Category Archives: Notícias

A piora dos serviços da Copel faz parte de uma estratégia

Empresa privatizada demitiu e piorou as condições de trabalho de seus funcionários



*Por Leandro Grassmann

No mundo corporativo contemporâneo, é quase um mantra que “as pessoas são o nosso maior ativo”. Empresas investem pesado em políticas de gestão, códigos de conduta e pacotes de benefícios atrativos para reforçar essa imagem. A Copel, uma das maiores companhias de energia do Brasil, é um exemplo desse discurso. Seus documentos oficiais, como a Política de Gestão de Pessoas (NPC 0401), declaram que “os empregados são os recursos mais valiosos” e que as relações de trabalho são pautadas pela “ética, respeito às pessoas, dedicação, transparência, segurança e saúde“.

Anúncios de vagas reforçam essa narrativa, prometendo um “pacote de benefícios acima do mercado”, que inclui desde vale-alimentação e plano de saúde extensivo à família até participação nos lucros e programas de bem-estar. Contudo, uma análise mais aprofundada da realidade da empresa revela um paradoxo desconcertante, onde a prática parece divergir drasticamente do discurso.

O contraste nos bastidores

Enquanto a empresa projeta uma imagem de valorização, os sindicatos que representam seus trabalhadores mostram um quadro oposto. Desde que Daniel Slaviero assumiu a presidência da Copel em 2019, a companhia adotou explicitamente o que chamou de “Mindset privado“, focado na maximização de lucros e minimização de despesas.

Em novembro de 2023, ao apresentar o plano estratégico pós-privatização aos investidores, Slaviero foi claro: a prioridade seria “fazer a lição de casa saneando custos”, com meta de economizar mais de R$ 500 milhões em três anos, sendo que a maior parte viria da otimização de despesas com pessoal. Na negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026, a proposta da Copel foi classificada como um “insulto” pelas entidades sindicais. A oferta consistia em corrigir salários e alguns benefícios apenas pela inflação (INPC), sem ganho real, apesar de a empresa ter registrado um crescimento de 20% em seu resultado desde que a atual diretoria assumiu. Além disso, a companhia propôs a retirada do auxílio-alimentação das garantias do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), uma manobra que poderia permitir a tributação do benefício.

Essa estratégia de redução de custos com pessoal se traduziu em números concretos. Em 2010, a Copel tinha 8.907 empregados próprios. Em 2021, esse número caiu para 6.538, uma redução de 30%. No mesmo período, os trabalhadores terceirizados saltaram de 5.225 para 8.420, um aumento de 61%. Com o Programa de Demissão Voluntária (PDV) implementado em agosto de 2024, que desligou 1.078 funcionários, os terceirizados passaram a representar aproximadamente 65% da força de trabalho da empresa.

Essa tensão nas negociações é apenas a ponta do iceberg. Um levantamento em portais jurídicos assusta: a Copel Distribuição S.A. figura em mais de 117.000 processos judiciais, enquanto a holding, Companhia Paranaense de Energia, é mencionada em mais de 32.000 ações em diversas instâncias, incluindo o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Esses números ganham uma dimensão humana quando associados a reportagens que denunciam a crescente precarização do trabalho. Um artigo do Brasil de Fato, de junho de 2025, relata a contratação de trabalhadores sem qualificação técnica para funções de alto risco, o que teria levado a acidentes graves e até fatais. A mesma reportagem aponta uma queda vertiginosa na qualidade dos serviços, com a Copel despencando da lista das 10 melhores distribuidoras do país para a 29ª posição entre 31 empresas avaliadas pela ANEEL.

A correlação entre a política de corte de pessoal próprio, o aumento da terceirização e a deterioração dos serviços não é mera coincidência. Em 2016, quando a Copel ainda era majoritariamente estatal e os terceirizados representavam 40% da força de trabalho, a empresa foi considerada a melhor distribuidora da América Latina. Após a adoção do “Mindset privado” em 2019 e a privatização em 2023, com terceirizados ultrapassando os empregados próprios, a qualidade despencou.

