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Rede Vida Viva faz pesquisa para saber os impactos da digitalização no cotidiano das pessoas – PARTICIPE!

A Rede Vida Viva tem acompanhado de perto as mudanças que vêm transformando o mundo do trabalho no Brasil e no exterior. A digitalização, cada vez mais presente em todos os setores, vem reorganizando os processos de trabalho, elevando a produtividade e, ao mesmo tempo, intensificando o controle sobre cada passo dos trabalhadores. Diante desse cenário, é fundamental compreender como essas transformações têm afetado a vida, a saúde e as condições de trabalho de quem está na linha de frente. 

Por isso, a Rede Vida Viva convida você a participar de uma pesquisa que busca ouvir os trabalhadores e trabalhadoras sobre os impactos da digitalização em seu cotidiano. Sua experiência é essencial para construirmos, juntos, um novo olhar sobre o trabalho e para pensarmos caminhos coletivos de resistência e transformação. 

Acesse a pesquisa clicando aqui.

Atlas do Serviço Público de Santa Catarina é lançado na Alesc

Nesta terça-feira (4/11), o Sinergia esteve presente no lançamento do Atlas do Serviço Público de Santa Catarina, iniciativa organizada pela Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e pelo Fórum Catarinense de Defesa do Serviço Público.

O objetivo do material é fortalecer a atuação do movimento sindical, oferecendo dados e análises essenciais para a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do setor público e para a garantia de serviços públicos de qualidade para toda a população.

O Sinergia marcou presença na atividade e reforçou a luta contra a Reforma Administrativa, que ameaça direitos, serviços essenciais e o papel social do Estado.

“Seguiremos na defesa de uma Celesc pública, estatal e a serviço dos catarinenses, com organização e mobilização permanente ao lado das demais entidades!”, destaca o coordenador geral do Sinergia Tiago Vergara.

Confira abaixo o ATLAS do serviço público completo:

Mudam o nome, mas não apagam a história

POR TRÁS DA NOVA MARCA ESTÁ O MESMO PROJETO QUE ENTREGOU O PATRIMÔNIO PÚBLICO AO MERCADO FINANCEIRO

Dia 22 de outubro, a Eletrobras anunciou que passará a se chamar Axia a partir de 10 de novembro. Segundo a empresa, o nome de origem grega significa “valor”, mas na prática, a mudança tenta apagar a essência e a história da Eletrobras, uma das maiores conquistas do povo brasileiro, símbolo de soberania, desenvolvimento e compromisso com o país.

 O nome Eletrobras sempre carregou o DNA nacional, que significa “Eletro”, de eletricidade, e “Brás”, de Brasil, expressando o ideal de energia como bem comum, de engenharia nacional como instrumento de soberania e da eletricidade como direito de todos. Com “Axia”, o que se busca é apagar essa identidade coletiva e substituir o compromisso público pela lógica fria do lucro e dos acionistas.

 Desde a privatização, os resultados são evidentes: enquanto a alta cúpula da empresa viu seus salários aumentarem em mais de 2.000%, os trabalhadores sofreram com demissões, redução salarial e perda de direitos. A gestão, que se diz “moderna e inovadora”, tornou-se mais burocrática, centralizadora e menos transparente, dificultando até processos básicos como emissão de PPPs, reembolsos e marcação de férias.

 A justificativa de que a mudança busca “agilidade e inovação” é apenas retórica. O verdadeiro objetivo é reconfigurar a imagem da empresa para o mercado, tentando esconder o fato de que a Eletrobras, construída com o dinheiro e o trabalho do povo brasileiro, foi entregue ao capital privado e deixou de cum prir sua função social e estratégica.

 A mudança de nome tenta romper com a memória de uma empresa que foi responsável por integrar o sistema elétrico nacional, levar energia a regiões antes esquecidas pelo mercado e garantir segurança energética ao país. Apagar essa trajetória significa apagar o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e negar a importância das políticas públicas que levaram luz, dignidade e progresso a milhões de brasileiros.

 A Intersul, CNE, Federações e a Confederação Nacional dos Urbanitários lutarão, junto com entidades sindicais, movimentos populares e parlamentares comprometidos com o interesse público, para que a Eletrobras volte a ser pública, transparente e voltada ao desenvolvimento nacional. A entrega de patrimônio público só prejudica a população brasileira e afeta a soberania do país.

