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CNE dialoga com Gleisi Hoffmann sobre necessidade de reestatização da Eletrobras

Na quarta-feira da semana passada, 1° de março, integrantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) estiveram com a presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffman, para tratar da reestatização da Eletrobras. Na oportunidade, o CNE relatou que entendeu como positivas as últimas falas do presidente Lula sobre o tema, mas reforçou que a reestatização é o caminho necessário para termos uma política pública de qualidade para o povo brasileiro e a recuperação da Soberania Nacional. Foram realizados vários alertas à presidenta, incluindo que o prazo para a recuperação do controle é curto, devido ao desmonte que está ocorrendo na empresa, no que tange à reestruturação da companhia e processo de demissões. O encontro aconteceu em Brasília, na sede do partido. Defender a reestatização da Eletrobras é defender o Brasil!


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Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1572 de 09 de março de 2023

Após vender Eletrobras, “a joia da coroa” do setor elétrico, “almirante mula” se presta ao papel de trazer joias para família Bolsonaro e ser “coaching” do atual ministro de minas e energia

Na TV a cabo tem um programa famoso que conta o dia a dia dos servidores da Receita Federal e da Polícia Federal no aeroporto de Guarulhos. O programa mostra que todos os dias são presas “mulas” que contrabandeiam pasta base de cocaína, ecstasy, artigos eletrônicos, ouro e joias. Quando são pegos, sempre a mesma resposta: “um conhecido pediu para eu trazer esta mala para a família dele” ou “me pediram para entregar a embalagem fechada e eu não sabia o que tinha dentro”. Assista e veja com os próprios olhos.


Pois bem. Veio à tona esta semana o caso do “almirante mula”, aquele que vendeu a joia da coroa do setor elétrico brasileiro e, na sua primeira versão a imprensa deste atual escândalo (o ex-ministro Bento já deu várias versões), afirmou que seria um presente pessoal da família saudita para a então primeira dama Michele Bolsonaro. Aos poucos, a sociedade brasileira, assombrada, amplia o conhecimento dos incontáveis rolos do governo Bolsonaro e seus colaboradores próximos. Um “singelo presente” de R$ 16,5 milhões em forma de joias recebidas da família real saudita. Há muitos espantos nessa história, como por exemplo o fato de que um mês depois do “presente”, o governo Bolsonaro entregou a um fundo árabe a Refinaria Landulpho Alves (RLAM) por apenas US$ 1,8 bilhão quando, na verdade, a avaliação feita pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) é que o ativo valeria entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. Privatização de ativo subavaliado é um caso clássico de corrupção e de atos lesivos ao erário. Apoiamos a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público para responder a seguinte pergunta: foi presente ou propina? Pedimos que o TCU também investigue a venda de ativos de empresas estatais para o fundo árabe. Como diz Eduardo Moreira, economista progressista que chegou a ser cogitado para o Conselho da Petrobras, “presente é caixa de chocolate”. Para se ter ideia, a joia vale R$ 16 milhões, a mansão do Flavio Bolsonaro vale R$ 6 milhões, a mansão do Renan Bolsonaro vale R$ 3,2 mihões e os 51 imóveis comprados em boa parte em dinheiro vivo pela família Bolsonaro valem R$ 25,6 milhões. Ou seja, realmente é necessário investigar um “presente” que cheira a corrupção. A imprensa que gastou horas falandodo “pedalinho” no sítio em Atibaia não tem coragem de admitir que a “joia saudita” pode ser caso de “corrupção internacional”. Voltando ao “Almirante Mula”, choca mais uma vez que,após o caso da cocaína no avião da FAB na comitivado Bolsonaro (caso ligado a alguns militares quetransportaram 37 quilos de cocaína), agora temos estecaso de “joias” envolvendo um dos altos quadros daMarinha.


Mesmo após a vitória do Presidente Lula nas urnas, o Almirante Mula, ex-ministro de Minas e Energia, continua com grande influência no Ministério de Minas e Energia, sendo uma espécie de “coaching do atual Ministro”. Bento tem feito indicações na ENBPar, nos cargos de segundo escalão do MME, em Itaipu e Eletronuclear. A ousadia do ex-ministro é tão grande, que, a mando dele, a ENBPar atrasou a posse do deputado Enio Verri na presidência de Itaipu, permitindo que bolsonaristas por lá fizessem uma festa no encerramento do pagamento da última parcela da dívida da usina.


