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CELESC – Unidade e força: Categoria não aceita calada publicação da deliberação 089/2022

Sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores, além de negociar Acordos Coletivos e outros direitos trabalhistas, também representam a categoria nas suas mais diversas necessidades e angústias. Muitas vezes, o/a dirigente sindical expressa através de seu discurso e dos meios de comunicação da entidade sindical, aquilo que os trabalhadores gostariam de falar, mas que, por uma questão de hierarquia, subordinação e por medo de retaliações, acabam não podendo falar.


Nos últimos dias, uma sequência de fatos gerou uma onda de indignação e manifestações dos trabalhadores da Celesc em todo o estado, com inúmeras mensagens direcionadas ao Linha Viva e aos dirigentes sindicais da Intercel. Primeiro, durante as negociações de um Acordo Coletivo de Trabalho bastante atribulado, a empresa a todo momento argumentava haver a necessidade de ter dinheiro em caixa para fazer novos investimentos e para manter o “equilíbrio econômico-financeiro” da Celesc. Com essa argumentação, foram negados diversos direitos à categoria, que vinham sendo reivindicados através das Assembleias Regionais e da Assembleia Estadual, ocorridas durante os meses de julho e agosto. Os sindicatos da Intercel, ainda que divergindo das negativas da Diretoria, ouviram os seus argumentos e os levaram à categoria. A categoria, por sua vez, ponderou que os argumentos da Diretoria poderiam fazer sentido e, mesmo vivendo uma grave crise econômica e social, aceitou a contraproposta da empresa, sem grandes avanços, se considerarmos a expectativa que a categoria tinha para o novo ACT.


Assim, celesquianas e celesquianos, mais uma vez, cortaram na própria carne. Mais uma vez pois outras situações parecidas já aconteceram em anos anteriores. A categoria já deixou de ter reajustes de salários maiores em anos anteriores por respeitar o momento financeiro da empresa.


Diversos empregados aceitaram ter menos direitos que outros que desempenham a mesma função por respeitar o famigerado “equilíbrio econômico-financeiro da empresa”. E, por fim, a categoria já deixou de avançar em direitos por alguns anos seguidos, igualmente cortando da própria carne, para atingir metas de concessão. Desse modo, fica evidente que empregadas e empregados da Celesc sempre tiveram uma postura bastante responsável quando se trata de manter a sustentabilidade econômico-financeira da Celesc.


Feita essa consideração já bastante repetida pelos sindicatos da Intercel em diversas Assembleias e concentrações nas bases, foi com muita estranheza, indignação e revolta que praticamente toda a categoria recebeu, pelos meios de comunicação, a informação de que, no momento imediatamente subsequente ao fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2022/23, a Diretoria da Celesc – que até duas semanas atrás negava direitos “sob pena de comprometer a sustentabilidade econômico-financeira da empresa e pela necessidade urgente de investimentos na rede” -, assinou uma Deliberação que permite a incorporação de gratificação de chefia à remuneração de gerentes nas mais diversas funções dentro da empresa, gerando um alto custo para a companhia.


Veja, cara leitora, caro leitor: para diversos celesquianos, que remeteram mensagens aos seus sindicatos e ao Linha Viva, há uma grande incoerência no fato. Como pode a Diretoria da Celesc, num dia, alegar não ter dinheiro para conceder uma série de direitos aos trabalhadores – a quem, de fato, gera o lucro da empresa, com o suor do seu trabalho diário – e, no dia seguinte, admitir ter recursos suficientes para premiar gerentes com gratificações que terão um impacto milionário à folha de pagamento não apenas a longo prazo, mas também a curto prazo? Os sindicatos da Intercel não são contrários à gratificação gerencial. São contrários, sim, à forma e ao momento como a situação aconteceu.