 A estatização não é apenas uma pauta econômica, é um projeto de Brasil, de futuro e de respeito ao que foi construído coletivamente pelo povo brasileiro. Para a Intersul, a mudança do nome é simbólica e representa o apagamento da memória de um  patrimônio nacional e a submissão do setor elétrico brasileiro aos interesses do mercado. “Podem mudar o nome que quiserem, a luta pela reestatização da Eletrobras e pela defesa das empresas públicas continua firme.”, enfatiza Tiago Bitencourt Vergara, funcionário da Eletrobras e coordenador Geral do Sinergia e coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários.

 A Intersul reforça que a energia elétrica é um direito essencial para a vida e ao desenvolvimento de um país e se preocupa demais com os rumos que a gestão privada da Eletrobras está tomando onde fica evidente que a preocupação com a manutenção do sistema elétrico tem ficado em segundo plano e priorizando o lucro dos acionistas.

 O povo brasileiro sabe que a Eletrobras é mais do que uma marca: é parte da sua história, da sua soberania e da sua capacidade de construir um futuro com justiça social e independência energética! 

Terceirizado morre em acidente de trabalho durante serviço para a Celesc

O caso é o terceiro óbito registrado durante a gestão do atual presidente da Celesc

No dia 21 de outubro, um trabalhador terceirizado morreu após um grave acidente de trabalho na região de Caçador, no Meio-Oeste catarinense. A vítima era encarregada de uma equipe de uma empreiteira contratada para realizar serviços de roçada e limpeza em redes da Celesc.

De acordo com informações, o acidente ocorreu durante a retirada de uma árvore de eucalipto localizada na borda de um talude, próxima a uma estrada de acesso a uma propriedade rural. A operação contava com o auxílio de uma escavadeira, que havia direcionado o tombamento da árvore conforme o planejamento inicial. A vítima chegou a ser socorrida com vida e encaminhada para atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos.

O acidente ocorreu no mesmo período em que a empresa realizava suas SIPATs integradas (Semanas Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho) em todo o estado.

 A Intercel acompanha os casos e alerta que a ampliação da terceirização e a sobrecarga dos trabalhadores próprios têm aumentado o risco de acidentes e gerado insegurança entre os empregados.

 Os sindicatos ressaltam que a crítica não se dirige aos profissionais da área de segurança, mas à diretoria da Celesc, que tem priorizado resultados financeiros e dividendos de acionistas em detrimento da segurança dos trabalhadores. “Os trabalhadores da Celesc vivem uma verdadeira roleta-russa. Se nada mudar na gestão, é difícil prever quem será o próximo”, alerta.

 A Intercel reafirma seu compromisso com a saúde e segurança dos trabalhadores e vai buscar os órgãos fiscalizadores para que tomem as providências frente ao caso. A entidade seguirá cobrando mudanças na política adotada pela atual diretoria, exigindo condições de trabalho seguras e dignas para todos os trabalhadores da Celesc próprios e terceirizados.

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA JUSTA, SOBERANA E POPULAR

Propostas dos trabalhadores e trabalhadoras para resistir e vencer

Diante da crise climática crescente e da importância da questão energética apresentamos nossa análise e os compromissos com o povo brasileiro e os povos do mundo para uma transição energética justa, soberana e popular.  Somos trabalhadores e trabalhadoras, da classe que trabalha e produz a riqueza da humanidade. Somos a Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia. 

CONSIDERAMOS QUE ENTRAMOS NUMA NOVA ÉPOCA DA HISTÓRIA.

Consideramos que para desvendar as reais causas da crise climática é preciso analisar o local reservado da produção, que hoje é baseada num sistema de exploração do trabalho, de produção de mercadorias, que visam a acumulação das riquezas na mão de poucos com lucro privado e não para satisfação das necessidades das maiorias. Este modo de produção exclui, marginaliza e oprime a maioria da população.

Consideramos que é o capital financeiro quem domina e dirige o sistema mundo capitalista.

Consideramos que há uma crise mundial, econômica, política, geopolítica, ambiental e cultural. Crise múltipla que aponta os limites e a brutalidade do modo de produção capitalista e sua incapacidade de oferecer à humanidade senão a piora das condições de vida do planeta. E a crise de 2008 sinalizou o ingresso em um novo período histórico.