Valorização Seletiva: A disparidade salarial

Se o discurso de valorização de pessoas parece vazio para os empregados, ele certamente não se aplica à alta cúpula. Desde a privatização em 2023, a remuneração da diretoria da Copel saltou 429%. O orçamento destinado aos executivos, conselheiros e comitês passou de R$ 11,3 milhões em 2023 para R$ 60,1 milhões em 2024. O presidente Daniel Slaviero, que recebia R$ 72 mil mensais, pode agora embolsar até R$ 382 mil por mês, um aumento de 430%. Os demais diretores podem receber até R$ 324 mil mensais, incluindo salário, bônus e ações.

A justificativa oficial? Segundo a empresa, os valores anteriores estavam “desalinhados em relação às tendências do mercado” e não eram “adequados aos desafios da Companhia na gestão do seu capital humano, que demanda sólidas estratégias de incentivos, atração e retenção de talentos de alto desempenho”.

Enquanto isso, aos empregados que permaneceram após o PDV, a empresa oferece apenas reajuste pela inflação (INPC), sem ganho real, e propõe eliminar o abono, restringir horas extras, acabar com o adiantamento do 13º salário e congelar benefícios como auxílio-alimentação e auxílio-educação. Como já observei em 2022: “Quanto menos se paga aos empregados, mais a Diretoria ganha. Quanto mais lucro proveniente da redução de custos com funcionários, mais a Diretoria ganha.”

Vale ressaltar que, segundo o DIEESE, 89,2% das negociações coletivas no Brasil em 2024 resultaram em ganhos acima da inflação. A proposta da Copel vai na contramão do mercado de trabalho nacional, mesmo com a empresa tendo registrado lucro líquido de R$ 1 bilhão no primeiro semestre de 2024 e distribuindo R$ 632 milhões em proventos aos acionistas.

Veja a notícia completa em: A piora dos serviços da Copel faz parte de uma estratégia — Brasil de Fato

SUS 35 anos: a reconstrução após anos de retrocessos

Em três anos o atual governo amplia acesso, moderniza serviços e fortalece políticas públicas de saúde em todo o país

Após um ciclo de retrocessos que desestruturou políticas públicas e fragilizou o Sistema Único de Saúde (SUS), o atual governo federal iniciou um amplo processo de reconstrução da rede pública. A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) herdou um sistema enfraquecido pelos cortes orçamentários e pela condução ideológica do governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ), que deixou como marca o negacionismo, a omissão, e desprezo pela ciência e os cortes orçamentários na área da saúde.

Especialistas descrevem o cenário encontrado no SUS, em 2023, como “terra queimada”, resultado de políticas que ampliaram desigualdades e reduziram a capacidade do país de enfrentar crises sanitárias como a pandemia de Covid-19. Nesta quarta e última reportagem da série SUS 35 anos, vamos abordar como o atual governo vem reconstruindo o maior sistema público de saúde do mundo.

Retomada das diretrizes originais e da atenção básica

No primeiro ano da atual gestão, sob o comando da ex-ministra Nísia Trindade, o Ministério da Saúde retomou as diretrizes originais do SUS, com foco na atenção básica, na inclusão e na redução das desigualdades regionais. Logo nos primeiros meses, a pasta revogou portarias que contrariavam princípios constitucionais da saúde pública. Entre elas, a de nº 2.561, editada durante o governo Bolsonaro, que obrigava médicos a comunicar à polícia casos de aborto legal — medida que impunha barreiras ao atendimento de mulheres nos hospitais.