A Intersul compreende que a eleição não foi vencida por um projeto individual do PT, mas por uma frente ampla comprometida com a democracia e com um plano de governo bem definido. O que não se compreende é como os mesmos agentes que serviram tão bem ao projeto de destruição autoritária do país, culminando com a privatização da Eletrobras, podem agora ser elegíveis a servir a um governo democrata. Estelionato eleitoral não pode, já dizia Gleisi Hoffman. A Intersul sabe que existem diversos nomes comprometidos com a democracia e que possuem notável experiência no setor elétrico, dispostos a ajudar o país, e está à disposição para conversar com o atual ministro sobre esta situação. Após o “escândalo do Almirante Mula”, há convicção que não se tem a mínima condição política de nomear os seus afilhados para posições no MME, a saber, Marisete Dadald e Bruno Eustáquio. A Intersul defende que o governo Lula faça uma ampla faxina democrática e ética nas nomeações feitas pelo “almirante mula” em Itaipu, ENBPar, Eletronuclear e na holding. Lembramos do afilhado do ex-ministro Bento Albuquerque, o expresidente que privatizou a Eletrobras, Rodrigo Limp, cuja entrada forçada na presidência da Eletrobras gerou a renúncia de vários conselheiros, vez que não tinha envergadura técnica para ser presidente da Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina. Achamos que o afilhado do “almirante Mula” deveria pegar o seu boné e ir embora da Eletrobras. Fora, Rodrigo Limp! Sua batata está assando na AGU, no TCU, assim como de todos que permitiram atos lesivos ao erário na privatização da Eletrobras.


Parabéns aos servidores concursados da Receita que não baixaram a guarda. Numa hora dessas, fica provado cabalmente a importância do concurso público como alicerce do Estado Democrático de Direito. A Intersul pede que se investigue e que eventuais ilegalidades sejam punidas. Politicamente, pede que o atual Ministro, integrante de uma frente ampla capitaneada pelo presidente Lula, se distancie do “almirante Mula” e seus asseclas que tanto fizeram mal ao setor elétrico brasileiro e que se empenhe em defender os interesses legítimos da União na Eletrobras e na Petrobras. Seguimos na luta! Empregado, continue contribuindo com os sindicatos e associações. A luta é longa e é preciso do apoio de todos.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1572 de 09 de março de 2023

Presidente da Eletrobras desrespeita presidente Lula

As últimas semanas não foram boas para o presidente da Eletrobras, Wilson Pinto. Após a decisão do Presidente Lula de colocar a AGU para questionar o processo de privatização e fazer valer a participação acionária da União na empresa, o presidente da Eletrobras percebeu que seu projeto começa a lhe escorrer entre os dedos.


O plano privatista parecia perfeito: uma operação de aumento de capital sem participação da União. Assim seria necessário aportar apenas o suficiente para reduzir a participação estatal para menos de 50%. Mas para evitar que um futuro governo resolvesse fazer valer suas ações, colocaram cláusulas onde, por mais que essa participação fosse significativa (43% no caso), a União não apitasse nada na gestão da empresa. De quebra, viria a descotização, disponibilizando para o mercado livre e a especulação a maior parte da capacidade de geração da Eletrobras e claro, um generoso aumento na remuneração dos administradores que, aliás, permanecem praticamente os mesmos de antes da privatização.


Mas vieram as eleições e o povo resolveu estragar a festa da camarilha que tomou a Eletrobras. Lula foi eleito e começou a cumprir o que estava em seu programa de governo: “Recuperar o papel da Eletrobras como patrimônio do povo”.


Não é só a possibilidade de perder os, agora muito bem remunerados, cargos que tira o sono dessa turma. Eles sabem que a privatização foi um processo cheio de irregularidades e fraudes e que, com a Advocacia Geral da União no jogo, terão que responder por isso. Será essa a razão da Sra. Marisete Dadald permanecer despachando no MME, mesmo sendo administradora de uma empresa privada? Seria para apagar rastros? O fato é que, sentindo a água subir ao nível do pescoço, o Sr. Pinto mobilizou a mídia amiga, em especial a Revista Veja, para desacreditar o governo. Registre-se que a Veja é da Editora Abril que transferiu sua dívida recentemente para o BTG Pactual, protagonista da privatização da Eletrobras.


