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Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul (FESUL) é criada em Florianópolis

Assembleia aprovou filiação da FESUL à Confederação Nacional dos Urbanitários

No domingo, 28 de julho, foi fundada a Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul – FESUL. A Assembleia de fundação, ocorrida na sede da ASSEFAZ, em Florianópolis, contou com a participação de nove sindicatos de pessoas trabalhadoras dos ramos de energia, água e saneamento e aprovou a filiação da entidade à Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU). 

A Direção Provisória é composta por dezessete dirigentes sindicais e a companheira Cecy Maria Marimon foi eleita para a Presidência do órgão. De acordo com Cecy, que é trabalhadora da CGT Eletrosul e dirigente do Sinergia Florianópolis, a assembleia de fundação foi exitosa, “ainda mais nesse momento em que estamos às vésperas do Congresso da CNU, que elegerá a Direção definitiva da entidade, após a concessão do Registro Sindical no Ministério do Trabalho e Emprego”. E completou: “é sinal de que o projeto da Confederação Nacional dos Urbanitários da CUT só tem a avançar. Parabéns às pessoas urbanitárias sulistas e estamos contentes em fazer parte da CNU”.

O Presidente da CNU, Paulo de Tarso, presente no encontro, celebrou a concretização da construção da Federação do Sul: “existem especificidades nas diferentes regiões do Brasil: natureza, questões econômicas etc. A Federação Regional tem essa qualidade de trabalhar as características regionais em conformidade com a Confederação Nacional. É preciso estar articulado para encarar os debates nacionais, como a questão da luta pela reestatização da Eletrobras, por exemplo. Precisamos debater como fazer”. Paulo também destacou a dificuldade do atual governo federal em trabalhar esse tema: “nós fomos vitoriosos na luta pela manutenção da Eletrobras pública até junho de 2022, quando a empresa foi vendida na calada da noite, com a mudança de votos de determinados senadores que estavam ao nosso lado. Quase conseguimos segurar a privatização. O governo Lula hoje está governando com apenas um terço do Congresso Nacional, o que dificulta a luta pela reestatização”.

Diretor de Organização Sindical do Sinergia CUT/SP, o eletricitário Marcelo Fiorio, relembrou todo o histórico de criação da FESUL, desde meados dos anos 1990, e destacou que “estamos aqui hoje, pois precisamos organizar melhor os trabalhadores e as trabalhadoras. O sindicato pelego está na praia nesse domingo. Nós estamos aqui para fazer outra coisa. Para que fundar uma Federação? Para transformar a contribuição dos trabalhadores em luta, em aumento das conquistas, em melhoria da consciência. Nós estamos aqui para fazer diferente”. Fiorio, que é um grande incentivador da criação das Federações de Urbanitários e Urbanitárias em todo o país, explicou sobre a necessidade de criação de uma Confederação: “somos um rol de categorias profissionais. Precisamos parar de nos dividir, e sim nos juntar. A Federação Nacional dos Urbanitários não estava dando conta das nossas lutas, por isso a importância da construção de uma Confederação”. 

Participaram da Assembleia também os companheiros Rafael Oliveira, representando a Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE) e Esteliano Neto, presidente da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE) e Diretor Executivo da CUT Brasil.

Ao fim da Assembleia, ficou definido que a FESUL enviará uma delegação para participar do Congresso Extraordinário da CNU no Rio de Janeiro nos dias 12 e 13 de agosto. Nesse evento será referendada a reforma dos Estatutos e a eleição da Direção definitiva da CNU.

Celesquianos recebem visita da Caravana da Intercel nessa semana

Desde segunda-feira, os Sindicatos percorrem postos de trabalho em preparação para o ACT 2024/2025

Dirigentes dos sindicatos que compõem a Intercel visitam durante toda essa semana trabalhadores e trabalhadoras da Celesc com a Caravana da Intercel. Conforme divulgado na última edição do jornal Linha Viva, a Caravana faz parte do calendário anual da campanha data-base na Celesc e busca atualizar a categoria sobre os últimos acontecimentos na empresa e o cenário político-econômico que será encontrado durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. Além disso, convida os empregados a participarem da Assembleia Estadual, que será realizada em 3 de agosto, em Palhoça. Nessa quinta e sexta-feira (25 e 26 de julho), os sindicatos ainda fazem visitas nas Regionais da Celesc em Concórdia, Itajaí, Tubarão, Joinville e Videira. Confira algumas imagens da percorrida pelo estado.

