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Coletivo Nacional dos Eletricitários se reúne com novo presidente da Eletrobras

Representantes da categoria eletricitária estiveram reunidos, na segunda-feira, dia 28, com o novo presidente da Eletrobras, Ivan de Souza Monteiro. Foi uma reunião de apresentação, na qual o presidente da empresa se mostrou aberto ao diálogo e afirmou ntransparência nas ações da companhia. O encontro ocorreu na sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro. Os eletricitários, representados pelos presidentes da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tarso; da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE), Raimundo Lucena; da Federação Regional dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE), Esteliano Neto; e por coordenadores do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Nailor Gato (vice-presidente da FNU), Júlia Margarida, Fabíola Antezana, Cecy Marimon (pela Intersul/Sinergia) e Emanoel Mendes; relataram ao presidente a atual situação vivida por trabalhadores, que estão submetidos à retirada de direitos e ao grande número de demissões, propondo que a empresa suspenda de imediato todas as demissões.


Paulo de Tarso, da CNU, explicou que o quadro profissional da empresa já está bastante reduzido e é arriscado acontecer mais apagões no País, justamente devido à falta de técnicos capacitados e experientes.


Ivan Monteiro se comprometeu em proporcionar treinamento aos novos empregados e agendou uma próxima reunião com os dirigentes para 28 de setembro, assim como prometeu a reabertura dos trabalhos das comissões temáticas.


No dia 22 de agosto, o Conselho de Administração da Eletrobras confirmou a eleição de Ivan de Souza Monteiro para o cargo de presidente da companhia. Ele ocupará a função de CEO até 1º de maio de 2025 em substituição a Wilson Ferreira Jr, que assumiu em maio de 2023 e deixou o posto em 14 de agosto. Até então, Ivan ocupava a presidência do Conselho de Administração da Eletrobras. Também já foi CEO da Petrobras e vice-presidente do Banco do Brasil.


Texto: reprodução FNU

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Wilson Pinto não aguenta pressão de 3G de Lemann e pede para sair da Eletrobras

Quando Wilson Pinto Jr voltou para a Eletrobras depois de privatizada, certamente sonhou executar tudo aquilo que planejou enquanto foi operador da privatização na cadeira de Presidente da empresa no governo Temer e nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.


Na primeira saída para a BR Distribuidora (hoje Vibra), Wilson Pinto Jr saiu resignado, descrente que a privatização ocorreria por conta de resistências políticas. Estava errado. Ainda no primeiro trimestre de 2021, no auge da pandemia, quando morriam até 5 mil brasileiros e brasileiras por dia, Bolsonaro mancomunado com Guedes, Bento, 3G de Lemann, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, editou a famigerada MP 1031/2021 que tramitou em rito sumário e foi aprovada no Congresso Nacional sem o devido debate e eivado de questionamentos sobre a votação eletrônica na Câmara e a sessão do relatório sem relatório no Senado. Da sanção presidencial, em julho de 2021, até a execução da privatização, junho de 2022, passaram-se 11 meses.


Efetivada a privatização, a 3G de Lemann cuidou de montar o conselho de administração da Eletrobras. Liderados por Pedro Batista (preposto da 3G de Lemann) e com a anuência do governo Bolsonaro, estabeleceram uma chapa que envolvia Marisete Dadald (MME), Marcelo Siqueira (Ministério da Economia), Ivan Monteiro (Ex Petrobras e BB), Felipe Vilela Dias (Ex Squadra, bajulador de Pedro Batista), Vicente Falconi (Ex AmBev e 3G) e dois conselheiros indicados por Juca Abdalla (Banco Clássico) e Lírio Parisotto (LPar).


O Conselho da Eletrobras era uma verdadeira ação entre amigos comandada pela 3G de Lemann, um acionista com poder de voto irrelevante (0,05%) nas assembleias, mas que contou com a negociata do governo Bolsonaro que executou o auto boicote do poder de voto da União que, mesmo detendo ainda 43% das ações ordinárias da Eletrobras só poderia votar com 10%.


Com o Conselho montado a gosto de Pedro Batista e Jorge Paulo Lemann, era preciso montar a diretoria executiva da Eletrobras. Foi aí que Batista e Ivan Monteiro montaram o que eles mesmos chamaram de “operação sequestro” de Wilson Pinto Jr da BR Distribuidora (Vibra). Wilson passou anos presidindo a Eletrobras por dentro, era visto pelo 3G de Lemann como o nome ideal para executar uma grande reestruturação que poderia dar a cara que eles queriam para a Eletrobras privada. Rodrigo Limp que presidiu a Eletrobras durante todo o processo de Privatização, ganharia uma vice presidência e continuaria na estrutura.