Primeiro Pinto se disse “triste” com as declarações do presidente Lula e afirmou que “não há necessidade de diálogo com representantes do novo governo para explicar como se deu o processo de desestatização da companhia, uma vez que o hoje ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, era senador durante o processo”. A fala não caiu bem, primeiro porque o atual ministro era suplente à época e porque, evidentemente, não foi o ministro que questionou a privatização, mas o chefe dele, o presidente Lula.


A declaração de Pinto é extremamente grave, não só por ter afirmado categoricamente que não tinha satisfação a dar a um acionista, por sinal o maior deles, mas por ser o Presidente da República, o próprio chefe do poder concedente. Percebendo que tinha ido longe demais na arrogância, Pinto mandou nota à Veja pra tentar consertar o estrago afirmando que: “todo processo de capitalização foi amplamente debatido e aprovado pelo Congresso Nacional e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), além de ter sido realizada audiência pública, e o BNDES ter conduzido os estudos…”.


Talvez o processo tenha sido amplamente debatido na Faria Lima, ou nas reuniões entre os oligarcas que hoje controlam a Eletrobras e os membros do governo antinacional de Bolsonaro. Com a sociedade, entretanto, não houve debate. O ex-presidente entreguista, Jair Bolsonaro, afirmou em campanha em 2018, mais de uma vez, que era contra a privatização da Eletrobras. Ou seja, a privatização não foi aprovada pelo principal interessado, o povo. Além disso, a MP da privatização foi aprovada no Congresso sem sequer ter sido instalada comissão mista para sua apreciação e sem que tivesse sido realizada uma única audiência pública, no auge da pandemia. O Sr. Pinto segue equivocado afirmando que a privatização “propiciou uma série de benefícios para toda a sociedade, além de potencialmente aumentar a capacidade de investimento da companhia em mais de três vezes”. Até agora, os únicos beneficiados pela privatização são o próprio Pinto e sua turma. O Sr. Pinto reajustou o próprio salário de R$ 56.000 para R$ 360.000, sem falar nos bônus que podem ser muitas vezes maiores que isso. Já os conselheiros de administração, que antes ganhavam pouco mais de R$ 5.000, agora podem receber até R$ 200.000 mensais.


No que diz respeito a investimentos, basta dizer que até 2015 a Eletrobras investia mais de R$ 10 bilhões por ano, e na Era Pinto, esse investimento não chegou a R$ 3 bilhões por ano. Mesmo agora, após a privatização, a Eletrobras não arrematou praticamente nada em dois leilões de transmissão e um de geração. Ou seja, a estória de privatizar para poder investir é só conversa pra boi dormir.


Tentando rebater a afirmação do presidente Lula de que a Eletrobras voltaria a ser um patrimônio do povo, o Sr. Pinto afirmou que “a Eletrobras continua sendo um patrimônio do país, com conselho administrativo e diretoria compostos por brasileiros”. Pela lei brasileira, uma empresa é patrimônio de seus proprietários, no caso de uma Sociedade Anônima, de seus acionistas. Hoje a maior parte do capital da Eletrobras está em mãos de entes privados e mesmo a parcela considerável que está nas mãos do País, representada pelo estado brasileiro, está esterilizada.


É justamente para isso que o presidente Lula acionou a AGU: fazer valer a participação do estado na gestão dessa estratégica empresa brasileira, podendo, inclusive, designar administradores comprometidos com o projeto de País aprovado nas urnas. Quanto à afirmação pueril de que a direção da empresa é composta por brasileiros, é necessário lembrar que não foram poucos os momentos de nossa história em que traidores da pátria entregaram o País. Não basta ser brasileiro, Sr. Pinto, é preciso defender o País e o que o Sr. e os seus fizeram foi exatamente o contrário disso.


A arrogância do Sr. Pinto não se sustenta em seus resultados. A única coisa efetivamente que ele entregou até agora foi a própria Eletrobras. Não adicionou um único MW de capacidade de geração e nem um km de linha de transmissão novos ao País. Pelo contrário: alienou empreendimentos lucrativos, demitiu mais da metade da força de trabalho e hoje, nem mesmo os acionistas privados têm motivos para estar contentes. No relatório do deputado Elmar Nascimento, relator da privatização na Câmara, previa-se que, no momento da operação, as ações deveriam estar valendo R$ 90. Mas o preço da ação ordinária, no dia da privatização foi de R$ 42 e de lá pra cá, só caiu, chegando a estar cotada a R$ 35, duas semanas atrás.


