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Pressão aumenta sobre atendimento comercial da Celesc

A pressão sobre atendentes comerciais da Celesc só cresce. Além dos problemas e dificuldades no sistema Conecte e das constantes reclamações e ofensas de consumidores por não conseguirem realizar suas solicitações junto à companhia, atendentes de diversas regiões também se queixam de pressões de chefias. A imposição por atender um maior número de clientes por dia, a cobrança cada vez que um cliente demora um pouco mais no atendimento e pedidos constantes para que atendentes façam horas extras estão se tornando mais comuns na empresa, segundo relatos de atendentes ao jornal Linha Viva. “Cada vez que chega um caso mais complexo, que exige mais atenção e detalhamento das informações, a chefia fica em cima pressionando para acelerarmos o atendimento. Essa pressão nos desconcentra e o risco de fazermos algo errado só aumenta”, afirma uma atendente comercial do interior do estado em condição de anonimato. Em um caso recente, em uma das maiores lojas de atendimento, a gerência cobrou que os empregados chegassem no horário de trabalho estabelecido, sem atrasos além da tolerância de 5 minutos. A Intercel concorda que o/a trabalhador(a) precisa chegar no horário, conforme contrato de trabalho, até mesmo em respeito aos demais colegas, que podem se sobrecarregar se alguém não chega no horário estabelecido. As gerências estão corretas em cobrar horários e há formas legais de disciplinar em caso de descumprimento. Ocorre que nesse mesmo comunicado aos trabalhadores numa grande loja do estado, a gerência – possivelmente pressionada pela direção da empresa – fez cobranças que chegam muito próximo do assédio moral: “Informo que está permitido somente 3 (três) serviços por senha de atendimento e que todo atendimento que ultrapassar de 30 minutos será submetido a análise pela gerência imediata, SPAC e DVAC. Em toda senha que ultrapassar 30 minutos de atendimento, o atendente deverá registrar no campo de observação do SGA quais serviços foram realizados que implicaram a extensão do tempo de atendimento. É imprescindível que todos atendentes façam o registro correto do CPF ou UC nos campos do SGA. Serviços internos deverão ser realizados somente quando não houver fila de atendimento, antes ou após o seu horário convencional de expediente”. E o pior: a gerência limita o que o empregado pode ou não fazer no local de trabalho: “O atendente que estiver com o SGA Atendente com status Em atendimento e não estiver de fato prestando o serviço de atendimento, ou seja, estiver sem cliente em mesa, em higiene pessoal, em pausa para café ou ginástica laboral, estiver mexendo no celular, respondendo whatsapp, ou fazendo qualquer outra atividade que não condiz com o serviço de atendimento da Celesc, será advertido por deixar o Tempo Médio de Atendimento (TMA) da agência regional subir, comprometendo os indicadores de desempenho da empresa, em especial o NSAP. O descumprimento frequente da assiduidade para logar no SGA e/ou do registro correto no SGA acarretará em aplicação da política de consequência com base no histórico funcional do empregado”. Trabalhadores buscaram o sindicato e reclamaram da pressão do e-mail e da aparente ameaça sobre a política de consequência. A afirmação de que poderá aplicar a política de consequência já foi denunciada por trabalhadores na mesma Regional por se sentirem ameaçados e coagidos por outra gerência no passado. É uma prática desnecessária, que só cria mais atritos entre trabalhadores e chefia. Afinal, se os trabalhadores tiverem tempo para fazerem treinamentos na Celnet, saberão de suas responsabilidades e as consequências de suas ações na empresa. Não há necessidade da gerência ficar relembrando isso aos empregados. “A situação no atendimento está insustentável. Colegas falam em pedir demissão ou ir para o psiquiatra. O problema está nos processos do SAP e estão querendo encontrar culpados no atendimento. Para nós, 80% dos atendimentos são reclamação da reclamação”, afirma uma pessoa que atua nessa loja. Outra relata que “a chefia imediata talvez não tenha culpa. Ela cumpre ordens que vêm de cima. Essa pressão nos deixa ainda mais angustiados. É pressão de todos os lados”. O e-mail da gerência foi juntado na semana passada à Notícia de Fato da Intercel junto ao Ministério Público do Trabalho sobre as condições precárias de atendentes na companhia. Nessa terça-feira, dia 12, o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Dr. Sandro Sardá, despachou na Notícia de Fato, “considerando que a empresa não comprovou a observância integral da Recomendação” do MPT e concedeu prazo de dez dias para a Celesc manifestar interesse em firmar Termo de Ajuste de Conduta sobre o tema. Em caso contrário, afirmou que o MPT procederá o ajuizamento de Ação Civil Pública contra a Celesc. O atendimento comercial da Celesc vive desde maio como uma panela de pressão. As ações das gerências podem ser comparadas com o fogo alto, agitando e elevando a temperatura e pressão. Mas toda panela tem limite, e a do atendimento da Celesc está prestes a explodir. Na semana passada, a Intercel se reuniu e definiu pelo pedido de uma reunião com a Direção da Celesc para buscar prazos e alternativas para amenizar a pressão sobre o atendimento comercial da empresa. Até o fechamento dessa edição, não houve resposta da Celesc sobre o pedido de reunião.