A incoerência de argumentos foi tanta que gerou indignação até mesmo em alguns gerentes que seriam beneficiados com a decisão da Diretoria. Não concordaram com a postura e se manifestaram contrários ao fato. Além disso, a Deliberação repercutiu na mídia regional e foi tema de matérias de colunistas de grandes veículos de comunicação. Um deles chegou a noticiar, de forma equivocada, que a Celesc concederia abono de permanência “aos empregados, com mais de cinco anos de serviço”, dando a entender que tal abono seria concedido a TODOS os empregados, sem distinção, aumentando o burburinho na sociedade de que empregados da Celesc são seres super privilegiados – o que não é verdade. Não se tem notícia, até o momento, de que a empresa tenha contestado ou enviado pedido de correção ao referido colunista. Diversos empregados se manifestaram aos Sindicatos dizendo que, por uma questão de justiça, a empresa deveria solicitar ao colunista uma correção da nota ou pagar uma nota contestando o fato.


Além dessa questão da gratificação de gerência, outra incoerência apontada pela categoria, também imediatamente posterior às diversas negativas de avanços no ACT por questões “econômico-financeiras”, foi a convocação de uma Assembeia Geral Extraordinária dos Acionistas para aprovação do aumento do percentual de dividendos a ser distribuído aos acionistas até 2027. Ora, novamente questiona-se: não havia necessidade de se manter o “equilíbrio econômico-financeiro da empresa”? Não havia necessidade de mais dinheiro em caixa para que a companhia pudesse fazer investimentos e manter o bom atendimento à sociedade catarinense? Segundo um dos jornalistas que noticiou estes fatos, ao ser questionada, a atual Diretoria teria enviado “uma notinha petulante em tom de ameaça” ao referido comunicador. Aqui, diversos trabalhadores novamente enviaram questionamentos ao Linha Viva, demonstrando indignação com a Diretoria da empresa, indicando que a postura adotada deveria ter sido outra, de forma a proteger a imagem da Celesc e dar uma resposta mais satisfatória ao colunista e, consequentemente, à sociedade catarinense.


Todos esses fatos já seriam relevantes e indignantes por si só em qualquer momento histórico. Mas eles ganham ainda mais relevância e se tornam mais revoltantes quando ocorrem justamente ao apagar das luzes do governo Carlos Moisés, que já ia mal nas pesquisas eleitorais nas últimas semanas e não chegou ao segundo turno das eleições de 2022, demonstrando a reprovação da população catarinense ao atual governante. A revolta da categoria também é grande pelo fato da atual Diretoria da Celesc estar composta, neste momento, por grande número de Diretores “empregados da casa”, funcionários de carreira, concursados da Celesc. Os colegas celesquianos esperavam que os Diretores concursados tivessem essa preocupação e cuidado com a imagem da Celesc justamente num momento em que a pauta das privatizações está em evidência no debate político nacional e local e que se macula a imagem das empresas e serviços públicos por parte considerável da classe política. Este seria, na opinião de diversos colegas em mensagens ao Linha Viva, “o pior momento” para a Celesc estar na mídia por notícias negativas.


A “responsabilidade com a sustentabilidade econômico-financeira” da empresa foi lembrada e respeitada pela maior parte da categoria diversas vezes ao longo dos últimos anos. O que a categoria esperava é que a Diretoria Colegiada tivesse essa mesma lembrança quando assinou a Deliberação 089/2022. Ou será que esse episódio foi apenas mais um passo a fim de cristalizar na opinião pública a suposta existência de marajás na Celesc, favorecendo o discurso privatista?

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1552 de 13 de outubro de 2022

Acusados de assédio serão premiados

Embora seja um assunto amplamente comentado, muitas pessoas desconhecem ou têm uma compreensão parcial ou equivocada sobre o que é assédio moral. Retirar a todo momento a autonomia da trabalhadora ou do trabalhador, ou sempre contestar suas ações e decisões, sobrecarregá-lo(la) com novas tarefas ou retirar o trabalho que habitualmente competia a ele(a) executar, causando a sensação de inutilidade ou de incompetência, gritar ou falar de forma desrespeitosa, espalhar rumores ou divulgar boatos ofensivos a respeito da(o) empregada(o), atribuir apelidos pejorativos, postar mensagens depreciativas em grupos nas redes sociais, desconsiderar ou ironizar, injustificadamente, as opiniões da vítima, retirar cargos e funções sem motivo justo, ou advertir arbitrariamente são algumas das situações relatadas pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores nos locais de trabalho.


