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Santa Catarina realiza 4ª Conferência Estadual LGBTQIA+ com recorde de pluralidade e protagonismo da sociedade civil

Nos dias 30 e 31 de agosto, Santa Catarina realizou a 4ª Conferência Estadual LGBTQIA+ (CELGBTQIA+/SC), em formato híbrido (presencial e online), com sede presencial em Florianópolis. O evento, convocado e organizado exclusivamente pela sociedade civil, fato inédito no país, consolidou-se como um marco de mobilização, união e representatividade da comunidade LGBTQIA+ catarinense.

Ao longo de dois dias de intensos debates, foram aprovadas 16 propostas, 25 moções e eleitas 23 pessoas delegadas para representar o estado na etapa nacional, que acontece em Brasília, em outubro. A pluralidade da delegação eleita foi um dos grandes destaques, garantindo a representação de todas as interseccionalidades previstas no Documento Orientador e contemplando vozes de diferentes regiões de Santa Catarina.

A conferência contou ainda com a presença de três representantes da Secretaria Nacional de Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Fabian Algarte, Zezinho Prado e Hiago Mendes Guimarães, que elogiaram a organização, destacando que Santa Catarina conseguiu formar uma das delegações mais diversas de todo o país. Eles também ressaltaram o caráter pacífico, democrático e altamente participativo do encontro, que refletiu a capacidade da sociedade civil catarinense em se articular e realizar uma conferência inclusiva e representativa.

A realização da 4ª CELGBTQIA+/SC é fruto de um processo histórico: diante da recusa do Governo de Santa Catarina em convocar a conferência estadual, coube à sociedade civil assumir essa responsabilidade. A mobilização ocorreu por meio da Resolução Conjunta 001/2025, assinada pelas comissões organizadoras das conferências municipais realizadas em Balneário Camboriú, Chapecó, Florianópolis, Itajaí, Jaraguá do Sul e Navegantes, que juntas elegeram mais de 80 pessoas delegadas.

Com o tema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, a conferência estadual foi uma etapa preparatória para a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, convocada por meio do Decreto nº 11.848/23, que será realizada em Brasília entre os dias 21 e 25 de outubro.

A experiência catarinense se destacou no cenário nacional não apenas pela inovação no formato híbrido, mas também por reafirmar a força da sociedade civil organizada na defesa da democracia e dos Direitos Humanos.

DELEGAÇÃO POR REGIÃO:

Grande Florianópolis:
Adriana Germano (Florianópolis)
Ana Paula Mendes (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Elaine Sallas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Guilhermina Cunha (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Jenn López (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Jéssica Michels (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Leandro Coelho (São José)
Marcelo Pacheco de Freitas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Mirê Sanchez Chagas (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Rodrigo Alessandro Sartoti (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)
Sueli Adriano (Florianópolis, pessoa delegada de Florianópolis)

Vale do Itajaí:
Alan Coletto (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Doni Santiago (Navegantes, pessoa delegada de Itajaí)
Gabriella Yasmin Belle (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Ingrid Hyrycena dos Santos (Balneário Camboriú)
Kennedy Jordan Mendes Reis (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Luiz Anelli Junior (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Natalye de Lima Furtado (Navegantes, pessoa delegada de Navegantes)
Samuel Havemann de Carvalho (Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)
Scarlett Gonçalves de Oliveira da Silva (Araquari, pessoa delegada de Navegantes)
Thays Wayne Gonçalves (Balneário Camboriú, pessoa delegada de Balneário Camboriú)

Norte Catarinense:
Jonas Marssaro (Joinville)

Oeste Catarinense:
Mario Antonio Harres Filho (Xanxerê, pessoa delegada de Chapecó)

Outras regiões não tiveram pessoas representantes candidatas.