Seminários Regionais na Celesc

Após a realização dos Seminários Regionais com celesquianos da Agência Regional Florianópolis e Administração Central, nessa semana os Seminários foram realizados com colegas de Lages, Rio do Sul e Blumenau. Amanhã, sexta-feira, será realizado com trabalhadores da Celesc de Itajaí. Na próxima semana, será a vez de empregados de Joinville, Jaraguá do Sul e Mafra debaterem a gestão da empresa. Participe! Novembro Azul e a conscientização sobre o câncer de próstata O mês de novembro é dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata. No Brasil, esse é o segundo câncer mais comum entre os homens, representando cerca de 29% dos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Somente em 2023, foram pelo menos 70 mil novos casos registrados. Entre os principais sintomas do câncer de próstata estão a dificuldade para urinar, sensação de bexiga cheia mesmo após ir ao banheiro, diminuição do jato de urina, dores na região pélvica e presença de sangue na urina ou no sêmen. No entanto, muitos casos são assintomáticos nas fases iniciais, o que torna o diagnóstico precoce ainda mais importante. Homens que apresentarem qualquer um desses sinais devem procurar um urologista, médico especialista em saúde masculina, que poderá realizar os exames necessários para avaliar a presença da doença e orientar sobre o tratamento adequado. O câncer de próstata, quando detectado precocemente, tem grandes chances de cura. A recomendação médica é que, a partir dos 50 anos, homens realizem exames anuais de toque retal e dosagem de PSA (Antígeno Prostático Específico). Para aqueles com histórico familiar da doença, recomenda-se iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos.

Celesc prometer resolver problema com crédito de energia excedente até o fim do mês

O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, em reunião com a Bancada do Oeste da Assembleia Legislativa na terça-feira, 5 de novembro, garantiu que até o fim desse mês será resolvido o problema com consumidores que possuem geração própria de energia e que não estão recebendo os créditos da produção excedente. A visita do presidente da companhia ocorreu após convite da coordenadora da Bancada do Oeste, deputada Luciane Carminatti (PT). De acordo com a parlamentar, pequenos e médios empresários, cooperativas, produtores rurais e usuários que possuem geração própria de energia não estão tendo o excedente de produção creditado pela Celesc desde o mês de maio, quando a companhia implementou o novo sistema comercial. Ou seja, não há o abatimento das faturas pela energia extra enviada para a rede elétrica. Carminatti confirmou a criação de uma comissão para acompanhar a resolução do problema. “Essa comissão será formada por deputados, representantes da Celesc e de empreendedores que geram energia elétrica para acompanhar essa tratativa”, disse. Com informações da Agência AL/Daniela Lagas e Gisele Krama

Intercel debate medidas para proteger atendimento comercial

A Intercel segue preocupada com a saúde e a segurança de atendentes comerciais da Celesc. Desde a implantação do sistema Conecte, há mais de seis meses, o atendimento comercial da empresa amarga dificuldades para desempenhar seu trabalho, reclamações reiteradas de consumidores, cobranças e forte pressão por muitas chefias, além dos consequentes adoecimentos por conta de toda a situação. Na semana passada, fotos de consumidores na fila do lado de fora da loja da Celesc em Catanduvas correram as redes sociais com críticas à empresa. Em Florianópolis, por diversas vezes a loja tem clientes do lado de fora, mesmo em dias de chuva, como nessa segunda-feira, dia 4 (imagem ao lado). Em Palhoça, o Sinergia presenciou na semana passada apenas três atendentes no turno da manhã com uma fila gigantesca do lado de fora. A Intercel tem uma reunião agendada para essa semana para debater novas medidas para resguardar a saúde e a segurança de celesquianas e celesquianos. As chamadas do concurso para novos atendentes podem amenizar o caos, mas não resolvem por completo, já que são em número inferior ao necessário e o problema principal, o Conecte, segue sem solução.