Categoria dá recado à direção da Celesc

CELESQUIANAS E CELESQUIANOS PARALISARAM ATIVIDADES NO DIA 18 DE JULHO COBRANDO RETOMADA DA NEGOCIAÇÃO DA PLR 2024

Celesquianas e celesquianos em todas as Agências Regionais da Celesc e Administração Central paralisaram suas atividades na última quinta-feira, 18 de julho. O protesto pretendia cobrar da Direção da Celesc a retomada imediata das negociações do Acordo de PLR 2024, cuja primeira proposta foi enviada à Direção da empresa em dezembro de 2023. A última reunião de negociação se deu em maio, com a promessa da direção da companhia enviar uma Nota Técnica em quinze dias aos sindicatos da Intercel – promessa que não foi cumprida pela Diretoria.

Nas concentrações de trabalhadores por todo o estado, a indignação pelo fato da categoria estar passando um dos momentos mais difíceis da história da Celesc – com inúmeros problemas com o novo sistema comercial, que está impactando e sobrecarregando diversas outras áreas – e a Direção da empresa não buscando valorizar todo o esforço dos trabalhadores concedendo uma PLR justa. A indignação de muitos atendentes comerciais estado afora era justamente que a Diretoria queira mudar a forma de distribuição da PLR – privilegiando os salários mais altos – justamente num ano em que atendentes – que têm salários mais baixos – mais sofreram com estresse, assédio moral e todo tipo de ofensas de consumidores por culpa de decisões equivocadas da Diretoria Colegiada da empresa.

A Celesc, ainda no dia 18, emitiu nota à imprensa, lamentando a paralisação, “especialmente nas lojas de atendimento, neste momento de transição comercial”. A nota não explica, contudo, que a Diretoria foi omissa, ao demorar mais de sete meses para apresentar uma proposta decente de Acordo de PLR. Também não relata que os trabalhadores não são os culpados pelo caos nas lojas e que a própria Diretoria poderia ter evitado todo o transtorno aos clientes. Também não cita que a Diretoria optou por não contratar atendentes comerciais nos últimos meses, o que prejudicou sobremaneira o atendimento à população. 

A Diretoria atual foge da sua responsabilidade. É culpada não só pelo transtorno causado aos clientes, como pela paralisação do dia 18. O desrespeito e a inércia da diretoria com relação às pautas da categoria levarão trabalhadoras e trabalhadores para outro movimento.

Sinergia firma parceria com Biblioteca Pública

Digitalização do acervo do Linha Viva inicia ainda no mês de julho

O Sinergia, representando a Intercel e a Intersul, assinou no dia 11 de julho, na Biblioteca Pública de Santa Catarina, em Florianópolis, o termo de cooperação em que será digitalizado todo o acervo do jornal Linha Viva. 

Após a conclusão deste importante trabalho, que será realizado pelas pessoas que atuam na Biblioteca Pública, em cooperação com as diretorias de Cultura e Comunicação do Sinergia, o Linha Viva ficará disponível para consulta na rede mundial de computadores. Será possível consultar qualquer termo contido nas matérias em qualquer edição do jornal desde a sua fundação, em março de 1988.

De acordo com o Coordenador Geral do Sinergia, Tiago Vergara, “esse importante passo vai trazer agilidade e será de grande valor no resgate histórico das lutas das pessoas trabalhadoras eletricitárias de Santa Catarina. Além disso, será uma forma de não apagar da memória toda a luta e todos os feitos dessa importante categoria profissional ao longo de décadas. O Linha Viva digitalizado e disponível a toda a população será fonte a historiadores e a pesquisadores das mais diversas áreas”.

Novo personagem folclórico surge: “Perdidinho”

Presidente de empresa ainda não sabe se dirige companhia de energia ou de infraestrutura

Sempre que nos reunimos em família, no trabalho ou com amigos, ouvimos histórias ou debatemos assuntos de interesses coletivos. Hoje, com a evolução da tecnologia, vários personagens e conteúdos novos têm aparecido. No setor elétrico não é diferente e apareceu um novo personagem folclórico, “O PERDIDINHO”. Reza a lenda que ele vive aparecendo na mídia e em reuniões pelo estado fazendo das suas. Vamos aos fatos!