Consideramos que o neoliberalismo redefiniu progressivamente os padrões de inserção da economia brasileira e de muitos países periféricos na divisão internacional do trabalho, desfavorecendo ainda mais os países e as populações mais pobres.

Consideramos que a política energética tem papel relevante neste momento histórico e que a questão energética é parte importante da geopolítica e da disputa pelo poder e dominação em escala mundial.

Consideramos que em nossos territórios existem bases naturais de elevada potencialidade energética.

Consideramos que parcela importante da energia foi transferida para o controle privado dos bancos e fundos financeiros.

Consideramos que a privatização da energia contraria frontalmente os interesses populares e o cuidado ao meio ambiente.

Consideramos que os preços da energia elétrica, do gás de cozinha e combustíveis foram transformados em instrumento de rapinagem da riqueza nacional dos países periféricos e dos povos ou da classe trabalhadora em geral, principalmente com a entrega recente da Eletrobras, da BR Distribuidora, da Liquigas e de parte das refinarias da Petrobrás.

Consideramos os trabalhadores e trabalhadoras do setor energético, os atingidos pelos projetos e os pequenos consumidores de energia como vítimas deste sistema em geral e da privatização.

Consideramos que o crescimento mundial das forças fascistas é produto do capitalismo em crise, instrumento para sua preservação e uso da extrema violência contra a classe que trabalha.

Na esperança de uma vida melhor aos povos e ao planeta, surgem forças emergentes buscando construir um mundo diferente, talvez mais justo, democrático, civilizado e belo, entre as quais se destaca como potência a China.

NÃO HÁ SOLUÇÃO DE MERCADO PARA A CRISE CLIMÁTICA. 

O debate internacional e nacional atual, sobre a crise climática, é dominado pela preocupação em reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para conter o aquecimento global. 

Porém, no capitalismo a crise climática é crescente. Os grandes problemas ambientais da nossa época são causa e consequência das relações de produção e circulação das mercadorias da sociedade burguesa, que tem como característica o rentismo, a produção destrutiva e as guerras.

O fracasso das Conferências oficiais hegemonizados pela classe burguesa sobre mudanças climáticas é evidente, e se limitam a buscar caminhos para transformar o meio ambiente em mais uma fronteira de acumulação e lucro, fundada no consumismo, no desperdício, na obsolescência programada das mercadorias, nas guerras e num crescimento incessante da apropriação, uso e destruição da base material da própria vida. 

As chamadas “soluções de mercado”, tem como objetivo último alargar os negócios burgueses e arrastar a classe trabalhadora mundial para falsas ideias de resolução da crise.

Embora, fontes renováveis possam oferecer algumas vantagens, é sabido que não existe fonte de energia totalmente limpa e renovável. 

NOSSAS PROPOSTAS PARA TRANSIÇÂO ENERGÉTICA JUSTA. SOBERANA E POPULAR

Uma transição energética justa, soberana e popular deve contemplar os interesses da imensa maioria da humanidade, ou seja, da classe que trabalha e produz a riqueza, e o caminho para a vitória é o fortalecimento do trabalho de organização e luta das massas trabalhadoras em escala nacional e internacional. 

A agenda da Transição Energética ainda está em disputa e resultará dos confrontos, trajetórias e motivações dos diferentes interesses envolvidos na luta entre as classes. E a tomada do poder do Estado pelos trabalhadores e trabalhadoras é fundamental nesta luta.

A nível global, uma transição energética justa, soberana e popular, somente será alcançada com uma redefinição da divisão internacional e sexual do trabalho e o fim da dominação das grandes corporações e do capital financeiro internacional, o que exigirá a superação do modo de produção capitalista.

Em escala nacional, uma transição energética justa, soberana e popular, deve ser adaptada as características de nossa realidade e será o resultado de uma redefinição radical dos termos de inserção de nossa economia periférica e dependente na divisão internacional do trabalho. Será condição e resultado da afirmação da soberania nacional e popular, expressa em soberania energética, soberania alimentar, soberania cultural e econômica em sentido amplo.

