Nesta terça-feira (23/9), os trabalhadores e trabalhadoras da Celesc completam o segundo dia de greve. A paralisação cobra avanços nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho, com destaque para a garantia de isonomia a todas as pessoas que atuam na empresa.
Trabalhadores da Celesc na ARFLO/Capoeiras no segundo dia de greve
Além da reivindicação por reajuste salarial com ganho real, um dos pontos centrais da greve é a retomada do pagamento do anuênio para todos os empregados. Esse direito foi segregado em 2016, mesmo depois da mediação do Ministério do Trabalho e de uma greve de 10 dias, fazendo com que os contratados a partir daquele ano deixassem de receber 1% de reajuste anual, o que criou desigualdade entre os trabalhadores.
A greve tem ampla participação da categoria, com a manutenção dos atendimentos emergenciais e urgentes em hospitais, postos de saúde, delegacias e outros serviços essenciais. Nos demais casos, a Celesc opera com 30% do efetivo.
Os sindicatos que compõem a Intercel reforçam que a expectativa é de que a empresa apresente uma proposta que atenda às reivindicações da categoria. Caso contrário, a greve continuará e tende a se fortalecer ainda mais.
Em greve, trabalhadores e trabalhadoras da Celesc reivindicam melhores salários e a garantia de direitos iguais para todos que atuam na empresa.
A paralisação foi aprovada em Assembleia na última quarta-feira (17/9) e teve início nesta segunda-feira (22/9), envolvendo unidades da Celesc em todo o estado.
Na sexta-feira (19/9), após a deflagração da greve, a empresa chamou uma nova rodada de negociação e apresentou uma proposta reformulada, oferecendo reajuste em todas as cláusulas financeiras. No entanto, na manhã desta segunda, a categoria rejeitou a proposta por ampla maioria, exigindo também a retomada de direitos retirados em negociações anteriores.
“Nossa unidade entre os trabalhadores da Celesc demonstra nossa solidariedade entre colegas e disposição em lutar pela Celesc Pública”, destacou Leonardo Contin, diretor do Sinergia.
A greve continua em todo o estado, sendo mantidos apenas os serviços emergenciais. As direções dos sindicatos pedem a compreensão da população e reafirmam o compromisso com a defesa de um serviço público de qualidade para todos os catarinenses.
Se rejeitada pela categoria a contraproposta ao ACT, a greve iniciará na segunda-feira, 22 de setembro
As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026 de empregados e empregadas da Celesc tiveram início no dia 28 de agosto, com a primeira rodada marcada por forte sinalização da Diretoria de que não há disposição para avanços significativos.
Logo na abertura, o Diretor de Gestão Corporativa, Moisés Diersmann, deixou claro que a intenção da empresa é limitar as negociações à recomposição da inflação apenas em duas cláusulas: salário e vale-alimentação. Segundo ele, a Celesc enfrenta um momento de contingenciamento de gastos “por conta do baixo fluxo de caixa”. A fala inicial causou preocupação, pois indicava que a empresa tentará transferir a responsabilidade financeira apenas aos trabalhadores.
Apesar do tom da primeira rodada, a segunda reunião, realizada no dia 3 de setembro, trouxe avanços importantes. A principal conquista foi a renovação do caput da cláusula que trata da Garantia de Emprego até 30 de setembro de 2028, considerada fundamental para que os trabalhadores possam exercer suas funções com segurança e tranquilidade. Também foi acordada a criação de um Grupo de Trabalho para discutir o Quadro de Dotação, com participação da Intercel. A estrutura sindical foi de batida e a Diretoria sinalizou disposição em manter ou ampliar o quadro atual de dirigentes liberados, mas sem firmar compromisso na recomposição solicitada na Pau ta de Reivindicações.
Na terceira rodada, realizada em 5 de setembro, foram renovadas cláusulas importantes, como Licença-Prêmio, Programa Nutricional e Gratificação de 25 anos. Também foram debatidas bandeiras históricas da categoria, como o anuênio e a retomada da isonomia de direitos. A Intercel reforçou a necessidade de avanços, destacando que é possível construir alternativas para viabilizar a recomposição de direitos. A Diretoria, no entanto, manteve a argumentação de que “há limitações financeiras”.