INTERSECCIONALIDADES

NEGRAS:
14 são pessoas negras (pardas e pretas), sendo 1 quilombola

GÊNERO:
9 são homens, sendo 3 trans
12 mulheres, sendo 2 trans
1 pessoa é não-binária
1 pessoa é demigênero
(não houve candidatura intersexo)

ORIENTAÇÃO SEXUAL/SEXOAFETIVA:
7 pessoas bissexuais
6 pessoas gays
4 pessoas heterossexuais
4 pessoas lésbicas
2 pessoas panssexuais

IDOSAS:
2 pessoas são idosas

PESSOA COM DEFICIÊNCIA, TRANSTORNO OU NEURODIVERGÊNCIA:
6 pessoas apresentaram transtorno/neurodivergência
1 pessoas com deficiência física
1 pessoa com deficiência auditiva

INDÍGENAS E POVOS ORIGINÁRIOS:
Não houve inscrições

Texto: Gabriella Belle – 9539/PR
Com colaboração da Comissão Organizadora Estadual da 4ª CELGBTQIA+/SC.

Intercel busca apoio de deputados em defesa da Celesc Pública

Sindicatos alertam parlamentares sobre riscos da proposta de reestruturação das diretorias da empresa, que podem representar ameaça ao seu caráter público

 Quem não conhece os labirintos e corredores do Palácio Barriga Verde – sede do Poder Legislativo catarinense – pode pensar que visitar o gabinete de um deputado é uma tarefa rápida. Não é. A maioria dos gabinetes não funciona com agendamento de horários e é necessário dialogar com as assessorias para conseguir uma brecha na agenda com cada parlamentar. A disputa na porta do gabinete é grande: trabalhadores de inúmeras categorias, pequenos e grandes empresários, prefeitos, vereadores, líderes religiosos e de movimentos sociais se acotovelam na recepção de cada gabinete para conseguir levar seus pleitos e suas demandas aos ouvidos dos parlamentares eleitos pelo povo catarinense. Há situações em que é necessário aguardar uma hora – e até mais – para ter dez minutos de diálogo com o/a deputado/a. É preciso ter persistência para conseguir acessar os 40 gabinetes existentes hoje na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

 Pois desses 40 gabinetes, a Intercel conseguiu dialogar com 36 deles em 6 dias de trabalho. A agenda dos políticos eleitos se reveza entre dias de trabalho nas bases, ouvindo demandas e dialogando com a população nas diversas regiões do estado, e dias de atividades na própria Alesc – em reuniões com assessores, participação em Comissões e votações, além de visitas técnicas e representativas em diversas agendas externas. Além de fiscalizar o Executivo, um dos principais papéis do/a parlamentar é ouvir as necessidades do povo e criar leis que possam facilitar a sua vida. 

 A Intercel realiza essas visitas e diálogos permanentemente, há algumas décadas. Houve período, inclusive, em que a Assembleia Legislativa teve um celesquiano entre seus quadros, o saudoso Lício Mauro da Silveira (1943-2010), que teve quatro mandatos: 1995-1999, 1999-2003, 2003-2007 e 2007-2011. Lício chegou a ser reeleito no pleito de 2010 pelo PP para mais um mandato, mas não chegou a tomar posse por ter falecido logo após a eleição. Lício fez a defesa da manutenção da Celesc enquanto empresa pública com brilhantismo e conhecimento de causa por todo esse período.

 Na avaliação do Coordenador da Intercel, Ailton Communello, “é fundamental manter a presença na Alesc, dialogando com os deputados, trazendo informações e números que demonstram a qualidade do traba lho de celesquianas e celesquianos, comparando com outras concessionárias que foram privatizadas e alertando sempre que há algum risco de mudança que possa prejudicar os serviços à população. No cenário atual, os sindicatos têm dialogado com os deputados sobre o projeto de reestruturação administrativa, que prevê mudanças de competências, alteração na autonomia das Regionais e escancara as portas para a terceirização. Deputados e deputadas estão sendo alertados do retrabalho que a terceirização gera, dos riscos do aumento da demora no atendimento ao restabelecimento de energia tanto do consumidor residencial como do comércio, pequenas e grandes indústrias e do possível projeto de privatização da companhia a longo prazo”.

 Na maioria dos gabinetes visitados houve o compromisso da manutenção da Celesc Pública e da atenção a qualquer projeto sobre a empresa que venha a tramitar na Alesc. O alerta está feito. Não há qualquer motivo que justifique uma reestruturação, que poderia abrir caminho para a privatização de uma das melhores concessionárias de energia do Brasil.

CNE debate PLR 2025 com a Eletrobras

Assessoria econômica dos sindicatos elabora, nesse momento, a contraproposta à empresa

No dia 18 de agosto, os dirigentes da Intersul Murillo Rombo (Sindinorte) e Cecy Marimon (Sinergia) participaram da segunda reunião da Comissão de Negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2025 entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a direção da Eletrobras. 