Em 6 de novembro, vote Henri Claudino para o Conselho Deliberativo da Celos

Na próxima quarta-feira, 6 de novembro, será realizada a eleição para uma vaga do Conselho Deliberativo da Celos. O Conselho é formado por três integrantes indicados pela patrocinadora (e seus suplentes) e três integrantes indicados pelos participantes, também com seus respectivos suplentes. A eleição de 6 de novembro é para a suplência de uma das vagas dos eleitos pelos participantes e tem apenas uma candidatura concorrendo, apoiada pela Intercel e pela Associação dos Aposentados e Pensionistas da Celesc – a APCelesc. O candidato é Henri Claudino, empregado da Celesc há 35 anos e que ingressou na empresa como eletricista na Regional de Tubarão. Henri é graduado em Administração de Empresas e Gestão da Previdência Complementar e pós-graduado em Mercado Financeiro e de Capitais. Ele possui as certificações Gestão de Riscos Financeiro, Diversificação de Investimentos na Prática, Gestão de Investimentos de Fundos de Pensão, Investindo em Renda Variável e Gerenciamento de Risco de Mercado. O candidato foi dirigente sindical liberado pelo Sintresc de 2004 à 2014, tendo sido coordenador da Intersindical dos Eletriciários de Santa Catarina – INTERCEL. Neste período foi eleito para representar os participantes no Conselho Deliberativo da Celos por um mandato (2010 – 2013), tendo sido membro titular do Comitê de Investimentos. Henri foi eleito com apoio da Intercel e da APCelesc para a Diretoria Administrativa-Financeira da Celos por dois mandatos (2015 – 2022), onde conduziu um processo de reestruturação dos investimentos, melhorando a governança e a rentabilidade dos planos e dos benefícios dos trabalhadores. É fundamental que a categoria participe do pleito dando seu voto de confiança a Henri. É preciso que o candidato tenha uma votação expressiva para dar legitimidade à sua atuação no Conselho Deliberativo. Dia 6 de novembro vote Henri Claudino para o Conselho Deliberativo da Celos. Candidato percorre postos de trabalho na Celesc O candidato Henri Claudino está percorrendo os postos de trabalho na Celesc desde o dia 8 de outubro. A agenda de campanha iniciou na Agência Regional de São Miguel do Oeste e já passou por Chapecó, Concórdia, Videira, Joaçaba, Lages, Criciúma, Tubarão, Joinville, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul e Mafra. Nessa semana, Henri visita as Regionais de Blumenau, Rio do Sul, Itajaí e Florianópolis, além da sede da Celos, na capital. Na próxima semana, a campanha percorrerá as salas da Administração Central da empresa.