No dia 10 de setembro, durante a quarta rodada, a Intercel cobrou a inclusão das cláusulas de maior impacto financeiro na mesa de negociação. A empresa, por sua vez, não trouxe nenhuma proposta concreta sobre reajuste salarial ou anuênio – uma das cláusulas mais cobradas nesse dia. Além disso, surpreendentemente, retrocedeu na questão da estrutura sindical, informando que a manutenção do quadro de dirigentes liberados já não estava garantida — contrariando o que havia sido dito na rodada anterior. Para a Intercel, a postura representou um grave retrocesso e ameaça à organização dos trabalhadores, especialmente em um contexto de ataques às empresas públicas e à própria Celesc.
A quinta e última rodada, realizada em 12 de setembro, confirmou as preocupações da categoria. A proposta da empresa limitou-se à recomposição da inflação nas cláusulas de salário e vale-alimentação, sem qualquer ganho real e sem abono de fechamento de acordo. Todas as demais cláusulas financeiras — como auxílio-creche, auxílio-funeral, benefício mínimo à aposentadoria, auxílio a empregados com deficiência, entre outras — tiveram proposta de reajuste ZERO, o que rebaixa o ACT da categoria.
A Intercel também apresentou uma proposta concreta para a retomada do Anuênio, com possibilidade de contribuição dos trabalhadores, mas a Diretoria se recusou a debater o tema. Para piorar, o Diretor Moisés afirmou que o Plano de Cargos e Salários (PCS) já seria um “ganho real”, desconsiderando que o PCS é uma política de carreira individual e não substitui as conquistas coletivas do Acordo Coletivo.
Diante da falta de avanços e da proposta rebaixada apresentada pela Celesc, a Intercel avaliou que a negociação foi muito ruim. A proposta da empresa não contempla os anseios da categoria e seria levada para deliberação em Assembleias no dia 17 de setembro, com recomendação de rejeição – o fechamento desta edição do jornal se deu antes da realização das Assembleias.
Sendo confirmada a rejeição à contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho, a greve estará instalada. To dos os trabalhadores deverão estar nos portões de seus locais de trabalho na segunda-feira, 22 de setembro, a partir das 6h da manhã. Participe da luta por um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que valorize e reconheça o esforço diário de cada celesquiana e celesquiano!
Até Odete Roitman sabe a força que tem um trabalhador filiado a um sindicato
A frase título dessa matéria foi esbravejada pela per Arte: Canva sonagem Odete Roitman no mês passado em uma das novelas mais assistidas da atualidade. A vilã do folhetim explica, em poucas palavras, que quando os trabalhadores se organizam, eles se tornam uma força muito poderosa capaz de colocar medo na elite e no patronato. Para quem está no poder, isso pode ser assustador, porque ninguém consegue controlar ou impedir o que eles podem conquistar juntos.
É fundamental compreender, contudo, que essa organização para melhoria das condições laborais e de renda dependem de uma organização. E essa organização é feita pelos sindicatos. A palavra “sindicato” é derivada da palavra grega syndikos (o que defende a justiça) e tem como seu objetivo mais radical a defesa do que for justo para as pessoas que trabalham.
Dessa forma, na essência, o sindicato participa de tudo aquilo que tiver relação com a promoção da justiça para seus associados. Ele atua na luta por um Acordo Coletivo de Trabalho que atenda aos anseios das pessoas por ele representadas, por uma Participação nos Lucros e Resultados justa, por maiores e melhores condições de trabalho no que se refere à segurança e saúde e também em assuntos relacionados à previdência social e complementar.
A proposta é fazer com que estes espaços ouçam e defendem as reivindicações e as dores das pessoas representadas. Do outro lado está o capital, os grandes empresários, os que, por condição sistêmica, oprimem a classe trabalhadora, reduzindo custos com pessoal, promovendo adoecimento, assédios morais, desrespeito às condições de trabalho e maior expropriação do valor gerado pelas pessoas que trabalham nas suas empresas.
O objetivo desse lado é sempre aumentar os seus lucros.
Dessa maneira, precisamos nos identificar com quem mais se parece conosco dentro da luta por justiça e aderir coletivamente nas organizações que representam essa luta, ou seja, aos sindicatos.