Wilson Pinto Jr quando voltou à Eletrobras um ano e meio depois de sair, sonhava em terminar o projeto que começou em 2016, mas um desalinhamento de expectativas gigante se sucedeu.


O primeiro grande desafio foi a derrota de Bolsonaro. Com a eleição de Lula, as duras críticas do presidente e a tentativa de retomada do poder de voto com a ADI 7385 no STF, os planos de Wilson iam sendo frustrados. Além disso, com os reservatórios cheios, a perspectiva de entregar resultados mais rapidamente por conta da descotização das usinas não se concretizou.


No dia seguinte da saída de Pinto Jr, o maior indício nos bastidores da Eletrobras é que ocorreu um conflito generalizado com o Conselho de Administração. Wilson era contra o tempo das mudanças propostas pelos conselheiros. Chegou a dizer que com o quantitativo de pessoal que queriam impor, a Eletrobras não conseguiria rodar. Por diversas vezes pediu que confiassem nele porque conhecia a empresa e o setor. De outro lado o conselho só reclamava e chegou a ameaçar por mais de uma vez trocar Wilson pelo vice presidente Élio Wolf.


Se a relação de Wilson com o Conselho estava estremecida, com a diretoria executiva não foi diferente. Wilson trouxe o VP de Comercialização que na primeira denúncia de corrupção na Delta (antiga empresa do VP) foi limado pelo Conselho de Administração. Além disso, Wilson não conseguiu emplacar nomes que desejava para outra vice presidência e quando voltou para a Eletrobras um ano e meio depois, encontrou outros vice presidentes empoderados. O trio Camila Gualda, Elvira Presta e Rodrigo Limp ganhou força por ter executado o front da privatização.


Apesar de hierarquicamente Wilson estar acima deles, era como se suas vice presidências tivessem vida própria e trânsito direto com os conselheiros da 3G de Lemann. Alguns exemplos corroboram com essa análise, como o cronograma dos desligamentos do PDC e o processo de reestruturação da Eletrobras na ANEEL.


Wilson também sempre questionou a forma como os acionistas se relacionaram com sindicatos e Governo. Vale lembrar que o Governo fez dois pedidos à Eletrobras, ambos relativos à suspensão de desligamentos, ambos sem qualquer resposta pela Eletrobras da 3G. Pelo tempo que passou na Eletrobras, e por ser um homem do setor, preferia um tom mais conciliatório.


Por fim, com as notificações que a Eletrobras passou a receber do TCU, ANEEL e do Governo, através do Ministério de Minas e Energia, as desavenças entre Wilson e o Conselho aumentavam. Tudo leva a crer que ele esperou para divulgar o resultado de lucro de R$ 1,6 bi do 2º trimestre para tentar sair por cima. Mas a verdade é que sentiu o gosto amargo da teoria dos oceanos “sempre vai existir um peixe maior que você”.


Wilson Pinto Jr que era tido como algoz dos trabalhadores, do movimento sindical, pela passada anterior na empresa e pela forma como conduziu outras empresas do setor, ao retornar para a Eletrobras encontrou uma forma de gestão baseada única e exclusivamente em números de resultados com vistas à remuneração dos acionistas.


A Eletrobras baseada em prestar um bom serviço a sociedade, com estrutura nas pontas, foco no negócio não existia mais. Parece que nem ele aguentou a pressão e a desorganização que virou a Eletrobras sob a batuta dos conselheiros da 3G de Lemann. Wilson sai da Eletrobras antes de responder aos órgãos de fiscalização e controle que começam a interpelar a empresa sobre o aumento de acidentes de trabalho, descumprimento de normas regulamentadoras de segurança, falta ou diminuição em manutenção programada nas empresas por falta de contingente técnico.


As mudanças na diretoria e no conselho da Eletrobras demonstram o que é a forma 3G de gestão, e, que, essa gestão não se aplica ao tipo de negócio pelo qual, infelizmente, estão responsáveis. Esse total desalinhamento, essas divergências abissais reforçam tudo o que nós, do Coletivo Nacional dos Eletricitários sempre denunciamos. Um setor estratégico, de prestação de serviço essencial, deve ter o controle do Estado.


Essa Corporation de faz de conta, comandada por quem já trouxe um prejuízo ao Brasil – vejam o caso das Americanas, pode quebrar a Eletrobras e apagar o Brasil. Nunca será por falta de aviso.