Primeiramente, ele assumiu a presidência da maior estatal de Santa Catarina. Aí começaram suas aventuras como PERDIDINHO, comparando a empresa do ramo de energia com obras de infraestrutura de transporte. Sempre que pode, faz discursos enaltecendo que “é preciso exaltar quando soubemos que nossa rua será asfaltada/pavimentada. É necessário que estejamos preparados para interrupções temporárias na via durante as obras. Afinal, após as obras serem finalizadas, todos nós aproveitamos os benefícios do asfalto pronto”.

 Ele usa esse discurso para comparar obras de asfaltamento com o projeto Conecte, implantado em maio, trazendo enorme repercussão negativa na população catarinense sobre a imagem da empresa que preside. As consequências da mudança de sistemas estão afetando trabalhadores/as da companhia há quase três meses. 

Assim, respondemos agora ao PERDIDINHO: relacionar asfalto com o novo sistema comercial tem sim uma série de desvantagens, quando não são observadas pelos gestores da empresa as consequências de não haver uma boa análise do solo, levantamento topográfico, drenagem, uma boa compactação do solo, um asfalto de qualidade e a importância de manutenção preventiva para não acontecer a deterioração precoce do asfalto, tornando as rodovias (ou ruas) intransitáveis.

 Além disso, há que se ter em conta que os benefícios que o PERDIDINHO alega que acontecerão, também podem virar pesadelos, trazendo consigo danos aos veículos e acidentes com traumas e até mortes.

A conclusão é que, quando se trata de pavimentação de rodovias, o Brasil utiliza metodologias ultrapassadas para o planejamento de obras, apresenta deficiências técnicas na execução, investe pouco e falha no seu gerenciamento, na fiscalização e na manutenção das pistas. Não custa lembrar que o PERDIDINHO é do ramo elétrico e preside uma empresa que prefere aumentar a distribuição de dividendos aos acionistas do que investir no sistema; e cria mais uma Diretoria para acomodar indicados do governador, achando que oito Diretorias são poucas, aumentando o custo administrativo.

 A novidade mais recente foi a cobrança feita pelos trabalhadores de Lages ao PERDIDINHO sobre a não contratação de novos empregados e o aumento da terceirização. Sua resposta é uma pérola! Olhou para a plateia e respondeu: “vocês, quando contratam trabalhadores para construir suas casas, ao terminarem, vocês continuam pagando pelo serviço?” Olha, só pode ser piada, um presidente comparar a construção de um imóvel com o setor elétrico, que atende a população catarinense 24 horas por dia com muita responsabilidade. Ele só pode estar perdido. Talvez por esse currículo que a ANEEL está revendo até a troca do gestor da Amazonas Energia privatizada pelo PERDIDINHO. Ele perde cada vez mais credibilidade na categoria e não sabemos mais se é engenheiro eletricista, civil ou formado em gastronomia, já que, por qualquer motivo, faz tantos coffee breaks.

Os heróis “catarinas”

LV entrevista celesquianos que ajudaram na reconstrução do Rio Grande do Sul

Celesquianos têm larga experiência na atuação em catástrofes climáticas: Santa Catarina já passou por várias inundações, vendavais e outros fenômenos climáticos. Talvez por terem passado por tantas intempéries, os catarinenses se tornaram referência no atendimento em momentos tristes como esses. Durante a catástrofe climática de maio no Rio Grande do Sul, a companhia recém privatizada de energia daquele estado, com quadro enxuto de trabalhadores, não conseguiu atender a toda a demanda. A situação crítica exigiu solidariedade da Celesc Pública: trabalhadores foram deslocados ao estado vizinho para ajudar a recompor a energia nas regiões mais afetadas.

Nessa entrevista, conversamos com dois eletricistas da Celesc que se deslocaram ao Rio Grande do Sul para ajudar na recomposição do sistema: Charson Viega da Veiga (Regional de Criciúma) e Ronei Antunes Correa (Regional de Lages). Confira:

LV: Que cenário vocês encontraram no Rio Grande do Sul quando chegaram lá?