O modelo de privatização com descotização, que parecia genial em 2016, hoje é um problema. Com o preço do MWh cada dia mais baixo no mercado livre, a Eletrobras se vê com volumes gigantescos de energia descontratada e sem ter para quem vender. De outro lado, o enorme poder de mercado da Eletrobras, controlando quase metade da capacidade de geração hidrelétrica, faz dela um price maker, capaz de ditar o preço da energia no País num cenário de escassez hídrica, que certamente virá no futuro. A verdade é que a privatização da Eletrobras se tornou um jogo de perde-perde. Nem consumidores, nem governo, nem acionistas sérios, com projeto de longo prazo, têm nada de bom a esperar desse desastroso processo.


Já o Sr. Pinto, ao invés de ficar mandando cartinhas para Veja, deveria reconhecer que seu projeto fracassou. Renunciar à presidência da Eletrobras e dar lugar a uma liderança de transição, até que o governo reassuma a Eletrobras e a recoloque nos eixos. O Brasil ainda vai precisar muito dessa empresa!

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1570 de 02 de março de 2023

Carta Aberta ao Ministro de Minas e Energia, Sr. Alexandre Silveira

Senhor Ministro de Minas e Energia, o governo Bolsonaro acabou e com ele todas as políticas nefastas ao país, que prejudicaram enormemente o povo brasileiro, com a privatização da Eletrobras, um dos maiores crimes lesa-pátria da história do Brasil. O povo brasileiro elegeu Lula para governar e reconstruir o país, destruído por Bolsonaro e por todos aqueles e aquelas que participaram deste vergonhoso governo. Cabe ao senhor, enquanto Ministro de Minas e Energia colocar em prática as políticas e diretrizes emanadas do presidente Lula e que estão contidas na Mensagem ao Congresso e que dizem respeito ao setor que dirige. O senhor deve ter conhecimento que na Mensagem ao Congresso de 02/02/2023, Lula reafirma o seu compromisso de recuperar a “ELETROBRAS COMO PATRIMÔNIO DO POVO”.


Senhor Ministro, é sua obrigação enquanto integrante do segundo escalão do governo Lula, propor ações, no interior do ministério que coordena para que a retomada da Eletrobras como patrimônio do povo brasileiro, ocorra o mais rápido possível, pois essa é a orientação do seu “chefe” e o senhor é apenas um auxiliar do mandatário do país. Senhor Ministro de Minas e Energia, o presidente Lula deu uma declaração pública classificando a privatização da Eletrobras como “errática”, “crime de lesa-pátria” e “quase uma bandidagem”. E inclusive orientou a Advocacia Geral da União (AGU) a entrar na justiça contra as cláusulas “leoninas” do contrato de privatização. Temos conhecimento de que a AGU já está tomando as providências para colocar em prática as orientações do presidente Lula. E o Ministério de Minas de Energia (MME), que está sob o seu comando, já tomou alguma ação para que a Eletrobras volte a ser patrimônio do povo brasileiro?


Na nossa visão, o senhor não tomou nenhuma providência para colocar em prática a orientação do presidente Lula, ao contrário, está fazendo indicações para cargos na estrutura do MME com o claro propósito de dificultar a orientação do presidente, pois está indicando pessoas que foram operadores da fraudulenta privatização da Eletrobras, o que hoje está comprovado. Isto, senhor ministro, é inaceitável, já que o perfil dessas pessoas não se encaixam no projeto de país do governo Lula. Enquanto o presidente Lula cobra do Ministro da Casa Civil, Rui Costa, a demissão dos bolsonaristas que estão infiltrados no seu governo, “as pencas”, o senhor insiste na nomeação de pessoas que ajudaram a privatizar a Eletrobras e a implantar as políticas do governo Bolsonaro, que destruíram o país.


Senhor Ministro, é necessário tomar todas as providências cabíveis para que não aconteça com a Eletrobras, o que ocorreu com as Lojas Americanas. É de conhecimento público de que a maior acionista preferencialista da Eletrobras é a 3G, coincidentemente a maior responsável por esconder, durante anos, uma fraude contábil de R$ 20 bilhões nos balanços das Lojas Americanas, o que levou a varejista a pedir recuperação judicial. Senhor Ministro de Minas e Energia, como se não bastasse a “coincidência” relatada acima, a PWC que auditou os balanços fraudulentos das Lojas Americanas é a mesma que faz a auditoria financeira da Eletrobras, onde foram detectadas, por especialistas do setor elétrico, diversas inconsistências. Não tomar as medidas necessárias, como poder concedente, para que a Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina e que o Estado brasileiro ainda detém 42,7% das ações ordinárias, não se transforme em uma Lojas Americanas é um crime de omissão inaceitável contra o povo brasileiro.