Parlamentares defendem caráter público da Celesc

Deputados estaduais e um vereador da capital fizeram na semana passada pronunciamentos enaltecendo o trabalho de celesquianas e celesquianos e o cará ter público da Celesc. As manifestações foram realizadas no momento em que parte do estado de São Paulo vicenciava o apagão prolongado pela incompetência e pela falta de profissionais da companhia de energia privada Enel. Na Assembleia Legislativa, o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), que participa todos os anos das Assembleias dos Empregados da Celesc, disse que “em me nos de um ano, a maior cidade do País enfrenta seu terceiro grande apagão. A Enel, empresa privada que detém a concessão de energia elétrica, mostrou que não tinha um plano para evitar apagões, nem agiu rapidamente diante dessa crise. Essa empresa reduziu o número de equipes próprias e também terceirizadas, ampliou inacreditavelmente os lucros e precarizou o serviço prestado à população”. Na sequência, Caropreso relatou que trouxe o tema pois não consegue olhar para essa situação “sem sentir um grande orgulho da nossa Celesc e dos celesquianos. A Celesc é uma das poucas distribuidoras de energia públicas num setor ampla mente privatizado e está entre as melhores concessionárias do País, segundo a ANEEL. Pesquisa de satisfação entre os consumidores comprova isso que acabei de afirmar”. Por fim, o deputado falou que “o lucro é importante para qualquer empresa, mas deve haver equilíbrio para garantir que a qualidade do atendimento à população esteja sempre em primeiro lugar. Não é só São Paulo que sofre com a concessionária de energia: A tragédia climática que afetou o Rio Grande do Sul esse ano expôs as deficiências de outra concessionária privada, a Equatorial. (…) Por isso, precisamos garantir que a Celesc esteja sempre preparada, com quadro próprio de trabalhadores em quantidade sufi ciente para atender às demandas do povo catarinense e do aumento do consumo de energia. Ter um quadro próprio significa resposta rápida”. Na mesma linha se pronunciou o deputado Marcos José de Abreu, o Marquito (PSOL): “Era uma empresa pública a Eletropaulo. Foi privatizada para a Enel. Essa privatização fez uma redução significativa do quadro de funcionários, quase 40%. Isso traz uma consequência do modelo de privatização, que essa empresa que presta o serviço tem o compromisso com o lucro e não o compromisso de entregar um serviço de qualidade”. Marquito chamou outros parlamentares para o debate: “Quero principalmente trazer para esse parlamento, que tem uma tarefa funda mental, que é defender a Celesc enquanto instituição pública: nós passamos por um ciclone bomba em 2020, uma das maiores catástrofes em Santa Catarina, e a Celesc conseguiu recuperar em menos de 3 dias 100% das ligações de energia elétrica. A Celesc, por ser pública, garante um dos serviços mais baratos de distribuição de energia elétrica e precisamos compreender que o caminho é a manutenção da Celesc Pública, ampliar o quadro de trabalhadores e, principalmente, dar condições de trabalho adequadas com equipamentos e pessoal”. Ainda na Alesc, o deputado Fabiano da Luz (PT), que igualmente prestigia as Assembleias anuais da categoria, afirmou que está “acompanhando as notícias do que está acontecendo em São Paulo com relação ao restabelecimento da energia após os temporais que lá ocorreram e a confusão que está com a empresa que foi privatizada, o caos, a desorganização do trabalho, a falta de equipamentos para os profissionais, que sequer têm lanterna para trabalhar. Tiveram que pedir lanterna emprestada para os moradores para iluminar o poste de luz para ligar os disjuntores”. E comparou com a situação de Santa Catarina: “Do outro lado, nós temos a Celesc, que quando aqui aconteceu também temporal, vendaval, que assolou a região, rapidamente a Celesc restabeleceu a energia. Isso é uma prova de que o setor público é quem está à serviço da sociedade, enquanto muitas vezes a empresa privada visa o lucro e não o atendimento à população”. Já na Câmara de Florianópolis, o vereador Renato Geske, o Renato da Farmácia (PSDB), apresentou na Tribuna um áudio da imprensa paulista elogiando a atuação da Celesc e enaltecendo seu caráter público. Renato disse que trouxe esse áudio “pois foi um elogio na imprensa de São Paulo à Celesc pelo grande trabalho que ela faz em Santa Catarina. Como todos estão acompanhando, em São Paulo a Enel está deixando a desejar”. O vereador trouxe números sobre o mau desempenho da concessionária paulista e destacou: “Está se pedindo hoje pela troca por outra empresa privada de energia. Mas em Goiás já foi trocada por outra empresa privada e ficou pior ainda. A questão hoje não é trocar uma empresa privada por outra e sim fortalecer o trabalho da empresa pública e aqui nós temos a Celesc como grande exemplo”. Renato disse que “fiz questão de vir para a Tribuna não para falar mal de São Paulo, mas para falar bem de Santa Catarina, que tem uma empresa de energia elétrica citada nacionalmente pela qualidade e pelo trabalho que ela realiza. Isso, nós, como catarinenses, evidentemente nos orgulhamos muito, por termos aqui uma empresa com um contigente de pessoas de alta responsabilidade. Isso vemos toda vez que tem uma tempestade na região”. Outros parlamentares, como a deputada federal Ana Paula Lima (PT), fizeram manifestações nas redes sociais, enaltecendo a competência e o compromisso dos celesquianos. Cabe à Diretoria da Celesc contratar pessoal em número adequado e dar condições para a empresa seguir como referência no atendimento à população nos próximos anos. Infelizmente, a Diretoria parece caminhar para o lado oposto, quando contrata contínuos terceirizados, podendo chamar assistentes administrativos da lista do concurso público vigente.