Assediar moralmente e expor as pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada, no exercício de suas atividades, é uma forma de violência que desestabiliza emocional e profissionalmente o indivíduo e pode ocorrer por meio de ações diretas (acusações, insultos, gritos, humilhações públicas) e indiretas (propagação de boatos, isolamento, recusa na comunicação, fofocas e exclusão social). A humilhação repetitiva e de longa duração compromete a identidade, a dignidade e as relações afetivas, e sociais, podendo evoluir para a incapacidade de trabalhar, para o desemprego ou mesmo para a morte. Essas condutas são incompatíveis com diversas leis que tratam da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Por isso, devem ser combatidas! Esse preâmbulo é para alertarmos sobre o que vem ocorrendo em alguns locais de trabalho na Celesc, já denunciados ao Comitê de Ética, porém, os alertas têm sido ignorados e alguns gerentes continuam a praticá-los, causando transtornos no ambiente de trabalho e prejudicando a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras. Os casos denunciados não tiveram o tratamento adequado o suficiente para inibirem novos casos?


O comportamento de um gerente de departamento de uma das Diretorias da empresa que tem como Diretor indicado pelo PRE empregado da casa merece atenção, pois o tratamento por ele dispensado aos seus subordinados é agressivo e humilhante, principalmente na presença de outros colegas de trabalho. Várias são as vítimas deste comportamento, que coloca pessoas em situação vexatória e humilhante. Vários episódios têm ocorrido nesse departamento, que resultaram na mudança de vários empregados e de gerentes para outras áreas. São gritos e xingamentos na frente de colegas, já de conhecimento do Diretor da área, que não tomou absolutamente nenhuma ação, fazendo com que empregadas e empregados fiquem abalados psicologicamente e, em alguns casos, tenham que fazer tratamento psicológico.


A denúncia ao Comitê de Ética já foi feita pelo Sinergia. Espera-se que o assunto seja encaminhado para apuração e que essa decisão vergonhosa e eleitoreira da incorporação da gratificação gerencial aos salários não seja aplicada tão imediatamente após diversas negativas nas negociações do ACT e PLR por dificuldades financeiras da empresa – que seja tratada no âmbito correto, que é o GT do PCS – e não um prêmio a quem assedia e adoece a classe trabalhadora.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022

Celesc retoma pressão para alteração do estatuto da Celos

A Celesc, através de seus indicados no Conselho Deliberativo da CELOS, retomou a pressão para a alteração do Estatuto da entidade, forçando, através dessa alteração, que todas as decisões do COD serão da Patrocinadora, prejudicando a representação dos trabalhadores ativos e aposentados (participantes).


É importante salientar que há, neste momento, uma ação judicial tramitando patrocinada pelos representantes dos empregados ativos e aposentados, INTERCEL e APCELESC, contestando essa alteração. Apesar de ser uma mudança imposta pelo CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) e estar amparada legalmente, as alterações previstas serão danosas aos participantes. Dessa forma, o que se espera é que a justiça faça melhor juízo do fato e não permita esse dano aos participantes.


Essa discussão deve retornar à pauta do Conselho Deliberativo no dia 29 de outubro, a fim de deliberar pela mudança supracitada. Que fique esclarecido que, hoje, o Estatuto da CELOS não permite essa alteração através do voto de qualidade (minerva) e apesar da CNPC35 estar válida, seria temeroso por parte do Presidente do COD, em caso de novo empate dessa decisão, solicitar para ele o voto de qualidade. E, dessa forma, aprovar a alteração estatutária.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022

Acordo coletivo de trabalho 2022/23 é assinado

Após uma série de rodadas de negociação bastante exaustivas e com poucos avanços em mesa, com uma contraproposta apresentada aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo e dezenas de Assembleias distribuídas pelo estado com aprovação próxima à unanimidade, o Acordo Coletivo de Trabalho 2022/23 dos empregados da Celesc foi assinado na quinta-feira da semana passada, dia 29 de setembro. O Acordo da Participação dos Lucros e Resultados referente ao ano 2022 também foi assinado na mesma ocasião.