Agora, para sobreviver, a turma do 3G de Lemann coloca Ivan Monteiro como CEO da empresa e traz Vicente Falconi para a presidência do Conselho e Felipe Vilela Dias para a vice presidência. Um jogo de cartas marcadas que só reforça o poder de mando e desmando de Pedro Batista e da 3G de Lemann na Eletrobras. Neste jogo de dados viciados, cogitam agora a volta de Fernando Coelho Filho para o MME. O deputado foi precursor da privatização.


Sabemos o quanto será desafiador enfrentar essa gente, mas não vamos recuar. Nesse momento é importante que o governo intensifique os trabalhos para retomar o poder de voto na Eletrobras para que não passemos por aumentos abusivos na conta de luz e riscos de desabastecimento de energia no Brasil. Não existe acordo possível com quem não pensa no País.


No EletrobrasDay viraram a chave pro lado errado. Nós seguimos na luta e não vamos desistir até a vitória.

Eletricitários lançam em Brasília campanha pela aposentadoria especial

Foi lançada no dia 9 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários. O ato foi realizado em conjunto com o relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social.


Na ocasião, a Confederação Nacional dos Urbanitários lançou o vídeo institucional que pretende sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial à grande parte dos eletricitários que trabalham expostos ao agente perigoso eletricidade.


A Intersul e a Intercel estão articulando junto a outros sindicatos do Coletivo Nacional dos Eletricitários para que a proposta avance entre a classe política. Você confere o vídeo da Campanha na página da Intercel no instagram: www.instagram.com/intercel.sc

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Lançamento da Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários acontece nesta quarta-feira (09/08)

Nesta quarta-feira, 9 de agosto, a partir das 9h, junto ao relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, na Câmara dos Deputados, os eletricitários lançam a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários.

No evento, será exibido um vídeo para sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial a eletricitários que trabalham expostos em contato com eletricidade, correndo risco de acidentes e até morte.

O CNE, o Sinergia a Intersul participam da campanha.

CNE propõe que reestatização da Eletrobras seja prioridade no PPA

Dirigentes do Sinergia, representando o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Intersul, e trabalhadoras e trabalhadores da CGT Eletrosul participaram, em 7 de julho, do debate do Plano Plurianual Participativo (PPA) do Governo Federal em Santa Catarina. O evento foi realizado na Assembleia Legislativa e contou com a presença de lideranças sindicais e de movimentos populares, deputados estaduais e federais, vereadores e prefeitos, além dos ministros Márcio Macêdo, da Secretaria Geral da Presidência da República, e Simone Tebet, do Planejamento. Representando o CNE e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Tiago Vergara defendeu na tribuna do evento a criação do Fundo Nacional de Reparação das Pessoas Atingidas por Barragens (só em SC, são mais de 300 barragens e milhares de atingidos) e a proposta de Reestatização da Eletrobras, como forma de baixar a conta de energia da população brasileira: “Nós não teremos a possibilidade de baixar a conta de luz com a Eletrobras privada e nas mãos do mercado financeiro. Nós precisamos da Eletrobras pública para poder desenvolver o País e para que o setor industrial possa investir e gerar emprego, renda e crescimento econômico para o Brasil”, enfatizou Tiago.


O PPA é o principal instrumento de planejamento orçamentário de médio prazo do Governo Federal. Ele define as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal, contemplando as despesas de capital. Além das propostas apresentadas pelo CNE, outras oito entidades se inscreveram e trouxeram propostas para as áreas da educação, saúde, direitos da população em situação de rua e LGBTQIAP+. O PPA será encaminhado ao Congresso Nacional em 31 de agosto para ser votado pelos parlamentares. Ainda neste ano, deverá ocorrer a sanção pelo Presidente da República.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1584 de 20 de julho de 2023

CNE participa de ato pelo bicentenário da independência do Brasil na Bahia

O Coletivo Nacional dos Eletricitários organizou um ato pela reestatização da Eletrobras no dia 2 de julho, em Salvador, durante a festa do Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia. Pela Intersul, participou a dirigente sindical Cecy Marimon, que relatou que “o ato, com carros que levam o Caboclo e a Cabocla, que representam os heróis da terra, pretendia chamar a atenção do presidente Lula e sua assessoria, que também participaram da mobilização”.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1583 de 06 de julho de 2023

CNE apresenta para Ministro do Trabalho consequências das sucessivas demissões no Sistema Eletrobras

Em agenda oficial com o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o Coletivo Nacional dos Eletricitários, acompanhado dos deputados federais Alencar Santana e Erika Kokay, apresentou ao Ministro e sua equipe, os riscos ao sistema elétrico nacional advindo das sucessivas demissões que estão ocorrendo no Sistema Eletrobras.

