentos e aplicações, a manutenção de conquistas e cobranças de melhorias no Plano de Saúde, além da sustentabilidade e modernização nos Planos Previdenciários. A campanha inciou no dia 21 de agosto e as eleições ocorrerão de forma 100% on line, no dia 21 de setembro. Nessas primeiras duas semanas de campanha, os candidatos apoiados pela Intercel já visitaram as Regionais da Celesc em São Miguel do Oeste, Chapecó, Videira, Joaçaba, Lages, Criciúma e Tubarão. Hoje e amanhã as chapas visitarão os trabalhadores da Celos em Florianópolis. Na próxima semana, eles visitarão trabalhadores da Administração Central da Celesc e terão reuniões com aposentados em Tijucas, Tubarão e Blumenau.


A decisão da Intercel de apoiar chapas para o Conselho Deliberativo da Celos é fruto de deliberação dos delegados que participam dos Congressos dos Empregados da Celesc, após votação. O último Congresso onde foi reafirmada essa decisão ocorreu em maio de 2022, em Joinville, com a participação de 300 empregados de todo o estado. A Intercel reforça o pedido de voto nas chapas 1 e 2 e lembra a categoria da importância do fortalecimento da Celos com representantes que, de fato, lutem pelos direitos de trabalhadores da ativa e aposentados.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Segue a expectativa pelo início das negociações do acordo coletivo de trabalho na Celesc

A Intercel tem por hábito, todos os anos, fazer o planejamento da campanha database da Celesc entre os meses de abril e maio. O cronograma é seguido à risca, desde a data do planejamento até a data prevista para a greve (caso as expectativas da categoria sejam frustradas), passando pelas Assembleias Regionais e Estadual e pela confecção das cartilhas da Pré-Pauta e da Pauta Final.


Para 2023, assim como em 2022, as negociações estavam previstas para iniciar entre os dias 24 e 25 de agosto. Essa data foi afiançada entre Intercel e representantes da direção da Celesc (inclusive o presidente, Tarcísio Rosa), durante a entrega da Pauta de Reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho, na primeira semana de agosto, na Regional de Itajaí.


Ocorre que, em total desacordo com aquilo que havia sido combinado, a diretoria da empresa resolveu “inovar” este ano. Além de não cumprir a data de início das rodadas de negociação, adiando em uma semana o início das reuniões, ainda resolveu fazer uma cerimônia de abertura do Acordo Coletivo com um “café” (pasmem, um café!) junto aos sindicatos diferenciados, que não fazem parte da Intercel.


É sabido até pelo Papa que a Intercel não senta na mesa para negociar ou “tomar café” com os sindicatos diferenciados. A Intercel não se junta a sindicatos que não compreendem que a luta pela manutenção da CELESC PÚBLICA é fundamental para a garantia de empregos e direitos da categoria. Além disso, Sindicatos da Intercel e sindicatos diferenciados nunca tiveram uma pauta única.


A Intercel também estranhou o fato do convite para o tal “café” conter um item chamado “definição de premissas”. Ora, quem vai definir essas premissas, será a própria diretoria?! A Carta Circular – coisa inédita na história da Celesc sobre processo negocial – que convidava a Intercel, também informava que seriam “estabelecidas diretrizes” nessa reunião inaugural. A Intercel compreendeu o argumento não como uma “reunião inaugural”, mas um “pacto” que estabelecerá/direcionará todo o processo negocial, o que a entidade não admite.


Desse modo, ainda na reunião com o presidente sobre segurança, na semana passada, a Intercel pediu a Tarcísio o agendamento da primeira reunião de negociação impreterivelmente para esta sexta-feira, dia 1°. Os sindicatos esperam que a empresa apresente a agenda de negociações nessa data e não apareça com novas surpresas. A categoria precisa permanecer mobilizada e pronta para responder à altura, caso a empresa busque protelar o início do processo negocial.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Sindicatos da Intercel e Celesc debatem segurança na empresa

Na quinta-feira da semana passada, dia 24, Sindicatos da Intercel e representantes da Celesc se reuniram para debater o tema ‘Segurança na Celesc’.