Na ocasião, foram apresentados os indicadores propostos pela empresa para a pactuação da PLR 2025, a ser paga em 2026. A Eletrobras apresentou a ideia de extinção do piso, conquistado já em duas PLRs anteriores, que beneficia os menores salários praticados na empresa. A companhia apresentou indicadores que farão parte das metas para a PLR. Esses indicadores serão analisados pela assessoria econômica do CNE, para elaboração de uma contraproposta dos trabalhadores, que deverá ser apresentada ainda em agosto. 

O CNE reforçou a necessidade de que se aumente a faixa de remunerações a serem atingidas e que seja mantido e ampliado o piso, de forma a adequar às práticas correntes no mercado e promover uma distribuição de forma mais igualitária do produto do trabalho. Essas reivindicações, no entendimento do CNE, são centrais para que se possa continuar a discussão do Acordo de Participação nos Lucros e Resultados.

Eleição suplementar no Sinergia elege Cleber Borges da Silva

O Sinergia promoveu em 18 de agosto eleição suplementar de vacância na diretoria por conta do desligamento de um diretor empregado da CGT Eletrosul. A eleição reuniu quase 100 trabalhadores na sede do sindicato.

 O eleito pela categoria foi Cleber Borges da Silva, eletricista da ARFLO, que atua na Celesc desde 2004. Ele assume a suplência da Diretoria de Formação do sindicato. O Sinergia parabeniza as candidaturas e a categoria pela participação no pleito.

 O eleito pela categoria foi Cleber Borges da Silva, eletricista da ARFLO, que atua na Celesc desde 2004. Ele assume a suplência da Diretoria de Formação do sindicato.

O Sinergia parabeniza as candidaturas e a categoria pela participação no pleito.

Intercel e direção da Celesc assinam Acordo de PLR 2025

NA MESMA REUNIÃO, OS SINDICATOS ENTREGARAM À DIRETORIA A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DO ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2025/2026, UNIFICADA NA ASSEMBLEIA ESTADUAL

Na quarta-feira, 13 de agosto, sindicatos da Intercel e direção da Celesc se reuniram para a assinatura do Acordo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2025 e para a entrega da Pauta de Reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026. A reunião ocorreu em clima de cordialidade entre as partes. 

A Intercel aproveitou para, mais uma vez, solicitar à direção da empresa que a negociação do Acordo de PLR para o próximo ano seja antecipada para o fim deste ano e que não seja postergada para o segundo semestre, como ocorreu em 2024 e em 2025.

 Na sequência, os sindicatos fizeram a entrega da Pauta de Reivindicações da categoria, aprovada na Assembleia Estadual de 02 de agosto em Concórdia. A Coordenação da Intercel explicou que, “além da manutenção de direitos consolidados, existem algumas propostas de cláusulas novas, fruto dos anseios da categoria”, e que, assim como foi a negociação do Acordo de PLR, espera “que a negociação do ACT também seja realizada baseada no respeito aos direitos conquistados ao longo de anos pelos trabalhadores”.

 A Intercel também solicitou que seja agendada para os próximos dias uma reunião de construção da agenda de negociação e que a primeira rodada ocorra ainda no mês de agosto. Os sindicatos lembraram que há algumas cláusulas que são consideradas pelos trabalhadores como bandeiras de luta na negociação, como o restabelecimento do poder de compra e um reajuste com ganho real, a garantia de emprego e a manutenção da Celesc Pública, além da retomada do anuênio a todos os empregados e a recomposição do quadro de dirigentes sindicais. Por fim, os sindicatos pediram que a Celesc “analise os pedidos com muita responsabilidade” e lembraram que “o objetivo da categoria não é inviabilizar a Celesc”.

 Da parte da empresa, a diretoria concordou que o processo negocial seja realizado de forma respeitosa. O presidente, Tarcísio Rosa, explicou que tem preocupação com o futuro financeiro da companhia e que “é necessário fechar a conta”. Tarcísio também falou da contratação de empregados novos e da aquisição de veículos pela Celesc nos últimos meses e delegou ao novo Diretor de Gestão Corporativa, Moisés Diersmann, a construção de uma agenda de negociação em conjunto com os sindicatos.