Na reunião, os presentes mencionaram que depois da desestatização da empresa, se alastrou na Eletrobras um péssimo ambiente de trabalho e convivência.

A precarização das condições de trabalho, a redução dos quadros e o aumento da terceirização é uma fórmula nefasta pós privatização que sempre traz o aumento de acidentes de trabalho, inclusive fatais, horas extras desenfreadas e sobreaviso sem fim. E esse tem sido o destino do Sistema Eletrobras.

Ainda, tratou-se de questões relacionadas a assédio moral, possíveis transferências compulsórias de trabalhadores para outros estados e, também, a perseguição aos dirigentes sindicais e de associações em virtude dos atos legítimos de luta pela reestatização da Eletrobras. 

Outro ponto importante, foi o processo de reintegração dos trabalhadores do Sistema Eletrobras, apresentando as alternativas plausíveis e caminhos possíveis.

Atentos às ponderações dos parlamentares e dos dirigentes sindicais, o Ministro Luiz Marinho e sua equipe, registraram todas as denúncias, se comprometeram a acompanhar e dar encaminhamento a todas as demandas do Coletivo Nacional dos Eletricitários.

Fotos: Allexandre dos Santos Silva
Assessoria Especial de Imprensa/MTE; Rogério Tomaz Jr. (Equipe Alencar Santana) & Letícia Spindola (Equipe Erika Kokay)

Secom da Presidência da República recebe frente pela reestatização da Eletrobras e Coletivo Nacional dos Eletricitários

Na terça-feira, dia 2 de maio, o Ministro-Chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, recebeu em Brasília parlamentares que representam a Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras e membros do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). Na pauta do encontro, o principal pedido foi por efetividade e urgência nas ações do governo federal para a retomada da Eletrobras. Pela Frente Parlamentar, estiveram presentes os deputados federais Alencar Braga (PT), Erika Kokay (PT), Pedro Uczai (PT) e Jandira Feghali (PCdoB), além de representantes de Sindicatosde todo o Brasil.


Também foi debatido sobre a ArtPlan, empresa que recebeu R$ 47 milhões para fazer uma campanha contra a reestatização da Eletrobras. Ainda foi falado sobre a contratação de assessorias parlamentares atuando para aumentar a rejeição à reestatização dentro do parlamento brasileiro. Os deputados e representantes do CNE reforçaram a importância da celeridade nas ações, uma vez que a direção da Eletrobras corre contra o tempo para promover mudanças estruturantes na empresa.


O Ministro e sua equipe ouviram atentamente os pedidos, definiram pontos focais e prometeram retorno em breve. Nas próximas semanas, a Frente Parlamentar e o CNE farão outras agendas com Ministros do governo e articularão novas ações sobre a mesma pauta.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1579 de 11 de maio de 2023

Casa Civil e AGU se reúnem com membros da frente pela reestatização da Eletrobras e do Coletivo Nacional dos Eletricitários

No dia 13 de abril, a Ministra Chefe da Casa Civil em Exercício, Mirian Belchior, e o adjunto da Advocacia-Geral
da União, Flávio Roman, receberam os parlamentares que compõem a Frente Parlamentar Pela Reestatização da Eletrobras e o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) para discutirem sobre o futuro da empresa.


Na reunião, foram feitos pedidos de efetividade e urgência nas ações do governo federal para a retomada da Eletrobras pública. Além disso, os participantes denunciaram o processo seletivo para contratação de novos funcionários por meio da empresa TAEQ, que teve o seu contrato rescindido em 12 de abril pela Eletrobras, após críticas do viés ideológico utilizado nas entrevistas. Os deputados e dirigentes sindicais destacaram ainda o processo desenfreado de demissões tocado pela direção da Eletrobras privada. O Coletivo pontuou que os desligamentos dos trabalhadores e trabalhadoras trazem grave risco para o setor Elétrico.


Contrato milionário


Na oportunidade, houve também a denúncia do contrato milionário entre a empresa e a assessoria de comunicação ArtPlan por R$ 47 milhões, com o claro objetivo de atuar junto à mídia contra a reestatização da Eletrobras. Os dirigentes ressaltaram ainda a contratação de assessorias parlamentares para tentar assegurar a rejeição à reestatização dentro do Congresso Nacional.


Foi informado à Casa Civil e à AGU que a Eletrobras teria agendada uma Assembleia Geral Extraordinária para o dia 17 e uma Assembleia Geral Ordinária (AGO) para 27 abril, onde os acionistas debateriam pontos de interesse para a categoria, a exemplo da tentativa de extinção do cargo do representante dos empregados no Conselho de Administração. Nesse sentido, os deputados e representantes do CNE reforçaram a importância da urgência nas ações do governo federal à retomada da Eletrobras.


