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Intersul participa de seminário de Previdência Complementar no Setor Elétrico

Evento ocorre hoje e amanhã em Brasília

Hoje e amanhã está sendo realizado em Brasília o seminário “Os Desafios da Previdência Complementar no Setor Elétrico”, promovido pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários, em parceria com a Confederação Nacional dos Urbanitários. 

Na oportunidade, os Coletivos discutirão os encaminhamentos a serem tomados, a partir do anúncio da Eletrobras de criação de uma nova fundação de previdência complementar, que irá incorporar todos os planos de previdência dos empregados da CGT Eletrosul, ativos e assistidos, atualmente pertencentes à Fundação Elos. 

Os dirigentes sindicais Cecy Marimon e Tiago Vergara, do Sinergia, e Graciano Iribarrem Farias, da ARS, representarão a Intersul no evento.

Sinergia no ato pró COMCAP

Representantes do Sinergia participaram do ato de apoio aos servidores de Florianópolis e trabalhadores da Comcap na manhã de ontem, dia 17. A categoria está em greve há alguns dias por conta da falta de avanços na negociação do Acordo Coletivo e de todo o processo de terceirização e consequente precarização dos serviços no município – processo parecido ao que ocorre em determinadas empresas do ramo eletricitário na Grande Florianópolis.

Sintrasem

Florianópolis

#sintrasem

EDITAL DE CONVOCAÇÃO | ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA:

A Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Florianópolis e Região – SINERGIA, na forma de suas atribuições legais e estatutárias, CONVOCAM os empregados da área operacional da CELESC Distribuição S.A da base territorial dos respectivos Sindicatos, associados e não associados para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, no dia 15/03/2024 (sexta feira), no Pátio da Agencia Regional Florianópolis, sito na Av. Governador Ivo Silveira, 2389 – Capoeiras – ARFLO, às 7h:30, em primeira convocação, com o número regulamentar de presentes, e às 8h:00, em segunda e última convocação, com qualquer número de presentes, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte:

ORDEM DO DIA:

1. Avaliação e deliberação para ajuizar ação trabalhista coletiva sobre hora extra reduzida no Turno de revezamento.
2. Encaminhamentos.

Florianópolis, 13 de março de 2024.

Jean Pierre K. Fernandes
Diretor do Sinergia

Mariana Franco e o feminismo transinclusivo

Nascida em Jaraguá do Sul, Mariana é formada em Serviço Social e estudante do Mestrado em Serviço Social da UFSC

Em 28 de fevereiro o Sinergia assinou a Carta de Apoio ao Feminismo Transinclusivo, pois entende que o feminismo precisa ser uma luta de todes nós. Em 4 de março, o Sinergia realizou formação em letramento de gênero, aberto à comunidade, ministrado por Alê Mujica, médique e psicanalista. 

Como o tema do dia Internacional da Mulher (8/03) em Florianópolis será “TRANSformando luto em lutas”, o Sinergia convidou a assistente social Mariana Franco para falar sobre o tema de sua coluna do 8M no Portal Catarinas e outros aspectos que envolvem a perspectiva de gênero na sociedade. 

No dia 27 de fevereiro, o Portal Catarinas publicou um texto escrito por Mariana. Na publicação, a assistente social destaca a importância de promover o feminismo interseccional no 8M, e convoca todes à inclusão e à diversidade no ato. 

Acompanhe a seguir a entrevista: 

LV: Em relação à sua coluna de 27 de fevereiro no Portal Catarinas, sobre a importância de um feminismo transinclusivo no 8 de março, de que forma você apresentaria essa pauta às pessoas totalmente imersas na cultura misógina, patriarcal e binária?

Mariana: Sempre acredito no diálogo, na conversa, na sororidade de expor situações cotidianas para as pessoas. Realizo isso como uma forma de educação popular, principalmente em pautas sobre gênero, nas quais as pessoas possuem dificuldades de compreensão. Eu acredito no movimento feminista como de fato transformador na sociedade e principalmente um movimento atento às manifestações plurais existentes na sociedade. É um movimento voltado para a luta emancipacionista, na denúncia do capitalismo. Apresentar para as pessoas algumas questões é extremamente difícil, mas estamos evoluindo muito na conscientização da sociedade sobre o direito de ter direitos.