As entidades representativas da classe trabalhadora são a organização das pessoas que laboram, com o objetivo de promover a justiça social e trabalhista para essas mesmas pessoas. Assim sendo, é fundamental a filiação aos sindicatos. Na categoria eletricitária, os sindicatos que compõem a Intercel e a Intersul têm feito uma luta árdua não apenas por melhorias salariais, mas pela manutenção dos empregos, por mais direitos relacionados à saúde, ao lazer e à segurança do trabalho, assim como para que toda a categoria tenha uma aposentadoria justa e digna. Atuam, ainda, para que a classe trabalhadora possa ser livre, atuar sem perseguições políticas e sem assédios de qualquer tipo. Toda luta tem um custo. E esse custo é dividido entre a classe trabalhadora. Filiar-se é um gesto político e de solidariedade aos demais colegas.
A frase da vilã da novela representa simbolicamente todo o medo da elite brasileira, pois, na prática, é isso mesmo… classe trabalhadora unida é muito forte! Filie-se você também e fortaleça quem defende os seus direitos!
A participação é gratuita e aberta a todos os catarinenses, residentes ou não no estado, e a não catarinenses que residam em Santa Catarina
O Sinergia, sindicato que representa os eletricitários e eletricitárias de Florianópolis e região, lança a 11ª edição do Concurso Literário Conto e Poesia, um concurso que já é referência no estado no incentivo à literatura em Santa Catarina.
Com o objetivo de estimular a criação literária e promover o intercâmbio cultural, o concurso recebe trabalhos nos gêneros conto e poesia. A participação é gratuita e aberta a todos os catarinenses, residentes ou não no estado, e a não catarinenses que residam em Santa Catarina.
Cada participante poderá inscrever até três textos inéditos em cada gênero. A temática é livre, e os trabalhos classificados serão publicados em um livro, junto com a entrega de 15 exemplares aos autores selecionados. A obra reunirá 15 contos e 30 poesias, que serão distribuídos para bibliotecas públicas de todo o estado e para diversas entidades culturais do Brasil.
Criado em 1992, o Concurso Literário Conto e Poesia já revelou novos escritores e se consolidou como referência no cenário cultural catarinense, sendo um espaço de experiência, visibilidade e afirmação da produção literária. É uma iniciativa do sindicato para incentivar a cultura na categoria e com toda a sociedade catarinense.
Apoio Cultural:
Advocacia Garcez
APCELESC – Associação dos Aposentados e Pensionistas da Celesc
Fundação CELOS
Livraria Livros & Livros
Livraria latinas
SINTEVI – Sindicato dos Trabalhadores Eletricitários do Vale do Itajaí/SC
A diretoria da Celesc, indicada pelo governador Jorginho Mello (PL), propôs uma reestruturação que levanta mais dúvidas do que certezas. O mais recente Boletim do Representante dos Empregados no Conselho de Administração, Paulo Horn, aponta que as mudanças parecem priorizar a política em detrimento da eficiência, com a aprovação da proposta sendo “forçada e açodada”.
O documento, que detalha a análise de consultorias contratadas pela própria Celesc, expõe uma série de contradições. A reestruturação, que a Diretoria justifica como uma forma de alinhar a empresa ao planejamento estratégico, na verdade, parece ir “na contramão” de tudo o que foi construído até agora. Um dos pontos mais criticados é a transferência de setores-chave. A consultoria Kearney, por exemplo, classifica algumas propostas como “passageiras” e “desnecessárias”, recomendando que áreas como a de Atendimento Comercial, transferida da Diretoria Comercial para a de Regulação, retornem à sua posição original. A consultoria Roland Berger também critica essa mudança, afirmando que desvincular o atendimento ao cliente da área comercial pode comprometer a eficácia e a percepção de qualidade pelo consumidor, além de transmitir uma “mensagem contraditória”.
As consultorias também alertam sobre a perda de importância estratégica de outras áreas, como a de Geração e Comercialização de Energia, que seriam esvaziadas com a nova estrutura. O Boletim levanta um alerta grave: a Geração, que não é resguardada pela legislação que exige plebiscito para a privatização, pode se tornar um ativo a ser “negociado”.