Charson: Cenário que jamais imaginávamos encontrar, com tanta destruição, ruas alagadas e muita lama. Por quilômetros observamos a marca onde a água tinha alcançado, olhávamos sem acreditar que tinha chegado naquela altura e por todo o bairro. Vimos concessionárias, lojas, mercados, postos de gasolina, tudo debaixo d’água. Sensação de impotência. Não era apenas uma enchente, era algo que não teríamos como apagar da memória. Cenário onde as pessoas colocavam tudo no lixo e pouco se aproveitava do que restou, em alguns bairros encontramos apenas o poste de ligação no terreno e a casa havia sido levada pela enchurrada. O povo gaúcho é guerreiro e como eles dizem: “Não tá morto quem peleia” e isso era uma motivação para todos nós.

Ronei: Foi um pioneirismo difícil, entramos em uma região onde as coisas já não estavam fáceis antes mesmo da catástrofe. A rede já estava em condições ruins, o serviço de emergência já era feito apenas por empreiteiras e algumas vezes por funcionários sem experiência em serviços de emergência. A experiência foi única até para entender a realidade de outras empresas e de outros trabalhadores. Saímos com a sensação de dever cumprido e com a satisfação de poder ajudar, e a certeza de que nossa mão de obra é diferenciada.

LV: Quais as maiores dificuldades encontraram durante a operação?

Charson: As maiores dificuldades no ambiente onde estávamos eram os pontos alagados, mau cheiro da lama, muito lixo e animais mortos, galhos e paus dentro d’água, locais de difícil acesso. Na execução dos serviços tivemos dificuldade em atividades no barco: tínhamos que nos equilibrar para execução do serviço, as ruas alagadas, muita lama e buracos dificultavam o acesso das camionetes. Em muitos locais foi utilizado a vara telescópica para alcançar os serviços. Também tivemos dificuldade na comunicação com o centro de operações da CEEE Equatorial, atrasando muito o serviço. A rede estava em péssimo estado, bem danificada, cruzetas podres, isoladores muito antigos e alguns dando passagem, 70% dos postes eram de madeira. Quando energizamos, aparecia mais defeitos na rede, má conexões e, na medida em que a carga começava a entrar nos alimentadores, em alguns pontos os cabos rompiam e tínhamos retrabalho. Em meio a tantas dificuldades e a um cenário de guerra, tivemos um trabalho árduo, onde o corpo não respondia mais do cansaço, mas que com muita dedicação e persistência conseguimos executar os serviços e levar um pouco de dignidade aos nossos irmãos gaúchos.

Ronei: As maiores dificuldades foram, sem dúvida, as condições da população. Eram já 23 dias do início das enchentes e a água ainda estava muito alta, e muita gente sem energia.

LV: O que os moradores falavam quando viam vocês trabalhando para religar a energia?

Charson: Saimos da CEEE Equatorial no primeiro dia e fomos a uma comunidade próximo ao bairro Humaitá, onde mais de quatro equipes da CEEE Equatorial tinham ido ao local e não tinham solucionado o defeito. Corremos o circuito apenas uma vez e identificamos o defeito. Era uma cadeia de isoladores dando passagem no último poste do circuito. Tive o privilégio de trocar esse isolador. Em seguida, presenciamos uma das maiores emoções que ja aconteceu em nossas vidas: pessoas nos abraçavam, pulavam de alegria, festejavam e gritavam “a luz voltou!!”, “fazia 25 dias que estávamos sem luz!”, “obrigado, Celesc”, e assim surgiu nosso primeiro vídeo na operação da Grande Porto Alegre. Nos dias seguintes, percebíamos que a água estava baixando com rapidez e que por onde energizamos, as pessoas retornavam para casa para iniciar a limpeza. Passávamos nos bairros e podíamos ver a leitura labial das pessoas falando “Celesc Santa Catarina”! Era o que estava escrito na porta das nossas camionetes. Em vários momentos as pessoas saíam de casa agradecendo, aplaudiam e gritavam “viva Celesc!”, “viva Santa Catarina!” Isso não tem preço, foi muito gratificante recebermos o carinho do povo gaúcho. O mínimo que podíamos fazer é entregar nosso melhor serviço para tentar amenizar a dor que eles estavam passando.