LV: De que formas podemos combater a ideologia de gênero que existe – a heteronormativa cisgênera? 

Mariana: A heterossexualidade é compulsoria desde o nascimento assim como a cisgeneridade. Dentro do próprio movimento LGBTQIAPN existem pessoas heterossexuais (ex: mulheres trans que se relacionam com homens cis ou trans). A grande preocupação da compulsoriedade das sexualidades é das identidades e o respeito ao indivíduo na sua formação, onde a pessoa não apresenta o conjunto de regras impostas pela sociedade e ocasiona a homofobia, a transfobia, a lgbtfobia em um todo. A partir do momento que pensarmos uma sociedade sem obrigatoriedade de rótulos, conseguimos pensar em uma sociedade com respeito e igualdade. Não tem como falarmos em uma sociedade sem discriminação entre homens e mulheres se não falarmos da imposição do binário de gênero, assim como de sexualidades. Essas questões refletem nas diferenças salariais, nas questões de violência e assédio. O patriarcado se beneficia do binarismo, e de outros mecanismos, para continuar perpetuando suas ações contra o ser mulher na sociedade. Obviamente que quem critica ou pensa em enfrentar essas questões acaba recebendo as punições, não é à toa que hoje na história brasileira se tem o maior número de projetos de leis anti-trans no Congresso Nacional.

LV: O slogan do 8M Florianópolis será “TRANSformando luto em lutas”, em alusão ao luto pela violência feminicida. Você acha que, de certa forma, o ódio da sociedade sobre mulheres trans e travestis é “em dobro” em relação à mulheres cis? (visto que sofrem pela misoginia e pela identidade de gênero)

Mariana: A violência de gênero para com mulheres trans e travestis é relacionada à recusa do privilégio de se ter nascido homem. A violência com homens trans e transmasculinos é a necessidade de reafirmação da identidade dominante, totalmente relacionada ao falocentrismo. Pessoas trans e travestis são violentadas e acusadas diariamente de agredir ou enfraquecer os alicerces da sociedade, baseando-se principalmente na família, e não podemos esquecer que a família é a base e continuidade do patriarcado. Acredito que você ser mulher na sociedade, independente da cor, raça, identidade, sexualidade, classe, pessoa com deferência ou não, é estar a mercê da sociedade das violências que são culturais na sociedade. Obviamente que você ser trans e receber o preconceito de uma outra mulher é mais dolorido.

LV: Na bibliografia dos cursos de universidades como a UFSC são raras as referências de autoras cisgenero, e de não cis são ainda mais raras. Como trazer a discussão ao senso comum, se nem na academia as mulheres são levadas em consideração (quando comparado aos homens brancos cisgêneros)? 

Mariana:  A produção acadêmica e científica produzida por pessoas trans e travestis está aumentando anualmente conforme a presença de corpos trans frequentam a universidade. Essas/esses pesquisadores colocam em discussão tudo aquilo que já foi produzido sobre nós por pessoas cis, e agora, apresentam a necessidade revisão dessas teorias e estudos. Deixamos de ser corpos interlocutores do saber para corpos produtores do saber, e existe muita dificuldade na academia porque a cisgeneridade não quer ser questionada (ainda mais na academia).

LV: O que você diria sobre a importância de um feminismo interseccional que defenda a pauta anticapitalista, antirracista e transinclusiva? 

Mariana: Bell Hooks já disse que o feminismo é para todo mundo. A conscientização de uma sociedade com equidade e com respeito às lutas, no combate do fascismo, na luta contra o capitalismo e o neoliberalismo, são questões que em transversalidade nos faz cidadãs ou não de direitos. A partir do momento que compreendermos o que é nossa classe, compreendemos o que é nossa luta. Acredito que uma luta não pode ser por etapas de conquistas de direitos, mas sim universais

LV: Algum último recado/convite para o 8M?

Mariana: Participar do evento é construir uma sociedade com direitos para as mulheres e, principalmente, denunciar ao Estado sua omissão na defesa do direito de ser mulher com direitos, principalmente o direito à vida no Brasil.

Trabalhadoras e trabalhadores concorrem para Representante de Base do Sinergia

Eleição será realizada em 25 de março

Vinte trabalhadoras e trabalhadores se inscreveram para concorrer nas eleições para Representantes Sindicais de Base na área de atuação do Sinergia. Conheça cada um(a) deles(as) e o local de trabalho onde concorrem. Poderão votar no dia 25 somente pessoas filiadas ao Sinergia. 