O pedido de reunião não se deu por acaso: Em 2005, após acidente com trabalhador na rede de energia em que coincidentemente uma emissora de TV passava pelo local e registrou o fato, teve início um processo investigatório no Ministério Público do Trabalho (MPT). Considerando a precária situação de saúde e segurança a que trabalhadores próprios e terceirizados eram submetidos à época, em 2009 foi ajuizada Ação Civil Pública (ACP). Essa Ação culminou em 2012 com um Acordo Judicial entre Celesc, MPT e Sindicatos, onde a Intercel solicitou ao juízo: que o valor da causa da Ação, de R$15 milhões (caso a Celesc fosse condenada), fosse revertido a um novo sistema de rádio – evitando, assim, novos acidentes; e a criação de Grupos de Trabalho e Comissões com participação da Intercel, dedicados à saúde e segurança, para atendimento aos itens do Acordo Judicial.


Pelo acordo, a Celesc se comprometeu a cumprir, fiscalizados pelos sindicatos, 45 itens relativos à segurança e saúde do trabalho. O objetivo era que esses itens fossem acompanhados a cada dois meses e que a empresa fosse melhorando continuamente os procedimentos de segurança de seus trabalhadores próprios e terceiros, de modo que mitigassem os riscos de acidentes e mortes destes profissionais no sistema elétrico de potência.


De acordo com Ailton Comunello, dirigente do Sindinorte que vem acompanhando há alguns anos o andamento da ACP, “muitos avanços ocorreram desde a proposição da ação, mas ainda há pontos importantes a avançar para reforçar a segurança de trabalhadores próprios e terceiros”. A reunião da quinta-feira passada ocorreu pois a Celesc tentou, no primeiro semestre deste ano, uma repactuação do Acordo, indicando que os 45 itens já estariam cumpridos. A Intercel, indignada por discordar da posição da empresa e compreendendo que ainda há diversos itens não cumpridos ou cumpridos parcialmente, se manifestou no processo indicando que achava absurda e inconsequente a proposição da Celesc. Diante disso, no mês passado, o presidente Tarcísio Rosa chamou os sindicatos para conversar e compreender a motivação da resposta tão dura da Intercel. Na quinta-feira passada, os dirigentes sindicais apresentaram ao presidente todo o histórico da Ação Civil Pública e cada um dos 45 itens do Acordo. O presidente relatou que os problemas não vêm de hoje; que diversos contratos estão sendo revistos; e que pediu para sua assessoria colocar ordem de importância a cada um dos 45 itens, indicando quais são os mais urgentes, para que seja buscada uma solução.


A Intercel e a diretoria da Celesc devem, agora, redigir um novo documento e encaminhar ao MPT, solicitando prazo para trabalharem e construírem, em conjunto, um novo plano de segurança que traga um ambiente mais seguro aos trabalhadores. A Intercel espera que a Celesc leve a sério cada um dos itens.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Projeto Meia Hora realiza apresentações culturais e artísticas

Nos dias 16 a 18 de agosto, o projeto Meia Hora retornou, em sua vigésima quarta edição.

Através do projeto, os trabalhadores e trabalhadoras podem prestigiar apresentações culturais e artísticas. Nesta edição, foram realizadas atividades de dança e canto.

O Sinergia agradece as participações de todas e todos. Fique atenta (o) às próximas edições e participe!

Eleições para o Conselho Deliberativo da Celos acontecerão no dia 21 de setembro

As eleições para o Conselho Deliberativo da Celos serão realizadas no dia 21 de setembro.
A Intercel apoia as chapas 1 e 2 (João e Alei, Geraldo e Paulo). A campanha iniciou nesta segunda-feira e os candidatos estão percorrendo os postos de trabalho da Celesc pelo estado.


Participe das conversas e dê seu voto de confiança nas chapas 1 e 2!

Portal Desacato oferece Seminário de Comunicação Antifascista

O avanço do fascismo e do nazismo no mundo e, especialmente no Brasil, não é algo que possa ser tratado com desinteresse e desdém. Em estados da federação brasileira como Santa Catarina, tal qual nos ensinou a falecida pesquisadora Adriana Dias, a presença do fascismo e do nazismo é muito expressiva. Como também nos descreve o livro dos 100 anos do Partido Comunista essa história tem pilares que vêm de longe. Esses pilares, diferentemente do que acontece em outros estados, se mantiveram estáveis e consistentes durante um século e estão ativos e enraizados contaminando diversos setores da sociedade.

Considerando a força e capilaridade que o avanço do fascismo tem tido em áreas multiplicadoras de massa como as redes digitais, assim como em algumas rádios de grande potência no país, o Portal Desacato e a Cooperativa Comunicacional Sul assumiram o desafio de discutir esse assunto no 1º Seminário de Comunicação Antifascista. Cabe também destacar que para a linha editorial não tem como separar este debate de outros vinculados aos interesses do capital e do próprio imperialismo e seus sócios locais.