Com isto, desde o dia primeiro de outubro os celesquianos e as celesquianas já estão sob a vigência do ACT 2022/23. Os acordos firmados entre representantes dos sindicatos da Intercel e a diretoria da Celesc, após aprovação da categoria, teve avanços no que diz respeito à isonomia e distribuição de lucros, além do abono das paralisações e do ato promovidos pela Intercel na luta pelos direitos da categoria.


A ocasião contou com a participação do presidente, Cleicio Poleto Martins, e dos diretores da companhia, bem como de um representante por sindicato integrante da Intercel.


Conforme acordo firmado entre as partes, a primeira parcela da PLR será paga já na próxima semana, em 10 de outubro, e a segunda, após a aferição dos resultados, será paga em 10 de maio de 2023. Nas próximas semanas, os sindicatos que compõem a Intercel farão a impressão e distribuirão aos trabalhadores a versão impressa do ACT 2022/2023, conforme é realizado todos os anos, logo após a assinatura do documento.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022

Catarinense elege bancada conservadora e contra direitos de trabalhadores

A abertura das urnas, no último domingo, 02 de outubro, revelou que o catarinense novamente escolheu uma bancada de deputados bastante conservadora, tanto para a Assembleia Legislativa como para a Câmara Federal. Deputados das bancadas da Bíblia, do agronegócio e da bala tiveram votações expressivas e conquistaram um espaço ainda maior que nas eleições de 2018.


Apesar de um aumento, na Câmara Federal, de deputados catarinenses comprometidos com a pauta dos direitos dos trabalhadores, o cenário ainda é muito ruim. Dependendo do resultado da disputa para o governo federal ao fim deste mês, a série de reformas que retira direitos da classe trabalhadora pode avançar ainda mais pelos próximos quatro anos. Para os trabalhadores da Celesc, resta o consolo que os dois candidatos ao governo de Santa Catarina que não assinaram o compromisso de manutenção da Celesc Pública não chegaram ao segundo turno. Mas é preocupante e é preciso estar atento aos movimentos dos deputados estaduais eleitos. Parlamentares que nos últimos quatro anos fizeram a defesa ferrenha da Celesc Pública, como Fabiano da Luz (PT) e Paulinha (Podemos) foram reeleitos. Mas também houve a eleição de deputados que já declararam publicamente a intenção de privatizar as empresas públicas catarinenses.


É preciso atenção também ao fato de que um dos candidatos que chegou ao segundo turno no governo do estado, apesar de se comprometer publicamente com a Celesc Pública, votou favorável à privatização da Eletrobras. Os sindicatos da Intercel nos próximos dias buscarão os representantes eleitos para levar dados e argumentos técnicos que demonstram que a Celesc Pública é viável, rentável para o governo do estado, tem uma das mais baixas tarifas de energia do Brasil e presta serviços de qualidade, bem avaliados pelo consumidor quando comparada a outras concessionárias de energia já privatizadas em outros estados do Brasil.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1551 de 06 de outubro de 2022

Oito candidatos ao governo assumem o compromisso de manter Celesc pública

Dos dez candidatos ao governo de Santa Catarina, oito deles – dos mais variados espectros partidários assinaram a Carta Compromisso em defesa da manutenção da Celesc Pública. Assinaram, na sequência, Décio Lima (PT), Jorginho Mello (PL), Jorge Boeira (PDT), Esperidião Amin (PP), Professor Alex Alano (PSTU), Gean Loureiro (União Brasil), Leandro Brugnago Borges (PCO) e Ralf Zimmer (PROS).


O candidato Odair Tramontin (Novo) se manifestou dizendo que não assinaria o compromisso. E o atual governador e candidato à reeleição, Carlos Moisés (Republicanos), apesar de procurado, através de sua assessoria, não deu retorno se assinaria o documento. Apesar de não ser um compromisso legal – e apesar do histórico de alguns candidatos indicar que são, sim, favoráveis a privatizações e ao desmonte de empresas públicas – assinar a Carta é um compromisso moral com a categoria. Um candidato que assina o documento e, na sequência, trabalha pela privatização da empresa, entra em descrédito moral, não só com os trabalhadores, mas com a sociedade.