Celesc Administração Central (4 vagas): Cristina da Silva Pedro, Irani Dias Júnior, Marcos Antônio dos Santos e Maria Aparecida Martins 

Agência Regional Florianópolis/Sede (2 vagas): não houve inscritos 

Almoxarifado Central Palhoça (1 vaga): Djan Marcel Mendes da Silva 

Comunicação Roçado (1 vaga): não houve inscritos 

SPSL (1 vaga): não houve inscritos 

Loja São José (1 vaga): Maycon Andrigo Santiago 

Tijucas e Região (1 vaga): não houve inscritos 

Loja Florianópolis (1 vaga): Inaê Vasconcellos Rocha e Marcus Vinícius Martins 

Loja Biguaçu e Região (1 vaga): Lariessa Natagla Garbossa 

Loja Palhoça (1 vaga): não houve inscritos 

Santo Amaro e Região (1 vaga): não houve inscritos 

SPOM/Serra (1 vaga): André Farias Ferreira e Ivan Luis da Silva Rodrigues 

CGT Eletrosul: Sede Pantanal (6 vagas): Diego Luis Tedesco Dandolini, Fabio Cabrera, Jose Ricardo Tavares, Lucas Meirose, Marcia Mara de Lara Feldemann e Thiago Matos Correa 

Sertão/São José (1 vaga): não houve inscritos 

Biguaçu (1 vaga): não houve inscritos 

Engie (1 vaga): não houve inscritos 

São Sebastião (1 vaga): não houve inscritos 

Cerej: Sede Biguaçu (2 vagas): Ricardo Nemesio Luz e Ricardo Scheidt 

Major Gercino (1 vaga): não houve inscritos 

Angelina (1 vaga): não houve inscritos 

Nova Trento (1 vaga): Jackson Jacinto Mistura 

Leoberto Leal (1 vaga): não houve inscritos.

Que censura é essa, CGT Eletrosul?

O que a atual gestão privada da empresa tem contra a arte de seus próprios trabalhadores e trabalhadoras?

O Sinergia promoveu no fim de 2023 o concurso FotoGrafando a Trabalhadora e o Trabalhador. Puderam se inscrever no concurso empregadas e empregados das empresas de energia da Grande Florianópolis, entre eles, pessoas que atuam na CGT Eletrosul, Celesc, Cerej e Engie. O resultado do concurso foi divulgado durante o 5° Congresso do Sinergia, realizado no início de dezembro, em Florianópolis. Após a divulgação do resultado, o sindicato fez contato com a direção das empresas para fazer uma exposição das imagens registradas pela categoria – fotos que, inclusive, ilustram o calendário 2024 do sindicato.

Na Celesc, tanto na Administração Central como na Agência Florianópolis, a exposição foi realizada sem qualquer problema. Na CGT Eletrosul, no entanto, de maneira bastante estranha, a direção da companhia não permitiu a exposição das fotos, postura que reflete o autoritarismo de uma censura completamente sem sentido. 

O Sinergia realizou um protesto pacífico em 23 de fevereiro, na sede da CGT Eletrosul, depois que a empresa se recusou a ceder espaço para a mostra fotográfica. Com as fotografias vencedoras do concurso coladas em cartazes no corpo de dirigentes sindicais, o Sinergia ofereceu a oportunidade às pessoas trabalhadoras de conhecer mais essa ação cultural do Sindicato

Será que o Conecte (SAP Hanna) está mesmo conectado com os trabalhadores?

CELESQUIANOS RELATAM INSEGURANÇA EM RELAÇÃO AO NOVO SISTEMA

Em visitas realizadas na região Oeste aos trabalhadores da Celesc, o Stieel encontrou realidades distintas em relação ao Conecte: enquanto alguns atendentes se queixam da forma como os treinamentos para implantação do novo sistema SAP HANNA estão sendo realizados, outros não dispõem de tempo para realização dos treinamentos online, pois precisam seguir realizando suas atividades cotidianas, o que gera um enorme prejuízo para assimilar o conteúdo disponibilizado. 