 Intercel e direção da Celesc ainda debateram sobre questões de segurança no ambiente corporativo. Ambas as partes concordaram que nenhuma atividade deverá ser realizada sem que haja segurança plena: “não há nenhuma emergência que seja necessária passar por cima da segurança dos empregados”, afirmou o presidente.

 No começo desta semana, a Celesc enviou uma proposição de agenda aos sindi catos indicando o início do processo negocial em 28 de agosto, com uma reunião de abertura. Até o fechamento desta edição, os sindicatos estavam buscando contato com a empresa para tentar antecipar o início efetivo das negociações.

 A Intercel conta com a participação dos trabalhadores na luta por um Acordo Coletivo de Trabalho justo, que reconheça o esforço da categoria na construção de uma Celesc não só eficiente, mas também pública! 

Intercel intensifica ações em defesa da Celesc Pública

SINDICATOS SE REÚNEM COM TRABALHADORES E PARLAMENTARES E ALERTAM SOBRE OS RISCOS DA PROPOSTA DE MUDANÇA NA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA NA CELESC

Os sindicatos da Intercel estão intensificando, nos últimos dias, a luta em defesa da Celesc Pública e contra a proposta de reestruturação administrativa da empresa, que facilitaria a sua privatização, conforme noticiado na capa da edição 1660 do jornal Linha Viva.

 Uma das ações dos sindicatos foi a realização de concentrações e rodas de conversas com a categoria para alertá-la dos prejuízos e riscos da possível mudança, que altera e elimina determinadas diretorias, tira atribuições de outras, facilita a terceirização e, como consequência, precariza o serviço na ponta aos consumidores, visando tão somente o lucro. Em muitos locais de trabalho, durante essas conversas, a categoria cobrou como será o posicionamento dos diretores trabalhadores de carreira da Celesc, indicados pelo governo Jorginho Mello (PL), se votarão em defesa da empresa pública e de seus empregos, ou se trairão a categoria facilitando o projeto de precarização e consequente privatização da companhia.

 Além dessa ação, os sindicatos da Intercel iniciaram nesta semana uma percorrida nos gabinetes de deputados e deputadas estaduais para apresentar aos parlamentares catarinenses as preocupações com a possível reestruturação e o pedido que a Assembleia Legislativa se manifeste contra esse projeto, caso ele chegue até o Palácio Barriga Verde, sede do poder Legislativo catarinense.

 De acordo com o Coordenador da Intercel, Ailton Communello, “a percorrida nos gabinetes está tendo uma receptividade muito positiva dos deputados. Dialogamos com diversos parlamentares nessa primeira semana de visitas aos gabinetes e os deputados se mostraram preocupados com o quadro apresentado e dispostos a atuar em defesa da Celesc Pública. Seguiremos, nas próximas semanas, dialogando com todos os representantes eleitos, independente de posição partidária, para que esse projeto, tão prejudicial aos trabalhadores da Celesc e à sociedade catarinense, não seja aprovado”.

 Nas próximas edições do jornal Linha Viva você confere mais informações sobre a percorrida na ALESC e novas ações que os sindicatos tomaram, junto com a categoria, em defesa do nosso lema: “Celesc Pública, bom para todo mundo!”.

Eletrobras adia discussão da PLR 2025

CNE e sindicatos da Intersul seguem cobrando a diretoria da empresa

 A direção da Eletrobras continua adiando a discussão sobre o Acordo de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2025. Estamos no segundo semestre do ano e as negociações já deveriam ter sido finalizadas.

 A única reunião foi realizada no início do ano, após insistência do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), momento em que foram apresentadas apenas premissas, sem qualquer discussão de indicadores.

 De acordo com a dirigente do Sinergia, Cecy Maria Marimon, “desde então, temos cobrado reiteradamente a apresentação dos indicadores, sem sucesso. A segunda reunião vem sendo adiada pela empresa, o que preocupa trabalhadores e dirigentes sindicais pela demora e indefinição, prejudicando a necessária negociação”.

 Cecy afirma também que “no ano de 2024, o processo foi muito similar, dificultada a negociação devido aos prazos exíguos e pressionando os sindicatos a assinar o Acordo nos últimos dias do ano, sob pena de privar os trabalhadores de receberem a sua participação, que é direito de quem produz a riqueza”.