Trata-se de lutar e construir socialmente o entendimento de que ENERGIA NÃO DEVE SER MERCADORIA, MAS UM BEM COMUM DO POVO. Uma política energética guiada pela ótica da “soberania, distribuição da riqueza e controle popular”.

Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia 

Luta contra a reforma administrativa é de todos os trabalhadores, diz Sergio Nobre

Presidente da CUT, Sergio Nobre, convoca toda a classe trabalhadora para apoiar o ato, nesta quarta-feira, dia 29, em Brasília, contra a reforma administrativa que coloca em risco o atendimento à população

*Escrito por: Rosely Rocha e Walber Pinto

O presidente da CUT Nacional, Sergio Nobre, convoca toda a classe trabalhadora a estar presente e apoiar o ato dos servidores públicos das três esferas (federal, estadual e municipal), que será realizado nesta quarta-feira (29), em Brasília, a partir das 9 horas, em frente ao Museu Nacional, contra a reforma administrativa.

“Dia 29 é o dia da marcha dos trabalhadores contra a reforma administrativa. Uma reforma nefasta que visa acabar com os serviços públicos. É a PEC 32 disfarçada que está rolando no Congresso Nacional. Vamos sair numa grande caminhada para mostrar que a classe trabalhadora não aceita mudança autoritária que tire os seus direitos. E essa luta não é uma luta só dos servidores públicos, é de toda a classe trabalhadora brasileira”, disse Sergio Nobre.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32 foi arquivada em 2021 e trazia uma série de medidas negativas para os servidores públicos, que prejudicaria o atendimento ao público, além de abrir uma grande porta para a corrupção.

Interesses escusos

Essa mesma porta será reaberta caso o Congresso Nacional aprove a proposta de reforma administrativa, apresentada na última sexta-feira (24), pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) que retoma o discurso de “combate a privilégios” e modernização do Estado, mas provoca impactos diretos nas relações de trabalho do funcionalismo público.

Com o discurso de modernizar o Estado brasileiro, o novo texto da reforma administrativa, na verdade, vai permitir que políticos coloquem em cargos chaves seus apadrinhados, impedindo que servidores concursados, com estabilidade denunciem toda e qualquer tentativa de casos de prevaricação. Um exemplo foi a denúncia das joias no valor de mais de R$ 16 milhões, apreendidas pela Receita Federal, que seriam presentes do governo saudita à ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. A legislação não permite a posse de presentes nesses valores. Em casos como aquele, as joias devem ir para o acervo da União.

Outro discurso amplamente propagado é de que a reforma acabará com os supersalários. Mas o que esses políticos não dizem é que um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostrou que em 2021, 40% do funcionalismo recebia, em média, o equivalente a dois salários mínimos, em comparação ao valor do salário mínimo em setembro de 2023 (R$ 2.604).

Outros dados desmentem o mito do “Estado inchado”: de acordo com nota técnica da Consultoria de Orçamento do Congresso Nacional, a despesa da União com pessoal caiu de 4,32% para 3,39% do PIB entre 2017 e 2023. A média salarial no setor público é inferior ao que se propaga: 62% dos servidores federais ganham até R$ 7 mil, e a maioria atua em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social, publicou a Condsef, em julho deste ano.

Leia a notícia completa em: Luta contra a reforma administrativa é de todos os trabalhadores, diz Sergio Nobre – CUT – Central Única dos Trabalhadores

A piora dos serviços da Copel faz parte de uma estratégia

Empresa privatizada demitiu e piorou as condições de trabalho de seus funcionários



*Por Leandro Grassmann

No mundo corporativo contemporâneo, é quase um mantra que “as pessoas são o nosso maior ativo”. Empresas investem pesado em políticas de gestão, códigos de conduta e pacotes de benefícios atrativos para reforçar essa imagem. A Copel, uma das maiores companhias de energia do Brasil, é um exemplo desse discurso. Seus documentos oficiais, como a Política de Gestão de Pessoas (NPC 0401), declaram que “os empregados são os recursos mais valiosos” e que as relações de trabalho são pautadas pela “ética, respeito às pessoas, dedicação, transparência, segurança e saúde“.

Anúncios de vagas reforçam essa narrativa, prometendo um “pacote de benefícios acima do mercado”, que inclui desde vale-alimentação e plano de saúde extensivo à família até participação nos lucros e programas de bem-estar. Contudo, uma análise mais aprofundada da realidade da empresa revela um paradoxo desconcertante, onde a prática parece divergir drasticamente do discurso.