Existem realidades distintas que precisam ser revistas e organizadas pela Diretoria Comercial, na visão destes trabalhadores: por exemplo, em escritórios de cidades pequenas onde, por determinação da ANEEL, a Celesc não abre suas portas todos os dias (atendendo só o número de horas que a resolução determina), pode ser tranquila a realização dos treinamentos. Porém, em municípios onde há necessidade de abrir as lojas em tempo integral, o problema se torna visível. Ao iniciar um treinamento, muitas vezes se faz necessário pausá-lo. Isso ocorre várias vezes ao dia, o que compromete o aprendizado, pois, como todos sabemos, trata-se de uma corrida contra o tempo – que, devido à própria insegurança da Celesc, já foi adiada a implantação do novo sistema por várias vezes.

 Somado a tudo isso, em algumas Regionais, determinados gerentes se comportam como se tivessem soberania sobre a legislação trabalhista e os Acordos Coletivos vigentes: existem vários relatos de imposição da compensação no banco de horas quando algum atendente fica em treinamento após o horário de trabalho, ou mesmo no contraturno, o que pode ser configurado como uma conduta assediadora. Esse tema já foi pacificado em reunião de CRH, mas parece ter faltado mais uma vez a Celesc orientar seus gerentes. A escolha deve ser do trabalhador. Ele, e somente ele, decidirá se colocará as horas a compensar ou irá cobrá-las como horas extraordinárias. É necessário lembrar que a Diretoria Comercial disponibilizou um orçamento para pagamento de tais horas, principalmente neste período de treinamento. 

Os sindicatos da Intercel estão atentos ao que vem ocorrendo dentro da Celesc: muitos trabalhadores estão inseguros com a implantação do novo sistema, pois não terão como se amparar no sistema antigo (SIGA) para atender o consumidor, caso haja necessidade nos primeiros dias de implantação, pois o mesmo ficará disponível apenas para consulta, situação curiosa e que merece ser questionada. 

Há exemplos práticos disso e é possível citar o Poder Judiciário, que implantou um novo sistema, porém, deixou o sistema antigo operacional por dois anos, até se ter certeza de que tudo funcionava de forma correta. Somente após esses dois anos, desativou o sistema antigo. 

É necessário que a Diretoria Comercial aponte alternativas e, caso surjam enormes filas no atendimento, que se comprometa em assegurar a saúde e segurança de celesquianos e celesquianas. Já é habitual atendentes sofrerem em sua rotina de trabalho, por conta de filas enormes e consumidores exaltados. Alguns atendentes trabalham isolados, em lugares pequenos, sem a segurança necessária para realizar suas atividades de forma tranquila. 

A Intercel seguirá atenta e cobrará os responsáveis caso qualquer problema venha a atentar contra a saúde e segurança desses trabalhadores, que são o cartão de visitas da empresa e não têm a valorização merecida por parte da Diretoria da Celesc

Está na escuta, COD?!

ENQUANTO DIRETORIA PENSA ESTAR NA “ERA DA MODERNIDADE”, TRABALHADORES SOFREM COM GRAVES PROBLEMAS EM CAMPO

Comunicação é a transmissão de mensagens e significados entre um emissor (quem transmite a mensagem) e um interlocutor (quem recebe a mensagem). Parece que esse significado não foi absorvido pela Celesc em algumas Agências Regionais, em especial, da região Oeste.

Não é de hoje que se ouvem relatos de trabalhadores da área operacional que realizam atendimentos de emergência, desligamentos ou manobras e simplesmente não conseguem comunicação com o COD (Centro de Operação de Distribuição). Tais situações de risco acontecem ao mesmo tempo em que a Celesc tenta implementar uma política irredutível de centralização dos CODs, o que, nas palavras de alguns Diretores da empresa, trata-se de um grande avanço.

Avanço? Na realidade, trata-se de um tema muito contestado e controverso. Enquanto os trabalhadores, na ponta do atendimento, não conseguem realizar manobras no SEP (Sistema Elétrico de Potência) com o necessário respaldo do COD, pois a comunicação é nula, lá longe, na Diretoria, se divulga a falsa ideia que estamos na “era da modernidade” na forma de receber as ocorrências de falta de energia e despachar para as equipes de campo.