Mais Médicos: o merecido retorno

Um dos marcos dessa reestruturação foi a recriação e ampliação do programa Mais Médicos, retomando o projeto de universalização do acesso à saúde iniciado no governo Dilma Rousseff. A nova fase abriu 15 mil vagas, com 3,6 mil médicos em 2 mil municípios, alcançando regiões rurais, periféricas e indígenas, além de populações em situação de rua e o sistema prisional. O programa resgata a presença do Estado onde a iniciativa privada não chega e reafirma o compromisso de levar atendimento digno a todos os brasileiros.

“O avanço da política educacional desde os primeiros governos Lula também tem impacto direto nesse processo. Com a expansão das universidades públicas e dos cursos de medicina, filhos de trabalhadores passaram a ocupar espaços antes restritos às elites, retornando a suas comunidades como médicos formados. Essa transformação alia inclusão social, valorização da educação pública e fortalecimento do SUS — pilares defendidos pela CUT como essenciais para a democratização da saúde”, afirmou Josivania Ribeiro Cruz Souza, secretária de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da CUT Nacional.

Investimentos e modernização na assistência farmacêutica

Na assistência farmacêutica, o Componente Especializado (Ceaf) garantiu acesso a 177 medicamentos de alta complexidade, com investimento de R$ 7,9 bilhões em 2022. Em 2023, o Ministério modernizou o sistema de solicitação e renovação com a Portaria nº 1.022, que digitalizou todo o processo. Outra medida relevante foi o Programa Nacional de Redução das Filas (PNRF), que destinou R$ 600 milhões à realização de cirurgias eletivas, exames e consultas, atacando um dos gargalos históricos da rede pública.

Saúde do trabalhador volta à pauta

A saúde do trabalhador também voltou à agenda pública. A atualização da Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (LDRT) ampliou para 347 os códigos de doenças ocupacionais, reforçando o compromisso do governo com a proteção da classe trabalhadora. Dados de 2006 a 2022 mostram que 81,7% dos casos registrados entre profissionais de saúde estavam ligados a acidentes com material biológico, e 16,8% a acidentes de trabalho em geral.

Digitalização e inovação no atendimento

No campo tecnológico, o Conecte SUS avançou como principal ferramenta da Estratégia de Saúde Digital (2020–2028). A plataforma permite acesso a prontuários e histórico vacinal. Em agosto de 2023, todas as 27 unidades da federação haviam aderido ao Conecte SUS Profissional, garantindo maior integração de dados e agilidade nos atendimentos.

2025: Novo PAC Saúde e expansão da rede pública

Em 2025, com o retorno do médico e ex-ministro Alexandre Padilha à pasta, o SUS entrou em nova etapa de expansão. O Novo PAC Saúde prevê a construção de 768 Unidades Básicas de Saúde (UBS), 100 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e 31 policlínicas, além da compra de 10 mil equipamentos para modernização da rede. O plano inclui ainda a requalificação de hospitais federais, ampliação de leitos e o fortalecimento do diagnóstico e tratamento do câncer.

Agora Tem Especialistas: mais acesso e dignidade

Outro avanço é o Programa Agora Tem Especialistas, transformado em lei em 2025, que amplia o acesso a consultas e procedimentos especializados no SUS. Com investimento anual de R$ 2 bilhões, a iniciativa garante prioridade para pacientes com câncer e prevê transporte, hospedagem e atendimento por telemedicina em regiões isoladas.

A diferença entre o descaso e a reconstrução

As diferenças em relação ao passado recente são visíveis. Durante o governo Bolsonaro, a condução negacionista da pandemia resultou em mais de 700 mil mortes e paralisou políticas preventivas. Hoje, o governo federal reage com rapidez a novas ameaças sanitárias, como os casos de intoxicação por metanol. O Ministério da Saúde reforçou estoques de etanol farmacêutico e adquiriu, do Japão, milhares de doses de fomepizol, antídoto de maior eficácia, garantindo resposta imediata aos estados mais afetados.

A lista de serviços do SUS  é imensa. Clique aqui para conhecer tudo que está à sua disposição que você talvez você não saiba que existe.