O contraste nos bastidores

Enquanto a empresa projeta uma imagem de valorização, os sindicatos que representam seus trabalhadores mostram um quadro oposto. Desde que Daniel Slaviero assumiu a presidência da Copel em 2019, a companhia adotou explicitamente o que chamou de “Mindset privado“, focado na maximização de lucros e minimização de despesas.

Em novembro de 2023, ao apresentar o plano estratégico pós-privatização aos investidores, Slaviero foi claro: a prioridade seria “fazer a lição de casa saneando custos”, com meta de economizar mais de R$ 500 milhões em três anos, sendo que a maior parte viria da otimização de despesas com pessoal. Na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026, a proposta da Copel foi classificada como um “insulto” pelas entidades sindicais. A oferta consistia em corrigir salários e alguns benefícios apenas pela inflação (INPC), sem ganho real, apesar de a empresa ter registrado um crescimento de 20% em seu resultado desde que a atual diretoria assumiu. Além disso, a companhia propôs a retirada do auxílio-alimentação das garantias do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma manobra que poderia permitir a tributação do benefício.

Essa estratégia de redução de custos com pessoal se traduziu em números concretos. Em 2010, a Copel tinha 8.907 empregados próprios. Em 2021, esse número caiu para 6.538, uma redução de 30%. No mesmo período, os trabalhadores terceirizados saltaram de 5.225 para 8.420, um aumento de 61%. Com o Programa de Demissão Voluntária (PDV) implementado em agosto de 2024, que desligou 1.078 funcionários, os terceirizados passaram a representar aproximadamente 65% da força de trabalho da empresa.

Essa tensão nas negociações é apenas a ponta do iceberg. Um levantamento em portais jurídicos assusta: a Copel Distribuição S.A. figura em mais de 117.000 processos judiciais, enquanto a holding, Companhia Paranaense de Energia, é mencionada em mais de 32.000 ações em diversas instâncias, incluindo o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Esses números ganham uma dimensão humana quando associados a reportagens que denunciam a crescente precarização do trabalho. Um artigo do Brasil de Fato, de junho de 2025, relata a contratação de trabalhadores sem qualificação técnica para funções de alto risco, o que teria levado a acidentes graves e até fatais. A mesma reportagem aponta uma queda vertiginosa na qualidade dos serviços, com a Copel despencando da lista das 10 melhores distribuidoras do país para a 29ª posição entre 31 empresas avaliadas pela ANEEL.

A correlação entre a política de corte de pessoal próprio, o aumento da terceirização e a deterioração dos serviços não é mera coincidência. Em 2016, quando a Copel ainda era majoritariamente estatal e os terceirizados representavam 40% da força de trabalho, a empresa foi considerada a melhor distribuidora da América Latina. Após a adoção do “Mindset privado” em 2019 e a privatização em 2023, com terceirizados ultrapassando os empregados próprios, a qualidade despencou.

Valorização Seletiva: A disparidade salarial

Se o discurso de valorização de pessoas parece vazio para os empregados, ele certamente não se aplica à alta cúpula. Desde a privatização em 2023, a remuneração da diretoria da Copel saltou 429%. O orçamento destinado aos executivos, conselheiros e comitês passou de R$ 11,3 milhões em 2023 para R$ 60,1 milhões em 2024. O presidente Daniel Slaviero, que recebia R$ 72 mil mensais, pode agora embolsar até R$ 382 mil por mês, um aumento de 430%. Os demais diretores podem receber até R$ 324 mil mensais, incluindo salário, bônus e ações.

A justificativa oficial? Segundo a empresa, os valores anteriores estavam “desalinhados em relação às tendências do mercado” e não eram “adequados aos desafios da Companhia na gestão do seu capital humano, que demanda sólidas estratégias de incentivos, atração e retenção de talentos de alto desempenho”.

Enquanto isso, aos empregados que permaneceram após o PDV, a empresa oferece apenas reajuste pela inflação (INPC), sem ganho real, e propõe eliminar o abono, restringir horas extras, acabar com o adiantamento do 13º salário e congelar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-educação. Como já observei em 2022: “Quanto menos se paga aos empregados, mais a Diretoria ganha. Quanto mais lucro proveniente da redução de custos com funcionários, mais a Diretoria ganha.”