Se uma loja de departamentos, uma simples varejista como as Lojas Americanas está provocando toda essa turbulência no mercado, imagine, Senhor Ministro, o estrago para o país e o povo brasileiro caso isto viesse a acontecer com a Eletrobras, que é responsável por 30% da geração total e 45% da transmissão do Brasil. Com certeza, Senhor Ministro, o Brasil será ferido de morte, porque “ENERGIA NÃO É MERCADORIA”.


Senhor Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, lhe confiou um dos setores mais importantes e estratégicos para o desenvolvimento do país, e infelizmente, até o presente momento, o Senhor não está correspondendo à confiança depositada, já que não está tomando as providências cabíveis para evitar uma catástrofe para o país no setor de energia elétrica. Ao contrário, o senhor tem nomeado pessoas que contribuíram decisivamente para a fraudulenta privatização da Eletrobras e que representam os interesses do capital privado e não do país, contrariando a política defendida pelo presidente Lula.


Senhor Ministro de Minas e Energia, Bolsonaro já foi mandado embora pelo povo brasileiro, através do voto. Caso o senhor não mude o rumo que o MME está tomando, com certeza será exonerado, pelo presidente Lula, que não aceitará um auxiliar que vai contra as suas determinações e políticas.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1570 de 02 de março de 2023

CNE se reúne com ministro de Minas e Energia e discute reestatização da Eletrobras

Na quinta-feira da semana passada, dia 9, representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) foram recebidos pelo ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira. A atividade aconteceu após a realização de panfletagens em frente ao Ministério, com denúncias sobre a situação da Eletrobras pós-privatização. Na reunião, eletricitárias e eletricitários apresentaram uma série de ilegalidades no processo de desestatização da Eletrobras. Destacaram que a estatal foi entregue ao mesmo grupo responsável por “quebrar” as Lojas Americanas. Para o Coletivo, é urgente uma intervenção do governo e, especialmente, do MME “para que não ocorra o mesmo com a maior empresa de energia elétrica da América Latina”, ressalta o CNE.


Silveira mencionou que o modelo utilizado para privatizar a Eletrobras foi desvantajoso ao Estado brasileiro e que não se opõe à reestatização da Eletrobras se essa for a decisão do Governo Lula. O ministro, ao afirmar que possui um perfil conciliador e que o interesse público será sempre defendido por ele, disse que o MME está de portas abertas para tratar questões estruturais do setor elétrico, a exemplo do CEPEL, Candiota, programas governamentais, Eletrobras, entre outros. O CNE entende que é fundamental estabelecer um diálogo permanente entre o Ministério e os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Eletrobras para garantir a fortalecimento do setor e assegurar uma política de defesa da categoria eletricitária, ao contrário do que vem ocorrendo na empresa, como as demissões de trabalhadores altamente capacitados, que pode provocar insegurança ao sistema energético brasileiro.


O Coletivo Nacional dos Eletricitários congrega 34 sindicatos, 4 associações e 7 federações.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1569 de 16 de fevereiro de 2023

Planos de saúde e previdência complementar sob ataque dos entreguistas

Não é segredo para ninguém que a intenção da gestão privada da Eletrobras é entregar a administração dos planos de saúde de autogestão bem como os planos de benefícios dos fundos de pensão dos trabalhadores para o mercado financeiro. Este processo certamente pode causar muitos prejuízos aos beneficiários, tanto das Fundações quanto dos planos de saúde. Prejuízos financeiros diretos e prejuízos de representação na gestão dos planos. O Coletivo Nacional dos Eletricitários e a Intersul estão atentos a este movimento dos gestores da Eletrobras privatizada e buscando pautar estes temas. Além de atuar dentro das esferas judiciais cabíveis e no âmbito das negociações possíveis com a Eletrobras, as entidades sindicais têm buscado ser parceiras da Anapar, a Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão e de Beneficiários de Saúde de Autogestão, no sentido de cooperarem para defenderem os interesses dos trabalhadores, ativos ou aposentados. A Anapar foi criada em 2001 por participantes de entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), também conhecidas como fundos de pensão. Em 2019, foi incorporada a defesa dos beneficiários de planos de saúde de autogestão. A Anapar e os sindicatos, portanto, são entidades parceiras na defesa dos interesses e dos direitos conquistados pelos participantes de fundos de pensão e pelos beneficiários de planos de saúde de autogestão ao longo destas duas décadas, organizando e unificando as lutas destes trabalhadores.