O CNE seguirá pressionando nas próximas semanas para que a Eletrobras tome imediatamente as negociações da PLR 2025 com os sindicatos.

Categoria aprova contraproposta de PLR e Pauta de Reivindicações na Assembleia Estadual de Concórdia

Cerca de 500 celesquianas e celesquianos participaram da Assembleia Estadual em Concórdia no sábado, 2 de agosto. O evento foi dividido em três partes: a abertura, com participação da classe política, o debate e votação da contraproposta ao Acordo de PLR 2025 e o debate e votação da Pauta de Reivindicações do Acordo Coletivo de Trabalho 2025/2026.

A abertura do evento teve a participação dos deputados Neodi Saretta (PT) – que representou o Presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD) -, Marcos José de Abreu, o Marquito (PSOL), e do assessor do deputado estadual Fabiano da Luz (PT), Marcel Salomon. Além deles, também participaram a vereadora Ingrid Fiorentin (PT), representando o Legislativo municipal, e os vereadores Evandro Pegoraro (PT) e Margarete Dalla Costa (PSDB). Justificaram a ausência os deputados Rodrigo Minotto (PDT) e Dr. Vicente Caropreso (PSDB). Todos os líderes de partidos com assento na Assembleia Legislativa foram convidados para a mesa de abertura.

O deputado Saretta disse que “nem todas as posições são unânimes na Alesc, que há diversas correntes políticas, mas que a maioria dos componentes têm se mostrado ao longo dos últimos anos, de forma firme, na defesa de uma Celesc pública, forte, que dê orgulho a todos os catarinenses”. E seguiu: “vemos, infelizmente, de tempos em tempos, tentativas de precarização, de terceirização, parece que sempre pavimentando um caminho para fazer aquilo que aqueles que defendem o estado mínimo querem, que é a privatização”. Por fim, Saretta parabenizou a categoria pela luta e disse que hoje “há eco na Assembleia Legislativa para manter a Celesc firme, forte, pública e trabalhando para os catarinenses”.

O deputado Marquito se colocou à disposição da categoria e afirmou que “em todos os momentos que vocês estiveram na Alesc reivindicando garantia de direitos, o fortalecimento e a manutenção da Celesc pública, nós estivemos dialogando, conversando, compreendendo as demandas e fazendo a defesa desse serviço tão importante. Temos a leitura da qualidade que hoje é prestado o serviço da Celesc, mas também sabemos o processo de depreciação da empresa pública como um projeto de longo prazo para privatizações”. Marquito enalteceu a qualidade dos serviços dos celesquianos: “através da força de trabalho de vocês, é a empresa que tem a melhor resposta em tempo hábil do Brasil, é exemplo em reconstruções pós eventos climáticos extremos. É uma empresa que é referência em qualidade e que, antes desse processo da mudança do sistema do atendimento, quase não tinha reclamações. Precisamos permanecer vigilantes”. Por fim, Marquito disse estar ciente da possibilidade de mudança do Estatuto da Celesc, conforme divulgado na capa da edição 1660 do jornal Linha Viva: “é preciso fazer o processo de diálogo com a sociedade. A sociedade precisa saber que isso pode manchar a imagem da Celesc. Essas alterações precisam passar pela Assembleia Legislativa e a aproximação de vocês com a Casa Legislativa é importante, mas vocês precisam também mostrar isso para o povo. Deixo meu apoio e registro a importância das entidades sindicais para manterem firmes e fortes as estruturas públicas, pois são elas que prestam serviços de qualidade lá na ponta e garantem salários e direitos adequados para cada trabalhador e trabalhadora. Contem conosco!”

O assessor Marcel Salomon justificou a ausência do deputado Fabiano da Luz por motivos de saúde e disse que o recado do parlamentar é permanecer ao lado dos trabalhadores na defesa da Celesc pública, patrimônio dos catarinenses. E alertou que “a cada novo governo surgem velhas ameaças, mascaradas por novos nomes e discursos de ‘modernização’ ou ‘eficiência’, quando, na prática, significam sucateamento, terceirização e privatização”. Lembrou de tentativas passadas frustradas de privatização e afirmou que há “um novo movimento de reestruturação das diretorias, que não tem outro foco senão a terceirização dos serviços, a precarização das condições de trabalho e o esvaziamento da capacidade técnica da Celesc. É por isso que o deputado Fabiano da Luz tem sido firme contra a privatização e a precarização e a favor da Celesc pública, forte e a serviço da população. Precisamos defender a soberania energética do nosso estado!”.