Vale ressaltar que, segundo o DIEESE, 89,2% das negociações coletivas no Brasil em 2024 resultaram em ganhos acima da inflação. A proposta da Copel vai na contramão do mercado de trabalho nacional, mesmo com a empresa tendo registrado lucro líquido de R$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2024 e distribuindo R$ 632 milhões em proventos aos acionistas.

Veja a notícia completa em: A piora dos serviços da Copel faz parte de uma estratégia — Brasil de Fato

SUS 35 anos: a reconstrução após anos de retrocessos

Em três anos o atual governo amplia acesso, moderniza serviços e fortalece políticas públicas de saúde em todo o país

Após um ciclo de retrocessos que desestruturou políticas públicas e fragilizou o Sistema Único de Saúde (SUS), o atual governo federal iniciou um amplo processo de reconstrução da rede pública. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) herdou um sistema enfraquecido pelos cortes orçamentários e pela condução ideológica do governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ), que deixou como marca o negacionismo, a omissão, e desprezo pela ciência e os cortes orçamentários na área da saúde.

Especialistas descrevem o cenário encontrado no SUS, em 2023, como “terra queimada”, resultado de políticas que ampliaram desigualdades e reduziram a capacidade do país de enfrentar crises sanitárias como a pandemia de Covid-19. Nesta quarta e última reportagem da série SUS 35 anos, vamos abordar como o atual governo vem reconstruindo o maior sistema público de saúde do mundo.

Retomada das diretrizes originais e da atenção básica

No primeiro ano da atual gestão, sob o comando da ex-ministra Nísia Trindade, o Ministério da Saúde retomou as diretrizes originais do SUS, com foco na atenção básica, na inclusão e na redução das desigualdades regionais. Logo nos primeiros meses, a pasta revogou portarias que contrariavam princípios constitucionais da saúde pública. Entre elas, a de nº 2.561, editada durante o governo Bolsonaro, que obrigava médicos a comunicar à polícia casos de aborto legal — medida que impunha barreiras ao atendimento de mulheres nos hospitais.

Mais Médicos: o merecido retorno

Um dos marcos dessa reestruturação foi a recriação e ampliação do programa Mais Médicos, retomando o projeto de universalização do acesso à saúde iniciado no governo Dilma Rousseff. A nova fase abriu 15 mil vagas, com 3,6 mil médicos em 2 mil municípios, alcançando regiões rurais, periféricas e indígenas, além de populações em situação de rua e o sistema prisional. O programa resgata a presença do Estado onde a iniciativa privada não chega e reafirma o compromisso de levar atendimento digno a todos os brasileiros.

“O avanço da política educacional desde os primeiros governos Lula também tem impacto direto nesse processo. Com a expansão das universidades públicas e dos cursos de medicina, filhos de trabalhadores passaram a ocupar espaços antes restritos às elites, retornando a suas comunidades como médicos formados. Essa transformação alia inclusão social, valorização da educação pública e fortalecimento do SUS — pilares defendidos pela CUT como essenciais para a democratização da saúde”, afirmou Josivania Ribeiro Cruz Souza, secretária de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT Nacional.

Investimentos e modernização na assistência farmacêutica

Na assistência farmacêutica, o Componente Especializado (Ceaf) garantiu acesso a 177 medicamentos de alta complexidade, com investimento de R$ 7,9 bilhões em 2022. Em 2023, o Ministério modernizou o sistema de solicitação e renovação com a Portaria nº 1.022, que digitalizou todo o processo. Outra medida relevante foi o Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), que destinou R$ 600 milhões à realização de cirurgias eletivas, exames e consultas, atacando um dos gargalos históricos da rede pública.

Saúde do trabalhador volta à pauta

A saúde do trabalhador também voltou à agenda pública. A atualização da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT) ampliou para 347 os códigos de doenças ocupacionais, reforçando o compromisso do governo com a proteção da classe trabalhadora. Dados de 2006 a 2022 mostram que 81,7% dos casos registrados entre profissionais de saúde estavam ligados a acidentes com material biológico, e 16,8% a acidentes de trabalho em geral.