A atuação da Anapar é definida pelos seguintes pilares: Representatividade – indica representantes dos participantes e assistidos para o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e para a Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC); Conhecimento técnico – Realiza assessoramento técnico e jurídico para demais entidades de representação de participantes de fundos de pensão e de beneficiários de planos de saúde de autogestão; Formação – Promove seminários e cursos de formação sobre o sistema previdenciário e de saúde suplementar, dando base para certificação de dirigentes de fundos de pensão, conforme exigência legal.


Além do site www.anapar.com.br e do e-mail anapar@ anapar.com.br, a associação mantém canais de comunicação no LinkedIn (@anaparbrasil), Facebook (@anaparbrasil), Twitter (@anaparbrasil), Instagram (@anaparbrasil), Telegram (canal AnaparComunica), Youtube (/anapar) e Whatsapp (61) 98570-8559. Para se associar, basta acessar o endereço https://www.anapar.com.br/sistema/associe.php. A anuidade de R$ 60,00 pode ser paga por boleto, cartão de crédito ou Pix (saiba mais em https://www.anapar.com.br/pague-sua-anuidade/). O que você faz com R$ 5,00 por mês? Fortalece a luta dos participantes e assistidos de fundos

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1568 de 09 de fevereiro de 2023

CNE leva campanha #REESTATIZAELETROBRAS à posse dos deputados em Brasília

Representantes do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e da Intersul seguem em Brasília por mais uma semana na campanha pela reestatização da Eletrobras. No dia 31 de janeiro, eles marcaram presença no encontro do presidente Lula (PT) com movimentos populares. Também fizeram uma panfletagem na porta do Ministério de Minas e Energia, questionando a indicação de Bruno Eustáquio, bolsonarista e um dos operadores da privatização da Eletrobras, a um cargo no governo. Eles também cobraram uma audiência com o ministro da área. Já no dia primeiro de fevereiro, os companheiros e as companheiras em Brasília se voltaram para a posse dos novos deputados e deputadas federais na Câmara. Eles levaram faixas, cartazes e dialogaram com os novos representantes do povo sobre os riscos que a população brasileira corre com a nova administração da Eletrobras e sobre como ocorreu todo o processo de privatização nos últimos anos da gestão anterior do governo federal.


De acordo com Tiago Vergara, representante da Intersul/Sinergia em Brasília, a recepção dos deputados com quem conversaram foi muito positiva: “muitos deputados não tinham conhecimento de como se deu o processo de privatização da Eletrobras. Conseguimos algumas agendas com estes novos parlamentares para levarmos a eles as denúncias de irregularidades que temos em mãos até o momento”.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1568 de 09 de fevereiro de 2023

Eletricitários se reúnem com ministro Jorge Messias na AGU

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), dentro da estratégia de luta pela reestatização da Eletrobras, tem cumprido etapas para o avanço do processo. Já no início do governo Lula (PT) têm sido criadas agendas no intuito de priorizar a pauta da reestatização. Dentro destas agendas, o CNE já foi recebido pela Secretaria Geral da Presidência da República e, no dia 19 de janeiro, outra agenda extremamente estratégica na Advocacia Geral da União (AGU), com o Ministro Jorge Messias.


Ao Ministro da AGU foi apresentado um repertório de irregularidades do processo de privatização da Eletrobras. Também foram duscutidos todos os aspectos onde a União está sendo lesada enquanto acionista da Eletrobras privatizada. Por outro lado, foram apresentadas pelo CNE propostas alternativas a um caminho de volta para reestatização, para devolver a Eletrobras ao povo brasileiro.