Por fim, a vereadora Ingrid, que também é dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação, afirmou que “a pauta dos celesquianos é extremamente justa, pois se temos uma Celesc pública e de qualidade para todos, o mérito é dos celesquianos”. Ela disse que fala também em nome dos vereadores Pegoraro e Margarete e que reafirma que “dentro dos nossos mandatos, sempre que possível, estaremos apoiando a causa de vocês. Pois nós conhecemos o trabalho de vocês e ele é de excelência e não podemos perder a Celesc. Ela não pode ser privatizada. Ela é dos catarinenses!”.

A seguir, foi debatida a contraproposta do Acordo de PLR 2025. Dirigentes sindicais explicaram que, após quatro rodadas de negociação com algumas tentativas de retrocesso por parte da empresa, não havia chegado uma proposta razoável para ser aprovada pela categoria. E que somente na sexta-feira, 1° de agosto, após contato da Coordenação da Intercel com a direção da Celesc, foi possível trazer uma contraproposta possível de apreciação. O documento final enviado pela empresa ficou muito semelhante com o Acordo de PLR 2024, inclusive com parágrafo possibilitando a neutralização de impactos negativos exclusivos do projeto Conecte nos indicadores da parcela base e adicional. Após debate e elucidação das dúvidas, a contraproposta foi aprovada pela maioria.

 Por fim, a Assembleia debateu e discutiu todas as cláusulas da Pauta de Reivindicações da categoria, dando espaço para uma fala a favor e outra contrária nas cláusulas em que havia divergência de entendimentos.

De acordo com o Coordenador da Intercel, Ailton Communello, “a Assembleia Estadual realizada em Concórdia foi uma demonstração de força e união de toda a categoria. Para além de unificar a Pauta dos trabalhadores visando o Acordo Coletivo\ 2025/2026, foi uma demonstração de união para mostrar para a empresa que a categoria está unida e preparada para enfrentar as lutas que serão necessárias não só para vencer o Acordo Coletivo, mas também para defender a Celesc enquanto empresa pública”.

 Novidades da Assembleia 

 Além dos debates sobre o Acordo de PLR e a Pauta de Reivindicações, foi colocada a urna na entrada do evento para a categoria votar no Plebiscito Popular sobre o fim da escala 6×1 e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$5.000 por mês. Inovação na Assembleia de 2024, o espaço infantil novamente permitiu que pais e mães participassem próximos a seus filhos. E como novidade neste ano, monitores da Rede Vida Viva aplicaram a ferramenta do Mapa do Corpo junto à categoria antes do início da Assembleia. Na próxima edição do Linha Viva, os resultados da ferramenta serão divulgados.

 Próximos passos 

 A Intercel comunicou à direção da Celesc no início desta semana o resultado da votação do Acordo de PLR 2025 junto aos trabalhadores e solicitou a assinatura do documento para a próxima semana. Na mesma correspondência, os sindicatos solicitaram o agendamento de uma reunião para a entrega da Pauta de Reivindicações aprovada pela categoria em Concórdia. É importante que os celesquianos permaneçam atentos e vigilantes aos informes da Intercel, seja através do jornal Linha Viva e do Boletim da Intercel.

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O esvaziamento da Diretoria Comercial

Um dos primeiros pontos que chama a atenção é o esvaziamento da Diretoria Comercial. A Diretoria Comercial é a única onde os trabalhadores podem eleger um celesquiano para representá-los na Colegiada. Ao longo dos tempos, muitos ataques contra a Diretoria Comercial foram realizados, com tentativas de impedir a participa ção dos trabalhadores, cassação ilegal de Diretor eleito e tentativas de extinção da própria Diretoria.

 O esvaziamento apresentado nesta nova proposta é muito claro e afrontoso. A Diretoria Comercial ficaria apenas com o Faturamento e a Arrecadação, enquanto toda a área de Atendimento Comercial seria vinculada à Diretoria de Regulação e a área de Gestão Técnica Comercial seria vinculada à uma nova Diretoria de Serviços. Em ambos os casos, a visão é a da terceirização.