Privatização = Apagão

Mais uma vez a região metropolitana de São Paulo foi atingida por um apagão de grandes proporções. Na sexta-feira, dia 11, um forte temporal atingiu a região, derrubando árvores e postes, e provocan¬do o desligamento da energia para cerca de 2 milhões de pessoas. A concessio¬nária local, a ENEL, privatizada, acumula um longo histórico de reclamações dos consumidores. O restabelecimento da energia está sendo tão demorado que no fechamento dessa edição do Linha Viva, em 15 de outubro – 4 dias após o evento climático -, ainda havia mais de 250.000 endereços sem luz. O desempenho da concessionária pri¬vatizada é tão grave em São Paulo que o ministro de Minas e Energia, Alexan¬dre Silveira, criticou, em nota, a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na fiscalização dos serviços da ENEL: “A Agência claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de pro¬blemas da ENEL ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”. Também por meio de nota, no sábado, dia 12, a ANEEL afirmou ter intimado a ENEL a prestar esclarecimentos sobre os fatos e levantou a hipótese de recomen¬dar o fim da concessão da empresa. De acordo com a Federação do Co¬mércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o apagão na região teria gerado prejuízos nos setores de varejo e serviços da ordem de R$1,65 bilhão – somente até segunda¬-feira, dia 14. Esse prejuízo deve aumentar até que todas as unidades consumidoras tenham a energia restabelecida. A população, que depende da energia para executar as atividades mais básicas do dia a dia, ficou revoltada ao ver, pe¬las redes sociais e em emissoras de TV, inúmeras camionetes da companhia de energia paradas dentro do pátio enquanto o caos estava instalado na região. A cena tem explicação: a empresa privatizada tem por política contratar o menor quadro possível de trabalhadores para faturar o máximo. É a famosa política do mais com menos. Enquanto a ANEEL cobrava a ne¬cessidade de pelo menos 2,5 mil funcio¬nários atuando em campo para responder à demanda, a ENEL dispunha, até domin¬go, de apenas 1,7 mil funcionários nas ruas ajudando a resolver o problema. Em meio ao drama e à pressa para solucionar muitos atendimentos em pouco tempo, um eletricista da ENEL morreu enquanto atuava para recuperar a energia no bairro Parque Anhanguera. Diante do cenário devastador, até mesmo o governador de São Paulo, Tarcí¬sio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), dois pri¬vatistas de carteirinha, se manifestaram cobrando o fim do contrato de concessão com a ENEL. Eles se somam ao também privatista governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que, um ano atrás, em entrevista, declarou que foi a “pior decisão do mundo” a venda da CELG em seu estado. Em Goiás, após a venda da CELG, a ENEL assumiu a área de conces¬são e também deixou a desejar no forne¬cimento de energia. Com isso, a Equato¬rial assumiu o lugar da ENEL e também continuou a apresentar problemas e a acumular reclamações dos consumido¬res. A Equatorial é a mesma companhia privatizada que atua no Rio Grande do Sul e que deixou no ano passado consumi¬dores por 12 dias sem energia na região de Pelotas. A sequência de apagões e inúmeras reclamações Brasil afora sobre as con¬cessionárias de energia mostram que as privatizações do setor não deram cer¬to. A lógica das companhias de energia, quando privatizadas, é cortar custos a todo momento, inclusive demitindo fun¬cionários experientes, com muitos anos de carreira, para maximizar os lucros. Não por acaso, as concessionárias de energia em Minas Gerais (CEMIG) e em Santa Catarina (CELESC) ainda figuram dentre as mais bem avaliadas pelos con-sumidores: pois, por conta de seu caráter público, priorizam o bom atendimento à população em detrimento do lucro a qual¬quer custo. E essa deve ser a lógica de uma concessionária de energia: prestar um bom atendimento à população. Santa Catarina é um dos estados re¬cordistas de catástrofes climáticas nos últimos anos. De enchentes a tornados, granizo e vendavais, o território catari¬nense já experimentou quase todo tipo de evento da natureza – o que vem au¬mentando com o impacto das mudanças climáticas. Mesmo enfrentando adver¬sidades e eventos extremos, a CELESC consegue atender a população, nos últi¬mos anos, dentro dos limites toleráveis de espera. A empresa chegou, inclusive, a enviar equipes próprias para auxiliar no restabelecimento da energia no Rio Grande do Sul, após a terrível enchente que afetou o estado vizinho no primeiro semestre de 2024. A situação pela qual vivem os esta¬dos que tiveram suas concessionárias de energia vendidas para o setor privado demonstra que as privatizações no setor foram um erro e que os prejuízos desse erro estão na casa dos bilhões de reais. É preciso pensar, de forma urgente, em meios de reestatizar não só as con¬cessionárias de energia nos estados, mas também a Eletrobras, que passa por um processo de sucateamento sem precedentes e que já traz consequências negativas a toda a população brasileira. Energia não é mercadoria!