A pressa na aprovação dessa proposta, criada em segredo e sem debate algum com a categoria, levanta um sinal de alerta: a sensação é de que a aprovação está sendo “força da”. Em uma demonstração de autoritarismo, o presidente da Celesc teria afirmado que “se de 9 Diretores, 7 concordaram, então é consenso”.
O texto do Conselheiro concluiu que o cenário atual é de “autoritarismo misturado com incompetência e delírio”, clamando pela mobilização dos trabalhadores em defesa da Celesc Pública. Afinal, a reestruturação que prometia modernizar a Celesc estaria, na verdade, enfraquecendo a empresa para favorecer interesses políticos? A pressa em aprovar a proposta e os alarmantes apontamentos das consultorias deixam o questionamento no ar. O futuro da energia em Santa Catarina parece mais incerto do que nunca.
A categoria deve permanecer atenta ao tema e aos chamados dos sindicatos! Celesc Pública, bom para todo mundo!
Eletrobras impõe criação da EletrobrasPrev e acende alerta entre trabalhadores e aposentados
A Eletrobras criou a Eletro brasPrev com o intuito de unificar todas as fundações atualmente existentes, iniciando pela Elos, que será acompanhada posteriormente pelas demais, a saber: ELETROS, PREVINORTE, FACHESF, REAL GRANDEZA e ELOS. Hoje as fundações de aposentadoria das pessoas trabalhadoras da Eletrobras, bem como todas que já se aposentaram, somam R$ 43,9 bilhões.
Primeiro cabe ressaltar que o movimento sindical foi alijado de participar do processo de construção da nova fundação. O argumento de que a nova fundação foi construída com base em conhecimento técnico é utilizado sempre que a direção da empresa pretende que os sindicatos fiquem fora dos processos decisórios. Na verdade, o motivo principal é a combatividade, a força que os sindicatos têm para questionar e fortalecer as pessoas que tentam fazer com que as mudanças ocorram respeitando as pessoas que constroem a empresa, todos e todas que nela trabalham.
A direção da Eletrobras afirma que a nova administração dos fundos será mais eficiente, que as pessoas terão maior rentabilidade devido à otimização de custos. Em recente apresentação realizada na CGT Eletrosul para sindicatos, associações e pessoas eleitas como conselheiras da Elos, o quadro apresentado era bonito, de eficiência e ganhos para as pessoas participantes.
Na ocasião, foi apresentada a forma de composição do novo conselho, baseado na meritocracia em detrimento do processo eleitoral. Isso porque, uma vez eleitas, as pessoas depois passarão por um processo de escolha interna, do melhor quadro para representar as pessoas participantes do fundo. Diante desta constatação, houve indignação geral, onde os presentes não se contentaram com esta forma de composição do novo Conselho.
Também foi levantada preocupação com o corpo técnico, principalmente com o atendimento aos participantes. Hoje a Elos possui atendimento presencial em Florianópolis e não foi detalhado como seria a nova fundação. Nestes tipos de transição, promete-se bastante e, na hora de cumprir, se não está tudo muito bem documentado, não é possível garantir que se dará da forma bonita como é apresentada.
A impressão que representantes dos sindicatos da Intersul tiveram durante a apresentação, é que as pessoas estão contentes com o atendimento da Elos e, principalmente, como a forma de se relacionar com a fundação, conhecendo as pessoas e tendo proximidade com elas. A incorporação da Elos pela Eletrobras Prev, mesmo com as promessas, pode distanciar as pessoas da fundação.
Hoje no comando da Eletrobras, via Conselho de Administração, estão as representações de acionistas que deram um golpe no governo federal na Eletrobras, com apenas 1,5% das ações. Quem garante para as pessoas participantes do nosso fundo de previdência que a Elos não sofrerá o mesmo golpe? Qual é a garantia de que os R$ 43,9 bilhões, não irão parar futuramente em um banco privado como ocorreu com o nosso plano odontológico?
O movimento sindical eletricitário não confia mais na direção da Eletrobras, são tratantes e fazem promessas ao vento para ludibriar as pessoas e aumentar o lucro dos acionistas.