 Não existe uma só justificativa plausível para tirar o Atendimento Comercial da Diretoria Comercial. A única justificativa é facilitar a terceirização da área, um desejo explícito do Presidente da Celesc, Tarcísio Rosa. Tarcísio já deu declarações públicas de que deseja terceirizar o atendimento, processo que tem sido barrado pela atuação da própria Diretoria Comercial eleita pelos empregados. A visão e o compromisso de um trabalhador de carreira eleito têm impedido que o atendimento comercial seja entregue à iniciativa privada. Esta mesma estratégia foi utilizada na Casan, onde antes da posse do Diretor Comercial eleito, uma alteração na estrutura esvaziou a Diretoria e permitiu que o atendimento fosse totalmente terceirizado.

 A Celesc já teve uma péssima experiência com a terceirização no Atendimento Comercial. De tão ruim, foi reestruturado, com a criação do cargo de atendente, quando os sindicatos quebraram o dogma de permitir contratações com carga horária de 4 horas, garantindo qualidade na prestação do serviço à sociedade, papel principal de uma empresa estatal.

 A terceirização é mais do que um retrocesso. É o atestado do deserviço da atual presidência da Celesc para a sociedade catarinense e da perseguição de Tarcísio contra os atendentes comerciais concursados. É a PRECARIZAÇÃO do serviço prestado, em moldes que abrem caminho para a privatização da Celesc.

 O fim da Diretoria de Geração e a criação da Diretoria de Terceirização

 Na proposta, a Diretoria de Geração deixa de existir, sendo substituída por uma Diretoria de Serviços que teria, além da Operação e Manutenção da Geração, às áreas de Operação da Distribuição, Manutenção da Distribuição, Telecom, Gestão Técnica Comercial e a responsabilidade sobre as áreas de operação e manutenção das Agências Regionais.

 Para os sindicatos da Intercel, extinguir a Diretoria de Geração éum risco à manutenção da própria Celesc Geração Pública, sendo uma porta de entrada para a privatização geral da Celesc. Esta tentativa já foi barrada recentemente.

 A criação de uma Diretoria de Serviços, que abrangeria todos os serviços operacionais da distribuição e geração aprofunda a sensação de que se cria uma Diretoria para administrar contratos, ampliando a já crescente terceirização da empresa.

 Diretoria de Distribuição vira Diretoria de Construção

 A Diretoria de Distribuição, maior orçamento e responsável pela operação e manutenção do sistema elétrico passa a ser Diretoria de Construção, abrangendo apenas planejamento, construção da distribuição, construção da geração e área de construção das Agências Regionais. A DDI é hoje a principal Diretoria da Celesc, responsável pelo planejamento do setor elétrico e pela operação e manutenção, tendo ligação direta com as metas da concessão da Celesc. Ao ser esvaziada, jogando as áreas relativas ao atendimento à sociedade para uma Diretoria que servirá somente para operacionalizar contratos e intensificar a terceirização, a DDI servirá apenas para investimentos com a ótica de retorno financeiro, esquecendo-se que estes devem estar intimamente ligados ao bom atendimento à população catarinense.

Diretoria de Gestão Corporativa sem Gestão de Pessoas?

Uma das mais absurdas mudanças está na Diretoria de Gestão Corporativa. A Diretoria passa a ser responsável pela Comercialização de Energia, o que não faz absolutamente nenhum sentido. Atualmente, a Comercialização está vinculada à Diretoria de Geração e Novos Negócios, com uma visão estratégica muito bem definida. A vinculação desta área à Gestão Corporativa, que via de regra administra suprimentos, tecnologia da informação, saúde e segurança e gestão de pessoas, demonstra um arranjo disfuncional.

 Pior ainda é a ideia de tirar desta Diretoria a responsabilidade de realizar a Gestão de Pessoas, mandando-a para o Planejamento. A gestão de pessoas é inerente à gestão corporativa. Não existe gestão de empresas sem gestão dos trabalhadores. Além disso, a vinculação ao Planejamento  é desdobramento de uma estratégia de promoção de uma “cultura de resultados”, que passa pelo ataque aos direitos dos trabalhadores e pela implementação de uma lógica de individualismo e competição, idêntica à de empresas privadas.