Eleições da Celos: Chapas 1 e 2 percorrem o estado pedindo o voto e dialogando com a categoria

As duas chapas apoiadas pelos Sindicatos da Intercel que concorrem ao Conselho Deliberativo da Celos estão percorrendo os postos de trabalho da Celesc em todo o estado. As chapas 1 (João Roberto Maciel e Alei Machado) e 2 (Geraldo Prus e Paulo Oliveira) têm como propostas a defesa intransigente da manutenção da Celesc Pública, o equilíbrio na representação dos participantes, a segurança nos investimentos e aplicações, a manutenção de conquistas e cobranças de melhorias no Plano de Saúde, além da sustentabilidade e modernização nos Planos Previdenciários. A campanha inciou no dia 21 de agosto e as eleições ocorrerão de forma 100% on line, no dia 21 de setembro. Nessas primeiras duas semanas de campanha, os candidatos apoiados pela Intercel já visitaram as Regionais da Celesc em São Miguel do Oeste, Chapecó, Videira, Joaçaba, Lages, Criciúma e Tubarão. Hoje e amanhã as chapas visitarão os trabalhadores da Celos em Florianópolis. Na próxima semana, eles visitarão trabalhadores da Administração Central da Celesc e terão reuniões com aposentados em Tijucas, Tubarão e Blumenau.


A decisão da Intercel de apoiar chapas para o Conselho Deliberativo da Celos é fruto de deliberação dos delegados que participam dos Congressos dos Empregados da Celesc, após votação. O último Congresso onde foi reafirmada essa decisão ocorreu em maio de 2022, em Joinville, com a participação de 300 empregados de todo o estado. A Intercel reforça o pedido de voto nas chapas 1 e 2 e lembra a categoria da importância do fortalecimento da Celos com representantes que, de fato, lutem pelos direitos de trabalhadores da ativa e aposentados.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Segue a expectativa pelo início das negociações do acordo coletivo de trabalho na Celesc

A Intercel tem por hábito, todos os anos, fazer o planejamento da campanha database da Celesc entre os meses de abril e maio. O cronograma é seguido à risca, desde a data do planejamento até a data prevista para a greve (caso as expectativas da categoria sejam frustradas), passando pelas Assembleias Regionais e Estadual e pela confecção das cartilhas da Pré-Pauta e da Pauta Final.


Para 2023, assim como em 2022, as negociações estavam previstas para iniciar entre os dias 24 e 25 de agosto. Essa data foi afiançada entre Intercel e representantes da direção da Celesc (inclusive o presidente, Tarcísio Rosa), durante a entrega da Pauta de Reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho, na primeira semana de agosto, na Regional de Itajaí.


Ocorre que, em total desacordo com aquilo que havia sido combinado, a diretoria da empresa resolveu “inovar” este ano. Além de não cumprir a data de início das rodadas de negociação, adiando em uma semana o início das reuniões, ainda resolveu fazer uma cerimônia de abertura do Acordo Coletivo com um “café” (pasmem, um café!) junto aos sindicatos diferenciados, que não fazem parte da Intercel.