É importante, ainda, que celesquianas e celesquianos estejam atentos também aos postulantes à Assembleia Legislativa de Santa Catarina (deputadas e deputados estaduais), igualmente responsáveis pela manutenção da Celesc Pública, já que um possível processo de privatização da companhia teria que ter o aval do Legislativo catarinense. Neste domingo, o seu futuro estará nas suas mãos: vote naquelas e naqueles que têm, de verdade, um compromisso com a manutenção da Celesc Pública.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1550 de 29 de setembro de 2022

Categoria elege chapas apoiadas pela Intercel

No último dia 21 ocorreram as eleições para Diretor Administrativo Financeiro, Diretor de Seguridade e Conselho Fiscal da Celos, eleição esta que, por deliberação nos Congressos dos Empregados da Celesc, a Intercel apoia financeira e politicamente candidaturas. Este ano a Intercel formou uma chapa coletiva com a APCelesc, e juntas percorreram o estado todo, indicando os nomes de Leandro Nunes para Diretor Administrativo-Financeiro, Paulo César da Silveira para Diretor de Seguridade e as chapas 1 e 2, compostas respectivamente por Patrícia Mendes da Silva e Lúcio, André S. da Silva, e Daniel dos Passos e Pricila B. Kozlow, para o Conselho Fiscal.


Com 81,65% dos votos, Leandro foi eleito para a Diretoria, juntamente com Paulo César na Diretoria de Seguridade, com 71,3% . As chapas 1 e 2 também se elegeram, com 38,85% e 36,82% dos votos, respectivamente. Com isso, mais uma vez a categoria demonstra confiança nos sindicatos da Intercel e na preparação dos candidatos por ela indicados. Em nome de toda a chapa, a Intercel agradece cada voto e a confiança que celesquianos e celesquianas depositaram na chapa coletiva, sejam eles ativos ou aposentados. Seguiremos, mais uma vez, lutando pela Celesc Pública e Celos Forte.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1550 de 29 de setembro de 2022

Permanece o impasse na negociação do ACT específico no CGT Eletrosul

A dificuldade encontrada na negociação do ACT nacional se repete no ACT Específico da CGTEletrosul. A empresa tenta adotar, pela primeira vez em mais de 20 anos, um critério que reduz a representação dos trabalhadores e trabalhadoras. Os sindicatos que compõem a Intersul têm, historicamente, feito o enfrentamento com a Eletrobras e com a CGTEletrosul, buscando ampliar direitos e, no último período, diante de ataques sistemáticos, na perspectiva de sua manutenção.


Por outro lado, na luta contra a privatização e pela manutenção de nossos empregos, foi a Intersul que esteve à frente, junto com o CNE, utilizando todos os recursos e estratégias possíveis e necessárias. A tentativa da gestão de reduzir o número de dirigentes sindicais deste coletivo não é apenas um detalhe, uma nova forma de calcular a representação. Trata-se, claramente, da tentativa de diminuir a resistência dos trabalhadores e trabalhadoras ao processo de desmonte dos benefícios e direitos arduamente conquistados. Temos clareza que reduzir o numero de dirigentes liberados deste coletivo (que é o que luta e faz os enfrentamentos necessários) é obviamente uma ação para facilitar a retirada de direitos, pós-privatização.