O painel de debatedores e debatedoras desse primeiro seminário é altamente representativo e conhecedor do assunto. O compromisso assumido pelo veículo e a cooperativa tem no seminário apenas o ponto de partida e busca estimular foros diversos de discussão para 2024. Existe a compreensão de que o fenômeno fascista precisa do antídoto de uma comunicação informativa, educativa, formadora e transformadora capaz de atacar de forma certeira o monstro fascista que nos assola.

Na programação a seguir tem destaques nacionais e locais do jornalismo, dos parlamentos nacional, estadual e municipal e da classe trabalhadora. Aberto ao público em geral de forma gratuita e presencial, o Portal Desacato espera aglutinar a presença de intelectuais, militantes, trabalhadores/as, estudantes e coletivos de base:

Texto: Redação do Portal Desacato

Wilson Pinto não aguenta pressão de 3G de Lemann e pede para sair da Eletrobras

Quando Wilson Pinto Jr voltou para a Eletrobras depois de privatizada, certamente sonhou executar tudo aquilo que planejou enquanto foi operador da privatização na cadeira de Presidente da empresa no governo Temer e nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.


Na primeira saída para a BR Distribuidora (hoje Vibra), Wilson Pinto Jr saiu resignado, descrente que a privatização ocorreria por conta de resistências políticas. Estava errado. Ainda no primeiro trimestre de 2021, no auge da pandemia, quando morriam até 5 mil brasileiros e brasileiras por dia, Bolsonaro mancomunado com Guedes, Bento, 3G de Lemann, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, editou a famigerada MP 1031/2021 que tramitou em rito sumário e foi aprovada no Congresso Nacional sem o devido debate e eivado de questionamentos sobre a votação eletrônica na Câmara e a sessão do relatório sem relatório no Senado. Da sanção presidencial, em julho de 2021, até a execução da privatização, junho de 2022, passaram-se 11 meses.


Efetivada a privatização, a 3G de Lemann cuidou de montar o conselho de administração da Eletrobras. Liderados por Pedro Batista (preposto da 3G de Lemann) e com a anuência do governo Bolsonaro, estabeleceram uma chapa que envolvia Marisete Dadald (MME), Marcelo Siqueira (Ministério da Economia), Ivan Monteiro (Ex Petrobras e BB), Felipe Vilela Dias (Ex Squadra, bajulador de Pedro Batista), Vicente Falconi (Ex AmBev e 3G) e dois conselheiros indicados por Juca Abdalla (Banco Clássico) e Lírio Parisotto (LPar).


O Conselho da Eletrobras era uma verdadeira ação entre amigos comandada pela 3G de Lemann, um acionista com poder de voto irrelevante (0,05%) nas assembleias, mas que contou com a negociata do governo Bolsonaro que executou o auto boicote do poder de voto da União que, mesmo detendo ainda 43% das ações ordinárias da Eletrobras só poderia votar com 10%.


Com o Conselho montado a gosto de Pedro Batista e Jorge Paulo Lemann, era preciso montar a diretoria executiva da Eletrobras. Foi aí que Batista e Ivan Monteiro montaram o que eles mesmos chamaram de “operação sequestro” de Wilson Pinto Jr da BR Distribuidora (Vibra). Wilson passou anos presidindo a Eletrobras por dentro, era visto pelo 3G de Lemann como o nome ideal para executar uma grande reestruturação que poderia dar a cara que eles queriam para a Eletrobras privada. Rodrigo Limp que presidiu a Eletrobras durante todo o processo de Privatização, ganharia uma vice presidência e continuaria na estrutura.


Wilson Pinto Jr quando voltou à Eletrobras um ano e meio depois de sair, sonhava em terminar o projeto que começou em 2016, mas um desalinhamento de expectativas gigante se sucedeu.


O primeiro grande desafio foi a derrota de Bolsonaro. Com a eleição de Lula, as duras críticas do presidente e a tentativa de retomada do poder de voto com a ADI 7385 no STF, os planos de Wilson iam sendo frustrados. Além disso, com os reservatórios cheios, a perspectiva de entregar resultados mais rapidamente por conta da descotização das usinas não se concretizou.