Não participamos da construção e não participamos da tentativa de empurrar goela abaixo nenhum plano de reestruturação promovido por esta direção. Levou 70 anos para a construção da relação de confiança entre o movimento sindical e a direção da Eletrobras, mas nos poucos anos que a turma que deu o golpe assumiu, esta confiança foi destruída.
Sinergia fez a entrega do 1° lote dos jornais no dia 9
Conforme divulgado em edições anteriores do Linha Viva, todo o acervo do jornal, desde a sua primeira edição, em 1988, será digitalizado pela Biblioteca Pública Estadual.
O convênio entre o Sinergia e a Biblioteca foi firmado no ano passado. Pelo acordo, o sindi cato fica responsável por levar todas as edições do periódico para digitalização e a Biblioteca faz todo o trabalho em uma máquina própria para esse tipo de atividade.
De acordo com Caroline Borba, diretora de Cultura do Sinergia, essa iniciativa é muito positiva: “Toda a categoria eletricitária, pesquisadores, jornalistas, terão acesso fácil ao acervo do jornal Linha Viva através do site da Hemeroteca Catarinense. Será possível fazer buscas por temas e palavras-chave”.
A previsão é que a conclusão da digitalização do acervo ocorra até o primeiro trimestre de 2026.
ATO FOI REALIZADO NA QUARTA-FEIRA, 27 DE AGOSTO, DURANTE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA EMPRESA
Na última quarta-feira, dia 27, trabalhadoras e trabalhadores da Celesc participaram de manifestação organizada pelos sindicatos da Intercel, no hall da Administração Central, protestando contra o projeto de reestruturação das Diretorias da empresa. A manifestação ocorreu no mesmo horário em que o Conselho de Administração debatia, no 5° andar, a malfadada proposta, que visa tão somente precarizar os serviços com o aumento da terceirização e preparar a estrutura da Celesc para a privatização.
Nas falas das lideranças sindicais que se revezaram ao microfone, a cobrança era para que a Diretoria chama os trabalhadores para debaterem o tema e o alerta de que, se consolidada, a mudança trará inúmeros prejuízos à sociedade catarinense. Os Diretores da empresa que são funcionários de carreira e votaram à favor da mudança de estrutura (Pilar Sabino, Cláudio Varella, Eloi Hoeffelder e Pedro Augusto Jr.) foram cobrados pela posição, considerada por muitos celesquia nos como traição aos trabalhadores, ao seu próprio emprego e à manutenção da Celesc Pública.
Os dirigentes sindicais lembraram que, um ano e meio atrás, os sindicatos buscaram a direção da empresa para debater problemas no sistema Conecte – antes de sua implantação -, não foram ouvidos pela Diretoria Colegiada, fazendo com que a categoria e a população catarinense pagassem o pato da incompetência e de decisões arbitrárias: “Estamos nos antecipando. Esse projeto pode ter um estrago ainda maior que o Conecte. Não é possível que novamente a Direção da Celesc queira tomar uma decisão desse porte sem dialogar com a categoria”, contestou um representante sindical. A Intercel questionou o fato de a atual Diretoria estar administrando a Celesc com a lógica de uma empresa privada, denunciando que esse foi o processo implementado em concessionárias públicas logo antes de serem privatizadas: “Parece que estão a todo momento buscando mecanismos para organizar a empresa para uma futura privatização”.
A Intercel também denunciou a tentativa de golpe para aprovar goela abaixo a nova estrutura, uma vez que a proposta de reestruturação foi pautada às pressas, sem diálogo, sem transparência e sem conhecimento dos trabalhadores: “Até duas semanas atrás, em reunião da Intercel com Diretores da casa, noticiada no Linha Viva, todos eles diziam que o projeto estava muito no início, que pouco conheciam sobre o assunto. Em duas semanas, eles se integraram completamente sobre o tema, aprovaram sem questionar e sem debate algum, sem divulgar as vantagens aos trabalhadores e colocaram para aprovação no Conselho? Por que será que isso está sendo tratado de forma sigilosa? Por que essa pressa toda? Por que não abrem para discussão? Coisa boa é que não deve ser!”