O Ministro Jorge Messias foi muito sensível aos argumentos, informou que a AGU já vem tratando do caso Eletrobras e se comprometeu a analisar toda a documentação e chamar uma nova reunião. Os dirigentes do CNE saíram otimistas com os encaminhamentos definidos para seguir firme na luta com muitas novas agendas a cumprir e um calendário de mobilização dos eletricitários e da sociedade em defesa da Eletrobrás pública.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1566 de 25 de janeiro de 2023

Efeito Orloff: com GRUPO 3G no comando, rombo bilionário das Lojas Americanas pode se repetir na Eletrobras

Um grupo de empresários que representa o que há de mais retrógrado na economia mundial fez lobby e conduziu a operação que tomou de assalto a Eletrobras. Estamos falando da 3G Radar de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A 3G Radar está agora envolvida em mais um escândalo: é a principal acionista das Lojas Americanas, uma das mais tradicionais empresas de varejo e e-commerce da América Latina.


O carioca Sérgio Rial, de 62 anos, ficou apenas dez dias na função de CEO das Americanas. Nesta semana, ele denunciou um rombo de R$ 20 bilhões e “inconsistências contábeis” no balanço financeiro da empresa, que teria acontecido nos exercícios anteriores a 2022. Ao que parece, a denúncia de R$ 20 bilhões é só a ponta do iceberg. Já aparecem valores de endividamento assumido (antes omitido) de R$ 40 bilhões. E essa conta pode ser muito maior e levar a tradicional Lojas Americanas à falência.


Isso ligou o alerta em todas as empresas em que o grupo 3G Radar usa a estratégia de iminência parda (‘éminence grise’), um poderoso assessor ou conselheiro que atua “nos bastidores” ou na qualidade não pública ou não oficial manipulando testas de ferro. Pois foi justamente Lemann e sua turma do 3G que operaram a Privatização da Eletrobras, colocaram Wilson Pinto como testa de ferro e chamaram a operação de Corporation, mas quem dá as cartas na Eletrobras hoje é justamente o grupo 3G. Não custa lembrar que foi o grupo 3G de Lemann que colocou Elvira Presta como diretora financeira da Eletrobras, ainda no governo Temer. já com o intuito de preparar a privatização da Eletrobras. Na Eletrobras já se aplica o falido método 3G de gestão, difundido por Vicente Falconi, o tal Orçamento Base Zero, uma fórmula perfeita de destruir empresas, cortando custos e desmontando a memória técnica e a capacidade de inovação. Parte do pacote que eles maquiam com nomes como ‘downsize’ e ‘turnaround’.


Nos dias de hoje, aliás, não só Elvira continua na diretoria da Eletrobras, como o próprio Falconi está no Conselho de Administração da empresa. Agora, porém, todos com seus devidos supersalários e bônus milionários. A história confirma que o grupo 3G gosta mesmo é de monopólio. Criou o monopólio da cerveja com a AmBev no Brasil, comprando a Antártica e a Brahma. E até hoje, quando as cervejas da AmBev perdem mercado, o que faz a AmBev? Compra cervejarias concorrentes. Nos últimos anos, o grupo 3G de Lemann adquiriu outras empresas, como as Americanas e a tradicional fabricante estadunidense de alimentos processados Kraft-Heinz. A 3G quebrou a Kraft-Heinz e as Lojas Americanas estão indo para o mesmo caminho. Esse também será o destino da Eletrobras?


O caso das Americanas é ainda mais parecido ao da Eletrobras, uma vez que as duas companhias são também clientes da mesma empresa de auditoria externa, a Price Waterhouse Cooper (PwC). A mesma Auditoria que não viu os rombos bilionários das Americanas, chancelou os balanços de Furnas e da Eletrobras depois de uma operação extremamente suspeita de aquisição e aumento de capital da falida Usina de Santo Antônio. Tudo feito às pressas, com direito a republicação de balanço no Brasil e em Nova York. Absolutamente, um vale tudo para viabilizar a Privatização da Eletrobras! Para a Intersul, a PwC, definitivamente, não é confiável. E o grupo 3G de Lemann é um sanguessuga de empresas. Compram empresas maduras, com mercado consolidado, cortam custos até o osso, aumentam margens de lucro às custas da competitividade até que as empresas quebrem. Mas aí os donos da 3G já multiplicaram muitas vezes seu baixo investimento. Esses parasitas nunca criaram nada, além de crise e destruição.