Os representantes da Casa Civil e da AGU ouviram atentamente as denúncias e os pedidos, definiram pontos focais e prometeram retorno em breve. A Frente Parlamentar e o Coletivo Nacional dos Eletricitários estão organizando outras agendas para tratar da reestatização da Eletrobras.


Estiveram presentes os deputados federais Alencar Santana (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Lindbergh Farias (PT-RJ), Patrus Ananias (PT-MG), Odair Cunha (PT-MG), Glauber Braga (PSOL-RJ), João Daniel (PT-SE) e Mauro Benevides Filho (PDT-CE), além de representantes sindicais de todo o Brasil.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1578 de 27 de abril de 2023

Entrevista – Tiago Vergara, representante da Intersul no CNE, fala sobre a importância da criação da frente parlamentar

Desde o início de 2022, o dirigente do Sinergia Tiago Bitencourt Vergara tem passado mais tempo em Brasília do que na base, junto à categoria, em Florianópolis. Tiago abdicou do convívio com a família para se dedicar quase exclusivamente a representar os sindicatos da Intersul no Coletivo Nacional dos Eletricitários Ele passou por praticamente todos os 513 gabinetes de deputadas e deputados na Câmara Federal buscando apoios, primeiramente contra a privatização e, desde o meio do ano passado, pela reestatização da Eletrobras. A atual legislatura (eleita em outubro de 2022) tomou posse em fevereiro deste ano. Em pouco mais de um mês, Tiago e demais companheiros designados pelos sindicatos de todo o país para atuarem em Brasília, conseguiram articular na Câmara e no Senado Federal a criação da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras. Na entrevista abaixo, ele comenta como foi o trabalho para construção da Frente e qual a importância desse espaço de debate na luta pela retomada da Eletrobras Pública. Confira:


LV: Como se deu o processo de articulação para criação da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras?


Tiago: Desde a campanha presidencial, o Coletivo Nacional dos Eletricitários está em constante diálogo com o governo, com o intuito de levar adiante a luta pela reestatização da Eletrobras. Fomos convidados a participar de um evento no Palácio do Planalto no dia 31 de janeiro, ocasião do lançamento do Conselho de Participação Social pelo presidente Lula e, naquele dia, manifestamos através de nossas bandeiras, a necessidade de reestatizar a Eletrobras. Estavam presentes todos os ministros do governo Lula e então fomos provocados pelo deputado federal Pedro Uczai a criarmos uma Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras. Levamos a demanda para apreciação e deliberação do CNE e resolvemos implantar o plano. A partir daí, conversamos com alguns parlamentares e o deputado Alencar Santana ficou como proponente da Frente. Depois disso, a tarefa principal do CNE foi coletar as assinaturas necessárias para o lançamento da Frente. Nos dividimos no Congresso Nacional e dialogamos com praticamente todos os parlamentares, entre deputados e deputadas federais e senadores e senadoras. Enviamos e-mails para as pessoas parlamentares, fizemos ligações e, no dia 22/03, fizemos o lançamento da Frente na Câmara dos Deputados.


LV: Qual a importância de ter essa Frente criada neste momento?


Tiago: É necessário realizar o debate no Congresso Nacional e a Frente vai cumprir este papel. A MP1031 tramitou em regime de urgência, durante a pandemia, a partir da alteração do regimento da Casa. Naquele momento, não houve a possibilidade de realizarmos debate nem na Câmara dos Deputados, nem no Senado e nem com a sociedade. Desta forma, a Frente cumprirá este papel, onde apontaremos os problemas da privatização e realizaremos propostas de desdobramentos, afim de apurar as responsabilidades e encaminhar o processo de reversão deste crime que foi cometido contra o povo brasileiro.


LV: Quais os próximos passos, a partir da criação da Frente, no processo de reestatização da Eletrobras?


Tiago: Com a Frente criada, vamos propor várias atividades, dentre elas, uma plenária nacional de mobilização das lideranças dos partidos, dos movimentos sociais, do movimento sindical, para que possamos ampliar o debate na socieade. A Frente também contará com coordenações regionais, por estados, também com o intuito de capilarizar o debate da reestatização da Eletrobras. A Frente também institucionaliza o processo de reestatização. Todas as articulações políticas deste processo inédito no Brasil, serão realizadas através da Frente Parlamentar Mista pela Reestatização da Eletrobras.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1574 de 30 de março de 2023