*Escrito por: Luiz R Cabral | Editado por: Rosely Rocha em SUS 35 anos: a reconstrução após anos de retrocessos – CUT – Central Única dos Trabalhadores.

Câmara de Concórdia abre espaço para representação da categoria

STIEEL FEZ FALA EM DEFESA DOS DIREITOS DA CATEGORIA

A Câmara de Vereadores de Concórdia abriu espaço, na sessão de 7 de outubro, para que a representação do STIEEL e da Intercel se manifestasse nos dez minutos de Tribuna Livre, em defesa de trabalhadoras e trabalhadores da Celesc e da manutenção da empresa pública. O espaço, concedido pelo presidente da Casa Legislativa, vereador Closmar Zagonel (MDB), foi solicitado pela vereadora Ingrid Fiorentin (PT). Ingrid já fez manifestações em defesa da Celesc Pública junto à vereadora Margarete Poletto Dalla Costa (PSDB) em sessões anteriores e igualmente abriu espaço à categoria no ano passado. As vereadoras também marcaram presença na Assembleia Estadual dos empregados da Celesc, realizada no mês de agosto na cidade de Concórdia.

 O dirigente sindical Jeferson dos Reis representou os celesquianos na Tribuna Livre. Ele agradeceu pela cessão do espaço e a presença de colegas da Celesc no ato. Jefferson explicou os motivos da greve na empresa nos últimos dias: “A nossa pauta principal foi buscar direitos que foram retirados em 2016, a isonomia. Queremos que todos os celesquianos tenham os mesmos direitos. E quem entrou na empresa pós 2016, depois de uma greve muito longa, hoje não tem os mesmos direitos de quem entrou anteriormente na companhia”.

 Ele também explicou aos vereadores e à sociedade concordiense que acompanhava a sessão, que a categoria não cobrava um reajuste salarial astronômico na campanha de data-base deste ano: “A nossa pauta era mais do que justa. Não queríamos um incremento de custos para a Celesc. Não estávamos buscando uma supervalorização dos nossos salários, tanto é que o nosso acerto depois com a empresa foi feito em cima do reajuste inflacionário, o INPC. O que buscamos e continuaremos sempre lutando é por isonomia, para que todos tenham os mesmos direitos”. O dirigente lembrou que foi realizada até mesmo a tentativa de compra do direito, negada pela diretoria da Celesc: “É difícil o diálogo com a atual diretoria. E mesmo nós dispostos a comprar esse direito para quem não tinha, em que os trabalhadores mais velhos estavam dispostos a abrir mão de um percentual de um reajuste inflacionário para estender esse direito a todos os trabalhadores, a empresa não aceitou”.

 Ainda na Tribuna da Câmara, Jeferson recordou que hoje a diretoria da empresa tem sido pautada tão somente pelo lucro dos acionistas: “É uma crítica à diretoria que não valoriza os celesquianos, que muito bem atendem os catarinenses. É preciso ressaltar que qualquer empresa pública, quando se fala em governança, deve estar pautada em três pilares – os trabalhadores, a sociedade e os acionistas. Porém, o que observamos é que a diretoria que está hoje na empresa atende apenas a um desses pilares, os acionistas. É tudo em favorecimento do lucro para os acionistas (…) Enquanto tivermos uma diretoria que pauta apenas o lucro dos acionistas, nós teremos problemas ali na frente que vão afetar a sociedade catarinense”. Jeferson explicou: “Quando você começa a cortar direitos de trabalhadores ou não contrata novos empregados para repor o quadro, visando apenas lucros extraordinários, você começa a não atender bem a sociedade”.

 O dirigente lembrou de casos de estados vizinhos, como no Rio Grande do Sul e no  Paraná, onde as distribuidoras de energia foram privatizadas e a Celesc Pública continua sendo referência de atendimento: “Olhem para o Rio Grande do Sul, dez equipes foram chamadas a atender o estado no ano passado, a empresa pública foi chamada para atender a empresa privada. A Copel com apagões. Vejam o estado de São Paulo, com a Enel privatizada, são apagões em cima de apagões”.