Os rentistas da 3G conseguiram privatizar a Eletrobras com o argumento de que haveria mais investimentos. Passados mais de seis meses da privatização, não se viu investimento nenhum. Mas não faltou demissão em massa e aumentos absurdos de remuneração para os administradores, enquanto a empresa registra o primeiro prejuízo em muitos anos. Em 1987, uma criativa publicidade de vodca fez famosa a frase “eu sou você amanhã”, dela se originou a expressão “Efeito Orloff” (a marca da vodca da publicidade), para nomear o que poderia acontecer amanhã, no futuro, com determinado indicador. É preciso retirar a Eletrobras urgentemente das mãos desse capital parasita e devolvê-la aos brasileiros. Caso contrário, a Eletrobras será as Lojas Americanas de amanhã e a conta sobrará para todo o País.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1565 de 19 de janeiro de 2023

Presidente Lula critica farra de supersalários dos diretores e conselheiros da Eletrobras privatizada

Na última quinta-feira, dia 12, na posse da nova presidenta da Caixa Econômica Federal, a trabalhadora Rita Serrano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou sobre “badalado humor do mercado financeiro” quando o governo investe no Estado. Lula fez duras críticas ao episódio recente que já é de domínio público: a farra dos supersalários e bonificações de diretores e conselheiros na recém privatizada Eletrobras. Na posse de Rita, o presidente Lula disse que “a Eletrobras foi privatizada e aumentaram o salário deles. Parece que o salário foi para R$ 300 mil por mês e era R$ 60 mil”, sobre o presidente da empresa. “Mais grave ainda, fiquei sabendo agora: sabe quanto ganha um conselheiro da Eletrobras? R$ 200 mil por mês para participar de uma reunião. Isso não é gasto? Não é jogar dinheiro fora? Como vou botar ministros ou secretário executivo? Vão ganhar cinco vezes mais que presidente da República. Cadê a seriedade nisso? Cadê as pessoas que cobram seriedade?”


O presidente Lula tem razão. A Privatização da Eletrobras foi uma farra do boi. Empreendimentos amortizados, pagos pelo povo brasileiro tiveram [como condicionante da Privatização] as concessões renovadas por 30 anos, com o aumento da conta de luz. Tudo isso para bancar supersalários e bonificações, além dos dividendos de acionistas. A FIESP estima que no tempo das novas concessões, a privatização da Eletrobras vai onerar as famílias, a indústria, toda a cadeia da economia em R$ 500 bilhões no período de 30 anos. É como se a Eletrobras fizesse um novo bilionário todo mês. Isso com o aumento da minha, da sua, da nossa conta de luz. Aumento da conta de luz impacta na inflação. Aumento da inflação destrói a economia e já vimos no Brasil mais de uma vez que economia destruída derruba governo.


Por isso a equipe de transição falou de uma bomba de R$ 500 bi a ser desatada no setor elétrico. A desfaçatez do “Deus mercado” é tão escancarada que, nesta semana, o analista Sergio Oba, da Empiricus Research, publicou uma análise sobre a Eletrobras. O texto foi repercutido no site Money Times, que chama a empresa de “vaca leiteira de dividendos”. Essa coisa de sugar o último centavo é peculiar daqueles que participaram da privatização da Eletrobras. Conselheiros e diretores recebem supersalários e bônus aprovados por acionistas e compensam esses acionistas em uma parruda distribuição de dividendos. Só quem perde é o povo, que paga a conta.


Com receio da reestatização da Eletrobras desde a eleição presidencial de Lula, a turma que tomou conta da Eletrobras tem corrido contra o tempo para tentar tornar a operação de privatização irreversível. O presidente da Eletrobras, Wilson Pinto Jr, teve a pachorra de dizer recentemente em entrevista no Jornal Valor que confia nas poison pills contra “arrobos estatizantes na Eletrobras”. O testa de ferro da maracutaia na Eletrobras se refere às cláusulas leoninas e draconianas da privatização. Está muito nítido que essa turma que tomou a Eletrobras não quer largar o osso, não quer abrir mão da mamata. Agora, mais do que nunca, fica claro ao presidente Lula e a todo o novo governo que a única forma de conter essa gente que quer deixar na Eletrobras um rombo como o do escândalo das Lojas Americanas é devolvendo a Eletrobras ao povo brasileiro. Cancelando as cláusulas leoninas, recuperando o poder de voto para, em seguida, retomar o controle, reestatizar a Eletrobras para que o Brasil volte a crescer de maneira sustentável e soberana. Já para essa turma bolsonarista que mama nas tetas da Eletrobras, só existe um destino: justiça e reparação.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1565 de 19 de janeiro de 2023