Na reunião do Conselho, o Representante dos Empregados, Paulo Horn, se manifestou contrário e criticou o projeto apontando ilegalidades e riscos ao atendimento à sociedade, aos direitos dos trabalhadores e ao próprio caráter público da empresa. A manifestação do representante dos empregados demonstra que a Diretoria tentou forçar a aprovação da proposta sem debate, o que configura um golpe contra a empresa pública. Os Conselheiros que representam os minoritários (EDP) também se manifestaram contra a proposta, apontando a falta de justificativas técnicas e a ilegalidade da tentativa de mudança imediata de atribuições entre diretorias, sem alteração do estatuto social e sem debate com a Assembleia Legislativa. Diante da pressão dos trabalhadores e da manifestação do Representante dos Empregados no Conselho de Administração, o projeto foi suspenso e será pautado para uma nova data, em breve. A categoria precisa permanecer unida e vigilante a qualquer nova movimentação sobre o tema, para impedir um projeto que significa a privatização da Celesc.
Entidade reafirma legitimidade como única entidade representativa dos urbanitários no Brasil
A delegação da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sul (FESUL), que congrega entidades sindicais representativas de trabalhadores dos ramos de saneamento, energia e gás, participou da Plenária Anual da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), realizada em Campinas/SP, nos dias 28 e 29 de agosto.
O evento, com o lema “Unidade se constrói, soberania se defende!”, reuniu lideranças sindicais do setor urbanitário de todo o país, representadas por suas federações regionais (FESUL, FRUNE, FURCEN e FRUSE), para discutir estratégias de luta da categoria. A abertura contou com dirigentes das federações e o presidente da CNU, Paulo de Tarso. Durante o evento, também foi destacada a importância dos 42 anos da CUT para a classe trabalhadora.
Mesas de debate e reflexões
O encontro contou com três mesas de debates, que abordaram os desafios atuais da classe trabalhadora, o cenário político nacional e a disputa pela comunicação.
Na primeira mesa, Ariovaldo Camargo (CUT) destacou a necessidade de modernizar o movimento sindical diante de mudanças tecnológicas e da disputa política nas redes. Defendeu a unidade de classe, a contribuição negocial e o fortalecimento da representatividade como caminhos para um sindicalismo mais forte.
Na segunda mesa, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, fez uma análise histórica e geopolítica. Ressaltou o papel da classe trabalhadora na redemocratização, a importância da soberania nacional e os avanços recentes na democracia e economia do Brasil. Contudo, alertou para os desafios estruturais herdados de governos anteriores e destacou a importância das eleições de 2026.
No segundo dia, o jornalista Otávio Antunes abordou a comunicação como campo central da disputa política, destacando a ofensiva da ultradireita com narrativas de polarização. Ele defendeu que movimentos sociais/sindicais precisam investir em novas formas de comunicação para disputar a atenção pública, com criatividade e coragem, rejeitando a ideia de que não sabem se comunicar.
Plenária da CUT e moções
Na sequência, a programação avançou para a mesa sobre a 17ª Plenária Nacional da CUT: João Batista Gomes (Joãozinho) – Novos Tempos, Novos Desafios.
Os pontos colocados em debate foram as propostas da CNU ao Texto Base, a definição de cinco delegados e delegadas da CNU para a plenária da CUT e a construção do plano de lutas.
Os delegados e delegadas da Plenária da CNU aprovaram, por unanimidade, todas as moções apresentadas. Entre elas, uma moção de repúdio ao projeto de reestruturação e consequente precarização da Celesc.
Por fim, para encerrar a Plenária, os presidentes das entidades e federações levantaram cartazes com as bandeiras da luta do ramo urbanitário nacional, em um momento marcado pela emoção e pela força, um gesto definidor da unidade e da luta coletiva nacional!
Dirigentes participam de Congresso da FRUSE e de Oficina de Comunicação
Além de participar da Plenária da CNU, a delegação da FESUL também prestigiou o Congresso da Federação Interestadual dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE), que reelegeu o dirigente do Sinergia Campinas, Esteliano Neto, como presidente da entidade.
Na tarde do dia 29, a representação da FESUL ainda participou de uma Oficina de Comunicação junto a dirigentes sindicais de diversas entidades que compõem o CNU. A Oficina pretendia ensinar os participantes a atuar nas redes sociais e a traduzir, por meio de vídeos curtos, as atividades desempenhadas por eles durante sua atuação sindical.