Digitalização e inovação no atendimento

No campo tecnológico, o Conecte SUS avançou como principal ferramenta da Estratégia de Saúde Digital (2020–2028). A plataforma permite acesso a prontuários e histórico vacinal. Em agosto de 2023, todas as 27 unidades da federação haviam aderido ao Conecte SUS Profissional, garantindo maior integração de dados e agilidade nos atendimentos.

2025: Novo PAC Saúde e expansão da rede pública

Em 2025, com o retorno do médico e ex-ministro Alexandre Padilha à pasta, o SUS entrou em nova etapa de expansão. O Novo PAC Saúde prevê a construção de 768 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 31 policlínicas, além da compra de 10 mil equipamentos para modernização da rede. O plano inclui ainda a requalificação de hospitais federais, ampliação de leitos e o fortalecimento do diagnóstico e tratamento do câncer.

Agora Tem Especialistas: mais acesso e dignidade

Outro avanço é o Programa Agora Tem Especialistas, transformado em lei em 2025, que amplia o acesso a consultas e procedimentos especializados no SUS. Com investimento anual de R$ 2 bilhões, a iniciativa garante prioridade para pacientes com câncer e prevê transporte, hospedagem e atendimento por telemedicina em regiões isoladas.

A diferença entre o descaso e a reconstrução

As diferenças em relação ao passado recente são visíveis. Durante o governo Bolsonaro, a condução negacionista da pandemia resultou em mais de 700 mil mortes e paralisou políticas preventivas. Hoje, o governo federal reage com rapidez a novas ameaças sanitárias, como os casos de intoxicação por metanol. O Ministério da Saúde reforçou estoques de etanol farmacêutico e adquiriu, do Japão, milhares de doses de fomepizol, antídoto de maior eficácia, garantindo resposta imediata aos estados mais afetados.

A lista de serviços do SUS  é imensa. Clique aqui para conhecer tudo que está à sua disposição que você talvez você não saiba que existe.

*Escrito por: Luiz R Cabral | Editado por: Rosely Rocha em SUS 35 anos: a reconstrução após anos de retrocessos – CUT – Central Única dos Trabalhadores.

Câmara de Concórdia abre espaço para representação da categoria

STIEEL FEZ FALA EM DEFESA DOS DIREITOS DA CATEGORIA

A Câmara de Vereadores de Concórdia abriu espaço, na sessão de 7 de outubro, para que a representação do STIEEL e da Intercel se manifestasse nos dez minutos de Tribuna Livre, em defesa de trabalhadoras e trabalhadores da Celesc e da manutenção da empresa pública. O espaço, concedido pelo presidente da Casa Legislativa, vereador Closmar Zagonel (MDB), foi solicitado pela vereadora Ingrid Fiorentin (PT). Ingrid já fez manifestações em defesa da Celesc Pública junto à vereadora Margarete Poletto Dalla Costa (PSDB) em sessões anteriores e igualmente abriu espaço à categoria no ano passado. As vereadoras também marcaram presença na Assembleia Estadual dos empregados da Celesc, realizada no mês de agosto na cidade de Concórdia.

 O dirigente sindical Jeferson dos Reis representou os celesquianos na Tribuna Livre. Ele agradeceu pela cessão do espaço e a presença de colegas da Celesc no ato. Jefferson explicou os motivos da greve na empresa nos últimos dias: “A nossa pauta principal foi buscar direitos que foram retirados em 2016, a isonomia. Queremos que todos os celesquianos tenham os mesmos direitos. E quem entrou na empresa pós 2016, depois de uma greve muito longa, hoje não tem os mesmos direitos de quem entrou anteriormente na companhia”.

 Ele também explicou aos vereadores e à sociedade concordiense que acompanhava a sessão, que a categoria não cobrava um reajuste salarial astronômico na campanha de data-base deste ano: “A nossa pauta era mais do que justa. Não queríamos um incremento de custos para a Celesc. Não estávamos buscando uma supervalorização dos nossos salários, tanto é que o nosso acerto depois com a empresa foi feito em cima do reajuste inflacionário, o INPC. O que buscamos e continuaremos sempre lutando é por isonomia, para que todos tenham os mesmos direitos”. O dirigente lembrou que foi realizada até mesmo a tentativa de compra do direito, negada pela diretoria da Celesc: “É difícil o diálogo com a atual diretoria. E mesmo nós dispostos a comprar esse direito para quem não tinha, em que os trabalhadores mais velhos estavam dispostos a abrir mão de um percentual de um reajuste inflacionário para estender esse direito a todos os trabalhadores, a empresa não aceitou”.