Por este motivo, o grande impasse na assinatura do ACT Específico pela Intersul é justamente a interpretação dada pela diretoria da empresa sobre a cláusula de Dirigentes Sindicais do ACT Nacional. Desta forma, visto que não há mais a ultratividade da norma coletiva (lembrando, resultado direto da destruição dos direitos trabalhistas da CLT), estamos no vácuo com relação às cláusulas do Acordo Específico. O Processo de Mediação Pré-Processual já foi protocolado no TST e a Vice-presidência do Tribunal já notificou a CGTEletrosul. A expectativa dos sindicatos é que prevaleça a negociação, que a CGTEletrosul participe do processo de mediação e que possamos, junto ao TST, reduzir o impacto da investida patronal contra os Sindicatos e, por consequência, contra os trabalhadores e trabalhadoras. Aguardemos.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1550 de 29 de setembro de 2022

Domingo trabalhadoras e trabalhadores farão a escolha de um projeto de país

As eleições deste domingo têm lugar certo na história do nosso país. Estamos na semana decisiva do que pode ser chamado de encruzilhada histórica. O resultado que sairá das urnas definirá os destinos do país para, no mínimo, os próximos quatro anos. Para todos os cargos em disputa, Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, apesar da profusão de candidaturas, a disputa essencialmente está colocada entre dois projetos.


Em resumo, a eterna luta de classes nesse confronto do qual deriva o destino dos trabalhadores, inclusive os eletricitários. O futuro do setor elétrico brasileiro está em jogo nesta eleição. O processo de privatização da Eletrobras, que foi proposto pelos governos Temer e Bolsonaro e aprovado no governo Bolsonaro, é um exemplo de como a política afeta nosso trabalho. Neste sentido, para que possamos ter uma energia elétrica pública e de qualidade, devemos observar quem defende esta pauta e participarmos do processo eleitoral de forma consciente. A reestatização da Eletrobras depende do processo eleitoral deste ano.


O processo eleitoral da forma como conhecemos hoje em dia é fruto de um longo processo de disputa política. Voto indireto, censitário, voto em papel e listagens são parte do processo que resultou no acesso pleno da população ao direito ao voto. Mas apesar disso, o povo nunca deixou de lutar por seus direitos e querer mais participação nas escolhas políticas do país. Na hora do voto, é preciso ter em mente que a prática é a medida da verdade. Mais que discursos e promessas, deve-se estar sempre atento e lembrar quem esteve ao lado dos trabalhadores na defesa das empresas na luta contra a privatização e em todas as votações que ocorreram no Congresso para a retirada de direitos. Não somente os candidatos, mas também na postura dos partidos políticos, pois é das direções destes que vem a orientação dos votos dos deputados.


Os trabalhadores sabem muito bem quem votou e continuará votando contra os interesses do povo brasileiro. E devem se lembrar, portanto, daqueles que deram apoio e guarida aos trabalhadores na Câmara dos Deputados e nas Assembleias Legislativas Estaduais enquanto a luta estava acontecendo. É somente com estes que os trabalhadores podem contar. E é nestes que os eletricitários devem votar. Sobretudo, nenhum candidato ou partido empenhado na retirada dos direitos trabalhistas, na entrega do patrimônio público, e na destruição dos valores democráticos, merecem o voto dos trabalhadores.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1550 de 29 de setembro de 2022

Plenária define pauta de reivindicações da Engie

No dia 17 de setembro reuniram-se em Florianópolis-SC representantes de diversos locais de trabalho da ENGIE. Com uma representação de altíssima qualidade, a plenária definiu o conjunto de cláusulas que farão parte da Pauta de Reivindicações dos Empregados da Engie Brasil Energia e da Usina Pampa Sul, na campanha de data base 2022/2023. O processo de formação da pauta, que iniciou na assembleia realizada na Usina Pampa Sul em 18/07/22 e se estendeu até a assembleia realizada na Sede da EBE no dia 05/09/22, contou com a participação de mais de 300 empregados em 25 assembleias, no formato presencial, em todos os locais de trabalho.


É preciso ressaltar que em cada assembleia os empregados avaliaram as condições de trabalho, as necessidades e as recompensas que passam a fazer parte da Pauta de Reivindicação, tornando o processo de formação de pauta legítimo e representativo. É importante elogiar todos os empregados que participaram das reuniões em seu local de trabalho e, em especial, aos que abriram mão de um final de semana de descanso, para se deslocar até Florianópolis para participar da Plenária.


A participação dos empregados em atividades sindicais é um direito reconhecido nas Convenções da OIT e pelo Acordo Quadro Mundial, e é a legitima manifestação pela opção de representação.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1550 de 29 de setembro de 2022