Jeferson lembrou o respeito e o compromisso do celesquiano com o estado de Santa Catarina mesmo durante a greve: “Reforço nosso compromisso com a sociedade concordiense, com os municípios ao redor e com a população catarinense. Sempre iremos atender muito bem a sociedade. Mesmo nesse período de greve, de dez dias e meio, estávamos, como sempre, voluntários lá. Caso houvesse a necessidade, sairíamos de forma voluntária e iríamos atender a população, pois temos o maior respeito com o cidadão catarinense”.

 Por fim, ele frisou que “essa é a nossa luta: Brigamos constantemente para que não retirem direitos dos trabalhadores. O celesquiano precisa ser bem remunerado para continuar atendendo bem a sociedade e não temos vergonha de lutar pelos nossos direitos. A nossa luta será sempre constante para que não deixem privatizar a maior estatal catarinense, a Celesc, que tem uma das menores tarifas de energia do Brasil. Ultimamente, estão abrindo mão do bom atendimento à sociedade em detrimento de lucros exorbitantes para os acionistas. Essa luta é de todos nós. Quando ficarem 3, 4 dias, sem luz, sem atendimento, a quem vamos recorrer?” 

A Intercel agradece à Câmara de Vereadores de Concórdia pelo espaço. 

Celesquianos relatam dificuldades para atendimento no novo banco

Orientações por e-mail não condizem com a realidade do banco, afirmam trabalhadores

Trabalhadores da Celesc seguem com dificuldades para abrir suas contas junto ao Santander, o banco privado que ganhou a licitação para pagamento dos salários e demais benefícios da categoria.

 Diversos empregados fizeram contato com o Linha Viva e com os sindicatos da Intercel nos últimos dias relatando problemas: na Administração Central, os agendamentos para atendimento presencial estavam demorando mais horas que o previsto; nas Regionais e também na Administração Central, trabalhadores relataram que o banco se negava a abrir a conta salário, sem taxas, conforme e-mail informado pela empresa: “queremos abrir uma conta salário aqui na Adminis tração Central e o Santander disse que tenho que ir na agência física. A empresa vai permitir eu sair, ir até a agência fora da empresa, sem descontar o ponto? Ir no banco, levar documentos, perder tempo, vai contra o comunicado da empresa, que dizia que era tudo fácil e possível de resolver por aqui”, afirma um trabalhador em mensagem ao Linha Viva.

 A Intercel tem levado as questões e dúvidas para as gerências da Celesc.

Zelo pelo bem estar físico e emocional na Eletrobras?

Trabalhadores questionam anúncio da empresa para captação de novos talentos

Trabalhadores questionam o anúncio da empresa para captação de novos talentos “Venha ser Eletrobras”, “Venha fazer parte da Nossa Energia. Venha ser nossa empresa também, colocamos a segurança em primeiro lugar, zelando pelo bem-estar físico e emocional das nossas pessoas”. Na prática, segundo a percepção de pessoas trabalhadoras da Eletrobras, a afirmação da empresa para captação de novos empregados, não condiz com a realidade, pois estão demitindo vários empregados inclusive os que pertenciam à brigada de incêndio, remanejaram empregadas de suas atividades sociais junto ao quadro de trabalhadores, passando a desempenhar outras atividades não sociais e pelo menos demitiram 3 empregadas assistentes sociais da Eletronorte e uma da CGT Eletrosul.