Em campo, fora das salas refrigeradas e cadeiras confortáveis daqueles que tomam as decisões, após o recebimento das NRs (Notas de Reclamação), as equipes ficam às cegas, jogadas à própria sorte, o que vai diretamente contra todas as políticas de segurança, que a Celesc diz seguir à risca. Ou não há previsão que todas as intervenções no SEP devam passar pelo controle do COD? Como seria possível realizar tais manobras, se o rádio não funciona? Se não existe sinal de telefonia móvel, como as equipes irão se comunicar com o COD e vice-versa?

Na contramão daqueles que seguem defendendo que chegamos na “era da modernidade”, elencamos algumas situações do cotidiano relatadas pelas equipes que enfrentam problemas de comunicação:

Na primeira delas, o rádio das viaturas não recebe, nem transmite mensagens, porém existe sinal de celular. Então, muitos trabalhadores acabam utilizando o seu telefone particular para entrar em contato com o despachante, já que não há outra solução e a execução do serviço com segurança depende de comunicação. Nesse caso, a conta não fecha, afinal, os empregados literalmente pagam para trabalhar, enquanto uma empresa do porte da Celesc com faturamento milionário não consegue disponibilizar telefones móveis para as equipes que estão em campo realizarem suas tarefas de forma segura e seguirem atendendo com excelência a sociedade catarinense.

Causa revolta que gerentes tenham aparelhos celulares corporativos, o que não seria um problema, desde que aquelas equipes, cuja comunicação é imprescindível e requisito básico para manter contato com o despachante local ou de Florianópolis (COSD) não precisassem usar seus pacotes de dados móveis para trabalhar com segurança, situação irregular, pois os contratos de trabalho dos celesquianos não preveem a utilização de meios próprios para suprir uma deficiência técnica da empresa.

Situação mais grave ainda é quando não há sinal de rádio e muito menos de telefonia móvel, quando os trabalhadores se veem à própria sorte, executando manobras no SEP, se colocando em alto risco. Enquanto o assunto é banalizado pela Celesc, que finge que tudo está perfeito, trabalhadores ficam à mercê da inoperância do sistema de comunicação, percorrendo longas distâncias na tentativa de conseguir contato com os despachantes e executar as manobras com segurança. Ainda que se obtenha sucesso com o deslocamento, os atrasos são inevitáveis. E se for uma emergência envolvendo risco a terceiros?

Muitos são os fatores que resultam a deficiência ou falta de comunicação. Como exemplo, as condições de relevo de algumas regiões, que causam os famosos pontos cegos – situação que seria resolvida com investimento em mais antenas repetidoras que propagariam o sinal de rádio para mais lugares. Outro fator preponderante é a falta de cobertura de sinal móvel de telefonia, mas aí há um problema que foge da alçada da Celesc, pois as operadoras de celular (que são todas privadas), apenas visam lucros estratosféricos e não priorizam a melhoria do sinal telefônico que proporcionaria um melhor serviço a todas as partes do país – eis um dos preços da privatização: serviço péssimo e que não atende a todos de forma isonômica, mas esse é outro assunto.

Por fim, é perceptível a falta de manutenção adequada nas antenas de transmissão e nos rádios das viaturas da Celesc, equipamentos ultrapassados que não atendem mais à demanda de trabalho imposta pelas atividades cotidianas. Em alguns lugares, não existe sequer antena de transmissão, havendo denúncias de regiões que estão há uma década sem nenhum tipo de sinal de transmissão nos rádios das equipes operacionais. Nestes locais, os rádios são meros enfeites dependurados no painel dos carros, pois, não havendo repetidora, para que serve um rádio móvel?

O maior medo de muitos trabalhadores envolve a questão de segurança: caso seja necessário desligar um alimentador de forma emergencial, em diversos casos, essa tarefa se torna impossível. É necessária uma cobrança forte à Celesc e, mais ainda, uma resposta clara, objetiva: a Diretoria precisa urgentemente solucionar essa questão, que vem de longo tempo, já tendo sido tema de reunião com o Diretor de Distribuição. Os trabalhadores não podem seguir sofrendo as mazelas impostas pela má administração! É preciso que, ao falar, a mensagem seja ouvida e o retorno seja claro.

Aguardamos posicionamento imediato da Diretoria, sem pontos cegos nessa comunicação: essa resposta precisa ser clara e eficaz, com a certeza de que estamos sendo compreendidos e que os problemas serão solucionados.

Afinal, não há nada mais inseguro que que trabalhar sem boa comunicação, assim como não há nada mais temerário que precisar gritar para quem não quer ouvir.