 Ainda na Tribuna da Câmara, Jeferson recordou que hoje a diretoria da empresa tem sido pautada tão somente pelo lucro dos acionistas: “É uma crítica à diretoria que não valoriza os celesquianos, que muito bem atendem os catarinenses. É preciso ressaltar que qualquer empresa pública, quando se fala em governança, deve estar pautada em três pilares – os trabalhadores, a sociedade e os acionistas. Porém, o que observamos é que a diretoria que está hoje na empresa atende apenas a um desses pilares, os acionistas. É tudo em favorecimento do lucro para os acionistas (…) Enquanto tivermos uma diretoria que pauta apenas o lucro dos acionistas, nós teremos problemas ali na frente que vão afetar a sociedade catarinense”. Jeferson explicou: “Quando você começa a cortar direitos de trabalhadores ou não contrata novos empregados para repor o quadro, visando apenas lucros extraordinários, você começa a não atender bem a sociedade”.

 O dirigente lembrou de casos de estados vizinhos, como no Rio Grande do Sul e no  Paraná, onde as distribuidoras de energia foram privatizadas e a Celesc Pública continua sendo referência de atendimento: “Olhem para o Rio Grande do Sul, dez equipes foram chamadas a atender o estado no ano passado, a empresa pública foi chamada para atender a empresa privada. A Copel com apagões. Vejam o estado de São Paulo, com a Enel privatizada, são apagões em cima de apagões”.

Jeferson lembrou o respeito e o compromisso do celesquiano com o estado de Santa Catarina mesmo durante a greve: “Reforço nosso compromisso com a sociedade concordiense, com os municípios ao redor e com a população catarinense. Sempre iremos atender muito bem a sociedade. Mesmo nesse período de greve, de dez dias e meio, estávamos, como sempre, voluntários lá. Caso houvesse a necessidade, sairíamos de forma voluntária e iríamos atender a população, pois temos o maior respeito com o cidadão catarinense”.

 Por fim, ele frisou que “essa é a nossa luta: Brigamos constantemente para que não retirem direitos dos trabalhadores. O celesquiano precisa ser bem remunerado para continuar atendendo bem a sociedade e não temos vergonha de lutar pelos nossos direitos. A nossa luta será sempre constante para que não deixem privatizar a maior estatal catarinense, a Celesc, que tem uma das menores tarifas de energia do Brasil. Ultimamente, estão abrindo mão do bom atendimento à sociedade em detrimento de lucros exorbitantes para os acionistas. Essa luta é de todos nós. Quando ficarem 3, 4 dias, sem luz, sem atendimento, a quem vamos recorrer?” 

A Intercel agradece à Câmara de Vereadores de Concórdia pelo espaço. 

Celesquianos relatam dificuldades para atendimento no novo banco

Orientações por e-mail não condizem com a realidade do banco, afirmam trabalhadores

Trabalhadores da Celesc seguem com dificuldades para abrir suas contas junto ao Santander, o banco privado que ganhou a licitação para pagamento dos salários e demais benefícios da categoria.

 Diversos empregados fizeram contato com o Linha Viva e com os sindicatos da Intercel nos últimos dias relatando problemas: na Administração Central, os agendamentos para atendimento presencial estavam demorando mais horas que o previsto; nas Regionais e também na Administração Central, trabalhadores relataram que o banco se negava a abrir a conta salário, sem taxas, conforme e-mail informado pela empresa: “queremos abrir uma conta salário aqui na Adminis tração Central e o Santander disse que tenho que ir na agência física. A empresa vai permitir eu sair, ir até a agência fora da empresa, sem descontar o ponto? Ir no banco, levar documentos, perder tempo, vai contra o comunicado da empresa, que dizia que era tudo fácil e possível de resolver por aqui”, afirma um trabalhador em mensagem ao Linha Viva.

 A Intercel tem levado as questões e dúvidas para as gerências da Celesc.