 Chama a atenção, ainda, que a posição de Relações Sindicais tem sofrido um jogo de empurra-empurra entre os Diretores. Ninguém quer assumir a responsabilidade de negociar as reivindicações dos celesquianos e garantir os direitos da categoria. Fica claro que, quem for assumir essa posição será responsável por retirar direitos. Aliada à recente manifestação do Presidente Tarcísio Rosa e da Diretora Pilar Sabino ao Tribunal de Contas do Estado (veja o Boletim da Intercel nº 256) é a demonstração de um completo desrespeito aos trabalhadores.

Privatização é desejo de Diretoria ou de Governo?

A reestruturação das Diretorias em um processo focado na terceirização e na PRECARIZAÇÃO ameaça trabalhadores e sociedade catarinense com um olhar meramente financeiro. Isto feito em um momento em que se discute o futuro político do estado, com a proximidade das composições para as eleições de 2026, passa o recibo da preparação da Celesc para a privatização em um eventual segundo mandato do Governador Jorginho Mello, semelhante ao que ocorreu na vizinha Copel, no Paraná, sob o comando do Governador reeleito Ratinho Junior (PSD).

Incompreensivelmente, a proposta contrasta com as falas recentes do Governador no 12º Congresso dos Empregados da Celesc, onde afirmou que manteria a Celesc Pública, mas que ela precisa entregar mais para os consumidores. Será que estava se referindo somente aos problemas do Conecte? Adequar a Celesc a uma realidade estrutural de empresa privada não traz retorno para a sociedade, muito pelo contrário. Com uma estrutura que privilegia o financeiro, o resultado certamente será a PRECARIZAÇÃO e diminuição da qualidade do serviço prestado.

 Se o projeto não é do Governador Jorginho Mello, a defesa do projeto apresentado pelo Diretor Presidente, Tarcisío Rosa, e pelo Diretor de Finanças, Júlio Pungan, não condiz com a realidade. Nesse contexto, os Diretores empregados Pilar Sabino, Pedro Augusto Schmidt de Carvalho Júnior e Claudio Varella votarão para destruir a única Diretoria eleita pelos empregados e pela concentração de toda a atividade-fim da Celesc em uma Diretor de Terceirização? O Diretor de Geração, Eloi Hoffelder, celesquiano aposentado, votará para extinguir a Diretoria de Geração em que está lotado? 

É fundamental que a Diretoria da empresa explique aos trabalhadores suas intenções para o futuro da Celesc. A proposta que chegou aos sindicatos em forma de denúncia é verdadeira? Quem é o responsável? A Diretoria ou o Governador? Os Diretores celesquianos, da ativa e aposentado aceitarão a arapuca do Diretor Presidente e do Diretor de Finanças ou vão alertar o Governador? Assumirão as suas responsabilidades ou continuarão sendo subordinados em mais esse processo? 

A cada Governo surge uma nova estratégia de privatização da Celesc. Já enfrentamos o sucateamento no início da década de 90; a divisão da Celesc em três, copiando o modelo que vendeu uma parte da CEEE; a venda direta de ações na bolsa de valores, que deu deserta pela ação política; o golpe do novo mercado, entre outros que certamente não vieram à público. Esta não é diferente, tem o mesmo objetivo. É incompreensível a obsessão política de sucessivos governos na tentativa de privatizar a Celesc, empresa pública de qualidade, rentável e bem avaliada pela população.

 Para os sindicatos da Intercel, esta reestruturação é um atentado à Celesc Pública e um golpe nos trabalhadores e na sociedade. As entidades sindicais, mais uma vez trabalharão junto à Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, já que um processo de reestruturação de Diretorias depende de alteração do Estatuto Social da empresa, a ser aprovado na ALESC, novamente buscaremos o apoio dos deputados para que a empresa pública não seja destruída em uma reestruturação que pensa a empresa apenas para o benefício dos acionistas. Por fim, sendo o acionista majoritário, o Governo do Estado não pode referendar uma proposta que vai na contramão de suas promessas.

Os celesquianos sempre resistiram, através das lutas organizadas pelos sindicatos da Intercel. Não vamos aceitar a entrega do patrimônio público. Vamos à luta!