Seja representante sindical do Sinergia!

Candidate-se agora mesmo! De 15 a 29 de fevereiro, por e-mail (sinergia@sinergia.org.br) ou através de uma pessoa diretora no seu local de trabalho.

📣 Para o Sinergia, a(o) representante sindical é muito importante, pois estimula o sindicalismo baseado na participação de toda a categoria.

🎤 O objetivo é que as pessoas trabalhadoras sejam participantes ativas, não apenas espectadoras da história em que se desenrola sua vida.

✊️Os benefícios e conquistas alcançados pelas eletricitárias e eletricitários são fruto da atuação das trabalhadoras e trabalhadores organizadas através do sindicato.

😃 As eleições serão no dia 25 de março, a posse será em maio e o mandato tem duração de dois anos.

Regras para viagens geram insatisfação na categoria

Grupo de trabalhadores buscou sindicatos para demonstrar indignação

As regras para receber diárias de viagens na Celesc tiveram mudanças em meados de 2023. À época, ainda no primeiro semestre do ano, Intercel e representantes da Direção da Celesc discutiram bastante o tema em reuniões da Comissão de Recursos Humanos (CRH). Os sindicatos argumentavam que os valores e as mudan­ças na política de hospedagens poderiam trazer insatis­fação da categoria. A Celesc, por sua vez, alegou que a nova política era mais justa e que os trabalhadores teriam mais conforto nas viagens.

O Sinergia se reuniu com trabalhadores da Adminis­tração Central no fim de janeiro. Eles apresentaram um abaixo assinado com mais de duzentas assinaturas de celesquianas e celesquianos indignados com o baixo valor da diária e os problemas para fazer reservas de hotéis. Um dos trabalhadores presentes na reunião com o Sinergia argumentava que “ficamos longe da nossa fa­mília por dias, deixamos de ver nossos filhos crescerem, sobrecarregamos nossa companheira, o casamento muitas vezes fica prejudicado por conta da distância e, por diversas vezes, ainda tive que pagar do bolso para conseguir dar conta da alimentação. Essa matemática não fecha”. Outro trabalhador afirmou que a Diretoria da empresa alegava, no início da implantação do novo re­gramento de viagens, que os hotéis seriam iguais tanto para a diretoria da empresa quanto para trabalhadores da Celesc, mas que isso não é a realidade. E citou, como exemplo, hotel em Itajaí, que, segundo ele, oferece uma categoria de apartamento para a diretoria e outra cate­goria para trabalhadores da empresa.

Outra demanda referendada por praticamente todos os trabalhadores presentes na reunião foi a ausência de restaurante em determinados hotéis e também nos arredores desses hotéis: “tivemos caso de não ter res­taurante no hotel conveniado e nem por perto. Nós esta­mos proibidos de sair com o carro da Celesc para jantar. Também não podemos usar Uber, já que a Celesc não está pagando o reembolso. Vamos fazer o quê? Jantar barrinha de cereal?”

As reclamações não param por aí: trabalhadores rela­taram que, em determinados hotéis, os valores de diária eram mais baratos para trabalhadores terceirizados do que para celesquianos: “o hotel Eliana, em Guaramirim, por exemplo, cobrou R$160 a diária de um terceirizado e R$190 da Celesc. Por que a Celesc está pagando mais caro do que um terceirizado?”, questionou. O hotel Elia­na também foi motivo de reclamação de outro trabalha­dor, que alegou ter de ir dormir em Joinville por receber a negativa de hospedagem neste hotel sem explicação: “depois de um dia cansativo de trabalho, é muito pesado você ter de se deslocar a outra cidade para conseguir uma hospedagem”.

A queixa mais comum entre os trabalhadores presen­tes na reunião com o Sinergia, contudo, foi o aumento dos valores, especialmente em cidades litorâneas, durante o verão: “há diversos hotéis conveniados que aumentaram o valor da diária durante o período de ve­raneio, impossibilitando que pudéssemos ficar hospe­dados”.

O assunto estava pautado para ser debatido em reu­nião da Intercel que ocorreu na data de ontem – após o fechamento desta edição. É fundamental que a Celesc reveja a postura e abra espaço para ouvir as demandas de trabalhadoras e trabalhadores de todo o estado.