 Quando a empresa diz: “Oferecemos ambiente seguro, íntegro, respeitoso e inclusivo…”, os trabalhadores respondem: 

 Ambiente seguro? Só se for seguro para o lucro. Aqui, o que se distribui não é respeito, é precarização do plano de saúde, ameaça de redução de salários e benefícios sociais, demissões todas as semanas e os que ainda estão na empresa, fica o terror psicológico que nas próximas semanas poderá ser a sua vez. Como a empresa coloca em um anúncio que “zela pelo bem-estar físico e emocional das nossas pessoas”? Está mais que provado que a Eletrobras, depois do processo de privatização, não tem compromisso com as pessoas trabalhadoras e, muito menos, com o sistema elétrico brasileiro, pois está desmontando todo o processo de manutenção preventiva que existia quando essa empresa era pública e as consequências estão aparecendo. 

Trabalhador(a), não se iluda, a saída para os problemas que a gestão privada da Eletrobras colocou em seu caminho, está no coletivo. Filie-se aos sindicatos da Intersul!

Categoria encerra greve unida e disposta para novas batalhas

Demonstração de unidade entre empregados novos e experientes chamou a atenção até mesmo de outras categorias profissionais

Trabalhadoras e trabalhadores da Celesc encerraram na última quinta-feira, 2 de outubro, a greve que iniciou em 22 de setembro. A principal bandeira que levou a categoria à paralisação dos serviços foi a cobrança pela isonomia de direitos entre trabalhadores que ingressaram na empresa antes e depois de outubro de 2016. 

A direção da Celesc apresentou uma proposta vergonhosa na mesa de negociação, que não trazia sequer a reposição inflacionária a todas as cláusulas financeiras e só começou a mudar de postura a partir do anúncio da aprovação da greve pelos trabalhadores. Novas negociações foram realizadas e os sindicatos conquistaram a reposição da inflação a todas  as cláusulas financeiras do Acordo Coletivo. Com a negociação novamente travada, foi necessário que as partes buscassem a mediação do Ministério Público do Trabalho. Nesse novo espaço de negociação, a habilidade dos Procuradores Federais foi decisiva para que se encontrasse uma solução ao impasse: além da correção salarial pelo INPC e recomposição de todas as cláusulas financeiras, houve avanço na gratificação de férias aos empregados admitidos a partir de outubro de 2016. Além disso, também houve avanço no vale extra a ser pago em janeiro de 2026. Nenhum direito fora retirado e a Diretoria da empresa, que num primeiro momento, queria descontar na folha de outubro todos os dias não trabalhados durante a greve, aceitou permitir a compensação de seis desses dias até o mês de julho de 2026.

Unidade na luta 

 A união entre celesquianos novos e experientes foi observada por diferentes entidades sindicais de SC. Lideranças de outras categorias, presentes nos piquetes de greve, comentaram sobre a importância da unidade na luta pela isonomia. Um dirigente presente no piquete em Florianópolis disse que “poucas vezes” viu “tamanha solidariedade e consciência de classe” como a da greve dos celesquianos em 2025: “serve de exemplo a outras categorias profissionais”.

 O Acordo Coletivo foi assinado em 6 de outubro de 2025. Com isso, o prazo para apresentar carta de oposição à contribuição negocial, cobradas de trabalhadores que não são filiados aos sindicatos da Intercel, encerra em 21 de outubro de 2025. A Intercel reforça a importância da contribuição para manutenção da luta de direitos e a defesa da Celesc Pública.

Sinergia celebra 64 anos de história e luta coletiva

Além de celebrar mais um aniversário, noite comemorativa também marcou o lançamento do 11° Concurso Conto e Poesia e da Oficina de Fotografia para Celular

A vida não é só luta, é também saber celebrar a trajetória e as conquistas construídas coletivamente. E foi com esse espírito que o Sinergia comemorou seus 64 anos de fundação, em uma bela festa realizada na sexta-feira, 3 de outubro, na sede do sindicato, no centro de Florianópolis.

 Militantes históricos, pessoas filiadas e trabalhadores do Sinergia se reuniram para celebrar, reencontrar companheiros e companheiras de caminhada e relembrar momentos marcantes da história de resistência e conquistas da categoria, em uma  noite com muitas apresentações culturais. 