Ronei: No começo os moradores não conseguiam identificar nossas equipes, isso nos causou alguns problemas, pois estavam muito estressados com a concessionária local. Aos poucos, fomos nos adaptando e explicando nossa atuação no estado. Então a opinião da população foi mudando e as recepções eram sempre calorosas. Entre os moradores via-se a alegria quando chegamos para o atendimento, pois não saímos da localidade sem resolver o máximo de problemas possíveis.

LV: Como você enxerga o fato de trabalhadores de uma empresa pública de outro estado ajudarem na recomposição da energia num estado cuja companhia de energia foi privatizada?

Charson: Vejo que não podemos permitir a privatização. No RS, tive o choque de realidade da privatização, começando pela desorganização do pessoal em um evento climático, as falhas técnicas e falta de comunicação. Mas o pior eram os relatos dos consumidores. As pessoas reclamavam da demora nos atendimentos inclusive em áreas que não havia alagado. Moradores relatavam que tinham problemas antes mesmo da enchente. Conversei com empresários que relatavam ter que utilizar geradores pela demora no atendimento. Acredito que é reflexo de funcionários desmotivados com baixos salários, horas extras sendo pagas em banco de horas, sem motivação alguma. Nós, celesquianos, também passamos dificuldades, mas quando ocorre um evento climático em nosso estado, trabalhamos incansavelmente para nosso povo, enfrentamos tempestade por inúmeras horas em meio a ventanias, chuvas e raios, sem pensar quando voltaremos para casa. Devemos lutar pela nossa Celesc Pública e alertar nosso povo que estamos trabalhando para eles e não para os lucros de acionistas. Em relação à questão técnica da ida ao RS, foi uma ótima experiência para podermos adquirir conhecimento de outra concessionária em redes diferenciadas e com troca de experiências entre colegas de outro estado. Também podendo trazer novos recursos e ideias para nossa empresa, analisando pontos positivos e negativos.

Ronei: Acho que falo por todos os que lá estiveram quando digo que o que nos torna uma empresa de qualidade é a nossa condição pública, pois a a nossa forma de enxergar o cliente não como apenas um número de conta ou como faturamento, mais como uma pessoa com as mesmas necessidades nossas. Nosso sentimento de donos da empresa, de família, não existiria sem as garantias que temos. Dentro de SC já tivemos condições adversas e sempre nos abraçamos e trabalhamos até estar tudo normal e até que toda a rede esteja restabelecida. Não pensamos em faturamento. Quantas enchentes enfrentamos e a troca de medidores é a última preocupação. Lá, no entanto, enquanto vínhamos restabelecendo a energia, a terceira vinha atrás trocando medidores. Empresas diferentes, formas diferentes de atuação.

LV: Você esperava uma repercussão tão grande na atuação do trabalho de vocês no RS?

Charson: Não esperava tamanha repercussão, porque foi uma destruição tão grande em proporções que não imaginava que nosso trabalho poderia fazer tanta diferença. Percebi essa repercussão quando pude presenciar a felicidade de gaúchos e gaúchas. E também os agradecimentos das pessoas nas redes sociais. Foi muito gratificante poder ajudar os gaúchos. Gostaria de agradecer aos meus colegas de farda e também às nossas famílias e a todos os envolvidos nessa missão. Cada um fez sua parte, fazendo com que chegasse de fato nossa força-tarefa, levando energia ao RS. Obrigado a todos e que Deus abençoe o povo gaúcho!

Ronei: Quanto à repercussão, sinceramente, não esperava tanto. Pude sentir a alegria das pessoas por terem um pouco de qualidade de vida com o retorno da energia, ver o quanto pequenas coisas do dia a dia, como um banho quente, uma lâmpada acesa para poder cuidar de seu patrimônio, ou ligar o lava jato são importantes. Fomos carinhosamente apelidados de “os guris de SC”, “os guri de Santa” e, onde chegávamos, éramos bem recebidos e celebrados. Posso garantir que não há melhor sensação do que poder ajudar. Principalmente naquilo que fazemos de melhor. Agradeço a todos os envolvidos pela oportunidade de ajudar e de poder, com isso, valorizar mais nosso trabalho e a grandiosidade do que fazemos.