Como parte das interlocuções que vêm contra a privatização do setor elétrico, representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) estiveram na sede do Clube Militar no Rio de Janeiro, semana passada. Durante a conversa, os dirigentes sindicais denunciaram a suposta formação de um cartel que objetiva monopolizar o controle do sistema energético nacional. O General Eduardo, presidente do Clube Militar, declarou que vai avaliar todo o material entregue pelos sindicalistas para formar um juízo de valor.
Como parte das interlocuções que vem fazendo junto aos militares, ala componente do governo atual, representantes do CNE, órgão que congrega entidades representativas dos trabalhadores e trabalhadoras das empresas do sistema Eletrobras, estiveram na última quinta-feira, dia 04/07/2019, na sede do Clube Militar no Rio de Janeiro, onde foram recebidos pelo General de Divisão Eduardo José Barbosa (Presidente) e pelo General de Brigada Luis Antonio Silva dos Santos (2º Vice-Presidente).
O Clube Militar, fundado em 26 de junho de 1887, é uma associação de direto privado sem fins lucrativos, de caráter representativo, assistencial, social, cultural, esportivo e recreativo, localizado no Rio de Janeiro e com atuação em todo território nacional.
Desde a Proclamação da República do Brasil, o Clube Militar sempre teve enorme protagonismo no cenário político brasileiro, como na “Campanha Abolicionista”, na “Proclamação da República”, na campanha “O Petróleo é Nosso”. O fato de ter um protagonismo em questões ligadas ao nacionalismo, foi preponderante para que o CNE procurasse a interlocução junto a esta instituição.
A conversa girou em torno da tentativa do processo de privatização da Eletrobras. Os dirigentes sindicais denunciaram a suposta formação de um cartel que objetiva monopolizar o controle do sistema energético nacional, especialmente foram disponibilizadas as informações que compõem o dossiê apresentado ao Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, desde fevereiro de 2019, e sobre o qual não se tem notícia de providências por aquele ministério, no sentido de pelo menos apurar o suposto tráfico de influência que conduziu, por exemplo, Elvira Baracuhy Testa à condição de Diretora Financeira e de Relação com Investidores da Eletrobras, mesmo sabendo da sua forte ligação com o banqueiro Jorge Paulo Lehman, um dos maiores interessados na privatização da Eletrobras.
Vide links https://jornalggn.com.br/coluna-economica/jorge-paulo-lehmann-e-vale-o-ocaso-dos-ceos-genericos-por-luis-nassif/
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/384278/Jorge-Paulo-Lemann-emplaca-diretora-financeira-da-Eletrobrás.htm
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Há de se ressaltar e de estranhar que não só o CNE denunciou o suposto conluio, mas, também diversos parlamentares questionaram o Ministro Bento Albuquerque na audiência pública que o mesmo participou na Câmara dos Deputados em Brasília, existe também a representação do Deputado Zé Carlos cobrando tal providencia.
Voltando à conversa com as lideranças do Clube Militar, o CNE abordou questões técnicas na mesma linha que abordou com o General Mourão, Vice-Presidente da República. Mostrou-se o risco de explosão das tarifas energéticas, tal qual aconteceu nos estados onde a Eletrobras mantinha empresas de distribuição de energia, nessa linha foi abordado também o risco da descotização do preço da energia praticado pela Eletrobras e o risco aumento já comprovado.
O CNE denunciou a conduta do Presidente da Eletrobras que por muitas vezes afirma publicamente a intenção de privatizar a empresa, mesmo sem a devida autorização para tal, visto que existe o consenso dentre as diversas autoridades constituídas consultadas até agora, que essa prerrogativa cabe ao presidente da república. Vide link:
https://economia.estadao.com.br/ao-vivo/eletrobras e https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2019/01/02/interna_politica,1017996/ferreira-jr-diz-que-privatizacao-da-eletrobras-e-necessaria.shtml
As declarações do presidente Wilson Pinto Júnior, inclusive vão de encontro ao que já afirmou o presidente da república em campanha, de que o candidato tem dito que não venderá companhias consideradas “estratégicas”, como Furnas, Caixa e Banco do Brasil, e que vai preservar o “miolo” da Petrobras….
Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/10/21/plano-de-privatizacao-de-bolsonaro-pros-e-contras.htm?cmpid=copiaecola
Tanto o CNE quanto o Clube Militar analisaram a questão de que o valor apresentado pelo presidente da Eletrobras, de 12 bilhões de reais é irrisório, diante de um lucro líquido de 13 bilhões em 2018. Para as partes já é de amplo conhecimento de todos que a questão centra a ser resolvida pelo governo Bolsonaro é a gestão das empresas e o fato dessa gestão ser sempre usada como moeda de troca para acomodar interesses políticos.
O CNE também procurou mostrar a necessidade se envolver toda a sociedade brasileira nessa discussão, no que foi contemplado pela concordância do Clube Militar. Durante a conversa viu-se diversos pontos em comum entre o CNE e o clube Militar. O CNE se comprometeu a disponibilizar informações adicionais ao Clube Militar.
Por fim, o General Eduardo, presidente do Clube Militar, declarou que vai avaliar todo o material recebido pelos dirigentes sindicais para formar um juízo de valor, e ainda fez questão de informar que o Clube Militar independentemente de questões ideológicas que orientem qualquer governo, já deixou claro ao governo atual a sua postura de vigilância quanto à condução dos destinos do país, e caso veja que a privatização da Eletrobras vai de encontro ao interesse nacional, irá se posicionar de maneira firme sobre o tema.