No dia seguinte da saída de Pinto Jr, o maior indício nos bastidores da Eletrobras é que ocorreu um conflito generalizado com o Conselho de Administração. Wilson era contra o tempo das mudanças propostas pelos conselheiros. Chegou a dizer que com o quantitativo de pessoal que queriam impor, a Eletrobras não conseguiria rodar. Por diversas vezes pediu que confiassem nele porque conhecia a empresa e o setor. De outro lado o conselho só reclamava e chegou a ameaçar por mais de uma vez trocar Wilson pelo vice presidente Élio Wolf.


Se a relação de Wilson com o Conselho estava estremecida, com a diretoria executiva não foi diferente. Wilson trouxe o VP de Comercialização que na primeira denúncia de corrupção na Delta (antiga empresa do VP) foi limado pelo Conselho de Administração. Além disso, Wilson não conseguiu emplacar nomes que desejava para outra vice presidência e quando voltou para a Eletrobras um ano e meio depois, encontrou outros vice presidentes empoderados. O trio Camila Gualda, Elvira Presta e Rodrigo Limp ganhou força por ter executado o front da privatização.


Apesar de hierarquicamente Wilson estar acima deles, era como se suas vice presidências tivessem vida própria e trânsito direto com os conselheiros da 3G de Lemann. Alguns exemplos corroboram com essa análise, como o cronograma dos desligamentos do PDC e o processo de reestruturação da Eletrobras na ANEEL.


Wilson também sempre questionou a forma como os acionistas se relacionaram com sindicatos e Governo. Vale lembrar que o Governo fez dois pedidos à Eletrobras, ambos relativos à suspensão de desligamentos, ambos sem qualquer resposta pela Eletrobras da 3G. Pelo tempo que passou na Eletrobras, e por ser um homem do setor, preferia um tom mais conciliatório.


Por fim, com as notificações que a Eletrobras passou a receber do TCU, ANEEL e do Governo, através do Ministério de Minas e Energia, as desavenças entre Wilson e o Conselho aumentavam. Tudo leva a crer que ele esperou para divulgar o resultado de lucro de R$ 1,6 bi do 2º trimestre para tentar sair por cima. Mas a verdade é que sentiu o gosto amargo da teoria dos oceanos “sempre vai existir um peixe maior que você”.


Wilson Pinto Jr que era tido como algoz dos trabalhadores, do movimento sindical, pela passada anterior na empresa e pela forma como conduziu outras empresas do setor, ao retornar para a Eletrobras encontrou uma forma de gestão baseada única e exclusivamente em números de resultados com vistas à remuneração dos acionistas.


A Eletrobras baseada em prestar um bom serviço a sociedade, com estrutura nas pontas, foco no negócio não existia mais. Parece que nem ele aguentou a pressão e a desorganização que virou a Eletrobras sob a batuta dos conselheiros da 3G de Lemann. Wilson sai da Eletrobras antes de responder aos órgãos de fiscalização e controle que começam a interpelar a empresa sobre o aumento de acidentes de trabalho, descumprimento de normas regulamentadoras de segurança, falta ou diminuição em manutenção programada nas empresas por falta de contingente técnico.


As mudanças na diretoria e no conselho da Eletrobras demonstram o que é a forma 3G de gestão, e, que, essa gestão não se aplica ao tipo de negócio pelo qual, infelizmente, estão responsáveis. Esse total desalinhamento, essas divergências abissais reforçam tudo o que nós, do Coletivo Nacional dos Eletricitários sempre denunciamos. Um setor estratégico, de prestação de serviço essencial, deve ter o controle do Estado.


Essa Corporation de faz de conta, comandada por quem já trouxe um prejuízo ao Brasil – vejam o caso das Americanas, pode quebrar a Eletrobras e apagar o Brasil. Nunca será por falta de aviso.


Agora, para sobreviver, a turma do 3G de Lemann coloca Ivan Monteiro como CEO da empresa e traz Vicente Falconi para a presidência do Conselho e Felipe Vilela Dias para a vice presidência. Um jogo de cartas marcadas que só reforça o poder de mando e desmando de Pedro Batista e da 3G de Lemann na Eletrobras. Neste jogo de dados viciados, cogitam agora a volta de Fernando Coelho Filho para o MME. O deputado foi precursor da privatização.


Sabemos o quanto será desafiador enfrentar essa gente, mas não vamos recuar. Nesse momento é importante que o governo intensifique os trabalhos para retomar o poder de voto na Eletrobras para que não passemos por aumentos abusivos na conta de luz e riscos de desabastecimento de energia no Brasil. Não existe acordo possível com quem não pensa no País.


No EletrobrasDay viraram a chave pro lado errado. Nós seguimos na luta e não vamos desistir até a vitória.