O aniversário também marcou o lançamento do 11º Concurso Literário de Conto e Poesia, que desde 1992 incentiva a cultura e revela novos talentos, estimula o intercâmbio e a produção literária em Santa Catarina.

Outro destaque da noite foi o lançamento da Oficina de Fotografia para Celular, uma iniciativa que oferece a oportunidade de aprimorar o olhar e registrar o cotidiano com mais técnica e sensibilidade.

 Mais do que uma comemoração, o aniversário de 64 anos foi um momento de reafirmação da história de luta e compromisso do Sinergia com a classe trabalhadora, momento de renovação das energias para seguir na defesa dos direitos e de um futuro com mais justiça social.

Inscrições abertas para Oficina de Fotografia no Celular:

 Você gosta ou precisa tirar fotos com o seu celular, mas não entende muito sobre as técnicas fotográficas?

 Calma! O Sinergia te ajuda com a oficina de fotografia para celulares! As inscrições estão abertas e seguirão até o dia 24 de outubro no site do sinergia: acesse www.sinergia.org.br, clique no banner de inscrição na tela inicial e responda o formulário.

 A oficina terá 12 horas e será ministrada pelos especialistas Anderson Barbosa e Maurílio Quadros da Rosa. O custo para sindicalizados Sinergia é de R$ 20,00 e para não sindicalizados R$150,00. Inscreva-se já!

Greve dos trabalhadores da Celesc chega ao fim com demonstração de unidade e força

Após 11 dias de paralisação, os trabalhadores e trabalhadoras da Celesc aprovaram nesta quinta-feira (2/10), em assembleias realizadas em todo o estado, o acordo intermediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A greve, uma das maiores da última década, demonstrou a capacidade de mobilização da categoria e sua resistência em defesa de direitos.

O acordo garante reajuste salarial pelo INPC, ampliação da gratificação de férias de 23% para 30%, pagamento do vale de janeiro e a recomposição integral das cláusulas financeiras com base no INPC.

A paralisação histórica evidenciou a insatisfação da categoria diante da atual gestão da empresa e do governo estadual, que vêm conduzindo um processo de retirada de direitos e de desestruturação da companhia pública.

Com forte adesão em todas as regiões, a greve reafirmou a solidariedade e o poder de luta dos celesquianos e celesquianas, fortalecendo a unidade em defesa dos direitos e da Celesc pública.

Tarcísio Rosa e sua trupe levam celesquianos a enfrentarem dez dias de greve

Categoria se fortalece e se une ainda mais durante a greve

Os trabalhadores da Celesc enfrentam, até o fechamento desta edição do jornal, dez dias ininterruptos de greve. Não se via nada igual desde 2016, quando, mesmo com a mediação no Ministério Público do Trabalho, foram segregados o anuênio, a gratificação diferenciada de férias e a gratificação de 25 anos aos trabalhadores que ingrassassem na empresa após 1° de outubro de 2016.

 A negociação deste ano, conforme noticiado em edições anteriores do Linha Viva, foi bastante difícil, com a empresa tentando empurrar uma falsa ideia de que a proposta final em mesa era ainda melhor que a do ano passado. Não era, pois nos últimos anos, ou os trabalhadores receberam um abono que compensa perdas inflacionárias, ou tiveram avanços na isonomia de direitos – o que não foi proposto pela empresa em mesa de negociação. Além disso, a primeira proposta em mesa, pela empresa, não recuperava sequer a inflação em todas as cláusulas econômicas. Como disse uma ex-dirigente sindical em um dos piquetes, “é uma vergonha que diretores trabalhadores se prestem a esse papel com seus colegas”.