É sabido até pelo Papa que a Intercel não senta na mesa para negociar ou “tomar café” com os sindicatos diferenciados. A Intercel não se junta a sindicatos que não compreendem que a luta pela manutenção da CELESC PÚBLICA é fundamental para a garantia de empregos e direitos da categoria. Além disso, Sindicatos da Intercel e sindicatos diferenciados nunca tiveram uma pauta única.


A Intercel também estranhou o fato do convite para o tal “café” conter um item chamado “definição de premissas”. Ora, quem vai definir essas premissas, será a própria diretoria?! A Carta Circular – coisa inédita na história da Celesc sobre processo negocial – que convidava a Intercel, também informava que seriam “estabelecidas diretrizes” nessa reunião inaugural. A Intercel compreendeu o argumento não como uma “reunião inaugural”, mas um “pacto” que estabelecerá/direcionará todo o processo negocial, o que a entidade não admite.


Desse modo, ainda na reunião com o presidente sobre segurança, na semana passada, a Intercel pediu a Tarcísio o agendamento da primeira reunião de negociação impreterivelmente para esta sexta-feira, dia 1°. Os sindicatos esperam que a empresa apresente a agenda de negociações nessa data e não apareça com novas surpresas. A categoria precisa permanecer mobilizada e pronta para responder à altura, caso a empresa busque protelar o início do processo negocial.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Sindicatos da Intercel e Celesc debatem segurança na empresa

Na quinta-feira da semana passada, dia 24, Sindicatos da Intercel e representantes da Celesc se reuniram para debater o tema ‘Segurança na Celesc’.


O pedido de reunião não se deu por acaso: Em 2005, após acidente com trabalhador na rede de energia em que coincidentemente uma emissora de TV passava pelo local e registrou o fato, teve início um processo investigatório no Ministério Público do Trabalho (MPT). Considerando a precária situação de saúde e segurança a que trabalhadores próprios e terceirizados eram submetidos à época, em 2009 foi ajuizada Ação Civil Pública (ACP). Essa Ação culminou em 2012 com um Acordo Judicial entre Celesc, MPT e Sindicatos, onde a Intercel solicitou ao juízo: que o valor da causa da Ação, de R$15 milhões (caso a Celesc fosse condenada), fosse revertido a um novo sistema de rádio – evitando, assim, novos acidentes; e a criação de Grupos de Trabalho e Comissões com participação da Intercel, dedicados à saúde e segurança, para atendimento aos itens do Acordo Judicial.


Pelo acordo, a Celesc se comprometeu a cumprir, fiscalizados pelos sindicatos, 45 itens relativos à segurança e saúde do trabalho. O objetivo era que esses itens fossem acompanhados a cada dois meses e que a empresa fosse melhorando continuamente os procedimentos de segurança de seus trabalhadores próprios e terceiros, de modo que mitigassem os riscos de acidentes e mortes destes profissionais no sistema elétrico de potência.


De acordo com Ailton Comunello, dirigente do Sindinorte que vem acompanhando há alguns anos o andamento da ACP, “muitos avanços ocorreram desde a proposição da ação, mas ainda há pontos importantes a avançar para reforçar a segurança de trabalhadores próprios e terceiros”. A reunião da quinta-feira passada ocorreu pois a Celesc tentou, no primeiro semestre deste ano, uma repactuação do Acordo, indicando que os 45 itens já estariam cumpridos. A Intercel, indignada por discordar da posição da empresa e compreendendo que ainda há diversos itens não cumpridos ou cumpridos parcialmente, se manifestou no processo indicando que achava absurda e inconsequente a proposição da Celesc. Diante disso, no mês passado, o presidente Tarcísio Rosa chamou os sindicatos para conversar e compreender a motivação da resposta tão dura da Intercel. Na quinta-feira passada, os dirigentes sindicais apresentaram ao presidente todo o histórico da Ação Civil Pública e cada um dos 45 itens do Acordo. O presidente relatou que os problemas não vêm de hoje; que diversos contratos estão sendo revistos; e que pediu para sua assessoria colocar ordem de importância a cada um dos 45 itens, indicando quais são os mais urgentes, para que seja buscada uma solução.


A Intercel e a diretoria da Celesc devem, agora, redigir um novo documento e encaminhar ao MPT, solicitando prazo para trabalharem e construírem, em conjunto, um novo plano de segurança que traga um ambiente mais seguro aos trabalhadores. A Intercel espera que a Celesc leve a sério cada um dos itens.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023