 Uma das bandeiras de luta principais deste Acordo Coletivo de Trabalho – e também de anos anteriores -, a isonomia de direitos, não veio até o fechamento desta edição. Por diversas vezes, a empresa argumenta que é preciso ter “responsabilidade”, “que se a Celesc completa 70 anos de história é por ter sucessivas diretorias que foram responsáveis”. Ocorre que esse senso de responsabilidade só vale quando o benefício é para o trabalhador. Na hora de aumentar a distribuição do lucro aos acionistas, esse senso de responsabilidade é vulgarmente esquecido por quem manda na companhia. Na hora aumentar o número de diretorias ou pensar nas vantagens que cada diretor(a) tem, o senso de responsabilidade também passa longe – ou alguém viu, nos últimos anos, algum corte de benefício aos diretores ou, até mesmo, o corte do número de diretorias?

 O presidente da Celesc, conforme se vê nas redes sociais, é tratado pela categoria como vilão e sem empatia alguma com seus empregados. A entrevista que deu a um canal de comunicação na sexta-feira passada gerou revolta e indignação em boa parte da categoria. De quebra, leva junto a imagem do governador Jorginho Mello (PL) para o ralo, já que a promessa de manter a Celesc Pública parece cair por terra diante de uma gestão privatista, teimosa e intransigente em diversos aspectos. O governador precisa reavaliar a manutenção de Tarcísio no comando da maior empresa de Santa Catarina.

 Apesar do momento tenso que a categoria vivenciou nos últimos dias, a população catarinense pode assistir à demonstração da unidade da categoria eletricitária e mais que isso: o amor à camisa! Celesquianos e celesquianas empenharam diversos serviços de maneira voluntária, sem bater o ponto, nos últimos dias. Seja após eventos climáticos nas regiões oeste, planalto norte ou para atender à demanda do hospital Santo Antônio, em Blumenau, nenhum celesquia no deixou de cumprir com as obrigações de manter a população sem risco de acidentes com choque elétrico.

 As mais de trinta moções de apoio e notas de solidariedade emitidas por entidades sindicais e órgãos de classe demonstram que as reivindicações da categoria eletricitária foram respeitadas pela maioria da população. Importante, ainda, registrar os apoios dos deputados estaduais Fabiano da Luz (PT), Neodi Saretta (PT), Padre Pedro Baldissera (PT), Marquito (PSOL), Dr. Vicente Caropreso (PSDB) e o vereador Bruno Ziliotto (PT), de Florianópolis, seja com a presença nos piquetes de greve, seja com manifestações nas Tribunas das Casas Legislativas ou em vídeos pelas redes sociais. A luta atravessou fronteiras e chegou ao conhecimento do deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ), que também manifestou apoio por vídeo.

 Seja qual for o desfecho dessa greve nos próximos dias, só há uma certeza: a categoria eletricitária sai dessa batalha vitoriosa, ainda mais unida, fortalecida e respeitada. O recado é claro: respeitem nossa história! Não mexam com nossos direitos!

Sinergia celebra 64 anos com festa

Toda a categoria é convidada a participar

 O Sinergia completa 64 anos de história, resistência e conquistas. São décadas de luta incansável em defesa dos direitos dos eletricitários e eletricitárias e pela valorização de quem garante energia de qualidade ao povo catarinense.

 Para marcar essa trajetória, convidamos a categoria para a Festa de Confraternização dos 64 anos do Sinergia. Será um momento de celebrar a unidade, a organização e a força coletiva que sempre caracterizaram nossa caminhada.

 Dia 3 de outubro (sexta-feira) 

A partir das 18h Sede do Sindicato – Rua Lacerda Coutinho, 149 – Centro, Florianópolis

 IMPORTANTE: Durante o evento, também será realizado o lançamento do 11º Concurso Literário de Conto e Poesia e da Oficina de Fotografia, além de exposições e apresentações culturais, reafirmando o compromisso do sindicato com a cultura e a expressão crítica da classe trabalhadora.

 Venha fortalecer esse momento de celebração e luta.